High School Blindspot escrita por blindrepata


Capítulo 5
Party


Notas iniciais do capítulo

Muitas coisas podem acontecer em uma festa...



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Natasha chegou bem cedo na casa dos Patterson, pois havia combinado de ajudar a amiga com alguns preparativos para esperar todo o pessoal. Eles possuíam uma casa grande e imponente. Os pais eram cientistas e conseguiam ganhar muito bem por suas pesquisas. Patty pensava em seguir a carreira, mas Freddy nem tanto, ele era muito inteligente, mas parecia que o mundo era pequeno para o rapaz. Aos vinte anos ainda não havia se encontrado, enquanto isso adorava promover festas com os amigos. Os preparativos já estavam prontos e alguns jovens já haviam chegado.

— Natasha, como você está lidando com tudo? Sabe do que estou falando, não é? – Patty era sempre muito preocupada com a amiga e procurava ajudar quando estava com problemas, acompanhava desde o início o relacionamento dela com Ricky e nunca teve coragem de opinar sobre isso, mas via claramente o quão mal esse namoro fazia para a morena.

— Olha, eu não medi as consequências e meu relacionamento com Ricky tomou uma proporção fora de controle. Não existia mais amor, nem sei mais o que sinto. Só sei que não quero mais vê-lo. Espero que ele me deixe em paz. Quero recomeçar minha vida. – A garota latina parecia decidida sobre o assunto. Algo parecia ter mudado dentro dela.

— E como você pensa em fazer isso? Tem algum plano? – Natasha se virou para a porta e encontrou Edgar que acabava de entrar com Kurt, a amiga a  seguiu com o olhar e pelo sorriso dos dois tudo ficou muito claro para a loura.

— Já volto! – Natasha anunciou se dirigindo rapidamente em direção à porta.

— Tudo bem! – A morena não chegou a ouvir o que ela disse e a Patty sorriu com a cena. Se havia uma pessoa nesse mundo que poderia fazer bem a Natasha era Edgar.

— Oi Ed, oi Kurt. Que bom que você chegou. – Natasha se dirigiu ao rapaz assim que o alcançou na porta.

— Não é como se eu estivesse à toa. Trabalhei quase o dia todo e quis descansar um pouco antes de vir. – O sorriso da garota o encantava e ele não conseguia deixar de olhar pra ela. Natasha estava linda, o vestido preto justo acentuava suas qualidades, o salto plataforma a deixava alguns centímetros mais alta, ela não estava nem um pouco vulgar e sim muito linda e sensual. O rapaz não sabia o que estava acontecendo com ele, mas estava muito fascinado por ela.

— Engraçadinho. Venha, vamos nos divertir. – Ela o tirou do transe o puxando pela mão.

Eles foram até o balcão que estava repleto de comidinhas e bebidas. Os dois não ingeriam bebida alcoólica com frequência. Pegaram um refrigerante e se dirigiram para a área externa para se juntar ao restante do pessoal que já estava se aglomerando.

 

Kurt vasculhara a festa toda e não viu Remi em lugar nenhum. Talvez ela não viesse de fato. Pegou mais uma cerveja e se encostou no balcão já arrependido por ter alimentado suas esperanças. Era melhor esquecer o que quer que fosse que ela estivesse despertando dentro dele. Talvez devesse ter trago Allie, não que ela não tenha insistido, mas ele fora categórico quanto ao fim do relacionamento, apenas ela não queria aceitar os fatos. Foi quando o garoto louro entrou e Kurt ficou de olho, mas não viu a irmã com ele. Já desistindo virou as costas para se juntar ao restante do pessoal quando Roman o chamou.

— Ela está lá fora. Acho que duas garotas a pegaram de conversa. Por que você não vai até lá. – Roman havia percebido desde o início a ligação entre os dois, ele não era de interferir nos relacionamentos da irmã, mas percebera como o outro rapaz parecia desapontado por não vê-la.

Kurt não pensou duas vezes e se dirigiu à saída onde a encontrou conversando e rindo com Patty e uma outra garota que ele não lembrava o nome. Então ela o viu e ele acenou pra ela da porta. A garota vestia uma calça preta bem justa de cintura baixa, uma blusa preta de manga longa que deixava a maior parte da barriga de fora, estava perfeita. Ela disse algo às garotas e veio ao encontro dele.

