Um conto de Halloween escrita por Missy Lin


Capítulo 1
Capítulo Único - O Caldeirão da Bruxa


Notas iniciais do capítulo

E ai galereeeee, como estão neste dia mágico?
Essa fanfic surgiu de um desafio que inclui um Pack de Histórias de Halloween do grupo COVEN.
Vem mais por ai, caso queiram acompanhar pesquisem pela Tag COVEN
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Links de grupos no face nas notas finais.

Bjokas de gostosuras e boa leitura ♥



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Um conto de Halloween

MissyLin

Capítulo Único

O caldeirão da bruxa

.

.

.

 

 

— Sarada, amiga, você já gastou todas as suas verdades... — Dizia Chou-Chou com o olho arregalado, parando até, mesmo que por instantes, de comer seus doces.

Suspirei fundo, olhando o gargalo da garrafa apontado para mim. Saco. Cocei a têmpora já me arrependendo de ter aceitado aquele convite babaca de jogar verdade ou desafio na casa do Shikadai. Onde fui me enfiar?

 

Olhei em volta, e todos me encaravam, Inojin filho de Ino, amiga da mamãe nem piscava, Shikadai que estava entediado, agora também tinha sua atenção sobre mim, o esquisito do Mitsuki estava sério, e ali, atrás da bundinha da garrafa estava Boruto, com um sorriso maquiavélico dançando na face pálida pela maquiagem tosca que a mãe fez nele.

Era noite de Halloween, e depois que recolhemos os doces pelas casas da vila nos reunimos no Shikadai, já que os pais dele não estariam em casa, para fazer aquele jogo idiota. A como eu me arrependia miseravelmente de não ter ido pra minha casa.

— E ai Sarada, o que vai ser? — A voz irritante do filho do nanadaime me despertou de meu ódio interior.

— E eu tenho escolha? — respondia com rispidez.

— Vamos lá, não seja uma má jogadora. — Ele era tão imbecil.

— Desafio!

Boruto sorria diabolicamente olhando com aqueles olhos azuis, igualzinho ao do pai.

Todos esperavam ansiosos a decisão de Boruto.

— Eu te desafio a entrar na casa da Bruxa.

— A Boruto, que coisa mais sem graça. — Disse Shikadai revirando os olhos e se esparramando pra trás.

— Boruto, você não vai conseguir me assustar, isso não existe.

— Oxi. Você conhece a lenda não conhece? — ele fez uma breve pausa — Da velha bruxa que morava numa casa no bosque da parte leste da vila, todos diziam que ela fazia feitiços com criancinhas. E que, nas noites de Halloween ela retorna como um espectro fantasmagórico para sua antiga casa.

Chou-Chou até tapava os ouvidos na esperança que aquilo fosse tirar-lhe o medo.

— Quanta bobagem! — revirei os olhos.

— Você vai ou não? — Boruto voltou a me pressionar.

— Escolhe outra coisa, é desperdiçar tempo ir até lá pra nada. Todo mundo sabe que fantasmas não existem.

— Tá com medinho Sarada? — Agora ele me provocava.

— Não, claro que não, é só que...

 

Ele me interrompeu imitando uma galinha.

 

— Alaaaaah, ta com medinhooo!!! Pópópópó, Sarada ta com medinhooo.

 

— Boruto... Para... — Chou-Chou tentava intervir.

 

— Então vamos lá, mas você vai queimar sua cara e se arrepender de ter desperdiçado seu desafio com isso.

 

Me levantei e fui indo até a porta, sendo seguida por meus colegas. Eles não perderiam isso por nada. E muito menos eu. Conhecia Boruto ele me atormentaria sobre isso até o próximo Halloween, e ele é irritante demais pra ter esse gostinho.

 

— É o que veremos. — ele disse mais ao fundo. Seguindo o grupo.

 

...

 

Demoramos cerca de vinte minutos, mas achamos a tal casa que o Boruto se referia. Ela não tinha nada de mais, era uma casa antiga de madeira, com as janelas pregadas e porta fechada, estava deteriorada pelo tempo, mas nada além disso. Era só uma casa que ninguém mais viveu nela por muito tempo. O grande terror daquela casa devia ser os cupins. Só isso. Mas se Boruto queria me assustar, ele estava falhando.

