Kyoujurou estava no pátio de sua casa aquela manhã, em pé ao lado de seu irmão mais novo que varria – como de costume – as folhas do chão, mantendo o piso limpo. Ele tinha um olhar baixo e pensativo, com as sobrancelhas franzidas como se estivesse cabisbaixo; mesmo que não estivesse, as sobrancelhas de seu irmão costumavam ficar arqueadas daquele jeito. O Rengoku mais velho estava com os braços cruzados e um pequeno e usual sorriso no rosto, ele adorava ver seu irmão tão concentrado em limpar o chão, era muito fofo.

— Porra. – Senjurou disse olhando para o chão ao que parou de varrer.

Kyoujurou abriu a boca em um sorriso enigmático, não crendo no que seus ouvidos escutaram, entretanto, sua mente trabalhou rápido, pensando em mil e uma coisas.

— Isso não é algo que se deva falar casualmente, Senjurou! – Ele se curvou levemente em direção ao irmão, o olhando nos olhos.

— O-oh. Minhas desculpas aniki. – O mais novo disse com um semblante culpado e arrependido de suas palavras.

— Não se preocupe! Essas coisas acontecem! – Kyoujurou disse de forma gentil para o irmão. – A propósito, eu tenho alguns negócios a tratar!! Tome conta da casa, Senjurou! – O mais velho disse e rapidamente saiu da vista do irmão que não entendeu o que aconteceu, apenas viu seu irmão sumir entre uma fumaça – bem coisa de ninja – a sua frente.

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Respiração das Chamas

Sanemi estava tranquilo observando a paisagem enquanto caminhava, quando sentiu um arrepio subindo pela sua espinha e percebendo que algo se aproximava.

Primeira Forma

Ele se virou confuso ao ver um corpo se aproximando de si em alta velocidade e sem entender o que se passava, mas por alguma razão, ele suava frio.

Mar de Fogo

Sanemi só teve tempo de se esquivar de um ataque que mirava diretamente em seu pescoço, mas seus apurados reflexos o permitiram curvar as costas para trás para impedir que sua pele fosse cortada, e então percebeu que quem o atacou fora Kyoujurou, já que o chão a sua volta parecia se incendiar e o loiro firmou os pés não muito a frente de si.

— QUAL É A PORRA DO SEU PROBLEMA!?!? – O homem de cicatrizes perguntou aos gritos, extremamente irritado com o colega Hashira pelo ataque repentino.

— Cale a boca.— A voz do outro soou rouca, profunda e tenebrosa, claramente irritada e sombria, o que fez Sanemi o encarar surpreso e temeroso. – Eu irei cortar fora essa língua sua.— Lentamente, Kyoujurou se virou para encarar Sanemi, e ele não parecia o sempre radiante Rengoku. – Lixo. Arrependa-se de seus pecados.— Falou segurando firme o cabo de sua espada e encarando o outro com sangue nos olhos, como se olhasse no fundo de sua alma.

A aura sombria que rondava Rengoku era densa e era quase possível entender que ele dizia um “vai se foder” para Sanemi.

Depois desse dia, Shinazugawa nunca mais chegou perto da casa dos Rengoku e Senjurou não mais disse um palavrão.