Eu fiquei pensativa enquanto retornava para casa, eu não estava com ciúmes afinal de contas eu não duvidava do amor de Jake por mim, mas a sensação de saber que ele poderia estar decepcionado comigo me machucava, assim como ele sempre repetia que eu era a sua vida eu sentia que ele havia se tornado a minha vida.

Eu suspirei.

Só precisávamos conversar e tudo se resolveria, como eu sei que Charlie não me deixaria sair depois do horário combinado na manhã seguinte eu procuraria Jacob e pediria desculpas, com certeza nos entenderíamos.

Quando percebi já estava em frente à casa, estacionei a caminhonete e sair caminhando tranquilamente enquanto pegava minhas chaves.

— Senhorita Swan!

Uma voz desconhecida chamou minha atenção, eu virei meu pescoço olhando para trás, um carro havia estacionado logo atrás da minha caminhonete, era um carro luxuoso e o homem que me chamou estava vestido de uma forma muito elegante.

— Sou eu! Respondi um pouco desconfiada.

— Eu sei! Ele sorriu, em seguida ele retornou até o carro abrindo a porta de trás, outro homem saia de dentro, ele trajava um terno que pelo corte era algo bem caro, eu dei alguns passos para trás e senti que meu corpo tremeu.

O homem caminhou lentamente em minha direção.

— É incrível! Ele murmurou – Como se parece com sua avó!

— O senhor quem é? Perguntei receiosa.

— Afonso Wells, eu sou seu pai.

Eu congelei.

— Está tudo bem? Ele perguntou com um sorriso em seu rosto.

— Desculpe, meu pai é Charlie Swan, deve está me confundido com alguém! Após responde-lo de forma educada dei as costas para ele e voltei a atenção para a porta.

— Seria bom você me ouvir! Ele falou me fazendo parar novamente.

— Senhor! Eu falei voltando a ficar de frente para ele – Não entendo o que você e aquela mulher pretendem, eu estou feliz onde estou, eu sinto muito, mas eu amo meus pais, amo Renee e Charlie.

— Eu imaginei que diria isso! Ele falou com a voz tranquila e suave – Sei que é isso que dirá diante do juiz.

—Se sabe porque insistir?

Afonso sorriu e se aproximou – Eu não sabia da sua existência, só quero uma chance de conhece-la, sua vó está eufórica em saber que tem uma neta, minha mãe está morrendo Renesmee e saber da sua existência devolveu um pouco de vida a ela.

— Eu sinto muito! Sussurrei.

— Podemos evitar o tribunal, todas as burocracias, basta você vir comigo!

— Senhor! O interrompi – Eu já disse que lamento, mas não posso, não posso deixar minha vida, minha família, meus amigos, vocês não podem simplesmente aparecer do nada e esperar que eu os ame e aceite, eu não quero.

Afonso suspirou – Estou tentando resolver isso de uma maneira pratica, com dialogo, mas você não me deixa outra opção.

Eu olhei desconfiada para ele.

— Vai me pôr a força no carro e me sequestrar?

Afonso sorriu – Não é meu jeito de lidar com os meus contratempos!

— Bom senhor, nos vemos diante do Juiz, eu vou escolher o Charlie e você sabe disso, eu não o conheço, eu não vou sair de Forks.

Eu virei novamente para a porta e enfiei a chave na fechadura dando duas voltas, a porta se abriu, antes de entrar olhei novamente para Afonso, o acompanhante que parecia ser seu mordomo estava saindo do carro, deduzi que havia ido no momento que eu estava de costas para eles, o mordomo se aproximou e entregou uma caixa de tamanho médio a ele.

— Está aqui senhor!

Afonso deu alguns passos em minha direção e me entregou a caixa.

— O que é isso? Murmurei.

— Eu disse que tenho meu jeito de lidar com meus contratempos- Ele segurou minhas mãos fazendo com que eu pegasse a caixa, e em seguida acariciou minha bochecha – Um jatinho particular estará à sua espera as 23 horas no aeroporto.

— E porque acha que eu irei? Perguntei sentindo meu corpo tremer.

— Tenho certeza que vai! Ele respondeu se afastando e caminhou até o carro, o mordomo abriu a porta do banco de trás e antes dele entrar ele sorriu e então eles partiram.