 

Meus colegas pararam a bons dez metros da casa, e esperavam eu entrar. Dei de ombros e fui andando até a soleira da porta. Foi preciso exercer uma força até considerável para abri-la, já que deveria fazer anos que ninguém em sã consciência se atrevia a atravessar seus limites. Mas lá estava eu, entrando numa casa abandonada por mera tontice de um moleque loiro e sem idéias. 

 

Não acredito que estava fazendo aquela besteira. Mas já que estou aqui...

 

Olhei por todo o cômodo principal, logo após a entrada, estava decidida a aguardar ali uns dois minutos e ai sair, nada além disso, então apenas tinha que esperar o tempo correr.

 

Não era nem nove da noite, a noite estava bem iluminada pela lua cheia, tudo uma paz, o vento era fresco, mas não tão frio, alias, era outono ainda. Eu colidi com meu pé no chão, dando leves batidinhas, esperando o tempo passar para poder sair e chamar o Boruto de um belo supersticioso de mequetrefe.

 

Mas antes que o dois minutos finais se completassem algo chamou minha atenção. Uma das portas que estava apenas encostada, emitia uma luz pelas brechas laterais... despertando minha curiosidade.

 

Fui até ela, empurrando a porta com cautela, já em posição de combate, poderiam ser arruaceiros querendo encrenca. Assim que entrei, me deparei com o cômodo vazio, se não fosse pelo caldeirão de ferro no centro.

 

Arqueei uma sobrancelha, ainda curiosa. Conferi se o cômodo estava mesmo vazio, sem nenhuma alma errante, ou espectro, como Boruto disse. Mas não, só havia aquele caldeirão irradiando uma luminosidade estranha de dentro dele, mas o bendito era alto demais para que eu conseguisse ver dentro.

 

Lembrei que havia visto um banquinho de madeira na sala anterior, e busquei ele. O apoiando rente ao caldeirão. Subi com cuidado, já que o banquinho não era exatamente um móvel confiável, devido ao tempo de desgaste do mesmo. Assim conseguindo ter acesso a visão da luz que aquele caldeirão emitia.

 

Do jeito que o Boruto era um tosco, certeza que ele montou aquele ambiente para me assustar. Ele adorava pregar essas pegadinha idiotas e sem graça.

 

Quando olhei para o interior do tal objeto metálico, a luz suave que saia dele, provinha de uma névoa interessante que girava numa espiral. Seria muito errado tentar tocá-la?

 

Eu me estiquei ainda mais, confiando demais naquele móvel pútrido que sustentava meus pés. E com toda certeza, foi um grande erro.

 

Uma das pernas do banquinho cedeu, e eu não estava numa posição favorável para me socorrer, despencando de cabeça caldeirão adentro.

.

.

.

Despertei sentada na soleira da porta com minha cabeça tinindo. Mas que diacho era aquele? Sai da casa velha, ainda massageando a parte da pancada. Quando olhei em torno, meus colegas não estavam mais lá.

 

Miseráveis. Me deixaram sozinha no meio do mato. Pensa na raiva. Pensou? Agora multiplica por 100. Pois é. É o que eu estava sentindo naquele momento. Nem mesmo a Chou-Chou ficou. Aquela medrosa me pagaria quando a encontrasse.

 

Andei lentamente rumo à vila novamente. Minha capa de Drácula chacoalhava atrás de mim. Estranho, até momentos antes não havia vento nenhum, a lua estava coberta por algumas nuvens, e o vento era mais frio. Que curioso.

 

Cheguei à entrada da vila, e notei algumas bandeirolas cor de abóbora, assim como uns fantasminhas de lençol. Decoração essa que eu jurava não estarem ali.

 

Os Halloweens da vila eram mais um evento infantil, alguns ainda decoravam suas casas, mas não havia festança. As crianças coletavam os doces e iam embora. Era mais formal. Será que naquele ano estavam tentando inovar?

 

Fui andando, seguindo o som da multidão e da música, à frente vi fogos de artifício iluminarem o céu em diversas cores. Caraca, esse ano eles estavam bem animadinhos. Talvez tenha sido por isso que meus colegas sumiram, devem ter sido atraídos pelos fogos.

 

Eu andei atenta pela multidão, procurando eles pra distribuir umas belas bofetadas. Pra se arrependerem até a próxima encarnação por terem me deixado sozinha na casa abandonada.

