Like a Vampire Extra: This is Halloween escrita por NicNight


Capítulo 5
Capítulo 5- Dance até cair




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Descendo as escadarias da escola diretamente pro primeiro andar, as garotas se pegaram quase cegas pela mudança abrupta na luz.

Como algumas das garotas perceberam, as mesas quebradas haviam sido retiradas do lugar, assim como todos os cacos de vidro que antes estavam jogados no chão graças á uma certa pessoa.

Percebendo os olhares dessas certas garotas, Lua foi rápida em desviar o olhar, fingindo inocência.

—EI!- Sol de repente berrou, fazendo todas as doze pularem- Onde diabos vocês estavam? Procurei vocês por toda a parte!

—Tenho certeza que ela não tá falando com a gente.- Haruka murmurou pras suas irmãs.

—Não deve ter procurado muito bem, então, porque estávamos bem no andar de cima.- Priya disse.

—Nos andares de cima, quer dizer.- Brunna a corrigiu.

—Ah, claro. Porque vocês não conseguem ficar paradas no mesmo lugar e aproveitar a droga de uma festa de Halloween!- Sol reclamou, ironicamente- E eu vou assassinar a Lua, sem a fantasia dela pra combinar com a minha, eu só fiquei parecendo uma idiota egocêntrica vestida do próprio nome.

—O que me lembra...- Lua deu um pulinho pra frente de Sol- É UM ECLIPSE!
—Eu não entendi a pia....Ah... Sol e Lua, eclipse.- Eliza pensou um pouco- É. Não é uma piada difícil de entender, na verdade.

—Eu falei que era genial!- Lua comemorou.

—É... Eu diria fofo.- Sarah disse- Agora “genial”...

—Um pouco demais.- Sofie completou.

—AH! FINALMENTE VOCÊS CHEGARAM!- A voz de Mao foi ouvida do outro lado da festa, especialmente pelo jeito que ele chegou pulando- SENTI TANTA FALTA DE VOCÊS!

—Não demonstrem afeto na minha frente, por favor.- Cousie tampou os olhos- Pronto, podem se abraçar e fazer... o que quer que amigos fazem.

—Meu Deus, Cousie, você não recebe abraços?- Daayene pareceu abismada.

—Especialmente no aniversário dela.- Haruka concordou- Hoje. No caso.

As meninas ficaram pasmas.

—O SEU ANIVERSÁRIO É HOJE?- Victoria segurou uma risada.

—Podem pensar em qualquer piada envolvendo bruxas e minha personalidade, eu provavelmente já ouvi todas elas.- Cousie pigarreou- Tem algum ponche aqui?

—Não mais.- Mao arqueou as sobrancelhas pra Lua.

—Ah, uma pena.- Haruka ajeitou a saia de sereia- Eu bem que estou precisando de um ponche. Ou qualquer bebida. De preferência com álcool. Usei meus poderes demais hoje.

—Eu já vi você estourando centenas de garrafas de vinho ao mesmo tempo.- Sofie pareceu confusa- Como que criar um escudo da água do bebedouro é demais.

Haruka deu de ombros.

—Se me permite... senhorita?- Mao pareceu com medo do que chamar Haruka, mas o senhorita foi o suficiente pra arranjar a atenção dela- No fundo do corredor tem um bar, se você pudesse me dar a honra de te acompanhar até lá...

Sol virou pra ele, uma de suas sobrancelhas se arqueando:

—Por que diabos você tá falando com ela como se ela fosse a rainha da Inglaterra, cara?

Haruka pareceu pensar um pouco na proposta, olhando Mao de cima a baixo.

—Ela não v...- Cousie começou a falar, mas foi interrompida pela própria irmã:

—Seria um prazer.

—É o quê?- Lua ficou assustada.

Bem, assim com todas as outras garotas, que tentaram disfarçar os olhares arregalados mirando os olhos pra outros cantos.

Porém não houve muito tempo pra discussão, já que no segundo seguinte Mao levava Haruka pelo braço até o fim do corredor.

—O Mao acabou de...- Nikki estava claramente confusa.

