Orlando escrita por Gabriel Cass


Capítulo 2
Horário de Verão




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Talvez você não se lembre, mas até o verão de 2018 existia uma coisa incrível no Brasil chamada horário de verão, no qual todos os seres humanos atrasavam seus relógios em uma hora fazendo com que o dia continuasse claro até umas 20 horas da noite! Mal sabia eu que estava vivendo o último horário de verão, mas estava, porém me orgulho de ter aproveitado este horário de verão o máximo que pude. Todo dia eu saia para caminhar com uma amiga por volta de 18 horas e voltava para casa lá pelas 21, as vezes 22, em alguns dias minha amiga não estava muito afim e eu ia sozinho, quando isso acontecia eu aproveitava para correr pela pista, sempre ia até a Praça dos Proletários, na qual sempre havia muita gente passeando com cachorros, jogando vôlei, futebol, ouvindo música ou enchendo a cara.

 E o dia seguinte à minha Insolação foi um desses dias em que eu estava sozinho, então como de costume corri da minha casa até a praça, na qual eu parei para tomar um pouco de água e dar uma caminhada mais tranquila antes de voltar correndo para casa. Mas nesse dia, diferente dos outros dias, eu acabei vendo Orlando, o garoto com quem eu havia conversado no dia anterior, ele estava com um grupo de amigos, eles conversavam de forma empolgada e riam o tempo todo. Orlando ainda não havia visto que eu estava lá, mas pelo caminho que eu estava fazendo, em breve eu passaria bem na sua frente. Aquela situação me deixou um pouco desconfortável, todas as minhas inseguranças gritavam na minha cabeça que ontem ele só havia conversado comigo para ser gentil, e que agora só haviam duas opções: Ele não me reconhecer ou ele reconhecer e me considerar completamente não beijável!

 Mas apesar da insegurança eu tenho uma sede por respostas, então passei por ele de cabeça erguida e sorri, por um segundo até eu acreditei que aquela postura forte era de verdade. Tive a impressão de que ele havia sorrido de volta, mas fiquei meio em dúvida se tinha sido isso mesmo ou se ele só estava sorrindo por causa das piadas de algum dos amigos. Não dei uma segunda volta na praça, talvez minha sede por respostas não fosse maior que minha timidez, e tomei a trilha de volta para casa.

 Durante todo o percurso de volta para casa minha imaginação voou alto, imaginei como seria apresentar ele para os meus pais, chegar em festas de mãos dadas com aquele menino maravilhoso, imaginei como seria legal mandar bom dia para ele todo dia de manhã, mas ao mesmo tempo eu não acreditava em nenhuma dessas coisa, tudo isso parecia um sonho, mas apenas isso, um sonho. Mas para minha surpresa ao chegar em casa havia uma mensagem dele no meu celular:

 O: Eu te vi na praça hoje

 G: Eu também te vi! Na verdade eu sorri pra você, mas não tive certeza se você estava sorrindo de volta.

 O: Eu estava. Nós poderíamos marcar de ir tomar uma cerveja qualquer dia desses.

 Foi nesse momento em que todas aquelas fantasias que eu havia criado na minha cabeça se transformaram em expectativas. Aquele garoto lindo e maravilhoso que eu sempre fiquei olhando de longe e nunca nem sequer havia tido coragem de dizer “oi” estava me chamando para sair.


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