As pétalas do amor escrita por Daroon


Capítulo 1
Único;


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic poliamor, com o meu casal top, to orgulhosa da fic, até mesmo da capa que fiz espero que gostem

?” Capítulo não revisado -



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783114/chapter/1

Tudo tende a ser tão belo e poético. Mas ao mesmo tempo tão trágico. Muitos não querem compreender sobre o amor, acabando por rotulá-lo, mas nem sempre sai como eles querem, o amor sempre foi e será mais forte, e terá aqueles que lutarão por ele. Por mais que muitos estranhem um poliamor, eles tiveram sorte de terem amigos compreensíveis que davam-lhe apoio. A harmonia que tinham um com outro, chegava a ser invejável para muitos. 

E o casal lutou contra a sociedade que proclamava ao ódio, no final, tudo deu certo, e seus dias viviam tranquilos, mesmo que às vezes acabassem em alguma discussão frívola, no final, entendiam-se, até um fatídico dia onde as coisas começaram a desandar.  

E neste momento, encontravam-se no resultado final de tudo aquilo. Relembrando de todos os momentos que tinham passado juntos. 

Lembravam-se perfeitamente de como tinham começado a namorar.

Estavam no ginásio da escola, nervosos enquanto esperavam Rengoku terminar de trocar-se após o treinamento, encararam-se brevemente ficando ainda mais nervosos. Tanjiro e Akaza conheciam-se há anos, mas nunca chegaram a ser amigos, e por uma dádiva do universo, apaixonaram-se pela mesma pessoa.

Poderiam ter feito como muitos — brigar entre ambos para ver quem ficaria com ele — mas seria idiotice da parte deles fazerem algo do gênero, principalmente com alguém como Rengoku, que exalava tamanha gentileza. Ambos poderiam admitir que o loiro era intenso e quente, parecendo uma chama, assim como quando olhavam para os seus olhos que mesclavam a um dourado e vermelho, você sentia-se aquecido, envolvido pelo seu sorriso e seu carisma. Era deveras impossível não apaixonar-se por alguém como ele.

Quando vislumbraram o loiro vindo em suas direções, sentiram seus corações palpitarem, o maior vinha sorrindo de maneira tão espontânea, que não reprimiram um sorriso. Rengoku era como um calmante, nem parecia que estavam alguns segundos atrás nervosos com o que vinha a seguir.

— Peço desculpas pela minha demora! — Sua voz sempre saia animada, principalmente na frente dos meninos. 

— Não demorou. — disseram simultaneamente e encararam-se franzindo o cenho.

— Vamos? — questionou o loiro, ficando um pouco mais sério. — Vocês queriam a minha resposta, então… — insinuou, seguindo em frente.

Os dois o seguiram, ficando alguns passos atrás do maior, o nervosismo que tinha desaparecido, voltou de forma alarmante, ansiavam tanto pela resposta do loiro desde o dia em que declararam-se, que seus estômagos estavam embrulhados apenas de pensarem em levarem um fora. Certamente era algo que nenhum deles queria, e saber que quem os tinha na mão era o loiro.

Quando descobriram-se apaixonados por Rengoku, não sabiam o que fazer, apenas aproximaram-se por causa do loiro, por isso acharam algo estúpido ficarem brigando por alguém — que possivelmente nem sequer gostasse de um deles — então resolveram fazer as coisas calmamente, aturaram um ao outro apenas para estarem próximos do maior — que amava a companhia. 

E no momento em que iriam declarar-se, fizeram um pequeno acordo; iriam declarar juntos, e qualquer fosse a resposta de Rengoku, o outro não poderia atrapalhar no relacionamento. Um acordo justo. No fundo um dos dois ficaria devastado na escolha, como também — mesmo que não quisessem admitir em voz alta, ficariam tristes por terem que separar-se, pois passaram a gostar da companhia um do outro. 

No fim, respiraram fundo, independente de tudo teriam que aceitar. Ao chegarem num canto afastado da escola, Rengoku virou-se para ambos que ficaram alarmados, deu um largo sorriso antes de dizer:

— Desculpa, eu não posso escolher entre vocês dois! — Não foi apenas as palavras que machucaram ambos, o tom de alegria que emanava do outro também foi um tiro certeiro em seus corações. Mas antes que pudessem dizer alguma coisa, ou rirem de si mesmo, Rengoku diminuiu o seu sorriso e inclinou levemente a cabeça antes de continuar. — Até porque eu gosto de ambos. — a constatação e calmaria de como fluiu sua frase deixaram Tanjiro e Akaza sem reação, e apenas passava em suas mentes “Como assim ele gosta dos dois?”, não evitaram de olhar um para o outro, mirando em seguida em Rengoku, que continuava com o sorriso em seu lábios, esperando pacientemente pelas perguntas que vieram de imediata.

— Como assim, você gosta de ambos? — indagou Akaza, querendo entender melhor a situação, caso sua mente tenha incompreendido algo. Tanjiro limitou-se em apenas anuir duas vezes. A mente de ambos naquele momento tinham dado um nó.

