Guerra dos Deuses: Volume 1 - Prelúdio da guerra escrita por Nathan Kovacs


Capítulo 2
Capítulo 2 - A Floresta do Sono Eterno (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Acho que terá 3 partes



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Diversas histórias haviam sido contadas sobre aquele lugar, desde coisas como a morte de um deus até excessos de rituais necromânticos de grandes proporções. Por mais absurdas que algumas poderiam parecer, todas possuíam um fundo de verdade. São diversos relatos confusos e contos assustadores que aquele lugar fornecia, mas a experiência era completamente diferente quando alguém estava presente na floresta. Eram bastantes árvores, cada uma diferente da outra, porém todas infrutíferas e com uma fauna quase ausente. A iluminação chegava distorcida graças às copas das árvores, deixando o ambiente numa penumbra eterna. E como se isso já não fosse o suficiente, era possível encontrar diversos ossos rachados pelo caminho, acompanhado de vultos por toda a parte.

— Ok, foda-se! Eu admito: talvez eu tenha subestimado um pouco esse lugar — falou Viktor, olhando com certo temor o local.

Brendon, atento ao local, seguia em frente tomando todo cuidado possível para se esquivar dos esporos e qualquer outra possível armadilha mágica. Viktor seguia logo atrás, tentando focar na missão e ignorar tudo de assustador que aquele lugar proporcionava, mas com muita dificuldade.

— Você está se preocupando sem motivos, Viktor. Contanto que você não pegue no sono, nada irá acontecer com você. Quer dizer, nada de muito bom...

— Como assim?

— Bem, você pode se perder, pode se machucar e não conseguir andar, um monstro pode te matar e coisas semelhantes a essas.

— Espera, tem monstros aqui?

Brendon deu um sorriso, quase gargalhando.

— E qual é o problema? A espada que carrego não é de brinquedo e espero que esse cajado que você está na mão também não seja.

— O problema é que isso não estava no caderno de missões!

— Porra, Viktor! Você começou a se aventurar ontem, foi? 90% das missões que fazemos sempre envolverá algum tipo de violência! Até parece que nunca enfrentou algo antes!

Viktor deu de ombros.

— Bem, quase sempre é você que enfrenta e mata. E, aliás, qual foi a última vez em que não teve mortes ou alguém quase morto?

— Pelo que eu me lembro, foi àquela missão onde achamos o alvo no cabaré, lembra? Não precisamos nem fazer nada, pois ele devia uma fortuna lá e os próprios funcionários deram cabo dele.

Um sorriso nostálgico correu o rosto de Viktor.

— Sim! Aquele dia foi muito louco, ficamos chapadões. Você inclusive brincou de "Femdom" com umas três moças de lá, acho que você saiu de lá nem conseguindo andar direito, né?

— Talvez eu tenha alguns gostos estranhos... — falou Brendon, com o rosto meio avermelhado. — Sim, você tá falando de mim, mas e você que dormiu com o dono e o filho do dono do estabelecimento?

— Sim, e o que é que tem?

Brendon ficou mais envergonhado ainda.

— Eram dois homens heteros com esposas e filhas.

— Bem...naquele dia heteros não eram. E onde estavam essas mulheres?

Brendon se lembrou de que elas estavam em cima dele, do lado, embaixo, tudo que é canto. Aquele dia realmente tinha sido louco.

— Olha, é uma parada meio complicada de explicar, devido ao fato de que...

Do nada, ele parou de falar.

— Que fato? Estou esperando respostas-

Brendon colocou o braço para impedir a passagem de Viktor. Ele não entendeu direito, mas ao ver a expressão assustada do seu amigo, ele imediatamente parou de andar e olhou para frente, não acreditando no que estava vendo.

— Mas que porra é essa?

Um pequeno redemoinho estava se formando naquele lugar, porém não era normal, visto que não continha somente vento e folhas secas, mas sim bastante miasma, representando uma parte da corrupção que aquele solo possuía.

— Isso é um Tornado de Miasma. Ele se forma quando um lugar possui bastante corrupção moral ou magias profanas. Não vemos muito isso lá fora porque costuma se dissolver antes de se formar, porém como aqui é um ambiente mágico e profano, deve rolar aqui com frequência. É só não tocar que tá tudo bem. Ele é imóvel.

Brendon pegou o caderno de missões da mochila e começou a folhear, tentando achar a parte do mapa. Ao chegar lá, viu um enorme quadrado verde que ocupava toda a folha de papel. No centro, uma pequena bússola residia. Ele pegou o objeto e colocou no solo, que ao entrar em contato, emitiu um pulso magnético que se espalhou por toda a floresta, desenhando gradualmente um mapa no papel.

— Pronto! É pra cá que a gente vai.

Eles iam seguir em frente, mas algo surpreendente (conveniente para o roteiro) aconteceu: o tornado começou a balançar fortemente e a tomar proporções maiores, sugando tudo ao seu redor.

— Você não disse que ele era imóvel? — gritou Viktor, segurando a árvore o máximo possível.

— E era para ser!

Brendon tentou correr contra a força do tornado, mas acabou deixando o caderno da missão ser sugado. Isso gerou certa desatenção nele, que o fez ser puxado também.

—BRENDOOOON!

