CAPÍTULO 3 — INFILTRAÇÃO  

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A Dra. Isabella Swan era difícil. Mais difícil do que Edward sequer poderia. Ela parecia antecipar qualquer coisa que ele fosse falar, e antes que lhe fizesse um convite, ela já o recusava. Jacob, que observava os avanços infrutíferos, ria todas as vezes, afinal, ele havia avisado ao jogador que ela não era assim tão fácil.

Enquanto seus avanços não davam resultado, o tratamento — que entrara no seu terceiro mês — estava se provando extremamente eficaz. Edward, que já na metade do segundo mês estava conseguindo apoiar o pé no chão, estava começando a fazer corridas leves e a cada dia a intensidade dos exercícios e da fisioterapia aumentava.

Isabella estava animada com os resultados, pois Edward Cullen estava conseguindo se recuperar muito mais rápido do que Amun Canaan e os resultados obtidos no tratamento, mostravam o quanto ele era eficaz em lesões de atletas. 

Bella, como a médica gostava de ser chamada informalmente, sabia que Edward Cullen estava tentando convidá-la para sair. Há dias ela notava ele a observando de maneira que poderia facilmente ser considerada proibida na relação médico-paciente, mas sua ética no trabalho estava quase sendo vencida por seus hormônios femininos.

Não havia como dizer que o ala-armador do Boston Celtics não era bonito, até mesmo porque, afirmar isso, seria uma grande mentira. No entanto, sua história pregressa depunha contra ele. Um festival de modelos e atrizes já estiveram nos seus braços. Edward era esperto para não deixar que os escândalos sexuais marcassem sua carreira, mas isso não queria dizer que os tabloides não estavam prestando a atenção, principalmente quando o jogador era tão atraente.

As mulheres não duravam mais do que dois encontros em seus braços, e todas sempre tinham coisas maravilhosas a dizer do jogador. Todos sabiam que a vida de playboy de Edward Cullen estava com os dias contados, muitos especulavam que quando a mulher certa aparecesse em sua frente, ele faria de tudo para tê-la e, principalmente, mantê-la.

Bella não tinha qualquer ilusão de que essa mulher seria ela. Para a médica, o jogador estava vulnerável pela lesão e ela era uma mulher que estava ao lado dele diariamente.

— Você já foi ao Sorellina? — ele perguntou certa tarde, quando Bella aplicava as injeções de medicamento.

A morena arqueou uma sobrancelha curiosa.

— Sim, algumas vezes. — respondeu lentamente.

— Estou super afim de um jantar completo lá. — falou casualmente.

— Hum… — murmurou a médica. — Não sei se você pode Edward, tem que ver com a Dra. Weber, pois não podemos fugir muito do seu plano de refeições. 

— Ahh… mas nem mesmo uma refeição do Sorellina? — perguntou desmotivado.

— Tem que ser avaliado, estamos progredindo tanto com o tratamento, não podemos desistir agora por causa de um orecchiette ou uma milanese. — explicou com um sorriso.

Edward limitou-se a suspirar derrotado. Mais uma tentativa de chamar a médica para sair fracassada. Ele já não sabia mais o que fazer para convencê-la de lhe dar uma chance, parecia que todos os seus movimentos eram facilmente descartados por Isabella Swan.

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— Vejo que o tratamento está funcionando muito bem. — disse Jasper, certa tarde de domingo observando a leve corrida que o irmão fazia em uma esteira.

— Sim. — concordou. — Eu quase não sinto mais dor, mas fazer algumas fintas e passes ainda é muito perigoso, não me sinto confiante. — explicou.

— Mas em breve você vai conseguir, tenho certeza. — pontuou Jasper. — Se tem algo que você é bom, é em ser determinado. 

Edward murmurou algo inteligível, mas claramente infeliz.

— O que está acontecendo Edward? Por que essa cara de derrota? Desanimado com o tratamento?

O jogador deu de ombros.

— Não Jazz, o tratamento está ótimo, perfeito na verdade. Jamais imaginei que em quatro meses da minha lesão estaria fazendo uma corrida leve. É só…

— Só…? — insistiu o cardiologista curioso.

— Eu estou tentando convidar uma mulher para sair, mas ela está sempre negando meus convites… é um pouco frustrante.

Jasper estudou o irmão atentamente.

