Invisible Play escrita por Douglastks52


Capítulo 12
Fadiga e Frigideira


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Kurokawa continuou caminhando em busca da saída da floresta: 

—Mesmo que tenha sido um mal-entendido aquilo acabou por ser bem divertido. -Pensava ele sorrindo e sentindo-se satisfeito. -E eles ainda estavam pegando leve comigo, evitando me machucar muito, evitando pontos vitais e não usando muitas habilidades.  

Ele usou seu braço para apoiar-se numa árvore e parou: 

—Preciso continuar andando, mas minhas pernas não conseguem mais se mover... 

Ele olhou para trás e viu o rasto de sangue que estava deixando: 

—Eu realmente não estava à espera de um feitiço que lhe permitisse recarregar sua arma instantaneamente. -Reclamou ele encostando-se a árvore e sentando. -Tenho que ser mais cuidadoso na próxima. 

Já quase não sentindo dor em suas feridas e lentamente vendo sua visão falhar, ele percebeu que seu estado era preocupante: 

—Eu não posso parar agora. Podia ligar para Lizzy, mas eu duvido que vá durar até ela chegar aqui... 

Ele abriu seu inventário a procura de algo que pudesse ajudá-lo, mas acabou por não encontrar nada. Enquanto seu corpo ficava mais pesado e frio, ele via sua barra de vida lentamente aproximar-se do zero. Mas abaixo da sua barra de vida, sua barra de mana permanecia cheia: 

—Preciso levantar, se eu conseguir sair da floresta e encontrar alguém ou um NPC posso comprar uma poção de cura... 

Ele tentou mover seu corpo, mas seus músculos não respondiam. Percebendo que talvez não houvesse nada que ele pudesse fazer a frustração o consumia: 

—Não agora...Não vai ser aqui que vou morrer... 

Ele começou a levantar seu braço lentamente: 

—Não me importo o que custe, eu vou me mover, eu vou sair daqui. 

Ele sentia que não havia mais força em seu corpo, era como se ele estivesse se movendo apenas com a força de sua mente. De alguma forma, ele levantou-se e reparou em algo estranho: Sua barra de mana tinha diminuído um pouco: 

—Mana deveria ser usada para conjurar feitiços, mas eu nem sequer tenho feitiços, como isso é possível? 

Ele tentou dar outro passo em direção à saída da floresta e viu sua mana diminuir de novo: 

—Calma...eu estou movendo meu corpo nesse momento não com força, mas sim com mana? 

Com essa nova possibilidade em mente, ele começou a analisar a situação novamente: 

—Mesmo que consiga mover meu corpo usando mana, os meus movimentos são muito lentos e vou acabar por morrer de sangramento antes de sair da floresta. E por outro lado, baseado na quantidade de mana que consumi só para levantar e dar um passo, minha mana vai acabar antes de qualquer coisa. Mas mana é usada para feitiços, ou seja, deve dar para fazer qualquer coisa com ela... 

Ele sentou-se novamente e começou a concentrar-se em suas feridas. Sua mana dessa vez diminuiu rapidamente, mas um dos buracos em seu corpo fechou-se: 

—É possível curar-se com mana então. -Sorriu Kurokawa. -Só preciso fechar mais cinco feridas então... 

Ele concentrou-se e rapidamente foi regenerando seus ferimentos. Mas faltando ainda duas feridas e com sua mana próxima ao fim, ele percebeu que tinha um problema. Kurokawa sentiu que seus olhos podiam fechar a qualquer segundo e ele perderia a consciência. Com o restante de mana que tinha, ele continuou tentando se curar e no mesmo instante que sua mana atingiu zero, ele ficou inconsciente.  

Quando ele abriu seus olhos novamente já estava de noite. Ele levantou-se lentamente sentindo muita dor em todo o seu corpo: 

—Parece que não fui capaz de curar-me completamente... 

Enquanto caminhava para fora da floresta, ele conferiu seu celular e percebeu que tinha várias chamadas perdidas de Lizzy. Kurokawa achou que talvez fosse melhor dizer-lhe algo e decidiu ligar-lhe: 

—Ah...Lizzy? 

—Kurokawa?! -Disse Lizzy preocupada. -Eu tentei te ligar tantas vezes, onde você estava? 

—Então...eu meio que acabei me encontrando com dois assassinos, fui atravessado por uns seis tiros, perdi sangue demais, desmaiei e só acordei agora. Mas está tudo bem. 

—Como isso pode ser tudo bem? -Disse ela suspirando. -Mas vindo de você talvez até seja normal... 

—Eu vou voltar à Vila e depois vou para casa. 

—Tudo bem, tente não se envolver em mais confusão no caminho... 

Kurokawa despediu-se e continuou caminhando até a Vila. Vários minutos mais tarde, ele finalmente alcançou a NPC que lhe deu a missão. Ele falou com ela brevemente e recebeu a atualização em seu mapa. Sem mais nada para fazer, ele simplesmente regressou a casa. No caminho, Kurokawa percebia que sua velocidade estava um pouco mais alta do que antes, mesmo que ele não tivesse passado de nível: 

—Se eu me lembro bem, a Lizzy disse que era possível aumentar nossas características através de treino físico, então suponho que lutas também sejam consideradas como treino. 

Quando chegou a sua casa, ele adentrou-a e dirigiu-se para a cozinha, cumprimentou Lizzy e tentou silenciosamente pegar um saco de caramelos. Mesmo que ele tivesse se esforçado, ela acabou por perceber: 

—Não! Eu estou fazendo jantar! 

— ”Não!” você! Essa é a minha casa e você não é a minha mãe! 

—Kurokawa, você pode ser arrogante o quanto quiser lá fora, mas dentro dessa cozinha, eu sou deus! 

—Eu vou comer esses caramelos! 

—Não, você não vai! 

Os dois encararam-se durante alguns segundos e permaneceram imóveis. Kurokawa decidiu ser o primeiro a agir, ele rapidamente abriu o saco de caramelos, pegou um e tentou levá-lo a sua boca. Lizzy pegou na primeira frigideira que viu a frente e arremessou-a no braço de Kurokawa. Ele derrubou o caramelo e caiu no chão imóvel: 

—LIZZY! Sua psicopata, eu não consigo me mexer, o que você fez?? 

Ela pegou o saco de caramelos e guardou de volta no armário: 

—Eu adicionei um efeito paralisante naquela frigideira. 

—Isso é injusto! Tira o efeito! 

—Não! Você vai ficar aí parado até eu terminar o jantar. 

Kurokawa continuou se debatendo no chão e gritando: 

—LIZZY! 

Ela aproximou-se dele e aumentou o efeito da paralisia fazendo com que ele não fosse mais capaz de falar: 

—Não me atrapalhe. 


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Notas finais do capítulo

Um capítulo menor e mais calmo dessa.