Viral escrita por Mordrokr


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Semestre ta acabando e meu tempo livre crescendo. Vamo ver se agora consigo dar uma frequência nessa bagaça.

Glossário:

Cabala - Um grupo de magos com um objetivo comum.
Capela (que eu esqueci no capitulo anterior rs) - Local utilizado por magos para desde guardar equipamentos, fazer magias em segurança e se reunir. Normalmente cuidado por mais de uma cabala.
Nova Ordem Mundial - uma das convenções da Tecnocracia. Focam em manipular a humanidade através de psicologia e propaganda.
Elu - N0b0dy é não-binarie. Elu é o equivalente neutro para Ela/ele.



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Depois que Matrix saiu nos cinemas, todo adepto noob acha que é fácil e até divertido se teletransportar através da rede. Na primeira vez que eu consegui, vomitei imediatamente e precisei de primeiros socorros.

Assim que me materializei na sala dos computadores, tudo começou a girar e minha pressão caiu. Me deixei cair no sofá velho já preparado para estas ocasiões. Olhei para o teto sujo por alguns segundos e fiz um esforço para levantar – não tenho tempo a perder.

Caminho até a porta com meus sentidos ainda bagunçados. A sala de estar que entrei é decorada com uma grande cortina tie-dye na janela. As luzes dos postes a noite atravessam o tecido fino e dão uma iluminação fraca ao cômodo. No canto da sala, sobre uma prateleira, há uma televisão pequena, com um filtro descriptografador, como Sandro gosta de chamar. Supostamente anula a propaganda da Nova Ordem Mundial. No canto oposto da sala havia um sofá vermelho, do tipo que você espera encontrar em uma casa de striptease de baixa qualidade. Marcos e Ana Paula estavam sentados nele, cada um fumando um palheiro.

Marcos é o tipo de pessoa hedonista que gosta de pouca coisa além de si mesmo. Honestamente, fico incomodada com as nossas cabalas dependerem tanto uma da outra. Ele estava apenas usando uma calça jeans e tênis All Star, revelando o peito magro e um pingente de ametista que ele nunca tirava. Seu cabelo loiro e comprido estava solto.

Ana Paula, diferente de Marcos, era um doce de pessoa, sempre sendo prestativa. Já até mesmo me ajudou em alguns momentos difíceis. Ela usava um vestido preto sem decote e bem comprido. Seu cabelo preto era raspado à 2 milímetros. Bem radical para alguém de 16 anos.

Assim que entrei, Ana Paula encarou-me por detrás de seus óculos com lentes vermelhas, surpresa ao ver minha agitação. Marcos estava indiferente.

— Peguem suas coisas, a capela foi comprometida. Tem mais alguém aqui? O Sandro está? - eu disse antes que pudessem falar qualquer coisa, ríspida. Ambos me olhavam tensos agora.

— O-o Sandro está na oficina – Ana disse, trêmula – Acho que ele não volta hoje.

— Ta, mas tem mais alguém?

Ambos balançam a cabeça em negação.

Suspiro. Por um lado Sandro poderia ajudar com o plano, mas agora só preciso tirar os dois brizados daqui. Talvez isso seja mais fácil do que pensei.

Marcos se levanta e põe todos os artefatos que consegue carregar na sua mochila. Normalmente ele não cala a boca, mas já aprendeu que quando alguém da nossa cabala diz para fazer algo em nome da segurança, é melhor ficar quieto e fazer. Ana, por outro lado, parece estar em choque. Queria poder fazer algo por ela agora, mas não tenho tempo a perder.

Vou até a nossa cozinha e começo a carregar os botijões de gás para a sala. O plano de N0b0dy contava com a possibilidade de eu ter que carregar os cinco sozinha, porém minhas costas agradeceriam uma ajuda.

Enquanto carrego o segundo botijão, meu celular vibra. É elu.

— Já estou no ponto de extração. Como estão as coisas? - Pergunta a voz distorcida assim que coloco os fones de ouvido. Dessa vez nada feminina.

— Um paraíso – digo enquanto pego novamente o botijão – Ta só dois Briza aqui, a Paulinha e o Marcos.

— Bom, bom. Fala para o Marcos dar uma atrasada no tempo daí, vai ajudar bastante – pausa. Elu sempre faz isso quando está pensando - Como está a Paulinha?

Olho em volta assim que entro na sala. Ela ainda está sentada, agora com as mãos no rosto.

— Em choque. Não acho que ela vai poder ajudar muito.

— Diz para ela já vir aqui.

Solto o botijão – Pode deixar. Até logo.

Até – A chamada é concluída.

De início Ana Paula se recusa a ir e insiste que quer ser útil, mesmo sendo forte como uma mosca e estando aos prantos. Sei que ela tem ainda mais medo da Tecnocracia do que eu e admiro a coragem dela em um momento desses, só que ela simplesmente não é necessária. Por sorte não é tão difícil coagi-la em uma situação de perigo.

Marcos da menos trabalho. Ele procura seu cachimbo na mochila assim que lhe digo o que fazer – Vou ver o que posso fazer, normalmente eu desacelero quando chapo – Desgraçado, não serve nem para fazer um efeito coincidente sem ser para ele mesmo. Suspiro. Pelo menos estamos dentro do tempo e já temos uma Briza em segurança.


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