Vamos Dividir escrita por Tris Pond


Capítulo 1
Capítulo Único




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Suga tinha sido claro: Hinata e Kageyama não iriam dividir um quarto. Talvez isso fosse consequência de que da última vez que eles tinham viajado, ninguém aguentava mais ouvir as discussões deles.

Foi por causa disso que Kageyama acabou dividindo o quarto com Yamaguchi e Tsukishima com Hinata. Shōyō não tinha ficado nem um pouco feliz de ter que ficar num quarto sem o melhor amigo dele, já que tinha estado ansioso para passar algum tempo com Kageyama e tinha demorado alguns dias para que ele aceitasse que não tinha nada que pudesse fazer - sério, ele não era louco de ir contra as ordens de Suga.

Então ele estava tentando fazer o melhor que podia. Pelo menos, pelo que Yamaguchi tinha o dito, Tsukki não roncava. Ele ia conseguir todas as horas de sono necessárias para poder jogar vôlei no outro dia. 

Certo, eles não iam jogar vôlei oficialmente nessa viagem - que era uma surpresa organizada pelos segundanistas como presente de despedida para os terceiranistas - mas Hinata tinha esperanças que eles iriam jogar pelo menos um pouco e sabia que Kageyama estava com ele nessa. 

No fim, ele estava certo. Eles jogaram vôlei por metade do dia, até que eles se jogaram na piscina e quando estavam exaustos foram tomar banhos decentes. Ennoshita, Asahi, Kinoshita e Daichi fizeram o jantar, que era uma estranha combinação de sushi e sanduíches, os outros ficando responsáveis pela limpeza. 

Claro que Kageyama e Hinata começaram uma guerra d’água e Tanaka e Nishinoya se juntaram a eles. Daichi ficou tão irritado que eles deram um jeito de limpar tudo de novo em apenas 8 minutos. 

Mas um por um, eles começaram a ficar muito cansados para ficar acordados. Tsukishima estava tão concentrado no livro que ele estava lendo no momento que ele nem notou as pessoas indo dormir ou mesmo Yamaguchi dando boa noite, restando apenas ele e Hinata. 

— Vamos - disse Shōyō animado, tocando no ombro de Kei para conseguir a atenção dele.

— Han? - Tsukishima o encarou indiferente.

— Pro nosso quarto, vou dormir agora - Shōyō disse. 

— Você não consegue dormir sozinho? Tem quantos anos? Cinco? - Kei respondeu.

— Claro que eu posso, mas qual seria a graça.

Suspirando, Kei fechou o livro e o seguiu para o quarto deles. Era igual a todos os outros quartos de praia que ele tinha frequentado, sem muitos detalhes ou cores fortes, mas com detalhes para não parecia vazio.

A única coisa que nenhum deles tinha notado antes é que só tinha uma cama ali. O que eles fariam? Era uma cama grande, mas como eles podiam dormir ali?

— Cadê a outra cama? - perguntou Hinata. 

— O quê? Eu pareço estar escondendo uma cama? - Tsukishima ironizou. 

— Você entendeu… o que vamos fazer?

— Vamos falar com Daichi - Tsukishima falou.

E foi o que eles fizeram, batendo na porta do quarto que Daichi estava compartilhando com Asahi e Suga. Ele saiu para falar com eles.

— Eu sinto muito, mas parece que vocês vão ter que dormir lá - Daichi falou timidamente. - Essa é a casa da tia de Kinoshita, lembram? Eu perguntei por que as meninas não tinham vindo e ele disse que era porque ele não tinha outra cama para elas, além de que os pais delas não queriam que elas viajassem sozinhas com garotos. Então, não tem cama ou sofá sobrando.

— Mas… - Shōyō parou, inseguro.

Fazia tanto tempo que ele tinha compartilhado uma cama com um amigo e seria esquisito fazer isso logo com Tsukishima. E se ele o chutasse enquanto dormia?

— Foi mal, mas é só por alguns dias - Daichi falou.

— Tá - Tsukishima concordou, surpreendentemente. 

Eles voltaram para o quarto em silêncio.

