Euphoria escrita por Tessaro


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu vou colocar todas as músicas no capítulo 8, que é o capítulo final dessa fic, então se alguém se interessar em uma das músicas pode me pedir antes que eu passo.

Boa Leitura!!



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Eu ainda olho para você com olhos que querem você

Quando você se move, você faz meus oceanos se moverem também
Se eu ouvir meu nome, vou seguir seu caminho

Eros Holland era exatamente a definição do que as mães odiariam.

Ele era rebelde, espirituoso, tinha um sorrisinho de merda que tanto irritava quanto conquistava garotas.

Ele também tinha uma jaqueta de couro estúpida sobre seu estúpido corpo estupidamente bonito, ele também tinha anéis sobre seus dedos compridos e finos marcados de contusões, correntes sobre seu pescoço e um anel em seu lábio inferior, brincos em suas orelhas e tatuagens obscenas espalhadas pelo corpo

Ele também era a decepção amorosa de todos os garotos e garotas possíveis.

Eros Holland era um monumento, como a estátua grega de Davi, você pode olhar, você pode ver seus músculos e seu rosto, sua face branca e sua postura, mas você não pode tocar.

Isso não era um problema para Leah Clearwater.

Bem, não era.

Até que ele se torne a primeira decepção amorosa de Leah Clearwater.

***

Um fato pouco conhecido pelas pessoas, era que Leah Clearwater se entediava muito facilmente.

Seja com pessoas, animais, conversas ou hobbies, ela se entediava, facilmente.

Então, não foi absolutamente uma surpresa quando ela se cansou de Sam Uley.

Ele era o perfeito sonho estereótipo de toda menininha, alto, forte e bonito, gentil e carinhoso, uma brisa em um dia de verão, era como se ele fosse a luz no escuro de uma pobre alma perdida.

O começo do relacionamento foi ótimo, é claro, ele a levava para jantar, comprava flores, e eles ainda faziam sexo como todos os outros casais, o problema de fato era, Sam Uley era entediante.

Eles não tinham mais aquele fogo ardente de amor que eles tinham em seu primeiro ano, eles se tornaram chatos, monótonos e distantes, o único que parecia não perceber era o próprio Sam.

Então, quando sua mãe bem com uma ideia ridícula de acampamento de verão, ela vai, sem ideia nenhuma de que o Acampamento de Verão de 2010 seria o melhor verão de sua vida, e talvez sua maior decepção amorosa.

***

O que quer que sua mãe tenha dito sobre as férias de verão serem mágicas em um maldito acampamento de verão no meio do nada, com apenas árvores e idiotas como companhia, se prova verdade quando Leah se dá conta de duas coisas.

1 - Ela está realmente em um ônibus para ir ao Acampamento de Verão Sol Nascente.

2 - Ela tem certeza que vai estrangular todas essas pessoas cantando músicas felizes com rostos felizes e vidas felizes de mais.

Ela suspira, porque é óbvio que isso vai ser completamente a coisa mais ridícula que ela já fez, ela não sabe o que a fez aceitar vir nesse acampamento, talvez a necessidade de ficar longe de Sam, ou o fato de precisar de espaço.

Ou talvez o fato dessas serem as últimas férias que ela vai ter antes do temido e famigerado último ano do Ensino Médio, talvez ela queira ter um verão agitado igual ao de Bree Tail, a irmã mais velha de Jared Tail, e talvez a maluca mais festeira de La Push.

O acampamento é igual aos dos filmes, várias casa de madeira rústica rodeando uma pequena fogueira com árvores como bancos, é claro que os meninos e meninas ficam separados. Os instrutores são jovens com roupas ridículas de escoteiro.

O diretor - ou o que quer que ele seja - é um velho careca com um chapeuzinho estranho com uma alegria incontestável, ela o odeia.

Na verdade, ela meio que está odiando sua mãe por a mandar para esse lugar.

— Você vem para festa hoje a noite? — a garota ao seu lado sussurra, ela é o típico modelo Barbie estereotipada com peitos grandes, barriga lisa e cintura fina, cabelos loiros ondulados e olhos azuis arregalados.

— Festa? — ela não pode deixar de perguntar, curiosa, não costumam ocorrer festas em La Push, e a maioria delas é toda certa, sem bebidas e outras coisas.