— Você está afim de Isabella? Sua médica? — perguntou com um sorriso enviesado.

— Você falando assim parece que estou cometendo um crime. — replicou ofendido.

— Não, não! Não é isso. — ele riu. — Mas acho que nunca te vi vulnerável com relação a uma mulher. Nem mesmo quando você convidou Charlotte para o baile na oitava série.

— Ha-ha-ha… obrigado por lembrar desse trauma. — replicou azedo.

— Larga de ser um bebê chorão. — brincou Jasper. — Mas como você está tentando convencê-la a sair com você? Com aquelas suas cantadas absurdas?

Edward fechou seus olhos em fendas, pronto para xingar o irmão, mas sem muito pique para começar um campeonato de ofensas com Jasper.

— Fico dando dicas sobre restaurantes, lugares, perguntando se ela conhece e que estou com vontade de ir. Não dá para eu chegar na minha médica e dizer que quero transar com ela. 

— Wow! Você quer transar com ela? — provocou.

Edward estudou o irmão.

— Você a viu Jazz, ela é gostosa pra caralho. É claro que eu quero transar com ela, mas não é só isso… eu quero… conhecê-la. — afirmou num sussurro. Jasper arqueou suas sobrancelhas surpreso.

— Avisem a imprensa! Edward Cullen quer conhecer uma mulher além do sentido bíblico. — provocou Rosalie entrando na sala onde seus irmãos estavam.

— Como é que é? — replicou Emmett que vinha logo atrás da esposa. — Edward quer uma namorada? Uau! Eu vivi para ver isso.

— Vocês são tão engraçadinhos. — murmurou Edward, diminuindo o ritmo da esteira para uma caminhada.

— Quem é essa misteriosa mulher que Edward quer conhecer melhor? Perdi essa parte da conversa. — pediu Rosalie, sentando-se no banco de musculação da sala privada do irmão.

Jasper sorriu enviesado e virou para a irmã.

— Ninguém mais, ninguém menos que Dra. Isabella Swan. 

Emmett que mexia em algumas anilhas, deixou uma cair ruidosamente aos seus pés, fazendo um barulho alto.

— A médica? — replicou virando-se para a esposa e cunhados. — Não tem nem como culpar Edward, ela é gostosa pra caralho. 

Rosalie que ainda estudava a situação com seus intensos olhos azuis, admirou seu irmão caçula com atenção.

— Você realmente está interessado nela. — afirmou. — Não vi esse olhar nem quando você estava com Bree Tanner no junior year.

Edward bufou incomodado.

— É… sim, sim… não sei o que é, mas queria conhecê-la. — admitiu. — Mas ela não aceita nenhuma das minhas investidas, e eu não quero ser grosseiro e perguntar diretamente.

— Você já considerou que talvez ela tenha alguém? Ela é gostosa pra caralho, impossível estar sozinha. — interviu Emmett.

— Existe essa possibilidade, mas você já procurou saber se ela é solteira, não é? — refletiu Jasper. Edward começou a diminuir a intensidade da esteira antes de pará-la totalmente.

— Óbvio que eu já procurei saber, ela é solteira e segundo o fisioterapeuta, que é amigo de infância dela, há muito tempo não sai com ninguém. — explicou, tomando em seguida um grande gole de água.

Rosalie estudou o irmão por um tempo, notando que na conversa que ele tinha com Emmett e Jasper sobre a médica, ele parecia realmente interessado em ter algo com ela. Para a loira, os dias de solteirice de Edward já estavam na hora de acabar; e se tivesse que ser com alguém, que fosse com a tal médica, afinal ela parecia ser uma boa pessoa.

— Eu posso ter uma ideia. — disse a loira com um sorriso matreiro. Seus irmãos e marido a encararam atordoados.

— Que tipo de ideia? — perguntou Jasper, que sempre se incomodou quando Rose tinha ideias melhores que as dele. 

Rose sorriu largamente, e gritou:

— Claire! 

Todos arregalaram os olhos, no mesmo momento que a garotinha corria pela porta da academia. Seus cabelos loiros encaracolados estavam presos em um rabo de cavalo, usava um vestido azul marinho com joaninhas vermelhas adornavam a parte superior.

— Me chamou mamãe? — perguntou sorrindo para a mãe e depois para os tios. — Oi tio Edd, oi tio Jazz.

