NICO

— Onde você está indo? – Kat pergunta com desconfiança, cruzando os braços.

— Vou dar uma caminhada – Nico mente. Fofo sente sua falta se não o vê com frequência.

— Você vai estar "perdido" por aí novamente? – ela pergunta.

— Eu me perdi! 

— Nós estamos aqui há meses – ela argumenta. – E ocorre de você ter se perdido no exato dia em que um trasgo estava perambulando pela escola?

— Coincidência! 

— Você devia deixar ele ir, Kat – Will diz a ela por trás de seu livro de magia de cura. Nico acena com a cabeça.

— Tudo bem, suponho que eu... por que você está segurando uma bola vermelha? – porcaria. Fofo também parecia compartilhar do amor de Cérbero pelas bolas de borracha vermelha.

— Hum, eu irei brincar de pegar... – Nico admite.

— Com quem? Você não tem nenhum animal de estimação – Will pergunta, juntando-se à conversa.

Kat encara Nico, incrédula. – Você vai brincar com o cão de três cabeças!?

— O-o-o quê? Claro que não! – exclama.

— Isso é extremamente perigoso! – Will grita.

— Posso ir? – Kat perguntou, recebendo um olhar mortal de Will.

— Vocês precisam se afastar daquela coisa –, diz Will. – provavelmente está aqui por um bom motivo que não envolve brincar de pegar.

— Está guardando algo – Nico diz, manifestando suas suspeitas. – Eu acho que é o que desapareceu de Gringotes.

— Por que eles esconderiam algo em uma escola? – Will pergunta.

— Quando Hagrid me levou ao Beco Diagonal, ele pegou algo do cofre que foi roubado. Qual é o melhor lugar para se esconder algo do que bem embaixo do nariz Dumbledore – o moreno explica.

— Ele tem um ponto. Se você ignorar a loucura que é manter um monstro de três cabeças em uma escola, faz sentido – Kat concorda.

— Nós vamos tentar encontrar o objeto perdido, não é? – Will suspira.

— Bem, agora que você sugeriu. Vamos! – Kat exclama, arrastando os dois para fora da sala.

•••

Quando chegam ao corredor do terceiro andar, Kat tenta tentar atravessar a porta. – AII! Por que não funcionou? – ela geme, segurando seu nariz.

Nico revira os olhos. – Não funciona assim.

— Deixe-me tentar – Will se oferece, pegando sua varinha. – Alohomora! – a porta se abre, Will sorri satisfeito antes de atravessar. Nico segue logo atrás dele, duvidava que Fofo gostasse de Will.

Fofo rosnou quando avistou Will, preparando-se para atacar o menino que estava surpreendente pálido. – CACHORRO MAU! – Nico intervém, tocando em um dos seus narizes. – Will é amigo, não matar – Fofo gemeu, esfregando-se em seu toque.

— É seguro? – Kat sussurra.

— Desde quando você se importa? – Will pergunta.

— Eu não me importo – ela responde, já entrando. – Ele é tão fofo, de um jeito monstruoso de ser – diz ela, expondo sua mão para Fofo cheirar. – Ele é igualzinho ao poodle dos meus antigos pais adotivos. Eles precisam cheirar você antes de você poder acariciá-los – ela explica. Os garotos lhe encaram incrédulos. Um poodle? Bem, seu nome é Fofo. 

Quando Fofo dá uma pequena lambida na mão dela, ela começa a acariciar uma de suas cabeças. – Awww, qual é o nome dele?

— Fofo – Nico responde, fazendo ambos rirem.

— Por favor, diga-me que não foi você que escolheu o nome – Will consegue falar em meio aos risos.

— Está na coleira dele! – o moreno exclama encarando os amigos rindo.

•••

Hogwarts mudou rapidamente novamente, desta vez para o inverno. O chão estava coberto de neve e os lagos estavam congelados. Nico não ficou tanto tempo em um único lugar desde, provavelmente, seu antigo hotel na década de 1940. Ele sabia que não iria durar, todos descobrirão sobre seu segredo eventualmente.

•••

— Agora, o Visgo-do-Diabo é uma planta muito perigosa que prospera em lugares escuros e úmidos. Mas nós não vamos prolongar nosso estudo sobre essas plantas durante os próximos anos – diz Madame Sprout. Que pena, talvez essa seja uma das únicas plantas que Nico possa tocar sem matar.

— O Visgo-do-Diabo pode ser morto por uma fonte de luz. Agora repitam comigo, I-N-C-E-N-D-I-O! 

— Incendio! – todos exclamam.    

— Agora, o movimento das mãos é assim – ensina Madame Sprout, movimentando sua varinha, incendiando o cacto à sua frente.

•••
 

Depois do café da manhã, Will levou Nico à biblioteca novamente para estudar. Todos os assentos estavam ocupados, então os dois se encostaram em uma das prateleiras junto a pilha de temas de poções.