— Festa de iniciação, o único dia do acampamento onde não temos nenhum tipo de monitoramento, bebidas, drogas e toda e qualquer coisa que você possa imaginar. — ela sorri, misteriosamente, por um momento ela parece mais que uma Barbie plastificada. — É onde os casais do verão se formam.

— Eu tenho namorado. — ela não pode deixar de sorrir.

— E seu namorado tem outra. — ela levanta as sobrancelhas. — Você é uma adolescente em férias de verão em um acampamento isolado com garotos gostosos e hormonais, o que você faz? — ela pega sua rosa do chão, entrando na cabana que ela e Leah dividirão com outras garotas idiotas nas próximas seis semanas.

— Fogueiras? — era para ser uma afirmação, mas sai mais como uma pergunta.

— Sexo. — Ela sorri, se jogando na beliche de cima. — Muito sexo. No mato, nas barracas, na canoa, na tirolesa, em qualquer superfície plana existente. E quem sabe, esse não seja o melhor verão da sua vida chata e sem sentido.

— Eu nunca trairia o Sam. — ela finalmente pode dizer. Ela não sabe se faz essa afirmação para si mesma ou para a garota, porque ela não tem mais certeza de nada, ela e Sam estão fadados ao fracasso. A garota revira os olhos.

— Eu sou Rachel a propósito. — ela murmura. — Esteja pronta as oito, e durma um pouco, não vamos voltar antes das cinco, ou talvez seis. — ela logo vira de lado, fechando os olhos.

— Leah. — ela responde, para ninguém em especial.

***

21 de junho de 2010

Ou dia do Desastre como Leah carinhosamente gostava de chamar.

Foi o dia onde ela conheceu Eros Holland, o dia onde ela percebeu que talvez Sam não fosse o cara para ela, e talvez, onde Sam não fosse nada além de um cara bonito e esquisito que precisava de uma namorada bonita para se sentir um pouco mais másculo.

A festa era muito diferente do que ela esperava, a coisa era que, ela não fazia ideia de como eles colocaram luzes de natal no meio do nada, nem como eles conseguiram um som tão grande, e nem como eles conseguiram todas as bebidas ilegais e os baseados.

O ponto era, o local deixava pequenas borboletas flutuando em sua barriga, Rachel já estava com algumas amigas, Leah era a novata do acampamento, o que a deixava compreensivelmente sozinha.

Ela não está se divertindo, não no começo, mas a música a envolve, e ela se vê dançando no meio da multidão, o estômago agitado de euforia, os braços se remexendo ao som de Super Bass da Nick Minaj.

Ela tem uma cerveja na mão, ela não sabe de onde a conseguiu, mas é gelada e desce como licor dos deuses por sua garganta seca, ela tem um momento, onde respira pesadamente, seu corpo implorando por ar.

É quando ele se aproxima.

E talvez seja o maior erro de sua vida, ao mesmo tempo que pode ser o maior acerto, porque tudo nele grita encrenca, seu rosto estupidamente bonito, sua jaqueta de couro, seus piercing no lábio, seu sorriso maroto e todo o resto, dos cabelos bagunçados até as botas de combate.

— Quer fumar um? — ele grita, com o rosto perto do seu, ele cheira a cerveja, maconha e balas de menta.

E por algum motivo, talvez o destino, ela não pode recusar, talvez sejam seus olhos, talvez seu piercing no lábio, ou talvez todo o pacote de estereotipado bad boy.

Eles acabam no lago de canoagem, sentados lado a lado com os pés na água, milhares de estrelas acima deles, encobertas por uma camada de poluição, mosquitos rondando as lâmpadas amarelas e canoas flutuando na água.

— Fizeram uma aposta, Rachel para ser exata. — ele diz, depois de passar o baseado para ela. — Ela queria ver, se eu seria capaz de ficar com você até o final do verão, ou se você seria capaz de permanecer fiel ao seu Sam.

Ela não pode deixar de rir, de raiva é claro.

— Vale quatrocentos dólares, se você ficar comigo, eu divido com você, duzentos para cada. E você ainda pode falar que ficou com o incrível Eros Holland, galinha descomprometido e bad boy supremo. — ele pisca, antes de sorrir, incrivelmente maroto.

Ela não sabe se é o sorriso, ou o fato dela saber que Sam e ela não valem mais a pena, que eles não tem futuro, talvez seja sua sinceridade mórbida, ela não sabe bem, mas ela sente a inexplicável vontade de fazer suas férias valerem a pena.