— Oi princesa. — respondeu Edward, antes de voltar seu olhar para a irmã. — Você realmente, realmente quer que eu use sua filha para conquistar uma mulher? Que porra é essa Rose? — questionou aumentando a voz uma oitava.

— Acho genial! — exclamou Emmett rindo. — Como ela conseguiria resistir com Claire do seu lado?

Jasper que admirava toda a cena ainda boquiaberto também sorriu.

— Sabe… é uma ideia interessante. Bella deve ter uns 30 e poucos anos, o relógio biológico dela deve estar começando a apitar… ver um cara que está interessado nela, com uma criança… é…

— De explodir os ovários. — completou Rosalie. — Acredite Edward não estaria oferecendo minha filha nesse esquema louco se eu não tivesse certeza que daria certo.

— Isso é loucura! — exclamou Edward ainda atordoado. — Claire é um anjo Rose, mas você acha que ela vai conseguir ficar 8 horas em um hospital? Sem contar que nunca vi qualquer criança na área onde faço tratamento.

— Primeiro de tudo não seria o dia todo, só no período da manhã. — disse Rosalie. Quando Edward fez uma cara confusa ela explicou: — Quinta-feira terá uma formação de professores na escola e todas as crianças foram dispensadas, eu até ficaria com Claire o dia todo, mas tenho uma reunião em NY que não posso adiar, e mamãe tem uma consulta médica, que Claire já iria acompanhá-la… então todo mundo ganha. — deu de ombros. — Claire fica um tempo de qualidade com o tio dela, mamãe fica com ela a tarde, eu vou para a minha reunião em NY e se tudo correr perfeitamente sexta-feira você terá um encontro com a Dra. Swan.

Jasper gargalhou.

— Sabe Rose, na maioria das vezes eu ainda me surpreendo com a sua genialidade. Se eu não tivesse visto esse plano se formar na sua cabeça nos poucos minutos que estamos aqui, eu diria que você veio com ele pronto de casa. — provocou o mais velho dos irmãos Cullen.

— Quando se é criada com vocês dois e se tem Emmett como marido, é fácil pensar como homem. — deu de ombros.

— Tudo bem, mas quem garante que Claire não ficará entediada? Minhas manhãs no hospital são sempre comigo em máquinas me puxando, me esticando como se eu fosse uma goma de mascar. — explicou.

Rose sorriu travessa.

— Claire, conta para o tio Edward o quanto você quer ser a enfermeira dele por um dia, ver tudo o que ele faz no hospital. — a menininha, que estava distraída com o espelho da academia, virou-se para onde sua mãe e tios estavam e sorriu animada.

— Eu vou poder ser “infermera” do tio Edd? — perguntou com seus olhos brilhando. — Sim! Eu estava esperando isso! Quando eu vou? — suas palavras voavam por sua boca, enquanto ela praticamente pulava em seus calcanhares.

Rosalie sorriu arrogantemente.

— Como eu disse, isso vai dar muito certo. 

— Ou muito errado. — rebateu Edward derrotado.

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Apesar de estar com pouca fé no plano de Rosalie, Edward se viu ansioso para quinta-feira durante toda a semana. Todos os membros da equipe médica notaram que algo o deixava inquieto, mas só Jacob e James, o fisioterapeuta e psicólogo, respectivamente, perceberam que o atleta estava na expectativa para algo.

— O que você vai aprontar? — questionou Jacob curioso.

Edward sorriu enviesado.

— Você verá. — respondeu misterioso.

Jacob bufou indignado.

— Quero ver se você vai conseguir alguma coisa.

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Quinta-feira amanheceu com um sol brilhante e empolgante. O próprio universo parecia entender que aquele seria um dia memorável. Apesar da sua rotina diária, Edward fez tudo com muito mais cuidado do que era esperado, e logo Claire chegou, com uma legging de malha azul clara, uma blusa com desenhos coloridos, seus cabelos loiros em um rabo de cavalo e tênis brancos nos pés.

— ‘Infermera” Claire Catherine Cullen-McCarthy se apresentando. — disse a pequena quando o tio abriu a porta. 

Edward sorriu cheio de carinho para a sobrinha.

— Com essa enfermeira eu já estou me sentindo melhor. — respondeu, pegando a menina no colo. A garotinha riu com as cócegas que Edward fizera em sua barriga.

