— Tikki, spots on! – Marinette se transformou novamente ao notar que os kwamis já estavam alimentados. – Longg... Tikki, unify!

— Tenho que admitir que esse traje não é tão horrível.

— Obrigada, eu acho.

— Dragon Bug! – Snake Noir apareceu com os demais heróis – O que aconteceu com você? – se aproximou da parceira, olhando de relance para Queen Bee. Tocou o rosto dela levemente, fazendo ela recuar por impulso.

— Está tudo bem. E a Queen Bee está do nosso lado agora.

— Ok. Mas tem certeza que está bem? – não, nenhum pouco. Marinette estava se sentindo péssima, exausta e sobrecarregada.

— Sim, está tudo bem. – suspirou – Eu tenho a localização do celular do Mestre, mas não faço ideia do porquê o celular estar lá. Não vejo uma relação.

— Aonde é?

— Na casa do Gabriel Agreste. – os demais heróis ficaram chocados, já que todos tinham uma relação com Adrien por baixo da máscara. Já o loiro, não esboçou nenhuma reação, pois não sabia o que pensar.

Seu pai não era Hawk Moth. Já tinham provado isso.

Mas qual era a do sinal estar vindo da sua casa?

— Talvez... Ele seja o Hawk Moth? – Alya sugeriu incerta da sua fala. Por um momento parecia fazer sentido. Contudo, não se sentia bem acusando o pai de um dos seus melhores amigos.

— Ele não é. – Snake Noir respondeu.

— Já lutamos contra ele akumatizado. Ele não é o Hawk Moth. – explicou – Mas de alguma forma o sinal veio de lá.

— Vamos verificar. – disse e Dragon Bug assentiu, tomando a frente. – Nos sigam. – os heróis saíram correndo logo atrás.

— Você não tem medo que a Queen Bee nos traia? – Rena Rouge se aproximou de Dragon Bug e sussurrou para ela.

— Eu posso ouvir vocês. – a loira passou a correr do outro lado de Marinette, assustando as outras duas – Eu não vou trair ninguém. – revirou os olhos, embora tenha dado motivos para acharem isso.

— Tenho certeza que não. Queen Bee sempre será uma das nossas. – Marinette sorriu para Chloé, que sentiu suas bochechas esquentarem levemente e desviou o olhar para que a azulada não notasse.

Snake Noir estava calado. Várias coisas se passavam em sua cabeça, mas se negava a acreditar em qualquer uma delas. Sequer queria pensar sobre.

— Ora ora, olha só o que temos aqui. – os heróis ouviram uma voz ao lado deles e pararam de vez.

— Hawk Moth!

— E Mayura. – a mulher sorriu, saindo de trás do vilão. Sorrateira como sempre.

— O que houve com o nosso acordo, Miracle Queen? Achei que quisesse ter o seu Miraculous para sempre.

— Eu infelizmente percebi que sou uma heroína, não uma vilã.

— Tem certeza? Porque você sabe que a Ladybug não confia o suficiente em você, não sabe? Não terá o seu Miraculous novamente. – disse a última frase com um leve tom de provocação. Marinette olhou para Chloé, como se pedisse perdão com o olhar. A loira suspirou. Se Ladybug não confiasse nela, nunca teria dito o seu maior segredo.

— É mentira. A Ladybug confia em mim, tanto quanto eu acredito nela.

— Nós também acreditamos. – Rena Rouge falou. – E vamos lutar ao lado dela sempre que for preciso.

— E você vai perder. – Carapace também se manifestou – Como sempre.

— Veremos.

— Aonde está o Guardião? – Dragon Bug questionou rapidamente, sentindo a raiva subir.

— Depende. Aonde estão os Miraculous?

— Não é da sua conta. – girou o seu ioiô, ficando à frente na equipe – Agora diga aonde está o Guardião. Ou iremos atrás nós mesmos. – Hawk Moth riu.

— Boa sorte com isso. – Dragon Bug sorriu de lado.

— Então boa sorte com os Miraculous. – olhou para a equipe – Vamos pra localização. – dito isso, correu sendo seguida por eles.

— Aonde estão indo? – Hawk Moth e Mayura se entreolharam e saíram atrás dos seis.

— Eles vão nos alcançar! – Pegase alertou.

— Não vão não. Use o seu poder.

— Certo. Voyage! – abriu o portal.

