Coração Pirata escrita por Catelyn Hudson


Capítulo 4
O amor nos dá asa


Notas iniciais do capítulo

Aproveitando a quarentena pra terminar a história! xD



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Sua primeira tentativa foi na patrulha seguinte. Estavam descansando no topo da Torre Eiffel, e Chat Noir estava falando sobre… ela. Como Marinette.

— Chat Noir – ela chamou sua atenção. Ele se virou, e ela engoliu em seco. – E-eu tenho algo a te dizer…

— Sou todo ouvidos, Ladybug.

— Er… Chat, eu…

Um grito a interrompeu. Ambos se levantaram para checar a origem.

— Akuma? – ouviu-o dizer.

— Provavelmente. Vamos, falo contigo depois. – E partiram para a ação.

—--

O “depois” parecia nunca chegar. Toda vez que Ladybug tentava contar a verdade a Chat Noir (ou mesmo a Adrien), algo a interrompia. Geralmente era um akuma, mas às vezes fãs surgiam do nada. Era quase como se o universo estivesse tentando lhe dizer alguma coisa.

— Desisto, Tikki – disse ao fim da segunda semana. – Claramente o universo não quer que eu me revele ao meu namorado. – Tikki apenas riu. – Ei, não ria da minha miséria! Você deveria era me ajudar, isso sim!

Sua kwami se aproximou e sentou na sua cabeça.

— Mari, Mari, você escolheu a identidade errada para se revelar!

Ela franziu a testa, olhando para cima (mesmo sabendo que não a veria de qualquer forma).

— Como assim? Está me dizendo para me revelar a ele como Marinette?

— Claro! Não num lugar público, obviamente, mas na casa de um de vocês dois, para que eu possa sair da sua bolsa sem problemas.

Marinette não respondeu de imediato, pensando no que Tikki lhe disse. Por fim, concordou.

— O pai dele agendou uma… reunião com nós dois amanhã à noite. Posso chegar mais cedo e conversar com o Adrien sobre isso.

—--

Marinette passou o dia ansiosa. Será que conseguiria contar a Adrien que era Ladybug, or seria interrompida novamente?

Quando deu meio-dia, ela já tinha imaginado dezenas de cenários onde tudo dava errado, incluindo o pai dele os flagrar e proibir o filho não só de namorá-la, mas de ser Chat Noir. Tikki, querida Tikki, ela tentou ao máximo acalmá-la, e até ficou lembrando-a do que deveria levar.

— Não esqueça seu caderno de design! O Sr. Agreste certamente vai querer ver!

— Olha o presentinho que você fez para ele.

— Não esquece meus biscoitos! Ah, e leva um queijinho para o Plagg, caso tenhamos que ficar muito tempo escondidos no quarto dele. Acho que ele ainda gosta de Camembert.

Foi o motorista que a buscou, sem Adrien. Seu namorado a avisara que ele tinha aula de piano logo antes do jantar, mas ela disse que queria vê-lo tocar. Seu sorriso quase a fez contar a verdade – que ela queria usar o tempo entre a aula e o jantar para conversar. Mas ela realmente queria vê-lo tocar piano, então…

Ao contrário de suas expectativas, nem o motorista entrou na mansão com ele, nem Nathalie a esperava. Ela só tinha entrado no quarto de Adrien pela janela, então não sabia como chegar lá por dentro da casa. Bem, teria que descobrir sozinha.

Hm, talvez as aulas sejam em outro cômodo, pensou. Vou começar por este andar, mesmo. Andou pelos corredores, procurando ouvir uma melodia de piano. No entanto, o único som que ouviu foi o da voz da Gabriel Agreste. Seguiu, crendo que Adrien poderia estar com ele.

— Sabe, Nathalie, talvez deveria adiar meu plano para quando as aulas voltarem – ela o ouviu dizer. Plano? Era algo para Adrien? – Dessa forma, garanto que a maioria dos meus akumas prévios estarão aqui para serem reakumatizados. Muitos deles serão de grande ajuda.

Akumas? Akumas dele? Será que...

— Concordo – Nathalie respondeu. – Adrien disse que metade dos colegas dele estarão fora nessas férias e, se me lembro bem, o senhor disse que queria reakumatizar Cupido Negro e Desaparecida.

Será mesmo? Mas ele foi akumatizado pouco tempo atrás!

— Sim, entre outros. O Faraó seria-me útil, bem como a família Burgeois. – As palavras dele não davam espaço para dúvida. Gabriel Agreste era Hawkmoth, e Nathalie sua cúmplice.

Prendendo a respiração e se movimentando o mais silenciosamente possível, Marinette saiu daquele corredor e subiu as escadas com pressa. Finalmente, ouviu o som do piano, vindo do quarto de Adrien. Entrou discretamente, acenando para ele ao se sentar. Pouco depois, a aula acabou. Ao fechar a porta, Adrien a abraçou e beijou.

— Você se importa de eu ir ao banheiro antes de descermos, princesa? Posso te mostrar a casa.

— Ah, er… não precisa! Eu meio que me perdi, então acabei explorando a mansão antes de achar o seu quarto!

Ele arqueou as sobrancelhas, mas riu logo.

— Ok, então. Volto já!

Quando ele fechou a porta do banheiro, Tikki saiu da bolsa.

— Achei que ia contar a ele agora!

