A Última Pevensie escrita por Lady Fantasy


Capítulo 1
Capítulo 1 - De volta a mansão Pevensie




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“A manhã estava repleta de afazeres, minha neta Emma estava para chegar. Faziam exatamente dez anos desde que eu a vi pela última vez. Ela ainda era um grãozinho de arroz – como eu gostava de chamá-la.

Meu filho Alec e sua esposa Lira haviam se mudado para o Canadá cinco anos depois o nascimento de Emma, e desde então não mantiveram mais o contato. Mas me lembro como se fosse ontem de quando eu contava a ela as histórias de meu povo.”

A senhora Pevensie parou de sonhar acordada quando ouviu batidas na porta.

— Entre. – Autorizou ela.

— Senhora, tudo já está como pediu. O grande salão já está montado, o florista chegou e tudo o que serviremos já está sendo preparado. – Disse Brigiti, a governanta.

— E o quarto de Emma? – Perguntou virando-se para encará-la.

— Foi o primeiro a ser providenciado. Eu mesma me encarreguei de arrumá-lo para que ficasse exatamente como pediu.

— Excelente Brigite, me espere lá em baixo, logo descerei para acompanhar tudo mais de perto. – Ela sorrio como sempre fazia, e em seguida assentindo a mulher retirou-se.

A senhora Pevensie, por um instante, se pegou olhando em sua volta e percebeu que tudo havia mudado, inclusive ela. O tempo havia corrido depressa, em um enorme espelho ela encarava seu semblante envelhecido. Rugas e uma pele gasta era o que ela carregava, mas embora estivesse com 75 anos ainda parecia bem-disposta para tudo.

Sem muita demora, ela apanhou sua bengala e desceu as escadas temendo encontrar muito a ser feito, mas Brigite não economizava formas e recursos para atingir todas as expectativas de sua patroa, assim tratou de providenciar tudo do bom e do melhor.

— Diga-me senhora, onde peço para o florista deixar os arranjos? – Disse ela acompanhando-a.

— Diga a ele que deixe um em cada mesa, e depois traga as orquídeas para o quarto de Emma, é o que ela gosta. – Ela caminhava depressa tentando direcionar tudo e a todos.

Não demorou muito para que tudo estivesse pronto. O buffet era maravilhoso e cheio de guloseimas, haviam as flores encomendadas deixando um charme natural e sofisticado no ambiente, e a música era suave deixando tudo harmonioso.

Depois de pronta, a anfitriã da grande mansão Pevensie seguiu em direção a entrada para receber os convidados, que já estava chegando. Um após um os carros luxuosos foram parando em frente a mansão, mas havia um em especial no meio dos outros. Um carro grande e preto parou próximo as escadas, logo para a sua grande surpresa e alegria Emma saiu trajando um lindo vestido de festa. O vestido que ela havia mandado fazer especialmente para neta.

Assim que vira sua avó a emoção tomou conta da menina, que correu para a mesma que a aguardava de braços abertos.

— Vovó Luci! – Disse ela com os olhos cheios d’água.

— Minha querida, finalmente você chegou! – Lúcia a apertou a tomando para si, desejando não soltá-la nunca mais. – Deixe-me ver você!

Por um instante ela a afastou.

— Veja como está grande e bonita. – Falou sorrindo enquanto enchugava os olhos marejados da menina.

Alec junto a esposa Lira vinham logo atrás. Lúcia serrou os olhos para enxergar o filho a distância e se deparou com o homem robusto e bonito que ele havia se tornado. Um aperto forte atingiu seu coração fazendo com que ela deixasse uma lágrima escapar, era maravilhoso olhar para trás e ver a família linda havia construído, e por um instante a lembrança de Pedro, Susana e Edmundo a golpeou, fazendo com que seu coração apertasse um pouquinho mais.

— Mãe! – Alec se aproximou a vendo emocionada.

— Venha cá e me dê um abraço. – Ela sorrio e o abraçou. Braços forte a envolveram, e um calor a atingiu, era o amor. O amor que em dez anos de distância não havia mudado, e para ela nem que se passassem mil anos mudaria.