— Carapace, não deixa eles passarem!

— Entendido, chefe. Shellter! – o herói criou um escudo ao redor do portal. Hawk Moth e Mayura pararam segundos antes de baterem de frente com a redoma verde.

— NÃO!

— Até logo, Hawk Moth e Mayura. – Dragon Bug sorriu de lado e logo o portal fechou. – Pegase e Carapace, recarregar.  – os dois assentiram e foram se esconder. – Vamos aguardar eles. – os outros assentaram e a azulada foi até o parceiro, colocando a mão sobre o ombro dele. – Está tudo bem? – Snake Noir pareceu despertar com o toque.

— Eu é que deveria estar te perguntando isso.

— Não se preocupe comigo. – balançou a mão. – Você está mais calado que o normal, aconteceu algo?

— Não. Nada. Eu só... Não vejo a hora disso acabar. – Marinette desviou o olhar.

— Eu também não. Isso é tudo culpa minha.

— O quê? Claro que não. – o loiro segurou os ombros da parceira, fazendo com que ela olhasse para ele novamente. Estava tão imerso em pensamentos, sua cabeça praticamente explodia. Mas não podia deixar sua amada se sentir mal.

— É sim. Eu... Eu esqueci de desfazer a transformação quando fui pegar o Miraculous do dragão. – admitiu com os olhos marejados – Eu despistei a Mayura, mas não o Hawk Moth. E eu errei, era pra ter pego o da abelha. E agora o Mestre foi capturado por minha causa. Eu sou um desastre!

— Não, você não é. Você é a Ladybug, a melhor super-heroína da cidade. Se tem alguém que pode consertar tudo isso, essa pessoa é você. – sorriu. Marinette então abraçou Adrien apertado, o surpreendendo. Ela nunca tinha feito algo do tipo.

— Obrigada por sempre estar ao meu lado, kitty. – Adrien sorriu e retribuiu o abraço, fechando os olhos e aproveitando o calor dos braços dela.

— Eu sempre vou estar ao seu lado, my lady.

— Estamos prontos. – Carapace e Pegase surgiram antes que Dragon Bug pudesse dizer mais alguma coisa. Os dois se separaram e a azulada limpou a garganta.

— Vamos entrar então.

— Pela porta da frente?

— Eu conheço uma entrada. – Snake Noir tomou a frente – Me sigam.

***

— Aonde eles foram? – Mayura questionou, enquanto Hawk Moth refletia sobre a situação. As coisas tinham saído fora dos planos. Não tinha mais os Miraculous, mas pelo menos tinha o Guardião deles. O que era uma grande vantagem, só precisava saber como usá-la.

— Não sei. Mas precisamos voltar.

— Mas e o Adrien? Ainda não encontramos nem sinal dele.

— Ele não deve ter ido longe. Depois que isso acabar, tenho certeza que ele vai voltar para casa. – Nathalie encarou Gabriel com uma expressão triste. Não gostava da ideia de deixar Adrien solto e correndo perigo, contudo, faria tudo pelo seu chefe. E se Gabriel dissesse que seria assim, assim seria. – Vamos voltar.

— Está bem. – a vilã se preparou para saltar, porém a dor invadiu o seu peito novamente e ela caiu de joelhos, tossindo.

— Mayura! – se ajoelhou ao lado dela rapidamente, a segurando em seus braços. Cada vez mais a situação de Nathalie piorava e Gabriel não estava gostando nada disso. Se recusava a ver o filme se repetir.

— Está tudo bem. Não se preocupe. – forçou um sorriso. Mas ambos sabiam que não estava bem. – Vamos. Precisamos ir. – tentou levantar, porém caiu tossindo novamente.

— Jamais queria ter te envolvido dessa maneira. Se eu soubesse, eu.... – foi interrompido pela mão de Nathalie, que pousou sobre o seu rosto com delicadeza.

— Você não precisa se preocupar comigo. Desde o dia que o conheci, sabia que faria de tudo por você. – sorriram levemente um para o outro. A lealdade de Nathalie era admirável na visão de Gabriel, embora os sentimentos dela por ele, fossem mais além do que isso. Entretanto, Gabriel não sabia disso.

Hawk Moth segurou Mayura em seus braços. O mínimo que poderia fazer, era levá-la de volta.

— Eu te prometo que tudo vai dar certo no final.

— E eu acredito em você.