Campo minado escrita por Donna Dan


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hey gente!
Hoje a fic é bem família!
13/10: Pulso.

Espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783176/chapter/1

A adoção de Yuki foi uma vitória sem precedentes na vida de Naruto e de Sasuke. Apesar das dificuldades que enfrentavam em se adaptarem à ter uma criança tão pequena em casa, os meses iam passando com um sabor totalmente diferente. Com sabor de felicidade.

 

O quê muitas pessoas não imaginam sobre ter filhos é que sua casa pode virar um campo minado à qualquer momento e qualquer deslize pode desencadear um desastre. Como o que aconteceu naquela manhã.

 

Quando Yuki começou a ensaiar seus primeiros passos pela casa, a mesa de centro revelou-se um grande perigo. O pequeno desequilibrou-se e quase bateu a cabecinha na quina da mesa.

 

Movido pelo desespero de imaginar seu filho machucado, Naruto foi imediatamente se livrar do móvel. Entretanto, sua falta de atenção o fez cair em uma das muitas armadilhas espalhadas pela casa. Um passo largo demais em cima do trenzinho de plástico o fez escorregar e perder o equilíbrio para trás. Seria uma queda qualquer se o gato não tivesse se assustado e corrido em sua direção, para se esconder embaixo do sofá. Naruto tentou apoiar-se para evitar cair de costas em cima de Fuku- o gato - e teve um choque, seguido de ardência e depois dor.

 

Sentia-se muito azarado. Conseguiu quebrar o pulso, a típica fratura de Colles, dentro da própria casa. O ângulo estranho do osso não deixava nenhuma dúvida.

 

Levantou com cuidado, tentando acalmar o filho com sua voz. Todo o barulho havia o assustado. Naruto não sabia como eleger suas prioridades no momento: acalmar o filho com apenas um abraço, imobilizar o braço ruim, ligar para alguém que pudesse o levar ao médico e cuidar de Yuki…

 

Outra coisa sobre ter filhos é que eles sempre viram sua prioridade. 

 

“Calma, meu amor…” - O Uzumaki disse e beijou os cabelos do filho. Sentiu a pressão muito baixa quando se agachou e, por segurar o braço quebrado contra o peito, não tinha mãos livres.

 

Ainda assim Yuki era apenas uma criança e não entendia o que estava acontecendo. Estendeu os bracinhos e agarrou-se no pai para sentir-se melhor. Naruto gemeu de dor. Angustiado por não saber o que fazer, começou a olhar em volta por algo que pudesse o ajudar.

 

A cestinha com revistas ao lado do sofá o ajudou a ter uma ideia para improvisar uma tipóia, mas não de como se soltar do filho. Debaixo do sofá Fuku olhava com os olhos verdes arregalados.

 

“Espera um pouco, meu bem. Papai tá dodói.” - Pediu ao filho, que não entendia totalmente o que era dito. A preocupação nos olhos infantis piorava muito a situação.

 

Sentia arrepios só de imaginar o filho tocando no braço, mas ofereceu o rosto para o cuidado infantil.

 

“Vou ligar pro papai. Cuida do Fuku pra mim?” - Aquela era a estratégia de Naruto sempre que precisava distrair o filho,era só falar o nome do gato. Não mentiria que queria vê-lo perseguindo e perturbando o bichano um pouco.

 

Apoiou o braço na perna para pegar uma revista e a dobrou de leve para sustentar o braço. Correu no quarto à procura de uma gravata e foi um verdadeiro desafio dar um nó cego com a mão boa e a boca.

 

Com a tipóia improvisada, voltou à sala depressa esperando que nenhum outro desastre tivesse acontecido naquele instante.

 

Ser pai era isso.

 

“Cadê você, bastardo?” - Perguntou pra si mesmo.

 

Sasuke tinha ido ao mercado comprar qualquer coisa rápida de preparar durante o fim de semana. Os pratos elaborados, pausa para o jantar na mesa, vinho e sobremesa, eram luxos que há muito não conseguiam experimentar. Ou comiam algo rápido ou não tinham roupa limpa para a semana.

 

“Papá!” - Yuki chamou com o gato se contorcendo entre os braços pequenos.

 

“Bem feito, Fuku!”

 

“O quê você tá implicando com o gato de novo, Naruto?” - Sasuke apareceu na sala, com as sacolas na mão, falando em seu típico tom entediado.

 

“Ele quer me matar!” - Falou mais alto ainda do que é era seu costume.

 

Sasuke virou-se para repreender o marido, que acabava provocando o choro do filho por causa de seu jeito enérgico de falar. Foi quando viu o braço apoiado na revista, começando a inchar.