 

Era muita gente. Todos fantasiados, barraquinhas de comida, som de risadas. Mas não tardou muito para eu ver a cabeleira loira correndo por entre as pessoas. Ele estava com outra fantasia, uma mais surrada e com remendos, nada da anterior de pirata, comprada por sua mãe numa loja de grife da vila. Era uma fantasia velha e remendada, a máscara parecia ter sido feita com jornal e cola, com uma pintura super mal feita. Boruto deve ter trocado a fantasia achando que eu não o encontraria. Menino tonto.

 

Sem ele notar minha aproximação, eu pulei o derrubando, tendo toda sua atenção. Com rapidez puxei aquela quinquilharia que ele chamava de máscara, já me preparando pra deitar ele na porrada.

 

Porém cessei meu ataque de fúria, quando vi que não era ele, não era o Boruto. Era um menino muito parecido com ele, mas não era o Boruto.

 

Eu sai de cima dele sem graça. E antes que me desculpasse e o ajudasse a se levantar, se aproximou correndo uma garota, fantasiada de noiva cadáver, ela ostentava cabelos rosas exatamente igual os da mamãe.  

 

— Ei Naruto, já está arrumando problemas? — a menina do cabelo rosa disse pro loiro que se levantou depressa.

 

Espera... Naruto?

 

Eu respirei fundo e agora olhei em volta sem a raiva que sentia antes quando caçava meus amigos traíras, mais uma seqüência de fogos de artifício iluminaram o céu, bem aonde estava o monumento Hokage. E lá estava o paredão com apenas quatro faces. Quatro rostos, quatro Hokages. Mas que mer*****.  

 

Eu tinha duas hipóteses, ou eu tinha morrido, e aquilo é a espécie de um inferno sádico, ou o pior, eu tinha voltado ao passado. De alguma forma que eu estava longe de entender, aquele maldito caldeirão com sua luz ridícula me mandou direto pra Konoha de vinte anos atrás, Naruto e Sakura aparentavam ter minha idade, apenas doze anos. Meu, na real, eu to em um episódio de Dark e não sei? Que seja só um delírio.

 

— Eu não fiz nada Sakura-chan, foi essa menina, ela pulou em cima de mim.

 

A que beleza, agora eu tinha a atenção dos dois... anda Sarada, pensa rápido.

 

— Sobre isso, me desculpe. Eu confundi você com outra pessoa, uma pessoa que quero matar. — Meu sangue fervia.

 

Vi Sakura soltar os palitos de doce no chão me encarando com as burcas mais verdes que a campina na primavera. Mas seu rosto era de simples terror.

 

Olhei pra Naruto e ele compartilhava a mesma feição que Sakura, porém com uma cara mais confusa.

 

— Como? — ela conseguiu balbuciar.

 

Só então caiu minha ficha, eu estava tão nervosa que meu sharingan se auto ativou... eu dei as costas a eles e sai correndo para o mais longe que consegui. Que erro. Enquanto corria ia me recordando das histórias de mamãe. Sasuke era o último Uchiha. Como seria possível um outro coexistir?

 

Uma pancada me fez cair e rolar chão a fora.

 

— Não é uma assombração Sakura-chan. Tá viva. — O loiro gritava enquanto se aproximava. Na verdade ele falava gritando naturalmente.

 

— Mas... mas não é possível. Eu vou chamar os outros.

 

Já era agora eu estava lascada, precisava impedi-la, ou isso me causaria sérios problemas.

 

— Não. Não chame ninguém eu te imploro. Eu conto tudo. Juro.

 

Eu levantei com alguma dificuldade, eu não esperava ser abatida dessa forma. Estava já a uma distancia considerável do centro das festividades, então me desloquei até um banco lateral e sentei, massageando meu joelho esquerdo, que com a infeliz queda, havia sido o maior prejudicado.

 

Naruto se aproximou ainda receoso. Sakura veio junto.

 

— Seguinte. Serei curta e grossa. Eu vim do futuro, mais precisamente vinte anos além desse tempo. — eu não dei muita brecha para que duvidassem — eu conheço vocês dois no meu tempo, então não adianta duvidarem, eu sei de tudo.

 

— Ela deve estar delirando, coitadinha...

 

— Ela deve estar tentando nos enrolar Naruto. Deve ser uma infiltrada.