—Sim. Eu acho que sim.- Daayene disse.

—É só um bar.- Sofie revirou os olhos.

—Por favor, Sofie, você sabe que nem você mesma acredita nisso- Brunna revirou os olhos.

—Ah, agora eu fico sozinha!- Sol reclamou- Desgraçado...Mal-agradecido... Hipócrita...

E então ela saiu pisando forte, fazendo as doze se perguntarem se ela não estaria indo pro bar agarrar Mao pelos cabelos.

Não demorou muito pra elas verem Jackson se aproximando, com Yui apoiada nele, tomando um gole de água.

—Ei, vocês.- Jackson as cumprimentou, porém sem tirar a mão da cintura da Yui- Sumiram, vocês estão bem?

—Ah, sabe, resolvendo umas coisas- Marie disse, pegando um copo de ponche (novo) de um garçom que passava oferecendo bebida- E a Yui, tá bem?

Yui apenas olhou pra ela com os olhos vermelhos meio fracos, e fez um sinal de sim fraco com a cabeça.

—Desmaiou a pouco tempo atrás- Jackson disse- Não sei exatamente o porquê. Mas acho que devo levar ela pra casa daqui a pouco.

—Pra que casa, Jackson?- Nikki questionou.

—Pra... Dela?- Jackson parecia incerto sobre qual era a resposta certa.

As irmãs Herbert se entreolharam.

—Eu não sei o que significa.- Jackson pareceu confuso.

—Significa que elas querem que você seja responsável e use camisinha, colega.- Priya respondeu.

Jackson ficou vermelho que nem um tomate com o comentário.

—Oi?- Yui perguntou, claramente com o corpo ainda bambo e a cabeça meio avoada.

—Nada, nada.- Sarah disse com um sorriso, apesar de ter certeza que ela não ia entender muita coisa no seu estado atual- Só leva ela pra casa, Jackson.

Jackson fez que sim com a cabeça e então começou a sair da escola com Yui.

—Lembra do que a gente disse sobre ser responsável!- Victoria gritou- Não seja que nem eu!

O irmão das meninas apenas as ignorou, muito pra tristeza delas.

—Tadinho do irmão de vocês.- Eliza comentou.

—Tadinho nada!- Sofie disse- Tivemos que passar por uma conversa muito desastrosa desse tipo com nossos pais, mas eles nunca falaram nada com ele!

—Porque a maioria dos homens é idiota e faz merda mesmo quando dizemos que não é pra fazer.- Cousie deu de ombros.

—Eu concordo plenamente.- Anna assentiu.

De repente a música da festa se abaixou um pouco, e uma voz fina e irritante começou a falar no microfone:

—Ah! Ahn... Oi pessoal! Só pra avisar que a festa já está chegando ao fim...

Uns “Ah....” decepcionados e fingidos foram emitidos pela plateia.

—Mas ainda temos algumas últimas músicas! Essa é a hora de descansar os pés e a mente de vocês dessa festa... E arrumar aquele alguém especial pra dançar com vocês! Solta o som, DJ!

E então, a música que começou a tocar era bem familiar pras Hudison e pras Herbert, que foram felizardas em crescer num ambiente musical.

—Ah.- Nikki pareceu quase decepcionado- Sério isso? “More than a woman”? Que música mais... brega.

—Eu nem sabia que os vampiros conheciam “Os embalos de sábado á noite”.- Brunna estava meio surpresa- Esse filme não é de... sei lá, anos setenta?

—Nunca ouvi essa música na minha vida.- Cousie disse.

—Nem eu.- Eliza concordou.

—Precisamos fazer uma maratona de musicais clássicos.- Lua disse pras Creedley.

Mas olhando pra pista de dança, ao som de Bee Gees, chegava a ser tentador a ideia de dançar.

Victoria se afastou um pouco das outras garotas, sem nenhum medo de entrar no meio de todos, olhando para os lados.

—Victoria?- A voz de Reijii a tirou de sua busca infinita, e ela suspirou de alívio:

—Caramba! Eu tava te procurando!