— Duzentos dólares e uma aposta valendo a pena. — ela sorri de lado, Eros olha para ela, olhos escuros parecendo a entrada do inferno.

Ele sorri, e talvez, por um momento, ele realmente pareça o diabo.

Então ela o beija, ele é frio, seus lábios são gelados e partidos, mas ainda assim muito melhores que os de Sam nunca foram.

Ela sente uma euforia tão grande dentro de seu corpo que não tem certeza se pode deixa-la ir, é a emoção, talvez, a sensação de não ter uma vida monótona e um relacionamento fracassado, mas ela e Eros fazem sexo.

Ele é realmente como o Deus a qual foi batizado, apaixonante, erótico e tudo de errado que o Deus do amor faz.

Eles sempre prometem que é a última vez.

Nunca é.

Eles continuam voltando, talvez porque no fundo eles saibam que foram feito exatamente um para o outro, eles se encaixam, como um quebra-cabeças, ou talvez eles sejam como Todd Marmota e Olive Penderghast de A mentira, mas eles se completam.

Isso é o que importa.

***

22 de setembro de 2010

O dia em que Eros Holland partiu o coração frio de Leah Clearwater... e talvez o dia que ela partiu o dele.

— Seus duzentos dólares. — ele diz, lábio compridos em aversão, olhos castanhos brilhantes no que suspeitosamente seriam lágrimas, mas ele nunca vai admitir, ela também não admite que seus olhos molhem. — Quer fazer um pacto de cinco anos? — ele diz, depois do que parece uma eternidade.

O ônibus amarelo e o dia maravilhoso parecem uma afronta a sua dor.

— O que? — ela diz.

— Pacto de cinco anos, daqui a cinco anos eu vou te encontrar, se você não estiver casada com esse Scott eu caso com você. — ela quer corrigi-lo, que o nome de seu namorado é Sam não Scott, mas tudo que ela pode pensar é que Eros está pedindo sua mão em casamento.

— Está me pedindo em casamento? —ela não pode deixar de perguntar, seus ouvidos zumbem, tudo é demais nesse momento.

— Não, estou fazendo uma proposta que não nos deixa acabar sozinhos no futuro, você pode não se casar com seu namorado, e eu posso nem estar vivo daqui a cinco anos, mas é o mais sensato a se fazer.

— Sensato? — ela sibila. — Não posso fazer isso, não tem três meses que nos conhecemos... — parece insano. Mais ainda ela querer aceitar.

— Então olha nos meus olhos e diz que essas não foram as melhores férias da sua vida. — ela não pode. Porque essas foram as melhores férias de sua vida, e Eros sabe disso.

— Tudo bem. — ela diz, antes de sorrir como uma louca. — Um pacto de cinco anos. Parece bom, tudo bem, tudo bem. — ele gargalha com ela, mas é uma gargalhada falsa, tudo isso é imensamente insano.

— Te vejo daqui a cinco anos Srta. Clearwater. — Eros não faz uma grande despedida, ele só se inclina, antes de virar e montar em sua Harley-Davidson.

— Até daqui a cinco anos Eros. — ela não chora, não é de seu feitio, mas ela definitivamente se sente triste o suficiente para lamentar quando entra no ônibus e se senta ao lado de Rachel.

Elas percorrem o caminho do acampamento até Seattle em silêncio, sem uma palavra.

Mas é quando ela vai descer do ônibus que ela finalmente fala com a garota vaca que Rachel é.

— Obrigada, por possivelmente fazer a melhor aposta da minha vida sua vaca falsificada. — ela sorri gentilmente. — Eu espero que sua vida seja uma merda e que você pegue uma DST em um banheiro químico no show do Nirvana. — ela sorri falsamente antes de sair do ônibus.

Sua mãe espera por ela no ponto de ônibus, talvez tudo que ela precise é do abraço dela, porque quase tudo instantaneamente fica melhor, ela se faz da menina rogada e conta tudo de bom sobre o acampamento de verão, ela não conta sobre Eros, porque ele é a única coisa boa em sua vida, a única coisa boa não pública.

É quando ela chega em casa que as coisas desandam como em um furacão.

Sam está diferente, ele parece ter tomado anabolizante para cavalo e crescido pelo menos 40 centímetros em três meses, os olhares culpados de sua mãe, pai e sua prima favorita não ajudam na coisa.

