CN Beyond: Elemento X escrita por Primus 7


Capítulo 9
EvoluXion


Notas iniciais do capítulo

Olá Leitores! Aqui vai mais um novo capitulo desta história. Achou que as coisas não podem piorar? Acho errado! Vão piorar muito. Este capitulo será focado em Caco e a trilha sonora será IMPORTANTISSIMA para o contexto da história.

Você ouvir a trilha sonora completa aqui: https://open.spotify.com/playlist/63GxIquAolfdk0MKxvUQe7?si=9KOF0LgvQR-yYfSh6eVoBw
Se não tiver spotfy pode procurar a música no youtube. Quando eu pedir ouçam a música que eu indicar. Acredito que isso trará uma experiência diferente e interessante para o capitulo. Antes as trilhas era só um acompanhamento mas neste aqui ela faz parte total da narrativa.

É isso. Por favor, não deixem de comentar, deixar a sua opinião, isso é muito importante pra mim. Não deixem também de curtir a página do CN Beyond onde estou sempre postando coisas desse universo.
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Trilha Sonora completa

 

Eram onze da noite, o jovem arruaceiro Ace tragava um maço de cigarro apoiando-se no parapeito da arquibancada superior enquanto observava a distância um amontoado de pessoas lá de baixo em torno da arena, onde Docinho havia lutado e derrotado o El Pulga anteriormente. No entanto, aquele acumulo de pessoas não era por conta de uma nova uma luta no ringue como costumava ser por ali. Por alguma razão, vários dos maiores criminosos da cidade estavam se reunindo naquele armazém abandonado, algo muito raro de acontecer naquela cidade.

— E ai? — Alguém chamou pelo jovem Ace.

O rapaz virou-se e viu seus “melhores amigos do mundo” sendo, na verdade, os membros de sua pequena gangue de nobres arruaceiros. Entre eles, estava Big Billy, o grandão ruivo já apresentado anteriormente que devorava a um sanduíche bem grande; A Snake, uma moça alta, magra de cabelos negros lisos e longos e que amava andar por aí com sua boina bege, seu acessório favorito. Ela gostava do nome “Snake”, pois lhe representava mais do seu nome de batismo; a pequena Artura de la Guerra, uma baixinha latino-americana de cabelos pretos curtos que cobriam seu olho esquerdo, gostava de andar com seu canivete suíço de estimação para onde for; por fim um jovem levemente gordinho de óculos quase calvo, seu nome era Grubber e ele não era muito de falar.

— Galera, não pensei que vocês viriam. — Disse Ace. — Vocês sabem que tem essas reuniões tem boas chances de dar em merda, não é? — Relembrou.

— Você conhece a gente cara. — Afirmou a pequena Artura. — A gente nunca perderia la fiesta por nada.

— Eu ainda não entendo o que é esse código “Beat-Alls”. O que é isso mesmo? — Inquiriu curiosa a Snake.

— É um código que o submundo de Townsville usa para reunir todas as famílias e gangues da cidade. —  Explicou o rapaz. —  Normalmente, é para negócios e acordos “pacíficos” que normalmente incluem alguns tiroteios e chantagens que fazem um com o outro, etc. É bagulho tenso e complicado de explicar. Eu não recomendo vocês ficarem por aqui, eu só estou aqui, pois, o meu lance é saber os lances de todo mundo.

— Você sabe muito bem Ace que “La Guerra” é meu sobrenome. Eu não tenho medo de nada. — Gabou-se a pré-adolescente baixinha. — Se rolar treta eu quero ver com meus próprios olhos, vai ser muito divertido.

— Era isso ou ir ficar chapada em casa. — Ironizou a Snake.

— Billy veio porque soube dos lanchinhos de graça. — Explicou o grandalhão.

— E você, Grubber? Veio aqui por quê? — Perguntou Ace.

Grubber respondeu com levantar de ombros. Aparamente, nem ele mesmo sabia o motivo de estar ali. Curiosa e ambiciosa, a Pequena Artura olhou para a reunião que acontecia lá em baixo e percebeu que havia vários chefões que ela não conhecia antes.

— Nossa, tem muitos aqui. Alguns que nunca vi na vida. — Disse ela. — Aquele grandalhão moreno ali com chapéu de fazendeiro. — Apontou e descreveu o Fuzzy Confusão. — Quem é ele?

— É o Fuzzy Confusão. Já fiz uns negócios com ele. Tem uma plantação de “mercadoria” no interior da cidade. Gosta tanto arma dele como gosta da bandeira dos confederados.