Eu entrei em casa amedrontada, segurei a caixa com as duas mãos, sentia que a mesma tremia devido ao meu nervosismo, eu subi a escada correndo e entrei no quarto jogando a mochila no chão e a caixa sobre minha cama.

Tive medo de abrir.

Levei ambas as mãos ao rosto, eu estava apavorada – Respire Nessie, respire! Murmurei e então sentei na cama diante da caixa e a abri.

Meu coração acelerou.

Havia um aparelho celular dentro, e bem caro pelo modelo, e logo abaixo uma pasta preta, eu respirei fundo pegando a pasta e a abri, mas a mesma caiu de minhas mãos quando o pavor dominou meu rosto.

— Mas o que é isso?

Dentro haviam fotos de Charlie entrando e saindo da delegacia, fotos de Renee e Phil, fotos de Bela, e de Jacob na praia, era um dossiê completo de todos, mas o pior de tudo foi ver um papel com uma suposta demissão de Charlie e cancelamento de contrato de Phil.

Eu larguei os papéis e gritei.

Levei ambas as mãos a boca tentando me controla – Ele seria capaz? Seria capaz de fazer mal ao Charlie, e Phil, se Phil perder seu contrato ele sofrerá muito com Renee.

Eu caio de joelhos no chão chorando – Porque ele estava fazendo isso? Será que ele teria tanto poder?

Eu levantei rapidamente e joguei tudo dentro da caixa, mas o celular tocou me deixando em pânico.

— Alô! Eu atendi com a voz de choro.

— Consegui convencer você?

— Você não tem esse poder! Respondi.

— Querida, deseja mesmo pagar para ver?

— Não! Eu respondi aos prantos – Por favor, não faça mal ao Charlie!

— O Jatinho estará à sua espera!

Ele desligou.

Eu atirei o aparelho na parede e me sentei no chão desabando em lagrimas, o que eu diria ao meu pai, o que eu diria ao Jacob? – Eu não quero! Murmurei.

Eu chorei por muitas horas até finalmente tomar uma decisão.

Já havia anoitecido quando ouvi o som do bater da porta vindo da sala, eu sabia que era Charlie, eu precisaria de muita coragem para fazer o que havia decidido, a mochila estava arrumada sobre a cama, eu olhei no espelho e meus olhos estavam inchados, eu pensei em Jake, eu sei que eu o mataria por dentro, todos sofreriam, ele, meus pais, mas eu não tinha outra opção.

— Renesmee! Charlie gritou da sala – Está em casa?

Eu suspirei e coloquei a mochila nas costas, olhei para o quarto novamente e então sai indo para a sala, Charlie estava de uniforme sentando e fez uma expressão séria ao me ver.

— Aconteceu alguma coisa? Ele perguntou.

— Eu...eu... estou indo embora!

Charlie levantou imediatamente- Do que está falando?

— Eu não quero mais morar com você, eu não quero ficar em Forks, não quero essa briga toda por minha guarda, já chega!

Charlie suspirou e se aproximou de mim – O que tem nessa mochila?

— Minhas roupas! Respondi sem encara-lo.

— Me deixe ver!

— Não! Eu me afastei.

— Eu deixo você ir se me deixar olhar em sua mochila Renesmee, acha mesmo que me convenceu? Você não sabe mentir!

Eu comecei a chorar.

— Por favor...

— Renesmee! Ele falou mais alto e puxou a alça da minha mochila a tirando das minhas costas, em seguida a abriu me olhando fixamente, seus olhos foram direto na pasta que eu havia colocado dentro.

Eu não fiz nada além de chorar.

— Desgraçado! Ele murmurou e me puxou contra seu peito me abraçando forte – Ele acha que pode enganar a quem, eu estava de olho nele!

Charlie caminhou comigo me fazendo sentar no sofá, sua mão segurou meu queixo me fazendo olhar para ele – Seja o que for que ele tenha dito a você não acredite nele, nada vai acontecer comigo!

— Pai! Eu murmurei em meio as lagrimas e ele me puxou para o seu peito novamente dando um beijo no alto da minha cabeça – Eu vou ligar para o Jacob!

Ele sussurrou pegando o telefone.