Depois de cumprimentar sua nora todos seguiram para o grande salão, onde um grande baile estava acontecendo. De braços dados com sua nela caminhava com um olhar reluzente, não podia estar mais feliz.

Pouco a pouco os convidados vinham se aproximando para cumprimentar a menina pelo seu aniversario. E mesmo que um pouco tímida, Emma sorria educadamente para cada uma daquelas pessoas desconhecidas por ela.

Toda a noite fora maravilhosa, cheia de música e banquete maravilhoso, mas não demorou muito para que todos fossem embora.

Emma estava sentada em frente a lareira encarando o fogo, seus pais conversavam entre si sentados ao longe. Foi então que vovó Lúcia se aproximou sentando-se em uma poltrona ao lado da menina.

— Você gosta do fogo? – Perguntou.

— Sim, eu acho bonito. – Respondeu Emma deitando sobre o tapete felpudo.

Lúcia sorriu ao lembrar-se de um fato ocorrido no passado, algo que Emma se interessaria muito em saber.

— Houve uma época há muitos e muitos anos em que uma garotinha atravessou um guarda-roupa...

“O guarda-roupa parecia não ter fim, até seus dedos encostarem em algo gelado. Ao se virar deparou-se com o que seria impossível de se acreditar, uma floresta coberta de neve bem ali, atrás dela. Meio receosa caminhou em frente se deparando logo em seguida com um poste enorme com uma lanterna antiga. Lá ela encontrou também um fauno, esse fauno se chamava Sr. Tumnus...”

Emma a encarava maravilhada, e mesmo que já fosse grande adorava ouvir as histórias de sua avó.

“O Sr. Tumnus convidou a garotinha para um chá com sardinhas, incapaz de dizer não ela o seguiu até sua casa no bosque. Lá ela tomou chá e escutou uma linda música enquanto admirava o fogo...”

— Mãe. – Disse Alec tomando conhecimento do que estava acontecendo.

— Então do fogo surgiram centauros e faunos, e todos eles dançavam... - Os olhos de Lúcia refletiam as chamas, mas algo fez com que a lareira se apagasse por completo.

— Já chega de história! – Alec se levantou e rapidamente aproximou-se estendendo a mão para Emma.

— Hmm, curioso. – Disse Lúcia em sussurros para si mesma.

— Fizemos uma grande e cansativa viagem pra chegarmos aqui, está na hora de irmos para cama, todos nós! - Alec a encarava com um olhar de reprovação. - A senhora não mudou nada não é mesmo. - Disse em sussurros perto de sua mãe.

— Boa noite vovó, espero que possa me contar mais histórias amanhã. - Emma a abraçou. - Ah, e obrigada pela festa, estava tudo lindo.

Emma caminhou na direção de seu pai que a esperava perto da porta, no entanto Lira ainda estava de pé na sala observando Lúcia.

— Desculpe-me Lúcia, mas acho minha filha não está pronta para suas fantasias. – Ela se virou um pouco aborrecida e seguiu em direção ao quarto onde sua filha ficaria, deixando Lúcia só.

Durante muitos anos o passado havia ficado no passado, mas agora podia ser diferente. Toda a infância de Alec fora uma batalha, pois o mesmo se recusava a acreditar nas histórias que sua mãe lhe contava. Ele jamais havia se interessado por um guarda-roupa mágico, faunos ou centauros, e isso deixava Lúcia triste e tanto preocupada, pois o legado dos Pevensie estava preste a se perder. Mas uma pontinha de esperança se ascendeu com a chegada de Emma.

Emma sempre fora uma criança alegre, risonha desde muito cedo. E enquanto morava na mansão sua avó preenchia sua imaginação com histórias que ela amava ouvir.

Ao ver no que a menina havia se tornado, Lúcia pensou ver a si mesma, em um passado que já na estava mais tão distante.

Aquele final de noite despertou algo em Lúcia, uma curiosidade que não era familiar. O fogo da lareira ter se apagado tão repentinamente lhe trouxe flaches do passado, e agora um conhecido calor acertou seu coração. Ela sabia que aquilo não era algo comum, e sim um aviso de que em breve “Ele” chamaria por elas.


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