— Oi. Você demorou muito. Quer dizer, não é da minha conta. Quer entrar? Comer alguma coisa, dançar. – Era visível a falta de jeito de Kurt para com ela. O que deu nele? Parecia que era a primeira garota com quem conversava.

— Não consegui sair antes, acabei me atrasando. – A timidez estava estampada no rosto dela. Talvez porque não conhecia muita gente na festa e todo pessoal já parecia enturmado. Ela o acompanhou para a área externa onde um som metálico e um pouco alto demais saía por duas caixas enormes localizadas nos dois cantos da varanda. Remi acenou para Natasha que conversava animadamente com Edgar e alguns outros amigos. Se aqueles dois não tinham algo ela não sabia dizer mais nada, porque pra ela o relacionamento deles parecia ir muito além que uma simples amizade. Rich veio ao encontro deles muito animado.

— Ei, vocês dois! Precisam experimentar essa bebida. – Rich segurava uma garrafa em uma mão e na outra um copo pela metade. O conteúdo não foi identificado pelos dois, pois a garrafa não possuía rótulo. – Vai deixar vocês dois louquinhos pra se pegarem! – O baixinho falou em um tom mais baixo.

— Rich! Sai daqui! – Kurt gritou com Rich, pois ele poderia estragar qualquer coisa que o rapaz pretendesse para com Remi. Rich era um sem noção total.

— Rich, venha que está começando outra música. – Boston veio puxando-o pela mão.

— Me desculpa pelos comentários desagradáveis dele. – Kurt se desculpou com Remi que havia ficado muito vermelha.

— Não se preocupe. Eu sei como ele é.

 

A festa fluía bem e muitos já estavam bêbados, pois não conseguiam ver bebidas disponíveis e se controlarem pra beber pouco. O estilo de música mudou para algo mais tranquilo e logo começaram as músicas românticas que rolavam mais no final das festas e alguns casais já se formavam na pista de dança.

— Remi, dança comigo? – Kurt se arriscou, pois não tinha nada a perder e não ficaria parado sabendo que essa noite poderia ser uma grande oportunidade pra ele se aproximar dela.

— Eu não sou muito boa e...

— Não tem problema. Eu te conduzo. Vem. – Kurt a segurou pela cintura e Remi passou os braços pelo pescoço do rapaz. Seus rostos ficaram muito próximos despertando muitas sensações entre eles. Ele a conduzia pela pista de acordo com o ritmo da música e com alguns passos eles já estava sintonizados.

 

— Ei, você quer dançar? – Natasha estava voltando do interior da casa com um copo de bebida na mão quando foi surpreendida por um garoto que vira poucas vezes.

A garota vasculhou o local com o olhar e não encontrou Edgar. Ela sabia como era chato recusar uma dança. Poderia deixá-lo sem graça. – Tudo bem. – Foi levada pela mão para a pista de dança e o rapaz a segurou pela cintura, ela se cuidou para não se aproximar demais. Os dois dançaram com uma falta de sintonia visível e a música parecia não ter fim.

— Minha vez. – A música parou e Edgar estava ao lado deles na pista. Natasha abriu um sorriso que não escondia sua satisfação em vê-lo.

— Pensei que não viesse mais. – Natasha falou baixinho quando ele se aproximou.

Edgar, por sua vez, a puxou para ele e seus corpos estavam muito juntos. Natasha deitou a cabeça no peito dele, colocou um braço em volta do seu pescoço e a outra mão descansava no ombro do rapaz. Ela fechou os olhos e se deixou levar pela melodia que parecia tê-los transportado para outra dimensão. Era possível ouvir a batida forte do coração dele o que a fazia se sentir feliz por pensar que um pouco poderia ser por ela. A garota vinha percebendo que o que ele despertava nela era recíproco.

— Ei Roman, você dança? – Patty arriscou falar com o garoto que parecia sempre zangado.

— Não. Eu não curto muito.

— Eu também não. Quer conhecer meu laboratório?

— O quê? – Roman não sabia o que estava escondido no convite, pois ele podia perceber desde o início a forma como a garota o olhava.

— Meu laboratório, venha vou te mostrar.

Ela o levou até o porão e quando acendeu a luz Roman ficou tão surpreso quanto desapontado.

— Pensou que era o quê? Um pretexto pra eu ficar sozinha com você? Talvez seja também. – Patty se aproximou dele e viu que ele estava vermelho então resolveu pegar leve. – Tô brincando. Vou te mostrar minhas coisinhas.