—Ah, você estava me procurando?- Reijii não pareceu acreditar, ajeitando seu traje social- O que é esquisito, porque da última vez que eu vi, parecia que era você que tinha sumido pela festa inteira sem dar nenhuma justificativa.

—Eu estava... ocupada.- Victoria mentiu, suavemente- Mas enfim, eu estava te procurando só porque... sim.

—Porque sim?- Reijii segurou Victoria pela mão de forma tão suave e delicada que Victoria quase não sentia- Então você quer dizer que estava me procurando porque sentia minha falta? Achei que não ia sentir mais depois da última noite, já que nós dois...

—Reijii!- Victoria o segurou pelo braço, os levando pra longe da pista de dança- Que coisa mais imprópria de se falar no meio de uma festa! Eu achava que você era um homem direito, mas acho que vou ter que rever meus... conceitos sobre você.

Reijii então pegou Victoria pelo queixo, subindo seu rosto com delicadeza até que seus lábios se encontrassem de forma intensa e de tirar o fôlego. Quando os dois se afastaram, Reijii levou a mão de Victoria até perto de seu rosto, e beijou seu dedo que era destacado pelo anel de casamento.

—Como se sente agora que fez um pacto com o Diabo?- Victoria perguntou com um sorrisinho.

Reijii não pareceu entender.

—Bem...- Victoria gesticulou pra própria fantasia, rindo- E agora que você me beijou de um jeito tão encantador, Reijii Sakamaki, sinto em te avisar que sua alma foi vendida pra mim.

—Eu acredito que eu já não teria mais alma á esse ponto, se esse fosse o caso, Srta. Sakamaki- Reijii disse, olhando de soslaio pra Victoria, que sentiu o coração aquecer- Mas o Diabo deve ter recebido uma ótima recompensa pela minha alma, já que me mandou uma diabinha tão...diabólica.

—Sempre arrasando com os elogios, você.- Victoria revirou os olhos.

—Os elogios que eu quero te dar não são apropriados pra esse momento e lugar, minha querida.- Reijii disse com toda a calma do mundo, mas Victoria se engasgou na própria saliva- Por acaso, você queria me procurar pra quê mesmo?

Victoria pensou um pouco, e então pareceu se lembrar e se encolheu um pouco  ao lado de Reijii:

—Eu bem que queria dançar, mas eu tô feliz aqui com você.

Brunna só queria um ponche. Na verdade, dois. Estava estressada demais, e infelizmente ela não conseguia achar um garçom sequer servindo algum docinho ou salgadinho.

É claro, quando ela tropeçou em alguém, estava pronta pra desistir do ponche e só roer unhas até a festa acabar. Mas quando essa pessoa segurou ela pela cintura, mesmo que ela não estivesse nem perto de cair, ela notou quem era.

—Olá, pessoa desconhecida.- Brunna ajeitou a tiara preta no cabelo.-  Muito caridoso e charmoso como você segurou minha cintura sem nenhuma necessidade.

—Eu sou realmente uma alma caridosa.- Ruki disse, ainda sem tirar a mão fria da cintura de Brunna- Mas devia me agradecer, teria sido uma queda e tanto.

—Eu não ia cair.- Brunna cerrou os olhos.

—Talvez eu pudesse te fazer cair só pra eu ser obrigado a te resgatar da vergonha que ia sentir.- Ruki pensou em voz alta- Mas como eu te salvei antes, podemos fazer uma coisa mais interessante. Quer dançar?

Brunna olhou pro teto, como se fingisse pensar:

—Acho que o ponche pode esperar.

Ruki a segurou pela mão, e guiou a loira até um dos cantos da pista de dança, onde eles começaram a dar alguns passinhos lentos demais pra música. Porém, nenhum dos dois parecia se importar, parecendo absortos demais no próprio mundinho deles.

—Você parecia bem estressada da última vez que eu te vi- Ruki disse, não tirando os olhos dela- Na biblioteca, eu digo.

—Ah, eu estava resolvendo alguns... probleminhas. Se acostume com isso, tem uma namorada super-heroína agora.- Brunna riu.

