out of my head (when you’re not around) escrita por houdini
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
q u a n d o n ã o e s t ã o a q u i
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Não são muitas as vezes em que Kokoro se sente sozinha; afinal, além de todas as integrantes da Hello, Happy World! lhe fazerem companhia ora em ensaios, ora na escola, sempre existe alguém a qual ela consegue puxar conversa na rua — sejam eles os trabalhadores locais, as crianças do parque ou as garotas de outras bandas.
Por isso, mesmo com o eco que as paredes de sua casa fazem quando chega da escola, seu dia continua divertido enquanto planeja durante horas e horas sobre coisas que poderia fazer com todo mundo no dia seguinte.
Afinal, enquanto todos estiverem sorrindo, isso basta.
Ainda, Kokoro não deixa de notar que a mansão se torna um pouco grande demais quando suas amigas estão ocupadas com outros afazeres e, antes de acabar o dia, ela acaba tendo que voltar para casa por não ter ninguém disponível para passar o tempo consigo.
Aquela semana é um exemplo notável daqueles momentos em que Kokoro sente alguma coisa estranha se formar dentro de seu peito — em que as paisagens ao seu redor se parecem mais distantes e em que há apenas ela mesma ali.
Devido à correria do final do ano, o comércio se agiliza, a escola se agiliza e as pessoas se agilizam por causa da pressão de terminar tudo o que precisa ser feito a tempo de poderem curtir os feriados que ocorrem nessa época do ano.
Kokoro entende que as coisas funcionam daquela forma, mas como uma pessoa que não se afeta a esse tipo de mudança — diferente das suas amigas — tudo se torna monótono e sem vida. E, definitivamente, ela não gosta desse sentimento.
Por isso, sem a companhia de ninguém em especial, Kokoro tira um bloco com folhas em branco da mochila e começa a rabiscar ideias em um banco da praça da cidade. Mesmo com todas as circunstâncias parecendo desoladoras, o pensamento de desistir de mais um dia daquela semana por não saber como passar o tempo livre a assusta — e, por isso, ela procura gastá-lo da melhor forma possível, sem se dar por vencida.
Pois, afinal, se não tentasse mais — se não sorrisse — como faria outras pessoas sorrirem? Em sua linguagem, uma resposta negativa à essa pergunta não faz sentido nenhum.
E, no meio de tantos transeuntes passando de lá para cá, Kokoro escuta uma voz familiar a chamar enquanto cutuca seu ombro.
“Kokoro? O que está fazendo aqui?” Misaki lhe dirige um olhar curioso.
“Oh, Misaki! Eu nem percebi que você estava aqui!” Kokoro sorri largo, sentindo uma alegria muito grande ao vê-la. “Está voltando da escola agora? Ah, quer dar uma olhada nas ideias que tive sobre nossos próximos shows? Nós podemos voltar juntas para casa depois! E também—”
“Calma, calma, Kokoro! Uma coisa de casa vez!” Misaki retruca, um pouco cansada, mas aliviada de que a garota esteja falando com energia como sempre — diferente de alguns minutos atrás, em que olhava o nada com uma expressão neutra.
Para Misaki, aquele foi apenas um momento estranho que até mesmo cogitou ter imaginado. Entretanto, para Kokoro, o sentimento de estar sozinha no meio de tanta gente foi real, de uma forma em que ela pede a uma estrela que Misaki, Kanon, Kaoru e Hagumi estejam ali para sempre.
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Obrigada por ler!