 

— Não. Não... Não sou. O que falo é verdade. — eu puxei o ar fundo — Do tempo que venho o monumento Hokage tem outras três faces. A quinta é de uma grande Ninja chamada Tsunade.

 

Vi Sakura colocando as mãos na boca.

 

— Eu... Eu ouvi mesmo que seria ela a próxima Hokage.

 

Naruto levantou as sobrancelhas e a olhou antes de olhar novamente pra mim.

 

— Ei menina do futuro, e eu serei Hokage?

 

Soltei um riso anasalado, não é possível que nosso grande herói era aquele menino bobo. Acho que sei pra quem Boruto puxou.

 

— Baaahhh. Você tem o filho mais chato que eu conheço.

 

Vi a boca dele cair até o chão, e Sakura correu até mim rindo.

 

— Não acredito que Naruto conseguiu casar — Ela riu alto.

 

Mas isso era um assunto fútil e não me ajudaria em muita coisa. Antes que eu conseguisse falar do trágico acontecimento que me trouxe até aquele tempo, uma figura saiu da escuridão. Enquanto que Naruto e Sakura estavam fantasiados, Sasuke estava com roupa normal. Ele nem sequer tinha se dado ao trabalho de se preparar para o Halloween. Meh.

 

— O que ta acontecendo aqui? — Ele falou com a voz grave, e me encarou com tamanho ódio que eu me empurrei mais fundo no banco. Meu Kami papai, isso são modos? 

 

— Sasuke-kun!!! — Sakura deu breves gritinhos. Era engraçado saber que mamãe era caidinha por papai desde sempre. E isso me fez soltar um riso divertido. Fazendo os três me encararem de novo. — Sasuke-kun, essa menina diz ter vindo do futuro, está nos revelando um futuro completamente utópico. — Ela riu novamente.

 

— Como se chama e o que é? — ele se aproximou ainda mantendo um jeito grosseiro. Ah papai, você vai ver só.

 

Eu pensei por alguns momentos, quase aponto dele perder a paciência. Eu não poderia mais mentir, já tinha me afundado demais, eles viram meu sharingan, eu falei que era do futuro. E eu não poderia simplesmente dizer que era filha da Sakura, porque seria muita bandeira, eu basicamente era uma versão feminina de Sasuke. Então o jeito era jogar pras costas dele. E somente isso.

— Me chamo Sarada Uchiha!

 

Eu fiquei encarando ele esperando uma reação, mas ele não acreditou.

 

— É, Sasuke... A gente viu o sharingan dela. — Naruto falou.

 

E como mais uma firme prova, eu virei de costas a eles e levantei minha capa do Drácula, revelando o símbolo Uchiha costurado na minha roupa.

 

— Uchiha? — Ele me encarou incerto.

 

— Sim. Sou sua filha do futuro. — Ele não mudou a feição.

 

— Impossível. — Ele soltou essa.

 

— Não é impossível não. — eu sorri.

 

— Eu não terei filhos. Isso é mentira.

 

— Pelo visto você mudou de idéia, senão eu não existiria.  — Eu estava inspirada em deixar ele sem graça.

 

Naruto tinha até sentado no chão e estava rindo. Mamãe fechou as duas mãos tensas, e então lançou.

 

— Espera, quem é a sua mãe?

 

Dessa vez eu que ria com Naruto. Tinha como ela ser mais indiscreta?

 

— Isso não conto. — eu ri mais um pouco. Ai virei pra Naruto — Poxa vida, você é até legal, como foi ter um filho tão chato?

 

Vi Sasuke puxando o ar furioso. Nem parecia o pai que me chamou de amendoinzinho semana passada. Sorri com a lembrança.

 

— Sakura se quer um spoiler, você é a mulher mais forte que conheço.

 

Isso fez os dois encararem ela, a fazendo ruborizar.

 

— Bom... Chega disso. Só nos conte o que você quer aqui! — Sasuke cavaaaaalo.

 

— Ai, eu não vim pra cá por querer, foi um desafio idiota do filho desse aqui. — Apontei pro Naruto — Ele me desafiou a entrar numa casa velha com a história que era de uma bruxa, e eu acabei caindo numa espécie de caldeirão de voodu, e vim parar aqui.

 

Vi Sasuke coçar o queixo. Mas então Sakura interrompeu.

 

— Gente, acho melhor nós chamarmos o Kakashi-sensei.

 

Sasuke olhou pra ela e fez uma afirmativa com a cabeça, e assim ela saiu.