— Edward, se ela der algum trabalho me ligue imediatamente. Eu dou um jeito e vou buscá-la. — explicou Emmett.

— Emm, relaxa, se acontecer algo eu te ligo, mas minha mãe logo vai buscá-la. Tenho certeza que Claire vai se divertir vendo o tio dela sofrendo, não é mesmo Claire? 

A menina fez uma cara de horrorizada.

— Não! Você não vai sentir dor, tio Edd, você vai sarar logo. E com meus cuidados tudo vai ficar bem melhor. — respondeu a menina em um discurso claramente decorado.

Edward arqueou uma sobrancelha.

— Sua irmã, Edward. Você sabe tão bem, quanto eu o quanto Rosalie é teatral em qualquer coisa. — explicou Emmett como se fosse óbvio.

Com mais algumas despedidas, Emmett finalmente deixou Claire com seu tio Edward, para aquele que era o plano mais louco em que o basquetebolista já entrara. Quando fechou a porta e a menina já se encontrava na cozinha com a geladeira aberta procurando alguma coisa, o atleta questionou:

— Você realmente quer ir no hospital comigo, Claire? — a menina fechou a porta e encarou o tio.

— Sim! Eu quero ser sua ‘infermera’.

Edward suspirou derrotado.

— Ok. Vou pegar minhas coisas e nós já vamos. 

O caminho até o hospital foi tranquilo, Claire tagarelava sobre a escola e seus amigos. Edward ouvia tudo com meia atenção, preocupado com a forma que a Dra. Swan iria reagir a sobrinha. Cedo demais, Edward chegou ao hospital e com um suspiro resignado, agarrou a mão da menina e seguiu para o centro de tratamento ortopédico.

Assim que entrou no centro médico, as enfermeiras Nessie Masen e Jane Bishop suspiraram audivelmente com a surpresa que foi ver Edward Cullen com uma criança. As duas mulheres, que achavam o jogador extremamente atraente, ao verem a pequena menina ao lado dele, sentiram os instintos maternos aflorarem.

— Não me incomodaria se ele quisesse ser o pai dos meus filhos. — murmurou Jane para Nessie. A outra enfermeira concordou efusivamente.

A Dra. Angela Weber, foi a próxima que viram — já que antes de começar o tratamento diário, Edward tinha que tomar uma espécie de shake proteico. A nutricionista apesar da sua surpresa em ver a garotinha, não demonstrou como as enfermeiras, optando por dar a ela um doce de banana que havia feito, o qual Claire agradeceu imensamente.

Jacob foi o próximo que encontraram, e ao contrário das mulheres, o fisioterapeuta que sabia que o jogador estava planejando algo, gargalhou quando o viu com a sobrinha.

— Vai apelar assim mesmo, Edward? — provocou.

O jogador sorriu enviesado.

— Se você vai à guerra, lute com todas as suas armas. — replicou.

— Espero que isso funcione. — murmurou Jacob com um meio sorriso.

O jogador continuou seu caminho com a sobrinha ao seu lado, que perguntava inocentemente sobre tudo o que podia, causando até mesmo um pouco de desconforto nele, pela insistência dela em saber sobre tudo.

Ao entrarem na sala, Edward ficou ligeiramente decepcionado ao não ver a Dra. Swan o esperando para iniciar sua rotina. Claire que ainda estava deslumbrada com os equipamentos, perguntava sobre tudo o que podia e não podia ao tio.

Foram bons 10 minutos, com Claire questionando Edward sobre tudo o que tinha na sala, quando finalmente a Dra. Isabella Swan entrou no recinto. Como sempre ela estava linda. Uma calça jeans clara, uma camisa creme de botões revelando um pouco da pele do seu pescoço, e seu jaleco verde claro aberto. 

— Edward, desculpe a demora eu… — assim que viu Claire ao lado do paciente, a médica parou seu discurso. Notando a surpresa dela, Edward explicou:

— Minha irmã e cunhado tinham reuniões importantes hoje, e minha mãe alguns exames, por isso Claire ficará comigo no período da manhã. 

Isabella sorriu para o jogador e a menina.

— Não tem problema algum. — respondeu, aproximando-se dos dois. — Olá Claire, tudo bem com você? 

— Oi. — respondeu timidamente a criança. — Está tudo bem comigo e com você?

— Comigo também está tudo bem. — respondeu a médica. — Eu sou a médica do seu tio, todos me chamam de Isabella, mas você pode me chamar de Bella, tudo bem?