 

— Você parece cansada. Se quiser ir eu te levo. – Kurt e Remi dançaram um pouco e saíram pra tomar um ar. Já estava um pouco tarde e o cansaço da garota era visível.

— Tá, mas não quero ir pra casa agora. Se você não se importar.

— Tudo bem a gente dá uma volta de carro e quando você quiser eu te levo.

— Preciso avisar meu irmão.

Eles não o encontraram então pediram alguns amigos pra avisar que haviam ido embora.

 

— Onde você estava?

Natasha se assustou um pouco com a aparência de Patty ao retornar do interior da casa. Seu cabelo estava muito bagunçado e os botões da blusa estavam abotoados todos errados. A morena olhou pra trás e percebeu o motivo dessa desordem vindo também do interior da casa. Roman estava com a camisa amarrotada e um sorriso travesso. Ela começou a rir e deu o recado de Remi a ele.

— Patty, estou cansada e não consigo ficar pra te ajudar, mas acho que você já tem ajudante. – Ela disse apontando para o garoto louro. – Edgar vai me levar pra casa.

— Tudo bem. Pode ir e aproveitem e se divirtam vocês dois. – A garota claramente havia bebido além da conta pra dizer aquilo deixando Natasha e Edgar totalmente sem graça.

 

— O que é aqui? – Remi quis saber assim que Kurt parou o carro em frente às ruínas de uma igreja antiga. Eles desceram e permaneceram do lado de fora encostados na lateral do carro.

— Eu vinha aqui com uma amiga quando éramos crianças. – Remi sentiu uma pontada de tristeza nas palavras dele. – Ela faleceu, foi assassinada e nunca teve a chance de crescer e viver tantas coisas que poderiam estar esperando por ela.

— Eu sinto muito. – Remi segurou tentou trazer um pouco de consolo ao rapaz.

— De alguma forma você me lembra ela. Não só pela aparência, mas na determinação, o jeito de olhar. – Os dois agora estavam de frente um para o outro e o olhar de Kurt era tão penetrante que Remi quase não piscava. – Só queria deixar claro uma coisa. Eu não tomei a bebida do Rich, mas estou com uma vontade louca de beijar você.

Na ausência de respostas Kurt tomou como um consentimento. Se aproximou da garota e colocou seus lábios sobre os dela, o beijo não foi nada angelical, mas intenso e firme, os dois ali sob a luz da lua e das estrelas deixaram seus corpos falarem por si.

 

— Hoje foi perfeito. – Natasha disse assim que Edgar parou o carro na porta de sua casa.

— Foi sim, há muito tempo não me divertia nem dançava tanto assim.  – Você dança muito bem.

Natasha riu do elogio. – Há quem diga que eu levo jeito. – Eu vou descer. Já está tarde e vovó deve estar preocupada com minha demora.

Edgar queria falar tantas coisas, não queria deixar o encanto da noite acabar assim, pois amanhã voltariam a ser apenas amigos, como sempre. O rapaz nem sabia se poderiam ser algo além disso, mas quando dançaram juntos ele a teve nos braços e ela foi sua por alguns minutos, não havia nada entre eles, nem Ricky, nem Sarah, ou qualquer outro fantasma que pudesse impedi-los de aproveitar esse momento só deles. Ele segurou a mão dela e delicadamente entrelaçou os dedos nos seus.

— Natasha... – Ele mergulhou em seu olhar e a garota curvou sobre ele e pressionou os lábios dele com os seus. Foi apenas um beijo rápido que durou poucos segundos, mas foi o suficiente para deixar subentendido que poderia haver algo mais entre eles no futuro, quem sabe.

Nenhum dos dois deu o passo seguinte, nem disse nada. Natasha foi pra casa e caiu em sua cama com os sentimentos em turbilhão.

Edgar teve um sono agitado, fechava os olhos e a sentia em seus bralços com os lábios dela colados nos seus, ele queria mais, muito mais. Agora que ela já dera esse passo ele sabia que estava pronto pra falar sobre seus sentimentos.

 

Ele acordou com o telefone tocando sem parar, ele não queria atender. Olhou no relógio e eram quatro da manhã, havia dormido menos de duas horas. Quem seria essa hora? A mãe não estava em casa e Lis estava apagada.

— Alô! – A voz dele era sonolenta e irritada.

— Edgar. – Era Natasha do outro lado da linha. – Você pode vir? Eu preciso de você! Por favor...


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Notas finais do capítulo

Ah! Muitas surpresas nos esperam no próximo capítulo!



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