Ela não fica brava com Sam por trai-lá, seria hipocrisia, ainda assim ela joga pratos e copos atrás deles, porque tudo o que ela pode ver quando olha para Sam é Eros, seus olhos, sua boca e o coração partido que ele deixou para ela, e ela o odeia tanto que chega a doer seus músculos.

Ela se lembra claramente daquele dia, seus rosto borrado de lágrimas e ranho, ela gritando uma série repetida de "porque você teve que me deixar?" quando não é para Sam, é tudo para Eros e seu estúpido plano de cinco anos.

São 1825 dias que ela vai ter que ficar sem ele, estúpidos 60 meses que vão demorar eras para passar.

Ela surta por horas antes de finalmente se recompor, ela se torna uma vadia malvada depois daquele dia, todos pensam que é por Sam, mas nunca foi Sam.

Enquanto Sam era sua monotonia chata de todos os dias, Eros era o combustível de uma explosão nuclear.

Ela entende, alguns meses depois o que realmente aconteceu com Sam e Emily.

Ela os odeia mais ainda. Porque ela ainda tem 4 anos e 9 meses para ver se Eros é realmente o cara.

***

5 anos depois

O dia em que Eros Holland retorna em sua vida quieto como um terremoto.

Eles estão no único bar de Forks, logo depois da batalha final com os Volturi, todos estão aqui, o bando e suas marcas, e os vampiros, mesmo que eles não bebam.

Fazem cinco anos, e Eros Holland ainda não apareceu. Ela tenta ao mínimo pensar nele perto de Edward, ela não consegue, porque é claro que ele sabe de tudo o estúpido vampiro.

Mas é claro que os caras desligados de seu bando não sabem de nada, porque eles são estupidamente inconscientes e estúpidos.

Mas é naquela tarde, em um bar e Forks nevando como se neva todos os dias que Eros Holland chega, com sua moto estúpida e sua jaqueta de couro estúpida, ela o vê antes que o vejam - exceto Edward, porque ele é um idiota que não sabe sair da mente das pessoas - mas ele já a viu a muito tempo.

— Duas cervejas. — ele diz ao barista, segurando as garrafas de vidro com uma mão e pegando uma cadeira com a outra, a enfiando entre Seth e Jacob. — Você cortou o cabelo. — ele murmura, o sorriso estúpido no rosto antes de passar a segunda cerveja para ela.

— E você fez mais uma tatuagem, não falamos das decisões estúpidas de cada um. — ela rebate, ele ri, como a cadela que ele é.

— Se casou com aquele cara, Sam? — ele pergunta, lambendo os lábios e bebendo mais cerveja. As respirações estridentes são o suficiente para ela saber que todos esperam que ela surte.

— Ele me traiu com a minha prima. — ela finalmente diz. Ele aperta os lábios em uma linha apertada de diversão.

Ele gargalha, e ela não pode deixar de rir também, tudo isso é mais que estúpido.

— Rachel pegou uma DST no show do AC/DC se você está interessada em saber. — ele volta a se recostar na cadeira. — Sua previsão do show do Nirvana estava errada.

Ela apenas bufa, ela espera que Rachel esteja morta.

— Ela era uma vaca.

— Uma vaca peituda — ele ressalta.

Ela revira os olhos.

Eles ficam em silêncio, apenas olhando um para o outro.

— Você sabe, o plano de cinco anos deu certo. Eu não morri de overdose, e você não se casou com um idiota. — ele faz uma pausa, bebendo o resto da cerveja com um gole só. — Eu tenho um baseado na minha moto e deve existir uma canoa nesse lugar de merda. — ele sorri, com o canto dos lábios. — Se você não quiser, eu tenho uma casa de campo em Denver, se a gente se apressar chegamos lá hoje. E eu tenho certeza que tenho um lago de canoagem.

Ela fecha os olhos e ri alto.

— Eu não sei onde temos uma canoa, mas sei onde posso encontrar camisinha. — ela os ouve engasgar.

Mas foda-se.

Leah Clearwater vai pensar em si mesma pela primeira vez em sua vida.

Eros ri e se levanta.

— Você paga a conta, eu paguei da última vez.

Ela sorri, e se levanta, eles saem pela porta do bar, ela monta na antiga Harley-Davidson de Eros e ele liga o motor.

Foda-se todo o resto.

Leah Clearwater vai se casar.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem ♥