— Eu sei, eu sei – ela sussurrou em resposta. – Mas não me sinto confortável em contar aqui. Você ouviu o que ouvi?

A kwami assentiu.

— Sim, é mais seguro se for na sua casa, mas essa descoberta só reforça a necessidade de contar. A essa altura, é a melhor estratégia.

—--

O jantar foi quieto. Marinette se esforçou para ser educada e ofereceu seus designs para o Sr. Agreste checar.

— Obrigado pela gentileza, Senhorita Dupain-Cheng, mas receio que não poderei olhar seu caderno hoje à noite. Podemos marcar outro dia, principalmente se quiser feedback.

— Seria ótimo, Sr. Agreste. Vou checar meus horários e falo pro Adrien, pode ser?

Ele assentiu. As despedidas não poderiam ter sido mais rápidas. Ela educadamente recusou uma carona para casa, alegando que ia a outro lugar antes de voltar para casa e não queria abusar do motorista. Após andar duas quadras, procurou um esconderijo e se transformou. Logo chegou à janela do quarto de Adrien.

— L-Ladybug? – ele perguntou, nitidamente surpreso. A seu lado, Plagg estava com a expressão séria. Tikki disse que os dois conversaram durante o jantar, então ele já estava a par da situação.

— Siga-me – ela disse simplesmente. – Tenho algo a te contar. É importante.

Ele assentiu e se transformou, e ela o guiou até sua varanda.

— Ladybug… aconteceu alguma coisa com a Marinette? Ela não chegou em casa?

Ela se virou rapidamente e pôs as mãos em seus ombros.

— Não, Chat, ela está bem. A coisa que preciso te mostrar está dentro do quarto dela, e ela nos deixou entrar.

Sua expressão mostrava clara confusão, mas ele a seguiu mesmo assim. Estava aliviada por ele ainda confiar nela 100%, mesmo supostamente namorando outra pessoa. Ela trancou as duas portas.

— Hm, Chat, só… tenta não infartar.

— Por que eu–

Destransformar!

Chat se calou quando Ladybug foi substiuída por sua namorada, Marinette Dupain-Cheng. Ele abriu e fechou a boca várias vezes, mas sua mente estava travada. Sussurrou “destransformar” ao final, e mais nada. Marinette o fitava, esperando uma reação.

Ele não pode estar decepcionada, né? Sou sua namorada e parceira super-heroína, é a combinação perfeita?

Ah, talvez esteja em choque. Eu provavelmente teria reagido assim se não estivesse tão preocupada com a facada.

Depois de muito tempo, ele se moveu. Pegou-a pela cintura e deu-lhe o beijo mais intenso que já tiveram. Ela logo se esqueceu de tudo mais e puxou levemente seu cabelo, puxando-o ainda mais para perto.

Ha, nem um pouco decepcionado!

Só se afastaram quando precisaram respirar.

— Uau – ela disse, ofegante. – Se eu soubesse, teria contado ainda mais cedo!

Ele soltou uma risada.

— Era isso que você vinha tentando me contar nas últimas duas semanas como Ladybug?

— Olha só, voltou a falar! Sim, sim. Quase desisti, mas aí a Tikki sugeriu que eu te contasse hoje, como Marinette. Tava planejando fazer isso mais cedo, mas… – Seu sorriso se desfez. Com certeza, não a beijaria depois desta revelação.

— Mas?

Ela olhou para os kwamis. Tikki assentiu e se posicionou de frente para Adrien.

— Marinette e eu ouvimos seu pai e Nathalie conversando enquanto o procurávamos pela mansão. E… não há dúvias, Adrien. Seu pai é Hawkmoth, e Nathalie está ajudando-o.

Tikki detalhou o que ouviram, mas era claro que Adrien não estava prestando mais muita atenção. Ela o guiou até sua cama, onde ele se sentou. Por fim, ele olhou para Plagg.

— Como a gente nunca percebeu?

Plagg deu de ombros.

— Não sei, de verdade. Talvez ele tenha dado um jeito de tornar o Noroo imperceptível até para nós. Considerando que ele tem o livro dos miraculous, é bem provável. – Sentou-se no ombro de Adrien. – Olha, não culpe, tá? Quem deveria ter suspeitado de algo era eu, mas a Tikki não foi capaz de detectá-lo também, não.

— Mas ele akumatizou a si mesmo… como?

— Não temos ideia alguma – Tikki respondeu.

Marinette se sentou a seu lado e o abraçou com força.

— Vamos dar um jeito, viu? Estarei do seu lado pro que der e vier. – Ela se afastou um pouco e o olhou nos olhos. – Eu te amo, Adrien. Sempre estarei com você.

— Eu também te amo, Marinette – ele respondeu, os olhos marejados. – Mais do que nunca, agora que sei quem você é, totalmente, sem barreiras. – Ele deu um selinho e encostou sua testa na dela. – E com você a meu lado, estou pronto pra tudo. Até enfrentar meu pai.

Naquela noite, Adrien dormiu ao lado de Marinette. Mesmo tendo que acordar mais cedo para ir para casa, ele nunca se sentiu tão amado. Não mentiu para Marinette; enquanto sua lady/princesa estivesse com ele, poderia encarar qualquer coisa. Só precisavam de um plano.


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Notas finais do capítulo

E é isso, pessoal! Espero que tenham gostado da história! Deixem seu feedback, aprecio demais ♥



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