—Mas agora você está sorridente.- Ruki notou, um pequeno sorriso se esculpindo em seu rosto.

—Eu... gosto de sorrir.- Brunna achou o comportamento dele meio estranho.

—E eu gosto de te fazer sorrir.- Ruki então ergueu a mão que segurava a dela, a girando no lugar apenas pra fazê-la voltar pra mais perto ainda de si- Na verdade, o seu sorriso é uma das coisas mais divertidas que eu já vi. Quando você ri, sua boca ocupa metade do seu rosto.

—Meu Deus, isso parece horrível.- Brunna pareceu abismada.

—Ah, eu acho maravilhoso.- Ruki admitiu.

—Você está estranhamente romântico hoje.- Brunna finalmente disse o que a estava assustando.

—Não gosta quando sou romântico?

—Não, por favor, volte a ser um babaca com complexo de superioridade, estou mais acostumada a essa imagem do Ruki na minha vida.- Brunna ironizou.

Ruki pressionou os lábios contra o cabelo de Brunna, e depois contra a testa. A risada que ele deu então ricocheteou pelo corpo inteiro da Hudison, que se sentiu tremer no lugar. Ruki então abaixou os lábios  até o nível da orelha direita dela:

—Ah, então eu posso ser malvado com você?

 -Você é um pervertido, Mukami- Brunna suspirou, e então ficou nas pontas dos pés pra lhe dar um beijo- Mas eu acho que você sabe que quem toma as rédeas aqui, sou eu.                                     E dessa vez foi Ruki que ficou sem palavras

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Lua não teve que esbarrar em ninguém pra achar quem realmente queria. Na verdade, pelo simples fato de existirem apenas duas pessoas albinas na escola (e a outra era Sol, que sabe-se-lá onde estava), ela conseguiu identificar onde Subaru estava apenas subindo em uma das cadeiras.

—Ei!- Ela disse, correndo até onde ele estava- Eu estava... te caçando.

—Percebi- Subaru cerrou as sobrancelhas- Você tá bem? Tá meio... cansada.

—Ah, eu sou sedentária.- Lua explicou- E... foi um dia cansativo. E também eu corri do outro lado do salão até aqui. Talvez não tenha sido a melhor ideia, porque essa roupa é bem desconfortável e essa tiara deve estar toda torta e meu cabelo...

—Você tá ótima.- Subaru murmurou. Lua não acreditou:

—Eu tô o quê?

Subaru dessa vez só grunhiu.

—Subaru, por mais que eu saiba que você prefira usar essa boca pra me beijar, eu gostaria que você usasse pro principio vital da boca: Falar.

—Tenho quase certeza que o “príncipio vital” da boca é comer.- Subaru pensou.

—Depende da pessoa.- Lua retrucou, e Subaru teve que concordar. Como ele fazia na maior parte das vezes que Lua falava alguma coisa genial sem querer- Por falar em pessoa, você tá com o meu colar, né?

—Eu não sei o que colar tem a ver com pessoa, mas sim.- Subaru então colocou a mão embaixo da sua blusa, e tirou de lá dois cordões que estavam pendurados em seu pescoço com os pingentes de rosa bem destacados- Estão bem aqui.

—Ah, que bom.- Lua pareceu aliviada- Obrigada por ter ficado com o meu por hoje também, não ia combinar com a fantasia e eu com certeza ia ter arrebentado quando eu...

—Quando você pulou na mesa, quebrou a mesa, destruiu a comida e quebrou o vaso de ponche?- Subaru questionou.

—É. Nessa hora.- Lua concordou com a cabeça- Foi bobo, né?

—Eu achei divertido.- Subaru disse sem pensar- Quero dizer, não sei por que diabos alguém com sanidade mental faria isso, mas foi divertido.

—Fico feliz por ter feito pessoas rirem da minha desgraça, pelo menos.- Lua riu- Acho que eu sou boa em fazer isso. Eu deveria fazer comédia!

—Por favor, não siga uma carreira que dependa de comédia.- Subaru murmurou- Eu te adoro, mas o  seu senso de humor é questionável. É a mesma coisa de você me mandar ser lutador de MMA.