A garota sorriu.

— Bella. Como a Bela da Bela e a Fera? — inquiriu inocentemente.

— Exatamente da mesma forma. — respondeu. — Você está animada para ver seu tio fazendo alguns exercícios para se recuperar logo e voltar a jogar?

— Sim! — tornou a exclamar a garotinha. — Eu sou a ‘infermera’ dele! — respondeu animada.

Bella sorriu.

— Com uma enfermeira como você, tenho certeza que ele vai se recuperar logo. — disse com uma piscadela. — Vamos começar? Eu tenho um jaleco que vai servir certinho em você. — falou, pegando a mão da garotinha e indo até a sua sala, onde ela retirou um jaleco similar ao dela, porém pequeno o suficiente para caber na menina.

No início Claire foi bastante curiosa sobre tudo que Bella fazia a Edward, sempre perguntando a médica o porquê das coisas. Ela respondia a menina, com uma paciência e atenção surpreendentes, sempre utilizando termos fáceis e brincadeiras. Bella até mesmo solicitou a “ajuda” da criança em coisas simples, colocando um sorriso imenso no rosto da garotinha.

Edward fazia os exercícios anaeróbicos dos aparelhos de musculação projetados pela médica — que havia aumentado um pouco a intensidade destes —, causando caretas e dores no atleta, que se esquecera de como sua recuperação era um processo doloroso.

— Tá doendo, tio Edward? — Claire perguntou preocupada.

— Só um pouquinho. — gemeu, claramente em dor.

— Mas é remédio, não deveria doer. — disse a menina atordoada.

— Mas no caso do seu tio ele tem que forçar tudo, por isso que dói. Isso tudo é só pra que ele possa jogar melhor do que antes. — explicou a médica com um sorriso.

— Mas está errado! — interveio a menina com os olhos cheios de lágrimas.

— Não é tão ruim assim, Claire. — disse Edward com gemido.

— É sim! — exclamou agora chorando a menina. — Quando eu faço dodói a mamãe me dá um beijo e não dói assim. 

Bella sorriu com a inocência da menina.

— Mas o dodói do tio Edward é diferente. — pontuou.

— Mas você é médica, porque não dá um beijo no tio Edward para sarar? Tenho certeza que seu beijo é mais poderoso, como do príncipe encantado na princesa. — explicou como se fosse óbvio.

Edward que estava preparado para falar algo a sobrinha, diante do pedido de um beijo para a médica, o jogador ficou em silêncio. Ele queria mais que tudo um beijo dela para se curar.

— Não sei se meu beijo é tão poderoso assim. — falou Bella encarando o rosto da pequena Claire e de Edward.

— E se você for jantar com o tio Edward? Quando minha mãe está triste ou com dor, o papai sempre leva ela para jantar. — ponderou a menina com um sorriso.

Edward que observava a interação da sobrinha com a médica, mordeu a bochecha para evitar o sorriso que estava prestes a sair pelos seus lábios.

— Eu… — começou Bella, mas Claire a cortou.

— Você podia ir na casa do tio Edd jantar. Ele faz um mac & cheese muito bom, melhor do que o da mamãe, só não é melhor do que o da vovó Esme. Aposto que ele melhoraria mais rápido.

— Eu… — tentou novamente a médica.

— E depois, se você ainda estiver com fome, ele pode fazer chocolate quente com marshmallows! É tão gostoso! 

— Eu tenho certeza que sim. — concordou Bella com um sorriso, encarando Edward, que estava concentrado demais em seus exercícios.

— Você vai? Amanhã? — perguntou esperançosa. 

— Eu… não sei Claire. — disse apologética.

— Se você for, eu prometo estar lá! Eu adoro jantar no tio Edd. 

Bella encarou o jogador, que agora a encarava expectante, em seguida para a menina que tinha lágrimas ainda manchando o seu rosto, mas com um sorriso animado em seus lábios rosto. Com um suspiro resignado, a médica ortopedista respondeu:

— Ok, eu irei.

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* infiltração: É um movimento de ataque em que um jogador passa pela defesa adversária driblando. A jogada é realizada em velocidade pelo atleta, que usa uma área da quadra chamada de garrafão até chegar na cesta e marcar os pontos, ser interceptado ou receber uma falta.

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