Estava esquisito e ainda mais quando eles começaram a se preparar para dormir. Shōyō não se importava de trocar de roupa no quarto, acostumado com fazer isso por causa dos treinos de vôlei, mas tinha algo que parecia diferente nisso quando só tinha uma outra pessoa com ele. Tsukishima pareceu pensar o mesmo, porque ele estava corando um pouco enquanto ele tirava as próprias roupas, evitando olhar para ele (não que ele fosse capaz de ver algo sem óculos).

— Você tem alguma preferência, er, sobre o lado? - Shōyō perguntou.

— Não - respondeu Kei, querendo acabar com essa conversa o quanto antes.

— Certo - disse Hinata, deitando no lado direito da cama.

Hesitantemente, Kei o imitou, colocando o máximo de espaço possível entre eles (não era muito). Ele ainda se sentia desconfortável, incerto sobre como lidar com isso. Ele olhou para a porta, desejando que alguma ideia fosse surgir, mas nada.

Shōyō também estava desconfortável. Se ele dormisse do jeito que fazia sempre, ele estaria encarando diretamente o corpo de Tsukishima, então ele escolheu virar para o outro lado. Ele não gostava de estar tão perto da porta.

Ainda que ambos estivessem cansados, o sono não veio rápido. Era estranho estar tão próximo de alguém. O primeiro a conseguir dormir foi Kei. Hinata ouviu enquanto ele se remexia, deitando-se de lado. 

Depois de mais de 30 minutos tentando dormir sem sucesso, Shōyō desistiu e também mudou a posição dele, de modo que ele conseguia ver o rosto de Kei ao invés da parede. Ele parecia tão tranquilo que assustou Hinata; como ele podia parecer tão bem?

Não era a primeira vez que Shōyō tinha achado que Kei era bonito, mas o ter tão perto fazia com que fosse mais difícil ignorar ou criar alguma desculpa para si mesmo. O coração de Shōyō acelerou um pouco quando ele viu que Tsukishima - ainda dormindo - tinha movido o braço dele e estava quase o abraçando.

Isso não está acontecendo. Tsukishima gosta de dormindo agarrado a alguma coisa!, Hinata pensou em pânico enquanto ele sentia a mão de Kei encostando nos quadris dele. Shōyō congelou, sentindo que qualquer coisa que fizesse iria estragar tudo. 

Mas o som da batida de coração de Kei foi o suficiente para acalmar Shōyō o suficiente para que ele também dormisse, sem saber como as próprias mãos foram parar no peito de Tsukishima. 

 

Kei foi o primeiro a acordar e ficou confuso sobre por que estava tão confortável e o que era aquela coisa vermelha? Ele precisou de alguns segundos para lembrar de tudo que aconteceu e que aquilo na verdade era Hinata, parte dele, pelo menos.

Só de pensar nisso, ele devia sentir-se desesperado, mas nada veio. Na verdade, ele sentia-se bem, totalmente relaxado e não tinha vontade de sair dali, nem mesmo com a dormência que sentia no braço.

Ele não conseguia ver a expressão de Shōyō, mas a linguagem corporal dele dava a entender que ele estava aproveitando o sono. Então, ele ficou deitado mais um pouco, apenas relaxando.

Então ele tirou os braços de Shōyō de si, recebendo um som de protesto vindo dele, mas que ainda não estava consciente o suficiente para formar palavras. Ele se levantou e foi para o banheiro, não se dando o trabalho de cumprimentar Kageyama e Tanaka, que já estavam no meio da sala.

Quando ele tomou o banho dele, ele tentou ao máximo evitar pensar em Hinata Shōyō. Não funcionou.

 

Já estava na hora do jantar quando Kei decidiu que Shōyō  realmente estava o evitando o dia todo. No começo, ele nem pensou nada sobre quão pouco o tinha o visto, achando que ele só estava fazendo algo idiota por aí com Kageyama. Depois ele viu o levantador conversando até com Yamaguchi mas o ruivo sempre fugia assim que Tsukki se aproximava. E além disso, a única hora que eles estavam jogando um contra o outro um jogo de tabuleiro, Shōyō ficou estranhamente quieto e corava toda vez que o olhava. 

Estava começando a irritar Tsukishima. Ele nunca teria adivinhado, mas ele preferia que Shōyō não parasse de falar do que esse menino estranho que estava na frente dele. Ele suspirou, será que isso era porque ele estava com vergonha de dormir perto dele?

Decido a fazer as coisas voltarem ao normal, ele roubou o óculos de Hinata quando ele estava no meio de uma conversa com Nishinoya.

