Contos da Serie Filhos da Noite escrita por CM Winchester


Capítulo 3
Capitulo Extra Filhos da Noite 3 Ascensão - Por Benjamin




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Acordar sem um pingo de memoria era horrível. Era horrível não lembrar de nada.
Mas desde que Nicolle apareceu as lembranças começaram a fluir. Quando sua magia me envolveu mostrando um pouco de minha vida as coisas pareceram fazer sentido.
Principalmente o fato de eu a desejar tanto. Cada vez que eu via aquela garota mesmo que fosse só minutos meu corpo esquentava de uma maneira estranha. Era como se pedisse por ela.
— Quantos anos eu tenho? - Perguntei e Patch sorriu de canto.
— Uma boa pergunta. Um milênio. Dois? Você disse que tinha parado de contar.
— Um milênio? Mil anos?
— Sim.
— Inacreditável.
— É tão estranho vê-lo assim meu amigo. - Ele comentou.
— Eu sei. O que me leva a perguntar por que os Arcanjos fizeram isso?
— É uma boa pergunta. Eles tem um jeito estranho de nos castigar. Mas deve haver um motivo.
— O que me preocupa é esse motivo. - Murmurei. - Pelas minhas lembranças eu sei que eles são cruéis quando querem. Não me importa o que eles podem fazer comigo. Desde que não façam nada a ela.
— A Nicolle? O que eu sinto é medo vindo deles. Eles sabem que agora ela é uma verdadeira Filha de Lillity. Tudo que vier para ela, ela vai enfrentar de novo.
— Isso é verdade. - Comentei observando pela janela.
Nicolle estava lutando contra Tyler no jardim enquanto Nico observava de braços cruzados.
Eu sabia que não era bem-vindo ali. Eu ouvia as conversar deles. Mas Nicolle queria que eu ficasse ali. E eu sabia que deveria ficar.
Pelas minhas lembranças e pelo que Patch já tinha me deixado a par da situação.
Eu tinha um monte de inimigos loucos para colocar as mãos em mim.
— Mesmo sem memoria você não consegue tirar os olhos dela. - Patch comentou.
— É uma situação inversa desta vez. - Murmurei encarando ela derrubar Tyler facilmente depois pular de alegria.
Minha mente viajou para as imagens de nós dois. As poucas lembranças que eu tinha. Seu modo desastrado. Seu riso fácil.
A sua fome insaciável. Lembrei das varias vezes em que ela comeu pouco para não pedir que eu comprasse outra comida para ela.
Ela era tão única. Tão linda. Linda do jeito dela. Aquele tipo de garota que era linda mesmo com seus defeitos. Sua pouca paciência e seu jeito encrenqueiro. A resposta na ponta da língua.
Fechei os olhos lembrando dela por completo.
Os cabelos que uma vez teve algumas partes pintadas de azul. O piercing na orelha. As tatuagens. Um par de asas tatuadas nas costas. E um coração na virilha perto de sua vagina. Lembro do ciúme em pensar em um homem tatuando um coração enquanto ela estava nua na sua frente.
Cada centímetro do seu corpo. Da celulite que ela tinha nas coxas que ela odiava e que nem dava para notar direito. Na verdade mulheres se preocupavam mais com o corpo do que os homens notavam. Eu mesmo não teria notado a celulite se ela um dia não tivesse dito que incomodava aquilo nela.
Incomodava uma coisa tão fútil que eu ri na hora depois a abracei e falei que amava cada centímetro do corpo dela ate mesmo aquela celulite. Tinham sido épocas sombrias.
Eu queria tê-la para mim por completo, mas os Arcanjos estavam na minha cola o tempo inteirinho. Ameaçando me enviar ao inferno e mata-la. O medo de que essa seja a ultima vida dela era o que mais me mantinha afastado dela e na luta para conseguir uma solução para tudo.
Do dia em que finalmente desisti e a tive como mulher mais uma vez. Mesmo com minhas asas se deteriorando. Mesmo com minha castidade angelical se quebrando. Eu tinha colocado o amor na frente de tudo. Tinha pecado de novo por amor e pecaria quantas vezes fosse necessário. Eu a amava.
E se isso não fosse bom o suficiente eu preferia queimar no inferno do que seguir mais alguma regra daqueles Arcanjos.
— Você esta com uma cara. - Patch comentou e eu balancei a cabeça tirando aqueles pensamentos da minha cabeça.
— São as lembranças voltando.
— Do que você lembra?
— De tudo. - Respondi.
As memorias foram vindo na minha cabeça. As vezes que encontrei Nicolle. Tantas décadas. Tantos modelos de roupas. Tantos nomes. Mas sempre o mesmo rosto, o mesmo corpo, a mesma audácia.
As dezenas de vezes em que a deixei viver uma longa vida e morrer.
E as outras duas vezes em que a vi morrer na minha frente. Uma vez pelas minhas próprias mãos.
Mas desta vez era diferente. Eu a amava mais do que ja amei qualquer uma vida dela. A amava mais que a mim mesmo. Desta vez por alguma razão ela era diferente e eu estava diferente.
Das outras vezes eu podia viver sem ela. Mas desta vez eu sabia. Se ela morresse eu preferia morrer junto do que continuar existindo.
— É tão estranho. - Murmurei olhando pela janela.
Ela estava lutando contra Nico enquanto Tyler observava agora.
— O que? - Patch perguntou.
— Acho que os Arcanjos escolheram não me punir desta vez.
— Por que acha isso? - Lancei um olhar a Patch.
— Por que eu lembrei do meu julgamento. Você tinha razão. Eles a temem.


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