Love By Time: O amor que o tempo trouxe escrita por Ciarán Honeylane


Capítulo 3
Farsas e desejos




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— Boa noite, senhora Henning, tudo bem? – Alex ouviu a voz de Chris lá do corredor, Alex estava em seu quarto após o banho, vestia agora um camisetão branco e calças moletom largado com meias pretas, encostado na parede onde a cama se encostava enquanto via TV, embora bem baixinho, Air On A G String de Bach tocava.

            O quarto tinha janela que dava para ver tanto a parte de frente da casa quanto a parte da direita, alguns arbustos despontavam da borda inferior das janelas largas que se estendiam em três, eram cobertas por cortinas percianas.

            - Ah... O que? – Ouviu novamente Chris. – Ah é.

            Alex soltou um riso silencioso enquanto com a parte de trás da cabeça encostada na parede, mesmo para amigos ou qualquer outra pessoa, antes tinha de orar perante à cruz para, de acordo com ela, ser “purificado” de qualquer coisa ruim que tenha lá fora e Chris foi surpreendido pelo lembrete dela de fazer isso.

            - Pegue o controle, otário, vamos jogar. – Alex riu ao Chris entrar massageando os joelhos, aparentemente ele tinha decido muito rápido ao se ajoelhara para orar. – Ajoelhando muito, é?

            - Há há, muito engraçado, sabe que é você que é que vai mais faze isso, né? – Retorquiu Chris, pegando em um dos controles do GameCube  na estante onde ficava tanto o console, que ia ligando, quando a televisão. O outro controle, jogou para Alex.

            - Tu nem sabe. – Riu Alex, enquanto na televisão iniciava o game Mario Kart Double Dash. Chris se jogou ao lado dele na cama, com o controle nas mãos, empurrando os sapatos com os pés até ficar descalço.

            “É assim que se começam alguns vídeos pornô” – Chris havia dito outro dia antes de Alex quase mata-lo com um travesseiro, era muito complicado falar aquelas coisas... Explícitas... Naquela casa onde a mãe, mãe solteira aliás, era tão religiosa então se conservava em algumas coisas especialmente quando relacionado a LGBT. E, claro, tinha que ser o mais sutil e “hetero” possível, então tinha também algumas “armadilhas” para sua mãe.

            Ainda outro dia ela a chamou num canto:

            - Eu estava no seu quarto, organizando e limpando as coisas, claro... Naquele ninho... – Ela já ia se exaltar, como toda mãe viciada em limpeza e respirou fundo. Alex arqueou uma das sobrancelhas. - ... Bom... Eu achei isso aqui.

            Ela então ergueu a mão direita que estivera atrás das costas e mostrou várias revistas eróticas... Hétero... De mulheres nuas.

            - Ah... Mãe... Eu posso explicar... – Alex fingiu se assustar e corar, era realmente um bom ator. Ele queria eliminar qualquer evidência de sua homossexualidade, pois era muitíssimo mais fácil lidar com um filho hetero que se masturbava vendo mulheres nuas do que vendo homens nus.

            Ela ergueu a mão livre no ar, pedindo silêncio.

            - Você diante ao altar pedir perdão e que nos seus próximos atos de auto-prazer, fará sem qualquer imundice na mente. – Ela disse, sua voz séria, ela era quase da altura de seu filho mas ela parecia se tornar gigante quando assumia aquela aura séria. – E, filho... Use proteção quando for fazer essas... Coisas... Embora preferia que fizesse depois de casado, mas... Jovens... Eu já fui uma... E tive esse filho tão lindo que é você.

            Alex sentiu que as bochechas iriam ceder pois ela lhe agarrou com tanta força que ele soltou um gemido de dor verdadeiro, agora não era atuação.      

            - T-tá, m-mãe... – Ele, apesar de tudo, admirava a mulher. Ela havia o criado sozinho, sem ajuda de ninguém, do 0. Nem mesmo sabia quem era seu pai, nem ela. Era muito jovem e abusara demais, sem responsabilidade, acabou encontrando na religião o conforto que precisava... Ou Alex nem estaria mais lá.

            - Ta gostosa essa poeira? – Um debochado Chris disse ao vencer mais uma partida de Mario Kart. — Vamo, cara, nem parece que tá acordado.

            - Já disse, você é um nerd sarado. – Soltou Alex com o cenho franzido.  Largando o controle do lado.

            - Sou e você adora isso. – Chris respondeu com aquele sorrisinho debochado e malicioso, pegou na mão de Alex e colocou embaixo da própria blusa, fazendo-o sentir seu peito forte e seu tanquinho em formação. – Já disse... Pode ser tudo seu.

            - Para com isso, retardado, sabe onde estamos. – Exclamou Alex, tentando abaixar a voz o máximo possível e se afastar da mesma forma mas realmente gostava de sentir aquilo... A pele macia dele, os músculos, os traços... O rosto dele ficou todo corado.

            Chris adiantou-se e uniu seus lábios com os de Alex fazendo-o corar mais ainda e soltar um gemido abafado mas acabou cedendo: Fechou os olhos e retribuiu-o.

            As bocas entreabriram-se e a curiosa e ousada língua de Chris serpenteou a boca de Alex adentro, tateando, explorando para encontrar com a língua do outro e assim se entrelaçar, os corpos se juntando, quentes. Alex deslizou a se deitar com Chris em cima, dominando, que levava as mãos até a borda da blusa de Alex e ia subindo até deixar seu corpo esbelto exposto, a mão do outro subindo por ali, fazendo Alex exalar mais suspiros e gemidos, Chris desceu com sua boca, dando chupões pelo pescoço, peito e mamilos de Alex que gemeu. A perna de Alex estava a roçar, sem querer, por entre as pernas de Chris onde sentia um enorme volume ali.

            TOC TOC

            - Meninos, está tudo bem aí? – Perguntou a mãe de Alex do outro lado da porta, o que assustou e muito os garotos que em um sobressalto se arrumaram rapidamente embora ofegantes e Alex com os cabelos bagunçados.

            - S-Sim, mãe, estamos jogando games de... de luta e... Terror. – Falou olhando para Chris, enunciando com um tanto mais força a última palavra, o rapaz parecia bem chateado.

            - Abaixe um pouco o volume. Vou levar biscoitos para vocês. – Ela disse e foi possível ouvir seus passos recuando em direção à cozinha.

            Chris estava silencioso, olhava um tanto para baixo. Alex olhava para ele, praticamente o quarto apenas iluminado pela luz da televisão.

            - Acho que nunca vamos passar disso... Ou conseguir alguma coisa mais séria... Não é? – Lamentou um chateado Chris.

            - Eu... Eu sinto muito... Eu já te disse... Eu quero... Mas... Há muitas dificuldades e...

            - Corta essa... Quem quer realmente vai. É “vamo?” “vamo”. – Chris levantou o rosto, olhando para Alex, parecia realmente bem chateado. – Eu vou embora.

            Alex pensou em dizer alguma coisa mas não disse nada ao abrir a boca, Chris calçou os sapatos, arrumou as roupas e saiu pela janela, já que era o primeiro andar. Alex levantou-se da cama e foi até a janela, aonde a silhueta de Chris sumiu ao passar pela árvore da esquina, no aberto bairro tão cheio de gramados aqui e ali. Sua mãe abriu a porta do quarto.

            - Fresquinhos, cookies de chocolate... Onde está Chris? – Ouviu ela perguntar.

            - Ele... foi embora...


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