— Ei, me devolva - Hinata pediu.

— Acho que não, baixinho - ele provocou e foi recompensado quando Hinata se virou para olhar para ele com raiva.

Ele o xingou e então se levantou da cadeira que estava, tentando alcançar o óculos, mas Tsukishima ficou o trocando de lugar. Ele conseguiu pegá-lo, sorrindo vitorioso, porém ele perdeu o equilíbrio e teria caído se Tsukishima não tivesse o segurado.

Eles ficaram daquele jeito por um segundo que pareceu durar para sempre. Shōyō se perguntou por que toda vez que Tsukishima se aproximava, ele se sentia tão esquisito. Ele se separou dele.

— E aí?

— O quê? Não vou te agradecer - Shōyō disse incrédulo. - Isso é culpa sua, você que começou. 

Shōyō não conseguia acreditar no que estava vendo, Tsukishima era tão cheio de si. Ele até o atrapalhou no meio da conversa com Nishinoya, que estava o dando dicas incríveis. E pensar que ele queria passar um tempo com ele… ele não merecia isso.

Tsukishima revirou os olhos, mas no fundo estava feliz. Talvez ele tenha sorrido um pouco. Parecia que Shōyō tinha voltado ao normal de novo. 

Suga sorriu para Daichi, que tinha uma expressão derrotada. Ele estava prestes a perder uma aposta.

 

Desta vez, Kei já estava de pijamas quando Shōyō chegou no quarto. Ele estava deitado na cama, mexendo no celular.

— Apague as luzes quando terminar - ele falou, sem nem tirar os olhos do celular.

— Certo - Shōyō concordou.

Ele estava se sentindo um pouco inquieto. Se ele tivesse alguma escolha, ainda estaria lá fora praticando vôlei com Kageyama, mas Daichi tinha os forçado a parar e seu melhor amigo tinha dito que ele ia dormir, o desejando boa sorte para lidar com Tsukishima. Não que Shōyō achasse que fosse precisar, eles ainda não tinham brigado.

Ele rapidamente colocou o pijama e desligou a luz, usando o próprio celular e a luz do de Tsukishima para achar onde a cama deveria estar. Ele acabou batendo em Tsukishima acidentalmente, o fazendo quase largar o celular. 

— Tome cuidado - resmungou o menino.

— Desculpe, desculpe - Hinata falou, tentando achar o seu lugar. 

Suspirando, Tsukishima bloqueou o celular e colocou as mãos no braço de Shōyō, o impedindo de se mover.

— Você pode ficar onde está - Kei falou. Honestamente, não era como se alguém deles estivesse com alguma doença contagiosa e ele não se importava se o outro ocupasse mais que a sua metade da cama. 

— Ah, claro - Shōyō falou, surpreso.

Era bom a sensação dos braços de Kei ao redor de si, ele sentia-se protegido, por mais irônico que isso fosse. 

— Tsukishima? - Shōyō perguntou, hesitante. 

— Sim?

— Você já beijou alguém?

Tsukishima não sabia o que ele estava esperando, mas com certeza não era isso. Ele se perguntou porque Shōyō estava pensando em algo assim naquela hora. Ele estava curioso - e esperançoso - o suficiente para ver onde isso iria que ele escolheu responder. 

— Sim - ele admitiu. 

— É bom? - Shōyō falou, tão mais baixo que o normal que Kei não teria ouvido se não tivesse prestando atenção.

— Sim. É um pouco estranho, mas bom - ele confessou. O seu primeiro beijo tinha sido uma bagunça, mas ele gostou de qualquer jeito. - Você nunca...?

— Não - Shōyō respondeu. Ele estava tão focado em vôlei que ele mal tinha tido tempo para pensar em coisas assim. Mas por alguma razão, entretanto, ele passou o dia hoje pensando não só como seria fazer aquilo, mas fazer com Tsukishima.

— Você quer sentir como é? - Kei perguntou.

Shōyō acenou concordando. Ele queria e muito. E agora parecia ser o momento perfeito, escondido do resto do mundo e no escuro.

— Sim - ele falou e moveu a cabeça para encarar Tsukishima diretamente. Os olhos dele eram suaves e for um segundo Shōyō sentiu-se tão confiante quanto quando estava em quadra.