—Você não seria permitido como lutador de MMA. Não só você assustaria todo mundo quebrando paredes e óculos, mas talvez mataria algumas pessoas também.- Lua respondeu- Eu sei disso. Já discutimos isso.

Lua continuou falando sobre lutas e socos e comédia, mas Subaru não prestou muita atenção. Era quase cruel. Quando Lua começava a falar, ela não conseguia parar. E Subaru nem tentava impedir.

Havia alguma coisa estranhamente atraente e alegre no jeito que Lua ficava emocionada e envolvida com algo. Tão surreal que, caso ela perguntasse se o céu era vermelho, Subaru provavelmente concordaria.

Ela nem mesmo parou de falar quando Subaru pegou o pingente de rosa branca e passou pelo cabelo dela, até chegar em seu pescoço.

—Ei- Subaru a chamou, e foi só então que ela parou. Isso fez o albino se lembrar de nunca interromper ela de novo.

—Huh?

—...Você pode segurar minha mão?- Ele perguntou, ficando vermelho.

Os olhos verdes de Lua brilharam, e ela sorriu corada, já selando sua mão na dele:

—Claro!

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—Você parece estar se divertindo- Shu se sentou ao lado de Nikki, que parecia quase entediada numa das poltronas do lounge da festa.

—Não começa.- Nikki bufou.

—Não estou falando nada- Shu começou a mexer no cabelo de Nikki, e tentou ignorar como ele era absurdamente macio.- Só acho estranho que você passou boa parte da festa fora da festa, então era de se esperar que você ficasse curtindo o resto. Mas não, tá falecida, aqui.

—Se você continuar, eu vou te matar de forma dolorosa.- Nikki o ameaçou.

—Pistola ou espada?- Shu questionou.

—Veneno. Com certeza veneno.- Nikki o olhou por cima do ombro.

—Ai!

—Pois é, então se for falar comigo, meça suas palavras bem.- Nikki disse, apesar de ter que lutar contra um sorriso pra manter uma postura séria.

—Então você prefere que eu fale sobre a sua aparência?- Shu se esgueirou pra mais perto de Nikki- Porque sinceramente...

—Shu!- Nikki guinchou, começando a ficar com as pontas das orelhas avermelhadas.

—É sério. Se você não quer que eu me apaixone, não pode ficar assim tão linda.- Shu revirou os olhos- A primeira coisa que vou fazer amanhã de manhã é contratar uma costureira pra fazer uns sacos de batatas pra você vestir.

—Cala a boca, Sakamaki.

—Não estou brincando. Você é bonita demais pro seu próprio bem. Quando sair, vou ter que mandar alguns guardas pra te acompanhar. Nunca vai sobreviver sozinha, coitada.- Shu gracejou, fingindo ter pena de Nikki.

—A ideia do veneno ainda está na minha cabeça- Nikki resmungou- Tome cuidado com seu café da manhã de amanhã, Shu Sakamaki.

—Mulher pervertida, você sabe que ama quando eu falo essas coisas.- Shu murmurou.

—Eu sei que você é realmente obcecado comigo, isso sim.- Nikki o olhou, divertida.

—Ah, isso eu não posso negar.- Shu passou novamente as mãos pelos fios de cabelo de Nikki- Apesar de eu preferir o termo “apaixonado”.

—Não, na verdade eu acho que...- De repente Nikki congelou- Pera aí, o que foi que você disse?

—O que?- Shu fingiu-se de inocente- Que você ama quando eu falo essas coisas?

—Não. Depois. Você sabe que foi depois.- Nikki bufou.                                                                                            –Que eu não nego que sou obcecado com você.- Shu sorriu de canto.

—Você disse que estava apaixonado por mim.- Nikki arregalou os olhos, e foi aí que ficou vermelha.- Santo Deus.

—Agradeço o elogio- Shu disse baixo- Mas sim, eu acho que estou apaixonado por você. O mundo deve estar realmente acabando.

—Eu estou muito entre te beijar ou te bater agora.- Nikki olhou pra ele, confusa.