— Que nojo! — Disse a Snake que odiava esse tipo de pessoa. — Não acredito que você anda com este tipo de gente, Ace.

— Eu não ando. Todavia, negócios são negócios. — Explicou Ace enquanto tragava seu cigarro com indiferença. — Além disso, eu soube que ele tem andado na pior, digamos que ele fez inimigos complicados. Corre até o risco de perder as terras dele. — Ele disse sorrindo para depois disfarçar. — Não que tenha algum dedo nessa história né...

— OK. E aquela loira gostosona ali que tá no meio daquela mulherada armada toda? — Apontou Artura para uma moça que usava um terno branco e azul e estava acompanhada por uma dúzia de mulheres de várias idades e aparências diferentes.

— Chamam ela de Femme Fatale. — Afirmou a Snake que tinha uma repulsa particular por ela. — Ela tem uma máfia só de mulheres. Ela tem um bordel e uma “boate” no leste da cidade. Não se deixa enganar por ela, ela é cruel e sádica. Promete coisas às pessoas para depois transforma-las em escravas sexuais. Muita gente já tentou prender ela, mas ela sempre dá um jeito de sair, ela é praticamente dona daquela parte da cidade. Eu tenho um ódio em particular dela, pois soube de uma amiga minha que desapareceu após ir até ela pedir ajuda para se tornar uma modelo.

— Billy fica triste pela amiga da Snake. — Lamentou o grandalhão Big Billy sentindo empatia pela amiga.

— Não fique gordão. Infelizmente, é a realidade.

— Ela está certa. — Concordou Ace antes de discursar. Apesar de seu comportamento predominantemente indiferente, ele é jovem cheio de amargura. — Aqueles que não são beneficiados tem que se submeter, jogar o jogo deles e aceitar. É fácil para aqueles que estão lá em cima dizerem “Olha assassinato é errado”, “Se prostituir é errado”, mas não fazem nada para nos ajudar. Somos rejeitados, não há escolha para nós a não ser jogar esse jogo de sobrevivência, sem espaço para moralidade, para ideologias, para crenças ou mesmo para sonhos. Aqui em baixo, o mais forte ou mais esperto sobrevive.

Concordando com as palavras de Ace, Grubber colocou a mão sobre o ombro do colega.

— Billy está ficando zangado agora.

— Todos nós estamos. — Concluiu Artura dando um tapinhas costas do amigo.

De repente chega mais uma gangue, formada por umas vinte pessoas, todas armadas, para a tal reunião. Esta gangue era liderada por três irmãos todos usando ternos caros e chiques. O irmão do meio, Slim, era o mais alto e o mais esguio, usava um terno marrou e tinha uma cara de alegre engraçada de quem estava bem fora da realidade. O irmão mais novo, Junior, usava uma boina em cima da cabeça raspada e tinhas correntes de ouro em torno do pescoço. Por fim, a irmã mais velha, Violet que agia como uma “chefe” para seus irmãos, tinha cabelos curtos, fumava um cigarro e curtia usar um chapéu chique lilás.  

— Quem veem agora? — Perguntou Artura.

— Os irmãos Protozovsky. — Explicou Ace. — Eles atuam na parte norte da cidade. São os maiores contrabandistas de armas e também são os mais numerosos. Dizem que eles tem contato na polícia e tem todos os mercenários e assassinos nas mãos deles. Eles costumam ser os intermediários nas reuniões “Beat-Alls”. Quando eles chegam a treta começa.

— Eita, mal posso esperar! — Exclamou a menina enquanto penteava a franja no olho com o pente de seu canivete

Cerca de noventa e tantas pessoas estavam reunidas em torno do ringue de luta, entre eles estavam assassinos de aluguel, mercenários, agiotas, gângsteres e traficantes, além das dezenas de comparsas e capangas que acompanhavam. Absolutamente todo o núcleo do crime organizado de Townsville havia se juntado em um lugar só. Entretanto, o curioso é que, até agora, ninguém sabia qual deles havia convocado a tal reunião “Beat-Alls”. Por constrangedores cinco minutos, os chefões de toda aquela gente trocaram olhares esperando aquele que havia convocado se manifestar, mas ninguém o fez.

 — Será que dá para andar logo com isso, Fuzzy? — Resmungou Violet. — Não tenho o dia todo.