Tsukishima juntou os lábios deles devagar. Ele foi cuidadoso, querendo não assustar Hinata.

O coração de Shōyō estava a mil. Isso tão bom, ele estava curioso mas um pouco assustado também, com medo que algo fosse dar errado. Isso foi tão melhor do que o que ele tinha escutado dos amigos dele.

Eles não tinham ido muito mais longe quando Kei encerrou o beijo. Pensando no que ele queria que tivessem feito no primeiro beijo dele, ele sorriu e deu um beijo na bochecha de Shōyō.

Shōyō já estava um pouco vermelho, mas ele se recusava a ficar totalmente envergonhado por um momento que ele na verdade estava amando. Ele entendia o suficiente para saber que Tsukishima estava sendo gentil com ele e ele realmente apreciou isso. 

— Você está bem? - Tsukishima perguntou, apenas para confirmar. 

— Sim. Isso foi ótimo - Shōyō disse.

— Eu gostei também - Kei o assegurou. 

— Posso mexer no seu cabelo? - Hinata perguntou empolgado. Ele não sabia se isso era comum ou esquisito, mas era o que estava com vontade de fazer. 

— Claro que pode - Kei falou.

Shōyō seguiu a vontade, sentindo a inesperada maciez do cabelo. Ele tinha quase certeza que o cabelo dele era melhor do que o seu. Kei relaxou ainda mais ao sentir os movimentos da mão de Hinata.

Eles passaram vários minutos fazendo isso, desejando que nada mudasse. Nada disso tinha sido exatamente planejado por eles, mas era bom.

— Fale comigo amanhã - Kei falou de repente.

— Claro que eu vou - falou Shōyō ofendido. Não tinha como depois de tudo que eles tinham feito, ele deixar Tsukishima de lado assim. - Por que eu não falaria?

— Eu não sei, você estava estranho hoje - Tsukishima falou, pensando em todos os jeitos que ele tinha sido evitado antes.

— Desculpa… foi que… eu passei o dia pensando em fazer algo assim e quando eu te via, eu não sabia como reagir - ele falou - Mas não vou fazer isso amanhã.

Kei sorriu. Essa era uma ótima explicação.

— Certo - ele disse.

Eles dormiram o resto da noite juntos, sonhando tranquilamente. 

 

Logo quando acordou, Hinata achou que tudo tinha sido um sonho, um excelente sonho. Mas ele viu que ainda estava segurando Kei e quando se moveu, o outro acabou acordando. 

— Bom dia - falou e ele sorriu. Era tão diferente do tom arrogante que Kei usava diariamente que Shōyō teve certeza que nada daquilo foi um sonho. 

— Bom dia - ele respondeu. - Espero que você esteja preparado para me ver o dia todo - ele avisou, querendo acabar com qualquer dúvida que ele ainda tivesse se ele iria sumir novamente. 

— Que pesadelo - Kei reclamou, mas ele sorria.

— Vamos tomar café-da-manhã - Shōyō propôs e ele concordou.

Eles trocaram de roupa mais uma vez, finalmente notando a fome que estavam.

— Espere um segundo - Kei disse, incapaz de se segurar. 

Shōyō olhou para ele, os dele inocentemente questionando o que estava errado. Ele não conteve o som de surpresa quando sentiu os lábios de Kei tocando os seus mais uma vez. Ele ainda manteve o sorriso sonhador quando eles deixaram o quarto e até Kei parecia feliz.

Isso não passou despercebido para Daichi que deu uma cotovelada em Suga. Ambos sorriram.

Mas ninguém mais pareceu notar as mudança de atmosfera do mais novo casal. Hinata discutia com Kageyama como sempre e Tsukishima conversava com Yamaguchi.

Eles seguiram o dia normalmente, jogando vôlei e empurrando qualquer um que já estivesse perto para a piscina. A única coisa diferente era que Tsukishima não puxava mais tantas brigas com Hinata e trocava olhares felizes. 

Então chegou a noite e Tanaka proclamou que tinha uma surpresa. Todos ficaram com medo do que seria isso, especialmente porque Noya parecia empolgado também. Era duas garrafas de vodka, que ele tinha de algum jeito conseguido fazer a irmã comprar. 

— Nós temos que jogar um jogo - ele insistiu, dizendo como essa era a última noite deles ali.