O grito desesperado do seu amigo foi a última coisa que escutou, antes de ser puxado para o vórtice e ter sua mente enegrecida, perdendo sua consciência.

Brendon

Minha cabeça estava doendo pra caralho, quando percebi que não fazia ideia de onde o tornado tinha me puxado. Levantei-me rapidamente, mas tudo em volta eram árvores e folhas secas no chão. Percebi que tinha perdido o livro da missão, o que era muito ruim, pois o contrato estava nele. Ia seguir em frente, mas um som ameaçador surgiu nas redondezas. Meu coração disparou, porque poderia ser qualquer desgraça que estaria habitando aquele lugar. O som foi se espalhando e aumentando por todo o lugar, gerando uma sensação terrível de claustrofobia. De repente, as sombras começaram a se juntarem e adentrar o solo, como se estivessem tentando tirar algo de lá.

Tentei correr, mas o chão começou a tremer no local onde eu residia. Ao me virar, vi diversos ossos serem desenterrados por uma força sombria e começarem a tomar forma de uma criatura estranha. Humanóide, mas anormal. As sombras começaram a dar forma ao seu corpo, desde músculos, braços, garras, dentes e olhos negros como a noite.

— Agora eu só tomei no cu.

Tentei pegar a espada nas minhas costas, mas percebi que elas não estavam lá. A criatura urrou enquanto suas garras escuras ficaram maiores, ansiando pelo momento que iriam retaliar a minha carne. Ela correu em minha direção e não demoraria muito pra chegar, porém eu tinha que decidir se iria ficar sentindo medo e esperar ser retaliado ou se iria agir.

Essa era a minha diferença básica da maioria dos aventureiros. Não importa a situação, sempre escolha agir. Depois pense nas consequências.

Corri na direção dele, pois se tentasse fugir só perderia tempo em um lugar que não conhecia. Assim que me aproximei, as garras deles praticamente dobraram de tamanho e com um movimento implacável, ele ergueu seu braço na direção da minha cabeça, com o desejo de me decapitar. Porém eu era um combatente de alto nível, então eu simplesmente inclinei minha cabeça para trás, vendo aquelas garras negras passarem sobre o meu rosto e errando o alvo. Ao ver que errou, rapidamente ele girou o corpo e tentou alcançar minhas costas com o outro braço, porém já estava preparado para isso e me abaixei para realizar um rolamento, que resetaria o meu posicionamento. Assim que parei de frente para ele, realizei um mortal para trás e peguei duas das minhas facas que estavam no chão.

— É, meu parceiro. Agora você está fudido de tantos jeitos que nem imagina.

A criatura caminhou na minha direção com as garras arrastando no chão, queimando as folhas secas no chão. Peguei um par de luvas de couro no meu cinto de utilidades e girei as facas na mão. De repente, todo o medo que tinha sentido tinha se esvaído e uma sensação quente começou a subir pelo meu sangue. Aquela luta já estava pré-determinada.

O demônio avançou com uma velocidade surpreendente na direção do meu rosto, porém não sou um dos maiores mercenários do mundo atoa. Desviei aquele golpe com um simples gesto de bloqueio e o empurrei, como uma espécie de provocação. Ele ergueu o outro braço e tentou dar um golpe pelo alto, este que também bloqueei e o empurrei com o pé. Ao se ver recuar, a criatura ficou com mais raiva ainda. Ela tentou acertar um golpe giratório, mas segurei o seu braço e o decepei com a faca.

— Doi é? E que tal isso?

Com as garras ainda expostas, enfiei o seu membro dentro do seu peitoral, este que atravessou e o fez gritar violentamente. Mesmo "sentindo dor", ele não desistiu e tentou atacar com o outro braço, porém eu o segurei, torci e enfiei a faca em seu ombro, ao mesmo tempo em que o dei uma rasteira e o fiz cair no chão. Imobilizado, comecei a dar pisões em seu rosto, que começou a ter os ossos rachados e as sombras a se dispersarem.

—Agora você irá voltar para a puta que te pariu.

Peguei o seu crânio e comecei a puxar até sair completamente. Não foi difícil, pois aquilo já estava morto mesmo. Joguei com toda a força possível na parede, rachando aquele crânio em dezenas de pedaços.

— Porra, nem me aqueci direito e você já morreu? Assim não dá pra me satisfazer.

Peguei a minha faca que tinha cravado nele e segui em frente, pois ainda não tinha acabado. Achei minha mochila pendurada em uma árvore e minha espada no chão. Peguei-a e a olhei cuidadosamente. Logo em seguida, girei-a em minha mão e me virei rapidamente, desferindo um golpe em arco na vertical e cortando ao meio a criatura que tinha se regenerado e avançado contra mim violentamente. As suas metades voaram cada uma as minhas laterais.

Peguei um frasco de água na minha mochila e fui até uma das metades, depois o despejei em seu corpo, fazendo-o queimar e se desfazer.

— O padre até que estava certo! Essa água benta é de qualidade.

Sem risco de aquela criatura voltar, peguei a minha mochila e com parte do mapa decorado na cabeça, fui procurar por Viktor, pois ele poderia ser poderoso, mas era burro o bastante para se matar em um lugar como esse.

 


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Notas finais do capítulo

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