— Tu acha que fui que chamei ô ses?! — Disse ele com seu sotaque do interior. — Tu tá doida das ideia.

Violet reagiu com um sorriso sarcástico e respondeu em tom de ironia.

— Todos sabem que você está desesperado para salvar seus negócios. Eu tenho certeza que você veio aqui se rastejar pela nossa ajuda.

Fuzzy ficou emputecido serrou os punhos e apontou para Violet.

— Nêm nus quinto dus infernu eu iria precisá de ô ses. Um bando filhinha de papai que acha que dá conta de trabalho de macho.

— Olha como fala com a minha irmã, seu caipira. — Ameaçou o Junior apontando sua arma para Fuzzy o que fez os capangas de Fuzzy apontarem suas armas para os irmãos Protozovsky, e por sua vez, os capangas dos irmãos fizeram o mesmo, mirando na cabeça de Fuzzy.

Observando toda aquela cena ridícula, Femme Fatale ria enquanto batia palmas irônicas esperando ansiosamente esses dois se destruírem.

— Não parem por mim meus colegas. — Ironizou ela. —  Essa tensão sexual de vocês baseada em ódio chega até... a ser fofa. A forma como trocam olhares ódio é quase romântica devo dizer. Eu podia ficar aqui o dia todo vendo dois dos meus maiores inimigos se destruírem assim, mas eu tô de muito bom humor hoje. Eu conversei pessoalmente com o homem que nos convocou. Ele disse algo de uma proposta, de algo grande que ele está planejando e que certamente vai nos render muito e quer que façamos parte, algo assim. E ele disse que só daria se todos estiverem em harmonia.

— Abaixem as armas. — Ordenou Violet para seus homens e irmãos e Fuzzy ordenou o mesmo para seus homens.

—  Quem é eci ômi que tu fala?

— Eu não sei. Só conversamos por telefone. Ele disse que nome dele é Joe Overcoat algo assim.

— Que tipo de nome esse? — Perguntou Junior.

— Eu não sei. Foi o que ele disse para mim.

— Tem caroço nêssi angu. — Desconfiou Fuzzy.

Repetidamente, as luzes se apagaram e ligeiramente todos no lugar sacaram suas armas e apontaram uns para os outros em plena escuridão esperando o pior acontecer. Mas, por alguns segundos, não aconteceu nada a não ser os murmúrios assustados e confusos deles mesmos. 

“Amigos, amigos... Não precisam dessas armas. Estas coisas estão prestes a se tornarem... o obsoletas” Disse uma voz que ecoou pelo lugar

— Quem disse isso? — Gritou Femme Fatale antes de sentir sua própria arma escorregar de suas mãos ao ser puxada por uma força misteriosa que era maior que ela. Todas armas e munições flutuaram até o alto onde e foram aglomeradas para formar uma esfera acima de suas cabeças Agora, todos os eles estavam inexplicavelmente indefesos.

— Minha arma! — Berrou Fuzzy. — O que ocês fizeram com a minha espingarda?

— Não fizemos nada, seu idiota. Nossas armas sumiram também. — Disse Femme Fatale.

— Como isso é possível? — Questionou Violet.

“Eu fiz isso” disse a voz que ecoou novamente pelo lugar deixando todos ali confusos e assustados.

— Deixa eu adivinhar... Joe Overcoat, não é? — Perguntou Femme.

“Precisamente. Não temam, meus novos amigos. Nenhum mal irá lhes acontecer aqui hoje, eu vim lhes dar uma oferta, ou melhor dizendo, um presente”

— E o que tu tem pra oferecê pra nóis? — Questionou caipira Fuzzy.

“Poder, é claro. Poderes além da imaginação. Imaginem cuidar de seus negócios sem precisar de armas, ou mesmo, se rebelar contra seus opressores, obter quaisquer riquezas ambições que desejarem, eliminar seus inimigos apenas com força da mente, ser imune as balas, ter a força de mil homens, voar até as estrelas, disparar raios poderosos pelas mãos e pelos olhos, desafiar, controlar e subjugar as leis da natureza ao seu favor. Notem como eu tomei as armas de vocês apenas com meu poder mental, eu posso dar esse tipo de poder a vocês”

— Isso parece papo de desenho animado. — Afirmou Violet desconfiada.  — Isso é algum tipo de truque.

— É uma proposta interessante, Joe. — Disse a Femme. — Mas lamento dizer que não acredito em nada que você disse. Nada pessoal, eu só não confio em homens.