 

“Oquê aconteceu?” - Perguntou aproximando-se para examinar o braço.

 

“Eu escorreguei num brinquedo e coloquei a mão no chão pra não cair em cima do gato. Tá feio, né?”

 

“Tá tudo bem” - Sasuke disse fazendo um carinho nos cabelos loiros e o beijando na testa.

 

O Uchiha foi até a geladeira, tirando o leite que tinha preparado para a próxima refeição do filho e colocou no microondas. Pegou Yuki em um braço e reuniu tudo que precisavam para ir até o hospital mais próximo: Carteira, chaves e a bolsa do bebê. Quando acabou, o som na cozinha indicava que o leite estava aquecido. Com a bolsa em um braço e o filho no outro, pegou a mamadeira e chegou na porta da sala, indicando com a cabeça que Naruto passasse por ele.

 

Naruto ainda estava parado, congelado, observando a cena. Invejava a calma do marido em situações de emergência e sentia-se um pouco inútil, podendo não mais que segurar o apoio do braço. Queria ajudar de alguma forma, mas quando tentou abrir a porta de trás do carro, a revista escorregou do apoio impróprio e o pulso pendeu para baixo, provocando uma onda de dor.

 

“Entra aí, idiota.”

 

Se alguém estivesse passando naquele momento, julgaria que aquele era um típico casal desgastado e com a sobrecarga da paternidade: sem paciência e muitas ofensas. Mas Naruto sabia que aquele era o seu “idiota” carinhoso.



…..ooooo00ooooo…..

 

Sasuke estava no batente da porta do quarto, observando. Naruto, encostado na cabeceira da cama, acomodava o filho entre as pernas, enquanto o pequeno rabiscava com lápis no gesso. Sempre que o filho o preenchia com sua arte, o Uzumaki apagava onde ele mandava para que começasse de novo.

 

Naruto estava gostando do tempo extra de repouso com o filho, mas sentia-se mal com a sobrecarga de Sasuke com as tarefas domésticas. As brincadeiras de Yuki ajudavam a distrair a cabeça daquele incômodo.

 

“Eu achei que tinha adotado um só.” - Sasuke comentou quando Naruto começou a desenhar no próprio braço com o filho. O rosto magoado do marido denunciou que aquela não foi uma boa brincadeira. - “Quê foi?”

 

“Eu tô me sentindo uma criança mesmo. Não consigo cozinhar, não posso carregar o Yuki, ou dar banho nele, ou um monte de coisas! E você tem que cuidar de nós dois sozinho.” - Naruto falava fazendo seu melhor para controlar o tom de voz e não preocupar o filho.

 

“Acidentes acontecem. Tá com dor?” - Perguntou sem querer dar muita atenção àquela preocupação do outro.

 

“Não, já tomei um remédio. Só incomoda.”

 

Sasuke teve que desviar o rosto do lápis que o filho o oferecia, rindo sapeca, para que ele também fizesse um desenho. No pequeno espaço em branco que ainda havia, desenhou um pequeno Naruto entre dois hashis.

 

Naruto aproveitou a proximidade para fazer uma carícia discreta, com a ponta do nariz, na nuca de Sasuke. Por mais que fosse um homem forte e resiliente, aquele estado de repouso não fazia bem para sua cabeça e acabava mais carente que o normal, ainda mais com o pouco tempo disponível de Sasuke tendo que cuidar de tudo.

 

“Fica aqui com a gente.” - Naruto pediu sussurrando.

 

O Uchiha pensou na louça suja na pia e que em breve os três teriam que comer. Mas a carência de Naruto e a risada fofa de Yuki, que balbuciava suas palavrinhas infantis fazendo vários traços por cima do desenho de Sasuke, eram como um ímã poderoso e seu corpo não queria se mover da cama. 

 

Até Fuku juntou-se à eles, mas desistiu quando ouviu Yuki gritando “Fufu” e agarrando sua orelha.

 

De uma hora pra outra muita coisa muda na vida. Sasuke, que sempre foi extremamente exigente e organizado, mudava seu conceito de perfeito. Uma casa limpa e arrumada, com a dispensa cheia de legumes frescos e sem roupa suja: nada daquilo tinha a ver com perfeição.

 

Comer uma pizza na cama com os dois homens da sua vida bem cuidados nos seus braços: isso sim era perfeito. 

 

Mesmo que o resto da casa parecesse um campo minado…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Alguém aí sente que vive no meio de um campo minado? xD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Campo minado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.