Love By Time: O amor que o tempo trouxe escrita por Ciarán Honeylane


Capítulo 9
Pokémon




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Alex compareceu à festa de Caleb. Já estava diante da porta e foi atendido pelo pai de Alex, o Sr. Brown. Que já apresentava vários fios de cabelo brancos e ele assumia sua idade graciosamente.

— Alex, quanto tempo. Me perguntei agora mesmo quando viria aqui novamente. – Sorriu o Sr. Brown.

— Ah, sim, Sr. Brown, como vai? Sério? – Alex se surpreendeu.

— Não, eu te vi pela janela. – Riu. – Mas entre e fique à vontade.

Alex entrou na casa, segurando um presente retangular envolto de um pacote azul.

A festa era na parte de trás da casa, ao jardim, onde havia a mesa com enfeites de Pokémon e muitos balões e mesas.

— Aonde está o aniversariante? Nossa, até tem uma pelúcia enorme de Pikachu aqui. – Disse Alex indo para a parte de trás da casa. Viu um enorme Pikachu de pelúcia de costas pra fora e afofou a cabeça, quando alguém gemeu.

— Ui! – E o ‘Pikachu’ se virou, era Caleb vestindo um grande kigurumi. Ele ajeitou o capuz e olhou para Alex, sorrindo. – Oi! Alex! Você veio!

Alex viu o sorrisão banguela do menino e sorriu.

— Feliz aniversário, Caleb! Já cresceu, olha só! – Sorriu Alex. – “Ué, agora não sou mais tio?”

— Oi, cara! – Ouviu uma voz familiar, Chris se aproximava e se adiantou, ia abraçar Alex mas parou segundos antes e apertou a mão do mesmo, com um sorriso meio xoxo. – Que bom que veio. Você é o primeiro amigo do Caleb a vir.

— É, percebi que a falta de crianças. – Disse Alex olhando em volta, a lua já despontava no céu.

— Criança acho que nem vem... – Disse Chris com a voz baixa – Esqueci de entregar os convites na escola.

— Ah não... – Gemeu Chris e olhou para Caleb que não entendia nada.

— Isso é pra mim? – Falou Caleb olhando para o pacote na mão de Alex.

— Ah, é sim. Espero que goste. Se não for a versão do seu, é só ir trocar pelo do seu console na loja. – Sorriu Alex entregando o presente.

— É game?! – Exclamou Caleb pegando o pacote todo ansioso e já foi rasgando tudo. – Pokémon Stadium 2 ! Eu tenho o 1! Eu adorei! Muito obrigado! Vamos jogar, vamos jogar!

            Alex foi puxado pelo garoto que quase o fez cair no chão, em direção ao console instalado em uma pequena mesa montada la fora e controles. O menino ansioso mal conseguia encaixar o cartucho no console.

            Mais convidados foram chegando, mas eram só parentes adultos, nenhuma criança, Alex ficou preocupado que o menino se chatearia e Chris também. Anne apareceu voltando de seu trabalho, estava no celular, acenou para Alex e foi, aparentemente, tomar um banho e depois se juntou aos demais.

            Caleb ficou muito interessado no jogo tanto que os parentes cumprimentavam e ele abraçava rapidamente e voltava para o jogo, deixando os parentes com as sobrancelhas para cima.

            E o mesmo foi na hora de soprar a velinha do bolo. Alex foi puxado pra tudo que é canto, mas Caleb certificando-se que o jogo estava pausado sempre para não perder seu progresso, aquele Nintendo 64 parecia pedir arrego já.

            - Faça um pedido! – Falou Anne acendendo as velas do bolo de tema de Pokémon, as velas era um Charmander.

            Caleb pensou e pensou e pensou.

            - É pra falar? – Caleb disse.

            - Não, é pra guardar pra você. – Chris riu.

            Caleb pegou a espátula e cortou o bolo, o guri já tinha forças para isso.

            - O primeiro pedaço vai pra quem? – Chris disse para Caleb, estando ao lado dele.

— Vai pra mim, pois é o da pontinha onde tem mais creme! – Caleb disse. – Eu adoro creme de baunilha!

            As pessoas riram enquanto ele separava o pratinho ao lado para ele.

            - E o segundo pedaço? – Anne perguntou.

            - Oras, vai para a Vovó Jaracy! Ela precisa comer muito bolo, mal consegue ficar na bengala tadinha. – Falou Caleb, inocente. – Parece um bambuzinho velhinho tremendo.