— O que você obtém quando você mistura absinto e fluxweed? – Will pergunta. Por que ele está ajudando Nico, afinal? Eles se tornaram amigos muito próximos, mas ainda não entendia por que alguém tão legal e inteligente como Will seria amigo de alguém tão estranho e assustador quanto ele.

— Hey! Alguém em casa? Acorda, Neeks! – Will grita balançando sua mão na frente do seu rosto.    

Nico dá um tapa na sua mão. – Não me chame assim.

— Mas é fofo! E se adequa a você – diz ele.

— Como em nome de Hades eu me adequo ao apelido Neeks? Eu sou o garoto assustador de quem todos têm medo – o moreno afirma, com uma pitada de tristeza em seu tom.

— Nem todos, e você é um idiota adorável às vezes.

Nico cora. – É, eu socando o Malfoy foi adorável.

Ele ri. – O que você está achando de Hogwarts até agora?

— É legal – responde encolhendo os ombros.

— Mentira! Este lugar é maravilhoso! – Will exclama. – Mas eu sinto falta da praia.

— Eu odeio praia, e bem, este lugar é maravilhoso – acaba admitindo. Nico não tinha que roubar comida ou se preocupar em encontrar um lugar para dormir, mas estava mantendo um enorme segredo do qual todos o odiariam.

— Exatamente! Mas eu sinto falta de me exercitar, estou ficando rechonchudo – resmunga, fazendo Nico revirar os olhos. Ele estava longe de ser rechonchudo, mas de jeito nenhum iria falar isso para ele.

— Mesmo, o único exercício que faço é fugir de Flich – talvez Nico pudesse fugir para a floresta proibida para praticar suas habilidades e destreza na espada, faz mais de um mês que realmente treinou.

— Eu ia dizer que você podia se juntar à equipe de Quadribol como Harry no próximo ano, mas não quero que você quebre a arena – Will diz.

— Por favor, diga-me que você não vai me arrastar para seus jogos no próximo ano – caçoa.

— Ah se eu vou! Você pode ser minha líder de torcida particular – ele exclama sorrindo.

Nico faz uma careta com a imagem dele em uma saia com pom-poms. – Tente e eles nunca encontrarão seu corpo – ele ameaça, dando-lhe sua melhor “encarada da morte”.

— A outra equipe pode morrer de choque, tornando inevitável a nossa vitória.

— Se você quer que eu mate a outra equipe, tudo o que você precisa fazer é pedir – o filho de Hades encolhe os ombros, com um sorriso travesso.

Ele revira os olhos. – Estamos atrasados ​​para o jogo.

— Eu não vou.

— Venha Neeks! – Will implora. – Será divertido.

— Eu não vou desperdiçar minha tarde assistindo idiotas voando em vassouras.

— Vocês não é amigo de um desses idiotas? – Will pergunta.

— E ele terá muitas pessoas para encorajá-lo enquanto ele voa naquela armadilha da morte.

— Por favor! Você nem precisa prestar atenção – ele apela.

— Tudo bem, se não houver outro jeito de lhe fazer calar a boca – Nico relutante, concorda.

•••
 

Quando chegam ao campo de Quadribol, toda a escola parecia já estar lá. – Nickles! Willy! – Kat exclama quando os vê.

Will faz uma careta de desgosto ao nome. – Esse é o pior apelido que já ouvi, Kitty. 

Kat estava vestindo calças trouxas de brim verde-escuro, botas de combate e um blusão preto com as palavras: "Sometimes I wish I was a bird So I could fly over certain people and shit on their heads"

Nico ergue suas sobrancelhas. – Eu nunca vou deixar você perto de uma vassoura – ela mostra a língua para Nico.

— Onde você consegue essas roupas? – Will pergunta.

— Minha antiga irmã adotiva é dona de uma empresa de camisetas – ela encolhe os ombros. – Eu ganho um desconto.

Assim que tomam seus lugares nas bancadas da Lufa-lufa, Nico retira seu livro da história da magia. O livro era surpreendentemente interessante, embora seja difícil prestar atenção por muito tempo.

— Isso é um livro? Você está lendo um livro no meio de um jogo de esportes mágicos!? – Kat grita.

Nico revira os olhos. – Embora eu tenha certeza de que o conceito de leitura é novo para você, alguns de nós precisam acompanhar a classe na qual todos dormem – ela apenas o encara, antes de voltar sua atenção para o jogo.

Depois de cerca de vinte minutos de leitura, todos ao seu redor parecem entrar em pânico. Quem marcou desta vez? Nico olha para cima para ver Harry se pendurando em sua vassoura com uma única mão enquanto, a mesma balança violentamente.

Alguém deve ter azarado a vassoura. Nico olha para cima só para ver Hermione correndo descontroladamente através das arquibancadas, derrubando Quirrell. A vassoura de Harry de repente para, permitindo que Harry consiga voltar a montá-la. Um súbito grito vem da direção de Snape. Nico gira para ver suas roupas em chamas.