“Então, não será um problema” Disse a voz.

Um canhão de luz se acendeu e iluminando o ringue onde agora dava perceber a presença de uma figura robusta e usando um capuz púrpura bem cumprido. Atrás dele havia um tipo de máquina misteriosa parecido com uma antena de rádio só que bem pequena, da altura de um homem comum. A figura removeu o capuz, revelando para toda a plateia seu rosto simiesco verde e peludo, e seu grande cérebro exposto agora coberto e protegido por um tipo de aquário. Era ele, era Caco atendendo pelo pseudônimo de Joe Overcoat.

— Por que eu não sou um homem, ao menos não mais. — Afirmou ele.

A plateia ficou horrorizada ao ver a figura medonha e bizarra que estava diante de seus olhos.

— Eita sô, que bixu feioso é ecê? — Disse o caipira enojado.

Até Ace e sua gangue ficaram perplexos ao ver a tal criatura símia.

— Quem é esse? — Perguntou a Pequena Artura para Ace.

— Não faço ideia! — Respondeu Ace igualmente de boquiaberta.

Caco sorriu a perceber que agora que viram sua verdadeira face, passaram acreditar em suas palavras.

— Meus caros amigos, meus novos irmãos e irmãs. Eu já fui um relés humano assim como vocês. Até que essa substancia milagrosa que está nessa máquina, o Elemento X, concedeu a mim os poderes e a inteligência de um Deus. Senhoras e Senhoras, eu os apresento o futuro da raça humana. Neste futuro, vocês não precisarão mais de armas, poderão obter o que quiserem com suas próprias mãos, nenhuma autoridade estará acima de vocês, vocês estarão no topo do mundo. Imaginem que podem fazer com esse poder? Obter todas as riquezas? Dominar cidades? Estados? Talvez a nação inteira? O mundo todo estaria aos seus pés! Este é o futuro que quero lhes dar de presente. Vocês serão os primeiros dessa nova geração de superseres que inauguraram esse novo amanhã. 

— Gostei desse cara. — Disse Ace para os seus colegas que igualmente se interessaram

Violet encarava aquela situação com estranheza. Mesmo aceitando aquela realidade bizarra, não poderia deixar de se questionar sobre as intenções desse... macaco.

— Então, você quer tomemos esse tal de Elemento X e fiquemos iguais a vocês? Vamos todos virarmos "macacos superfortes"?

— Não. Os efeitos variam de pessoa a pessoa. — Explicou. — Alguns podem passaram por metamorfoses estranhas assim como eu, outros podem apenas ganhar os poderes sem quais mudanças físicas, ou então, morrerem. Não vou mentir para vocês, é uma verdadeira roleta russa. A diferença, é que se der certo, vocês serão os pioneiros de uma nova era de seres.

Fuzzy se empolgou com a ideia. Ele sorriu imaginando-se nesse futuro, talvez, esta seja uma oportunidade única.

— Ai, Joe sei lá o quê, eu acho que Fuzzy topa eça tua proposta.

— Tem certeza chefe? —  Perguntou um de seus capangas que estavam assustados com a ideia.

— Eu tenho cara de boiola, sô? Tá na hora de ocês saberem quem é que manda aqui. Fuzzy não tem medo de nada!

— Eu não tenho nada a perder. — Afirmou Femme Fatale indo contra as opiniões de suas lacaias que não aceitaram bem a ideia.

— Eu não. — Afirmou Violet.

— Ocê tá cum medo? — Zombou Fuzzy.  — Virar bixo podi cê até bom pra ti.

— Diferente de vocês, eu considero a opinião da minha família. Além disso, não vou cair no papinho desse macaco. Eu dispenso.

Caco gargalhou com comentário da moça o que causou uma onde desconfiança entre todos ali presentes.

— Me desculpem. Acho que não fui claro o suficiente. Eu disse que lhes daria um presente. Não que teriam uma escolha. — Ele afirmou antes de estalar os dedos e fazer com que todas as entradas e saídas do lugar fossem lacradas. — Todos aqui presentes vão receber o fogo dos deuses, queiram ou não.

Uma pequena multidão correu para as portas em pânico. Tentaram com desespero soca-las e empurra-las, mas nada as abria. Não podiam revidar, pois, não tinham mais suas armas. Alguns desesperados, tentaram usar as cadeiras da arquibancada e para abrir as portas, porém, foi em vão. Ace e sua gangue, tiveram a ideia de ir pelo caminho dos túneis secretos da antiga fábrica, porém, era um caminho bem longo não iria dar tempo de fugir. Não havia escapatória. O destino de todos ali estava selado.