            A Vovó Jaracy estava sentada na mesa ao lado da mesa principal e ela ria, apoiada numa bengala marrom, cabelo totalmente grisalho e o rosto enrugadinho, ela era, na verdade, bisavó de Caleb, da parte de Chris.

            Nenhuma criança compareceu da escola de Caleb, mas ele aparentemente não deu bola, correu direto pro game, derrubando um distraído Alex que conversava com Anne.
            - Aaah! – Assustou Alex que caiu com o traseiro no chão e acabou se sujando de refrigerante.

            - Desculpa. – Disse Caleb rapidamente ao viu o que tinha acontecido, com um olhar de receio, medo de bronca.

            - Tá tudo bem. – Riu Alex, eu só vou precisar trocar isso agora.

            - Vem. – Chris disse, puxando-o para cima. Alex ficou olhando-o enquanto ambos iam para o quarto.

            E lá estava Alex, no quarto de Chris, não era o mesmo de antes, agora era outro, maior, arrumado, provavelmente arrumado por Anne, Chris era desleixado demais para isso. Uma cama de casal onde ambos dormiam... E faziam amor... O pensado fez Alex corar e um tanto de chateio aparecer no coração. Chris estava em frente ao armário, pegando uma camisa folgada para Alex.

            Haviam várias fotos em cima de uma das cômodas, como a família toda junta e Caleb bebê nos braços de Anne.

            Chris se virou e deu a camisa para Alex que foi tirar a que usava e se virou. Tirou a blusa. Ele pôde sentir os olhos de Chris em suas costas, em sua pele, a mesma sensação de anos atrás.

            - Pare. – Alex disse, vestindo rapidamente a camisa.

            - Desculpe... – Murmurou Chris. – Eu realmente sinto muito... Se eu pudesse voltar no tempo...

            - Não há o que se desculpar, o que passou, passou. Agora tem uma linda família, só pare. – Respondeu Alex, virando-se para Chris.

            O quarto estava escuro, pouca luz entrava pela janela e era a luz da festa, do jardim. Os olhos deles refletiam um tanto da luz.

            - Eu senti sua falta. Eu queria te ligar. Mas não sabia o que dizer. – Chris voltou a murmurar.

            - Chris... – Alex de repente o abraçou. – Eu te amo, eu sempre vou te amar. Só agora eu o amo de outro jeito, como um amigo. Pare de se perturbar, de se machucar. Eu não vou sumir de novo, pode me ligar quando quiser ou aparecer na Angel.

            Chris choramingou no ombro de Alex, muitos anos de dúvida, receio, arrependimento, amargura mas um misto de felicidade por seu filho, sua família, muita coisa se passava naquele coração.    

            - OI! – Bateram na porta do nada e os dois se separaram rapidamente. Caleb entrou no quarto e acendeu a luz. – Vamos jogar, vamos! Papai, está chorando, o que aconteceu?

            - Ah, eu...

            - Ele bateu com o dedinho na quina do móvel. – Disse Alex rapidamente.

            Caleb fez uma expressão facial de agonia, imaginando, uma careta de dor.

            - Pobre papai, parece que esse dedinho foi feito só pra isso! Eu vou pedir pra Deus pra tirar todos os dedos mindinhos de todas as pessoas para elas não chorarem mais de dor, vou sim! E ainda vou pedir ao Papai Noel pra ter certeza disso! – Disse um determinado Caleb que ia saindo do quarto. – Ah eu vou sim.

            Ambos riram, olharam um para o outro e sorriram, Alex juntou-se a Caleb novamente.

            Nenhum amiguinho dele foi, afinal ninguém da escola sabia da existência da festa.

            Chris agora verdadeiramente batia com o dedinho no pé de uma das mesinhas, derrubando a latinha de cerveja do Sr. Brown no colo de Chris melando seus shorts.

            - Ah não! – Chris disse, com as pernas abertas, todo molhado ali aos shorts e olhou estupefato e indignado para Alex que disse:

            - Ah, dessa vez eu não te acompanho para o quarto... Para troca de roupa não. – Disse Alex que completou rapidamente e riu.

            Anne olhava para Chris, de braços cruzados.

            - Sem vergonha.

— Está se divertindo? – Disse Alex com certo receio, pela falta de crianças na festa, sentado na cadeira, segundo o controle número 2. Olhando para Caleb ao lado.

            - É a melhor festa da minha vida! – Sorriu, banguelinho, Caleb.

            Alex sorriu, enquanto perdia mais uma batalha para o menino que comemorou.


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