Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 72
Somos uma família, lutamos como família, morremos como família (parte I)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783908/chapter/72

Capítulo 70

Somos uma família. Lutamos como família, morremos como família (parte I) 

 

I

Madrid, Espanha

30 de julho de 2017

 

No quarto da mansão no bairro de Valdebebas, Gotzone e Syaoran dormiam. Não era qualquer sono, os dois estavam agarrados a taça da liga dos campeões da Europa que haviam ganhado nesse verão e mal acreditavam que estava lá. De repente, os dois acordaram ao mesmo tempo e olharam um para o outro, fazendo um sim com a cabeça. A armadura vermelha como sangue da Ordem montou no corpo deles quase que de imediato. A de de Gotzone vinha com uma capa e uma espada enorme de duas mãos, a de Syaoran não, ele apenas contava com a sua velha espada que saia da esfera negra que carregava do bolso ou da palma das mãos. 

Os dois correram para a varanda e pularam no teto. Cerca de trinta soldados vestidos com a armadura da Ordem do Dragão já estavam lá. 

— Gotzone, Syaoran! Estamos aqui, em nome do Interventor da Catalunya para deter você! — disse um dos soldados.

— E será que vocês não pararam até agora pra pensar que são peões na mão do Interventor que ele descarta à vontade? — disse Gotzone. Os soldados ficaram confusos, mas não questionam as ordens que receberam. Eles apontaram seus arcos e flechas e dispararam contra Gotzone e Syaoran. Asas transparentes vermelhas apareceram nas costas dos dois e eles correram entre os soldados, lutando desesperadamente contra eles. Um por um, começaram a cair, cortados com um golpe só e tombando como se fossem peças de dominó em cima de uma mesa. 

Syaoran e Gotzone eram fortes demais para o nível delsa. Depois que a loira derrubou o último deles, Syaoran perguntou:

— A gente tem que chamar o Aitor, né?

— Você não acha estranho? — perguntou Gotzone. 

— Estanho o quê? 

— Eles são soldados de baixa patente da Ordem na Catalunha. O Interventor comandante não permitiu nenhum recrutamento mais na Ordem, mas parece que no quintal dele não… 

— É aquela coisa do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, não é? — comentou Syaoran.

— Bem por isso mesmo… O engraçado é que ele, antes, precisava desse tanto de peões, mas agora não precisa mais… Estranho, não acha, Shorancito? Ele vir descartar esses soldados aqui, pra cima da gente? — perguntou Gotzone. 

— Ele tem os novos soldados dele, não tem? Aqueles caras de “armadura negra”. Fora que também ele pode estar mandando uma mensagem pra gente, que ele não vai deixar a gente em paz… — comentou Syaoran.

— Pode ser… Faz tempo que ele não manda um “oi”, não é? Tenho medo que seja uma distração… Eu tô preocupada… Acho que vou ver o Juan pra ficar mais tranquila… — disse Gotzone, dando um leve beijo em Syaoran. — Cuida dos meninos.

— Toma cuidado… — disse o Chinês, enquanto a companheira subia nos céus, desaparecendo nas nuvens.

 

II  

 

Badajoz, Espanha

Começo da maadrugada do dia 31 de julho de 2017

 

A lanterna na mão dela até que iluminava bem o campo de milho onde estava, mas, naqueles tempos difíceis de manejar, uma lanterna só não bastava. Ela fechou o punho na altura do peito e disse:

— Aparezca Dragón! — disse a menina. em pouco tempo, Uma armadura vermelha como sangue cobriu o corpo dela. Ela voou rapidamente entre os corredores da plantação, indo de encontro ao perigo que havia sentido. Era Gotzone, de braços cruzados. 

— Goti! Você por aqui! — disse a menina. 

— Você não deveria estar na cama uma hora dessas, Lorena? — disse Gotzone. As duas começaram a caminhar juntas pela plantação. 

— Sim, mas… Senti o perigo… E também… Eu tive um pesadelo. Andar no meio das espigas de milho que o Vô plantou me traz um pouco de paz… — disse Lorena.      

— Bueno, pelo menos você já tá afiada… — disse Gotzone, elogiando a menina. Ela ficou vermelha na hora. 

— Obrigada… Você também não veio pra cá só pra fazer uma visita, não é, Goti? Eu acho que você deve ter tido o mesmo pesadelo que o meu… 

— O Juan tá ai? — perguntou a Loira.