Enquanto o pânico corria solto, Caco voltou-se para a sua máquina. Inseriu um cilindro de Elemento X que roubara em um compartimento especifico e ativou sua máquina perversa. Na verdade, tudo era um teste para esta sua máquina, uma pequena amostra do futuro insano que tanto almejava. Ele apertou um botão e a sua máquina começou a aquecer.

— Vou derramar uma torrente de luz em nosso mundo sombrio. — Sussurrou Caco para si mesmo.

O símio mutante logo se deu conta de que estava em um momento histórico, e tal circunstancia precisava de um toque especial. Usando seus poderes telecinéticos, ele dominou o sistema de áudio do lugar e todas as caixas de sons ali presentes começaram a tocar uma música clássica que começou silenciosa e foi aumentando. Ao mesmo tempo, o dispositivo começou concentrar uma energia fantástica que foi gradualmente se expandido. Logo, ela explodiu em denso nevoeiro colorido, parecido com aquelas nebulosas espaciais, que aos poucos se espalhando pelo local.

Trilha Sonora - Also sprach Zarathustra

A música que tocava era Also sprach Zarathustra, composta por Richard Strauss e marcada na trilha sonora do filme 2001: Uma Odisseira no espaço de Stanley Kubrick, o filme favorito de Caco. Conforme os tons iam aumentando, em paralelo, todos ali começaram aspirar e absorver aquela nuvem tóxica e mutagênica e imediatamente começaram a sentir os efeitos.

Fuzzy foi o primeiro a berrar de dor, ele sentiu todos os músculos de seu corpo se expandirem mais e mais, rasgando suas roupas no processo. Um pelo lilás espeço cresceu por cada centímetro daquele corpo e unhas cumpridas como garras cresceram em seus dedos enormes e peludos. Mas, a piores mudanças foram em seu rosto. Sua fuça foi se deformando, perdendo sua humanidade, assemelhando-se mais com a de um urso. Dente afiados como facas de aço preencheram sua boca. Quando a transformação atingiu seu clímax, ele socou o chão, rachando-o e depois rosnou bem alto, como fera sanguinária.

Femme se contorcia no chão sentindo dores horríveis em suas estranhas. Todavia, não sentia nenhuma mudança vindo, mas sentiu um poder crescendo de seu interior berrando para sair. Quando seus olhos brilharam branco, a mulher sentiu um poder enorme fluindo pelo seu corpo e sentiu um prazer com isso. Logo, ela começou a gargalhar, como bruxa perversa.

Os Irmãos Protozovsky estavam entre os que sentiam as piores mais bizarras mudanças. Cada célula de seu sangue, de seus órgãos de todos os seus corpos, começaram a se fundir uma a uma, formando uma única massa gelatinosa. Violet sentiu seus pés e mãos derreterem, transformarem-se em espécie de bolha viva, ela olhou para seus irmãos e viu o mesmo processo ocorrer com eles e entrou em pânico. Ela gritou de pavor, sentindo seu rosto derreter também, sentindo-se perder a sua humanidade. Logo, o resto seu corpo todo se tornara uma enorme bolha viva. Em questão de segundos, os irmãos Violet, Slim e Junior já nem eram mais humanos. Eles se transformaram em um trio de amebas gigantes.  

Não há como descrever todas as mudanças que haviam ali. Eram dezenas de pessoas passando por mudanças terríveis, alguns tornavam-se monstros, outros apenas ganharam poderes e características particulares incomuns. Um certo homem transformou-se em um tipo de barata ambulante, outro ganhou dentes de sangue sunga em sua boca. Teve um que cresceu até uns quinze metros de altura, quase ultrapassando o teto cresceu-lhe uma cauda, ganhou espinhos por todo corpo e sua pele tornou-se escamosa e vermelha. Por fim, ganhou uma dúzia de olhos na sua testa e dentes de um tubarão na boca. Não havia como descreve-lo a não ser como tipo de monstro marinho redondo bípede. Por fim, ninguém escapou.