 

Enquanto Kakashi não chegava Naruto me enchia de perguntas e falava sem parar, enquanto que Sasuke apenas me encarava sério. Quando Kakashi chegou, tive que novamente provar minha autenticidade e contar toda a história de novo. O mais velho também me observou pensativo.

 

— É... isso é inusitado. — ele deu uma pausa até longa demais — Bem que dizem que no Halloween os véus entre os mundos ficam finos. Bom, vou dar uma investigada, se isso realmente é possível creio que você precisa voltar pra casa antes da meia noite, antes que o dia mude e você fique definitivamente presa aqui.

 

— Eu preciso mesmo volta, se eu não voltar minha mãe vai me quebrar em um milhão de partes.

 

Naruto estava bem atento, e levantou uma sobrancelha.

 

— Certo, vou dar uma investigada, fiquem por perto e não se metam em problemas.

 

E lá se ia Kakashi. Não tardou muito pra Sasuke dar as costas também.

— Ei Sasuke, seu bastardo, não vai nos ajudar? — Naruto berrou. 

 

— Isso é problema de vocês, eu estou indo nessa. 

 

— Saaaaaassssskeeeeeeeee. — Berrou mais alto, mas nesse ponto ele já havia evaporado.

 

— Bom, agora são dez da noite, só tem duas horas pra você voltar pra casa, enquanto Kakashi não decide... o que vocês querem fazer?

 

— Lamén!!! — Naruto gritou, nos puxando rua a dentro.

 

Eu seria muito ingrata se não dissesse que aquele era o melhor Lámen que eu já havia comido. Até que estávamos nos divertindo. Mamãe era bem enérgica e dava uns belos supapos no Naruto, quando este falava alguma bobagem. Não me admira o Nanadaime ter medo dela no meu tempo. Realmente ela deitava ele.

 

Algum tempo depois me retirei para ir ao banheiro que ficava no final da rua, felizmente a fila era pequena. Na saída acabei sendo barrada por Sasuke. Isso me fez pensar que ele deveria estar nos espionando desde o momento que ele falsamente foi embora.

 

— Se você é realmente quem diz ser, então acho que não recusaria meu convite — eu o encarei sem entender muito bem — Gostaria que você duelasse comigo.

 

— Tá... — eu o segui pelos telhados até um descampado gramado, deveria ser um centro de treinamento. Tenho que tomar cuidado para não machucá-lo. Lembrei quando o Nanadaime queria implicar com meu pai, dizendo que ele era um sabichão que queria as lutas sempre pra ele. Que não podia ver um ninja diferente que queria testar suas capacidades. A mamãe não entrava muito em detalhes, mas uma vez escutei a mestre dela, Tsunade, dizendo que a mamãe não teria se desenvolvido tanto como ninja se Sasuke não tivesse partido. Kakashi nunca assume nada, mas certa vez ouvi ele os repreendendo dizendo que ia chamar mamãe pra botar ordem. De certo, tanto o tio Naruto, quanto meu pai eram bem complicados.

 

Eu me preparei para nosso duelo, provavelmente ele só queria testar minha força, era isso que eu pensava até ele vir com o golpe sujo de um Katon no Jutsu. Sorte que consegui pular antes que as chamas me alcançassem, minha capa não teve a mesma sorte, a retirei quando as chamas já a consumia.

 

Com uma velocidade alta ele já estava do meu lado dando uma bicuda, mas eu barrei com o ante-braço, e devolvi com outra bicuda, ele se tornou um pedaço de tora, e com meu chute ela partiu.

 

Parei ofegante olhando em volta, procurando ele. Então não tive outra alternativa senão ativar meu Sharingan. Ele apareceu, também com seu Sharingan, e ambos entramos em uma luta corporal, ninguém realmente se acertando, já que líamos os movimentos um do outro antes que o dano fosse feito.

 

Saltei para trás numa estrelinha perfeita, esperei que ele me encarasse, mas ele não percebeu o que eu tinha percebido atrás dele, troquei de lugar com minha capa chamuscada, ele saiu, mas não foi rápido o suficiente, quando dei meu Shannaro no solo abaixo dos pés dele, criando uma fissura, ele se desequilibrou e caiu com os olhos arregalados. Com outro salto, eu projetei uma kunai de Chakra e o rendi.