—Se quer minha opinião, prefiro o beijo- Shu deu de ombros.

Nikki quase se lançou em cima dele, unindo seus lábios de uma forma intensa. Shu nem reclamou, apesar da surpresa.

Nem Nikki, apesar de que claramente ia se arrepender do longo gesto de afeição depois. 

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Sofie estava bem afastada de qualquer multidão.

Pra ser sincero, ela estava sentada na frente do banheiro feminino, contando as horas no celular pra que ela pudesse ir embora. A festa inteira já tinha se tornado uma chatice e uma dor de cabeça pra ela, que só queria... estar em casa, fazendo qualquer coisa.

Por isso, ficar olhando pro teto era bem mais interessante do que ir pro outro lado e socializar.

—Oy, mas já está cansada, Chichinasi?- Sofie não teve que olhar pra ver quem era, obviamente.

A única resposta da Herbert foi um olhar meio exausto.

Ayato deve ter achado isso estranho, porque se sentou bem ao lado dela enquanto resmungava  sobre quão privilegiada era era por “Ore-sama” estar reservando tempo e espaço pra ela.

O que, Sofie já sabia, era apenas baboseira de orgulho. Ela e Ayato já tinham passado dessa fase. Sofie já sabia que Ayato a queria como mulher, apesar dela mesma nunca ter falado que sentia do mesmo jeito.

Mas ele havia sido surpreendentemente gentil, não a pressionando a fazer qualquer coisa em relação a desejos e sentimentos dele.

E essa foi a única coisa que fez ela se sentir confortável o suficiente pra deitar a cabeça no ombro dele. Sentiu que Ayato ficou tenso, mas depois de um tempo ele relaxou o suficiente pra perguntar:

—...Você tá bem?

—Só cansada mesmo.- Sofie respondeu.

—Precisa de alguma coisa?- Ayato perguntou de novo, e ela sentiu que era uma pergunta mais honesta. Que nem no dia que ele descobriu sobre Robert, e se preocupou um pouco mais com como ela estava do que quebrar a cara do rei.

—Só... comida. Eu acho.- Sofie pôs a mão na barriga- Mas não acho que tenham bolo de chocolate aqui, então deixa pra...

—Só um segundo- Ayato afastou Sofie de si, e então saiu correndo.

Sofie estava confusa. Mas esperou bem mais que um segundo.

Um tempo depois, Ayato voltou com um pedaço grande de bolo de chocolate em mãos, que estendeu pra ela e depois voltou ao seu lugar original.

Sofie mordiscou um pedaço do bolo, percebendo que estava uma delícia, ela relaxou e virou pra ele:

—Valeu.

Ayato não respondeu, e ficou que nem Sofie com o olhar vagando pelo lugar.

Sofie se lembrou de repente de seu encontro com Cordelia e as conversas que já teve com as meninas e com o próprio Ayato sobre o passado dele e de seus irmãos.

Ela então também se lembrou que havia chamado Cordelia de quase-sogra, e havia jogado na cara dela o fato de que seu filho mais velho gostava dela.

Sofie deu um sorrisinho, olhando pra Ayato de novo. Ele parecia estar contando alguma coisa.

—Aconteceu algo?

—Tô tentando contar quantas horas faltam pra dar meia-noite e eu poder te tirar daqui o mais rápido possível.- Ayato foi sincero.- ...Pra você descansar em casa, é claro.

—Eu entendi, Sakamaki.- Sofie deu uma risadinha rápida- Se importa se eu...?

Sofie gesticulou pro ombro dele, e ele fez que não com a cabeça. Foi a única resposta que Sofie precisava pra apoiar a cabeça no ombro dele de novo.

—...Você é o melhor, Ayato.- Sofie se pegou murmurando. E ela sabia que ele tinha escutado, pelo jeito que ficou tenso.

Mas ela não entendeu mais nada depois disso, porque começou a cair na terra dos sonhos, e os olhos pesaram de vez.

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Todas as outras garotas estavam sentadas na escadaria. Não exatamente esperando um parceiro de dança, mas talvez só cansadas demais pra fazer qualquer outra coisa que não fosse julgar as fantasias e passinhos de dança de outras pessoas.