Nem mesmo Ace e sua gangue de arruaceiros que tentaram sair pelos túneis secretos escaparam. Eles caíram no chão sentindo dores terrivelmente angustiantes. Todos os cinco mudaram de cor, suas peles ficaram com o mesmo tom de verde, com algumas pequenas manchas mais escuras em alguns lugares. Artura estava tendo fortes e rápidas convulsões, seu coração batia tão depressa que parecia nem bater; a Snake sentiu sua língua tornar-se cumprida como de um réptil e percebeu que seu corpo podia agora alongar; Grubber teve seus dentes deformados e seus olhos ficaram tão esbugalhados pareciam que iriam escapar do crânio; Big Billy que sentia uma enorme dor de barriga e ficou ainda maior do ele já era. Por fim, Ace que respirava ofegante de dor e pânico, rasgou suas roupas e sentiu seus dentes caninos e unhas ficarem cumpridos, até um pouco afiados. O jovem tornou-se um tipo vampiro ou goblin verde, algo parecido.

Mesmo diante de toda aquela desumanidade, diante dos gritos e grunhidos de dor daquelas pessoas, aquela imagem perturbadora e surreal de suas metamorfoses genéticas, tudo o que Caco sentia era emoção e orgulho do que havia feito, do que ainda iria fazer. No momento em que a Also sprach Zarathustra atingiu seu clímax, ele comoveu-se, derramou lágrimas de emoção de seus olhos primatas. Este era o seu futuro e ele era ainda mais belo do que imaginava em seus sonhos. A partir de hoje, toda a humanidade seria seus próprios deuses e isso era lindo demais. Quando a música atingiu seus tons finais ele gritou o mais alto que conseguia.

— Isso meus irmãos e irmãs! Evoluam, transformem-se! Espalhem as chamas que eu lhes presenteei. Queimem tudo! Destruam essa cidade, garantem que ninguém ficará em nosso caminho para o futuro. Pois, das cinzas dessa cidade emergirá um novo mundo. Um mundo sem deuses, sem morte, sem injustiças. Esse é o nosso destino!

E a música finaliza com esplendoroso encerramento.

Continua…  


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Notas finais do capítulo

[ Dicionário de Referencias e Easter Eggs ]
1) Ace, Big Billy, Snake, Arthur e Grubber são os membros da gangue Grangrena. Snake e Arthur são meninas nessa verão, pois eu me inspirei na versão do Anime “As Meninas Superpoderosas Geração Z” onde ambos são imaginados como mulheres. Optei por essa versão pois queria mais vilãs femininas. Apesar de não ser visto neste capitulo, os membros dessa versão da gangue gangrena terão poderes. Poderes inspirados no que eles ganham no episódio Power Lunch (T3, EP 10B)
2) “Beat-Alls” é uma referência ao episódio “Meet the Beat-Alls” (T 3, EP 13B) onde os principais vilões do desenho se juntam contra as meninas. O nome é trocadilho com a banda Os Beatles, aliás, o episódio inteiro é cheio de referências a eles. Aqui é um código especial que os criminosos de Townsville usam para se reunir.
3) Femme Falale é antagonista do episódio “Equal Fights” (T3, Episodio 12B). Eu gosto dessa vilã, achei interessante reimaginar ela como líder uma gangue feminina.
4) Os irmãos Protozovsky são equivalente ao “Trio Amega, vilões secundários da série. “Protozovsky” é um trocadilho que eu inventei com “Protozoário” que é nome do reino da qual as amebas fazer parte. Assim como fiz com os Gangreena eu me inspirei na versão do anime e usei a Violet (ou Lady) no lugar do Chefe. Slim e Junior continuam iguais a versões clássicas.
5) “Joe Overcoat” é pseudônimo que Macaco Louco usou no episódio “Mojo Jonesin'” (T2, EP 12B). Ele usou esse apelido para enganar um grupo de crianças e conceder a ele poderes através do elemento X. Achei engraçado colocar este apelido pois quase a mesma coisa acontece neste capítulo.
6) “Vou derramar uma torrente de luz em nosso mundo sombrio” é uma referencia a uma frase dita por Victor Frankenstein em Frankenstein de Mary Shelly.
7) Você pode notar que Macaco Louco está usando trajes mais parecidos com o do desenho clássico. Inclusive com aquário que ele usa pra cobrir o cérebro.
8) Esse evento deste capitulo serve como uma origem para a maioria os vilões e personagens não-humanos ou monstruosos da série. O evento não só atingiu os criminosos da área como pegou alguns civis que estavam por perto.
9) Caco ama o filme 2001 pois o filme faz uma ótima analogia e interpretação sobre conhecimento e a evolução do Homem. E também pq tem macacos



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