 

Papai perdeu. Haha

 

Eu me afastei e o ajudei a levantar, ele estava todo empoeirado.

 

— Estou surpreso.

 

Eu já estava com meus olhos negros, assim como ele, não tentei esboçar cara de satisfação por ter ganhado dele, mas era quase impossível.

 

— Eu só não entendo, por ser Uchiha, você já teria idade para fazer o Katon, ele é um jutsu primário para o clã Uchiha.

 

Isso é verdade? Poxa vida!

 

— Olha... você nunca me ensinou isso, na verdade as minhas técnicas de lutas eu aprendi com a mamãe.

 

Vi ele levantar uma sobrancelha... Estaria curioso?

 

— Foi assim que você aprendeu a lutar e essa força sem igual?

 

— Foi, ela é muito forte. A mulher mais forte que eu já vi.

 

Vi ele dar uma risada, e coçar o queixo.

 

— Eu sabia...

 

— O que?

 

— Nada. — Ele disfarçou olhando para o lado. Será que eu dei bandeira e revelei sem querer quem seria a minha mãe? Impossível. Só se a pessoa fosse muito observadora, só sendo isso, pois eu era basicamente meu pai versão feminina, até minha mãe falava isso, só puxei pra ela duas coisas, o nariz e a boca. Somente isso, seria impossível uma pessoa comum perceber.

 

Mas... mas Sasuke não era comum não era?

 

— Não acredito que você descobriu quem é minha mãe. — Revirei os olhos, eu estava sendo direta, não poderia deixar isso barato.

 

Ele coçou o nariz. E apontou pra boca e o nariz.

 

Cacete. Ele percebeu.  Apesar que isso me fez questionar como ele exatamente notou a semelhança, ele já reparava assim na mamãe desde sempre também? Curioso.

 

— Mas na verdade, aquela hora você disse sobre a mulher mais forte da vila, e agora disse que quem te ensinou foi sua mãe. Sério que tentou mesmo esconder?

 

Eu ri com a capacidade que ele tinha de interpretação, não era a toa que ele era o investigador numero um da vila da folha.

 

— AH, temos um Sherlock Holmes aqui!

 

— Oi?

 

— Esquece, é uma coisa do meu tempo. — Eu ri.

 

— Falando em seu tempo... Se nele não te ensinaram o Katon, eu te ensino.

 

WHAT?

 

— Você está falando sério?

 

— Sim! — Ele fez uma pausa antes de continuar — Preste atenção, primeiro você precisa concentrar chakra no peito, então faça os seguintes selos — enquanto ele falava ele os fazia — cobra, tigre, macaco, javali, cavalo, tigre, no selo final, assopre o chakra do peito, e ele se tornará a bola de fogo.

 

Ele fez o passo a passo e assoprou aquela enorme quantidade de fogo. E depois olhou pra mim, querendo que eu fizesse também.

 

Eu fiz exatamente como fui orientada, eu tinha um bom manuseio de chakra, minha mãe me ensinava desde que eu era pequena, então conseguia move-lo por meu corpo com muita facilidade. E lá estava eu fazendo os selos, quando assoprei o fogo saiu muito alto e forte, o que acabou me arremessando para trás.

 

— Nada mal para uma primeira vez. — Ele sorriu.

 

— Eu fui um desastre — Ri levantando e abanando a poeira do meu corpo, mas estava sendo muito divertido — Eu não achei que seria tão difícil.

 

— A primeira vez que fiz esse jutsu, saiu apenas uma chaminha, como um fiapo de vela, então fique feliz, você se saiu muito bem.

 

Meu Kami, eu quero por meu pai num potinho e pegar pra mim.

 

Quando nos voltamos para o lado, lá estava Naruto e Sakura.

 

— Sarada por que sumiu assim? Te procuramos por todos os lados, se não fosse essa bola de fogo nunca teríamos a encontrado a tempo. — Sakura falou rápido.

 

— Vocês estavam lutando é? — Naruto disse olhando a destruição.

 

— Apenas treinando. — Eu disse em defesa — Por que estava me procurando tanto?

 

— Kakashi encontrou a casa, e disse que o tal caldeirão esta lá sim, precisamos ir rápido para lá antes que dê meia noite.

 

Quando olhei percebi, faltavam apenas meia hora. Nós quatro fomos correndo, o mais rápido que conseguíamos. Chegamos a casa faltando somente cinco minutos.