— Que tal verdade ou consequência? - surpreendentemente quem sugeriu foi Yamaguchi.

Kageyama não queria jogar, nem Asahi. Mas depois de muita discussão, todos decidiram participar e o jogo começou com algumas perguntas inocentes. 

— Quem você quer beijar? - Noya perguntou a Ennoshita, quando era a vez dele. 

Ele parou para pensar, e sorriu quando chegou a uma resposta.

— Hina-chan, da turma 3 - ele falou.

Shōyō lembrava vagamente dela. Ela era uma garota bonita do segundo ano que sempre parecia estar cercada de pessoas. 

Eles continuaram a jogar e as questões foram ficando vez mais pessoais. Os desafios também continuaram a acontecer e Asahi teve até que mandar um vídeo para Shizimu dizendo que a amava.

— Quem você preferia beijar: Tanaka ou Asahi? - Suga perguntou com um sorriso malicioso para Nishinoya. 

O menino parou para pensar um pouco, então trocou uma conversa silenciosa com Tanaka (Shōyō achou que era bem legal que eles conseguissem conversar assim). 

— Asahi. Tanaka é meu melhor amigo - ele falou tranquilo, e riu quando viu o quão vermelho Asahi ficou.

Tsukishima se recusou a escolher verdade na vez dele e foi desafiado a cantar uma música de Katy Perry. Shōyō não conseguiu parar de rir quando viu ele cantando Teenage Dream. 

— Ninguém nunca mais vai falar disso - Tsukishima os ameaçou, quando se sentou perto dele novamente. 

— Ah, vamos sim - Shōyō prometeu entre risadas. 

A garrafa girou de novo e era a vez de Kageyama fazer uma pergunta a Suga. Todo mundo riu quando ele escolheu perguntar sobre vôlei, mas eles os fizeram mudar a pergunta para quantas pessoas Suga já tinha beijado (5) e a resposta fez Daichi o olhar atordoado. Suga deu de ombros.

— Você já beijou alguém? - Suga perguntou a Tsukishima.

Ele respondeu que sim, tentando não olhar para Hinata. Ele teve vontade de responder Kageyama quando ele resmungou sobre que idiota o beijaria, dizendo o melhor amigo dele.

— Quem foi o seu primeiro beijo? - Ennoshita perguntou a Hinata, algumas rodadas depois. 

Ele sentiu-se tímido com os olhares de todo sobre si, tudo era tão recente ainda. 

— Err...  Tsukishima - ele respondeu, tão baixo que ninguém ouviu. 

O loiro resolveu confortá-lo, discretamente segurando sua mão.

— Não dá para ouvir, idiota - reclamou Kageyama. Ele estava curioso para saber quem era.

— Tsukishima - repetiu Shōyō, deixando todos, fora Daichi e Suga, chocados.

— Se não tiver sido bom, eu bato nele - ofereceu Noya, se recuperando do choque. 

— Isso - ecoou Kageyama.

— Não! - protestou Shōyō, agarrando com mais firmeza a mão de Kei. - Foi bom!

— Além disso, vocês são amigos de Tsukki também - Yamaguchi defendeu o melhor amigo.

Kei sorriu de leve para ele, agradecendo a preocupação.

Então as piadas começaram, mas honestamente nem Shōyō ou Kei se importaram. Tudo que eles tinham que fazer era pensar na noite anterior ou sentir a presença do outro para saber que tudo daria certo.

O jogo continuou e eles logo foram deixados de lado, com os outros achando novas coisas embaraçosas. Só quando a noite tinha terminado e eles estavam voltando para o quarto deles, os outros mencionaram o assunto de novo, fazendo piadas sobre proteção.

Pela última vez na viagem, eles se preparam para dormir e seguraram um ao outro sem dizer nada. O beijo dessa vez foi muito mais intenso e explorados, ainda que gentil. Shōyō até soltou risadinhas quando sentiu uma emoção nova, totalmente diferente de tudo que conhecia, mas extremamente boa. 

— Eu realmente gostei que ficamos com esse quarto para nós - sussurrou Hinata. 

Kei sorriu. Talvez devesse o incomodar que ele estava tão perto de Shōyō que era difícil até de saber quem era quem, mas era ótimo. Ele sentia que isso era o começo de algo perfeito.

— Eu também - ele disse. 


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