—Glitter demais.- Daayene apontou pra uma menina fantasiada de enfermeira- Até pra mim.

—Quem diabos pensou que seria uma boa ideia colocar glitter numa fantasia de enfermeira?- Marie concordou com o que Daayene disse.

—Mas e aquele cara?- Cousie apontou pra um vestido de bombeiro- Está se achando com aquele suspensório vermelho ridículo, e ele nem tá usando uma camisa!

—Ele nem é tão musculoso assim.- Priya cerrou os olhos.

—Ah, ele até que é bonitinho.- Sarah tentou amenizar.

—Claro, se você achar monstros atraentes.- Eliza tomou um gole de água.

Anna só deu uma risada com o julgamento.

De repente Haruka apareceu correndo. O cabelo azul completamente bagunçado, a coroa dourada já estava perdida. Sua maquiagem estava borrada (especialmente o batom), e ela estava vermelha. A fantasia também, estava amassada e meio solta.

—Pai amado, que bicho que te perseguiu?- Priya arregalou os olhos.

—Acho que não foi um bicho.- Sarah sorriu- Você não estava com o Mao, Haruka?

—Fica na sua, Sarah.- Haruka brigou, e então ajeitou o cabelo- Como eu tô?

—Ainda muito longe de estar minimamente apresentável.- Cousie foi sincera- Você beijou o Mao Masa? Aquele cara que parece uma mutação de uma criatura da floresta?

—Ei, ele é nosso amigo!- Daayene estava ofendida.

—Ah, eu me pergunto o porquê- Cousie murmurou pra si mesma.

—Não foi nada! Só um beijo!- Haruka se defendeu, claramente exaltada- Ele é legal, ok?

—Uhum, tenho certeza que você achou ele legal- Marie então pegou uma garrafinha- Quer água?

Haruka olhou pra ela meio com deboche, antes de pegar a água e virar ela em um gole.

—Então... você gostou?- Eliza perguntou, com falsa caridade.

—ELIZABETH!- Haruka a repreendeu.

—O que foi? Sou sua irmã mais velha, tenho direito de saber.- Eliza pareceu ofendida- E você não me chame de Elizabeth.

—Ele é legal e engraçado, apesar de ser completamente bizarro.- Haruka assumiu- Mas ele também é bem apaixonado e romântico, sabe?

—Ah, que fofo.- Sarah suspirou, levando mais uma olhada de raiva vinda da de cabelos azuis- Estamos felizes pelo seu novo relacionamento.

—Não estou namorando.- Haruka bufou- Só um beijo.

—É isso que minha irmã dizia sobre o Ruki.- Priya riu- E olha lá ela.

As garotas olharam pra Brunna e Ruki, dançando lentamente pelo salão.

De repente, todas as decorações sumiram e a música parou, deixando apenas pessoas comemorando pra trás.

—O que foi isso?- Anna questionou.

—Acho que a festa acabou.- Marie parecia decepcionada.

—Amém.- Cousie tomou um gole de ponche- Não via a hora de ir embora.

—Ah, que isso.- Daayene brincou- Foi uma noite legal, até.

—Ahã.- Eliza jogou os cabelos pra trás- Uma noite ótima pra um filme de terror.

Priya se levantou, alegre:

—Foi uma noite pra se lembrar.

E Priya estava certa.

Todas as garotas, longe ou perto das meninas naquele instante, sabiam disso.

Porque enquanto Sofie era acordada por Ayato, Victoria e Reijii eram chamados pra ajudar em alguma coisa da limpeza, Brunna e Ruki percebiam que a música havia acabado,  Lua terminava de contar sua história pra Subaru e Shu e Nikki continuavam brigando... Todos eles sabiam desse exato detalhe.

Que a noite havia sido o pior e melhor Halloween de suas vidas.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram do extra? Gostariam de ver mais extras especiais assim?
Enfim, contem o que acharam nos comentários, eu não moido!
Beijos e até o próximo cap de LAV 3 ♥



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