— Marshmallows sagrados, o que acabou de acontecer? – Kat murmura.

•••
 

Naquela noite, no jantar, Harry dirigiu-se a mesa da Lufa-lufa. – Nico, posso falar com você? – o italiano assente e o segue até um canto vazio do corredor. – Você se lembra daquela noite quando nos seguiu e Snape estava indo para o terceiro andar? – Harry sussurra.

— Por quê? Você acha que ele está atrás do que o cérbero está protegendo? –  Nico pergunta.

Ele assente. – Snape tem uma mordida em sua perna, ele está mancando. Hermione viu-o murmurar um feitiço hoje. Ela acha que ele era quem estava azarando minha vassoura.

— Por que ele iria atrás de você? E por que você está me dizendo tudo isso? – Nico sussurra.

— Ele sabe que eu sei sobre a perna, eu não sei o porquê dele estar me perseguindo. Seja como for, está aprontando algo. E estou lhe dizendo porque você é meu amigo, e você parecia saber o que estava fazendo quando enfrentou o trasgo.

Nico acena com a cabeça, não entendendo. – Algo mais?

— Hagrid mencionou que Nicolas Flamel estava envolvido. Você pode nos ajudar a encontrá-lo?

— Claro – Nico concorda. – Eu acho que isso fica só entre nós? – Harry assente. – Tudo bem – diz, antes de retornar à mesa.

•••

Mais tarde, naquela noite, Nico voltou para o dormitório quando, de repente, teve a sensação de ser puxado pelas sombras e depois cuspido para fora delas.

— Ouch – murmura de pé e alisando seu uniforme.

— Nico? – diz uma voz familiar. Nico se vira para ver Percy, Thalia e a Sra. O'Leary. 

Os olhos de Thalia se arregalaram. – O irmãozinho da Bianca? – Nico franziu o cenho, não querendo ouvir sobre Bianca, especialmente vindo de uma caçadora.

Percy começa a rir. – Nico, o que você está vestindo, você parece um vampiro.

— Por que vocês me trouxeram aqui? – resmungou. – Um minuto atrás eu estava no meu dormitório, no próximo- esta é Nova Iorque? O que, em nome de Hades, estou fazendo em Nova Iorque?

— Nós não te trouxemos aqui – ele prometeu. – Estávamos... fomos reunidos. Todos nós três.

— Sobre o que você está falando?

— Os filhos dos Três Grandes –, disse ele. – Zeus, Poseidon e Hades.

Thalia respirou fundo. – A Profecia. Você não está pensando que Cronos… – ela não terminou seu pensamento. Todos conhecem a Grande Profecia: uma guerra estava chegando, entre os titãs e os deuses, e o filho dos três grandes deuses que completar dezesseis anos tomaria uma decisão que salvará ou destruirá o mundo. Isso significava um deles. Ao longo dos últimos anos, o senhor Titã Cronos tentou manipular cada um separadamente. Agora... poderia estar planejando alguma coisa juntando-os?

O chão retumbou. Nico transformou seu anel em espada, verificou o bolso da varinha e resmungou, deixou-a na livraria. 

A Sra. O'Leary pulou para trás e latiu inquieta. Tarde demais, Nico percebeu que estava tentando o alertar de algo. O chão abriu-se sob Thalia, Percy e Nico, e caíram na escuridão.

O que acontece depois é exatamente o que acontece em “Percy Jackson e a Espada de Hades."

WILL

Will entrou na biblioteca à procura de Nico, foi à mesa habitual deles, Nico não estava lá, mas a varinha e a lição de casa sim. Revirando os olhos, colocou-as na mochila, sabendo que ele tinha esquecido suas coisas. 

Voltando-se para sair nota o Trio de Ouro em um corredor, todos encarando um livro, e Will caminha até eles. – E aí, o que é tão interessante? – pergunta.

— Nada! – eles gritam e escondem o livro.

Will os encara seriamente. – O que está acontecendo? 

O trio compartilha um olhar, então Harry fala. – Você notou algo... estranho sobre Nico?

— Por quê, o que está acontecendo? 

Harry gesticula para o livro. – Este livro é uma lista de famílias puro-sangue que estávamos procurando... e aí Ron achou isso – ele entrega o livro para Will, mostrando uma foto em preto e branco de Nico, e quem Will podia assumir ser sua irmã e mãe, mas a foto era de 1942. 

— Ele é um vampiro? – Ron pergunta rudemente.

— Ronald – Hermione silva.

— Não. Mas por que não perguntamos? Tenho certeza de que ele tem uma explicação – Will sugere.

— Não! – eles exclamam juntos. – Ainda não, prometa-nos que não vai dizer a ele até que digamos que está tudo bem – diz Harry.

— Mas…    

— Por favor, temos nossos motivos, simplesmente não diga nada – Hermione corta.

— Ótimo – Will aceita amargurado, se levantando para encontrar Nico.

•••

Ele não o encontrou.