— Tá sim, eu posso acordar ele, se você quiser, mas minha irmã Patrícia tá estudando em Madrid, como você bem sabe… — respondeu Lorena.

— Ótimo, já ajuda. Eu falo com a Patrícia quando eu voltar… — disse Gotzone.

 

III

 

Café e qualquer coisa com cafeína não eram coisas que a jogadora gostava de beber por conta dos treinos que fazia, mas, naquela noite tumultuada, ela também não conseguia pensar em outra coisa.  

— Caramba, Gotzone! Eles chegaram a invadir a mansão em Madrid? — perguntou Juan, servindo-se com um copo de café preparado por Lorena. 

— Não é a primeira vez. Antes era um, depois era dois. Sempre a cada dois meses, sabe? Dessa vez, foram trinta. O Aitor e eu estamos investigando as motivações deles, mas sempre que eu leio a mente deles, só enxergo uma ordem cega que eles receberam do Interventor da Catalunya… 

— Eu fico surpreso como eles continuaram a recrutar durante esse tempo todo! Pimenta nos olhos dos outros é refresco! — disse Juan, mastigando uma bolacha de água e sal. 

— Penso a mesma coisa. Acho que, no começo, eles devem ter achado que era fácil pegar as Cartas Clow e mantiveram os recrutamentos. Agora, eles partiram pro plano B e não precisam mais de soldados. Eles já contam com três Interventores nossos pros planos deles.

— Se eles não precisam de soldados e já corromperam três interventores… Não consigo entender como eles ainda não foram direto na gente! Minha fazenda é conhecida, Goti! Eu fico imaginando que eu e as minhas netas podemos ser alvos deles a qualquer hora! — disse Juan. Lorena tremeu de medo na cadeira dela. — A Lorena vai pra faculdade ano que vem e… 

— Não é questão de virar alvo ou não. A gente já é alvo deles faz tempo! Eles só não atacaram antes porque eles sabem que encarar qualquer um de nós não é tarefa fácil sem as Cartas Sakura e sem a chave do lacre… O Marcos que o diga… — disse Gotzone, melancólica. 

— Que Deus o tenha… — disse Lorena, fazendo o sinal da cruz. Gotzone riu do gesto dela. 

— Você acha que agora, depois de quase um ano, eles pararam de ir atrás da Chave do Lacre e agora estão sondando a gente? — perguntou Juan.

— Eles não estão sondando a gente. Eles estão prontos para executar o real plano deles: eliminar a Ordem do Dragão. — disse Gotzone. 

— Mas como… — começou Juan. 

— Minha espiã na Torre Negra me confirmou. Você teve um sonho, não teve, Lorena? — perguntou a loira de tranças.

Juan e Lorena ficaram chocados. O avô olhou para a neta e ela confessou, cabisbaixa. 

— Eu sonhei que… Eu sonhei que a minha irmã Patrícia tinha o pescoço arrancado! Arrancado por um escudo! — disse Lorena, aos prantos. — Por isso, eu não consegui dormir direito!

— Você ligou pra ela, ligou pra ver se ela tava bem, não ligou? — perguntou Gotzone. Lorena não falou mais nada. Juan levantou-se da cadeira com o rosto mais sério do mundo.

— Gotzone, isso é grave! É a vida da minha neta que tá em perigo! A Lorena nasceu com o Dom de prever o futuro, se ela viu o que viu, então… — disse Juan. 

— Então a gente tem que partir pra cima deles antes! — disse Gotzone, com um ar pesaroso. 

Enquanto ele falava, um escudo voou pela janela. Ele quase chegou a bater no pescoço de Lorena, mas ela baixou a tempo. A parede da cozinha, onde estava a pia, veio toda a baixo. Uma mulher de armadura negra flutuava no ar, usando um colar real com a estrela maltesa no pescoço. 

— Juan Ortiz, eu presumo… Eu estava em Madrid e acabei me encontrando com uma tal de Patrícia Ortiz, conhece? Eu acertei o meu escudo no pescoço dela e… Ela nem se levantou mais, sabia? — disse a mulher, sorrindo.

— Maitê? — disse Gotzone, assustada. — Então aquilo na minha casa era uma distração, não é? Pena que não deu certo…   

Juan e Lorena não falaram mais nada. Levantaram os punhos para o alto e gritaram.

— Aparezca, Dragón! — disseram os dois. A armadura vermelha como sangue apareceu no corpo deles. Uma capa escarlate estava nas costas de Juan, com uma árvore de azinheira em meio ao vermelho da capa.

 

Continua…   




  




 





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.