 

Eu respirei fundo, não sabia como me despediria deles.

 

Naruto se aproximou coçando a cabeça, e depois me abraçou, meio sem graça, e eu o retribui. Independente dele adulto ou criança, eu gosto muito dele.

 

Sakura me abraçou e cochichou no meu ouvido, ainda perguntando quem seria minha mãe, eu ri e a abracei de volta. Mamãe tinha o mesmo cheiro gostoso e cabelo macio. A como eu a amo.

 

Sasuke não fez nenhum movimento de que iria me abraçar, então eu fui até ele, mas não o abracei, fiz algo mais impactante. Para isso, leia-se “POKE”. Ele regalou os olhos e tocou a testa, exatamente minha reação quando ele fez o mesmo comigo pela primeira vez. Depois falei um obrigado baixinho, só pra ele ouvir.

 

Abracei Kakashi também, mas ele ficou todo confuso. Depois corri pra dentro da casa, e antes que o relógio badalasse meia noite e pulei dentro dele.

.

.

.

Abri o olho sentada no beiral da porta, levantei e olhei meu corpo, eu estava suja, sem a capa do Drácula e cheirando pelo queimado. Sai de lá massageando o pescoço, que noite...

 

— Meu Kami Sarada, por que demorou tanto? — Era Chou-Chou.

 

— Vocês estão aqui? — Fiquei surpresa.

 

— Era só pra entrar, não precisava ficar quinze minutos lá dentro. — Quinze minutos? Mas eu fiquei horas fora.

 

— Achamos que a Bruxa tinha te comido! — Boruto falou em deboche.

 

— Ah ta bom, agora eu vou pra casa. — Não me preocupei em explicar nada.

 

— Sakura cadê sua capaaaaa? — Gritava Chou-Chou ao longe.

 

Mas eu não queria explicar nada, eu queria chegar logo em casa para mostrar pro papai uma coisa.

 

Quando abri a porta da casa, flagrei minha mãe agarrada no meu pai enquanto eles assistiam um filme de terror pastelão de Halloween. Ao abrir a porta com tudo, eles deram um salto de susto.  

 

Seria engraçado, da minha perspectiva, mamãe se levantando envergonhada tentando catar as pipocas que voaram no papai.

 

— Sarada, meu Kami, quase me mata do coração. — Mamãe se voltou a mim numa velocidade incrível. — Achei que fosse ficar mais com seus amigos.

 

— Eu ia, mas já fiquei fora o suficiente.

 

Mamãe não entendeu muito bem o que quis dizer, mas papai ficou curioso, eu passei pela mamãe e pegue na mão de papai o chamando para fora de casa, ele me seguiu prontamente.

 

— Eu quero te mostrar uma coisa.

 

Já no pátio de fora, tomei uma certa distancia dele, mamãe estava na porta nos olhando em silêncio. Então puxei o ar, e fiz como Sasuke me ensinara.

 

Puxa o ar, concentra o chackra, cobra, tigre, macaco, javali, cavalo, tigre, no selo final, assopre o chakra do peito.

 

E la estava, para o espanto dos dois o meu Katon no Jutsu.

 

— Sarada, como? — Mamãe disse momentos depois se aproximando mais.

 

— Eu aprendi, ora bolas.

 

— Você se saiu muito bem, Sarada, parabéns. — Papai disse por fim, com um sorriso no lado do rosto. — Estou orgulhoso.

 

Nós entramos, mamãe me preparou um chocolate quente, e tomamos terminando aquele filme brega. Depois disso me aprontei e fui dormir. Os dois passaram para dar boa noite. E se foram.

 

A luz do quarto provinha da luminosidade que entrada pela minha janela semi aberta. Conforme o vento chacoalhava as folhas, estas criavam sombras engraçadas no teto.

 

Eu sorri. Lembrando de tudo que vivi naquela noite de Halloween graças ao baka do Boruto. Estava curiosa se realmente vivi aquilo no passado, se meus pais se lembrariam da menina estranha que apareceu dizendo ser do futuro, ou se simplesmente, havia sido transportada para uma outra realidade.

 

Ao fim, eu só podia agradecer. Agradecer pela minha família, pelos meus amigos, e pelo meu novo Jutso.

 

Boa noite!!!

 

Feliz Halloween!!!


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Notas finais do capítulo

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