— É exatamente o que ouviram! Eu pedi tempo para responder a declaração de vocês, pois eu gosto de ambos, e pensando durante dias cheguei a conclusão que o que eu sinto por vocês, não têm como comparar um com o outro.

— Então está dizendo que não ficará com nenhum de nós? — questionou o ruivo. O loiro negou.

— Não foi o que disse…

— Então o que você quer dizer? — interrompeu o rosado, começando a nervoso. 

O loiro apenas sorriu de canto, tinha ficado não apenas durante aqueles dias pensando sobre qual dos dois mais gostava, já pensava nisso há tempos, mas quando eles declararam-se para si, não evitou de sentir-se extasiado. E sua mente, acabou pensando seriamente sobre o relacionamentos. Cruzou os braços mordendo o lábio inferior em seguida, não sabia como ambos reagiriam com a sua proposta. E percebendo o quão ansiosos estavam, suspirou.

— Como eu disse, não posso escolher entre um ou outro, por isso tenho uma proposta, mas pergunto-me se aceitariam… — Fechou brevemente os olhos antes de continuar. — Eu proponho um relacionamento poliamor.

Os dois piscaram atônitos, aquilo nunca tinha passado em suas mentes, “Relacionamento poliamor, como isso funciona?”, pensaram. Olharam-se brevemente imaginando os três juntos, admitiam que acharam diferente, mas para isso teriam que gostar um do outro.

— Não tenho certeza que isso funcionaria, não gosto dele. — disse Akaza, virando-se para o loiro.

— Muito menos eu. — completou Tanjiro com o cenho franzido. 

Rengoku deu uma curta risada.

— É claro que vocês não gostam do outro da mesma forma que gostam de mim e eu de vocês, mas isso é porque vocês passaram os últimos meses tentando me conquistar a acabaram por esquecer o quão incríveis e apaixonantes são. Se quiserem, podemos tentar, não há problema em nos conhecermos melhor, tenho certeza que notaram que o que sentem um pelo outro será mais do que amizade… 

— Não somos amigos. — resmungaram simultaneamente e Rengoku não segurou a risada que soltou.

— Vocês têm certeza? Não foi o que me pareceu! — constatou, é claro que o loiro tinha percebido em como ambos agiam durante aqueles meses, chegava a ser engraçado e fofo em sua opinião. — Não tem problema se não quiserem. — Mesmo sorrindo, admitia que ficou chateado com a situação, sabia que isso poderia acontecer, mas não deixava de ser decepcionante.

E novamente os dois se encararam, desta vez mais intensamente ao ponto de corarem para enfim desviarem o olhar, atraindo a atenção de Kyoujurou que ficou deveras curioso para saber o que tinha se passado na cabeça deles.

— Eu aceito. — pronunciou Akaza, olhando de canto para o ruivo, não tinha sido ruim conviver com o outro ao seu lado, e talvez, como Rengoku tinha dito, poderia dar certo.

— Eu também, acho que dará certo. — disse Tanjiro sincero. Os dois garotos arregalaram os olhos em verem o sorriso radiante do maior.

Rengoku não poderia ter ficado mais radiante como estava, aquele medo que possuía em ser rejeitado e possivelmente ser visto com olhares diferente do que estava acostumado — cheio de amor — mas incrivelmente tudo saiu bem, e não poderia ter ficado mais feliz.

No dia seguinte, todos sabiam do relacionamento dos três, aparentemente, Rengoku não tinha medo do relacionamento ser propalado aos quatros ventos, ao contrário, fazia questão de confirmar e exibir o quão feliz estava em estar com os dois.

A partir daquele dia, a primeira pétala tinha caído sutilmente.

Passaram por dificuldades como qualquer outro casal passaria, mas graças ao apoio de muitos, seguiram-se firme. 

Azaka e Tanjiro naquele momento, deram um sorriso trêmulo, Rengoku estava certo, passando o tempo juntos perceberam o quão incrível o outro era, e compreenderam o porquê do loiro não conseguir escolher. 

Muitos achavam que aquele relacionamento não duraria, mas estavam redondamente enganados, ele permaneceu firme e forte.

E após o colegial, decidiram morar juntos. Alugaram um apartamento pequeno, pois precisavam começar do zero já que a família não ajudou, eles não eram contra, mas não queriam ajudá-los. Os três ingressaram na universidade , e após as aulas trabalhavam para conseguir sustentar-se, mas por causa da enorme pressão que surgia entre eles devido aos estudos e o trabalho, juntamente com as contas da casa, apesar de dividirem as despesas, não recebem muito, então acaba não sobrando nada deixando-os nervosos. E depois de vários meses, os estresse chegou ao limite e tiveram a primeira briga.

A vida sempre é complicada, independente de tudo, possui etapas que não podem ser puladas, elas precisam seguir o seu curso de forma natural, evidentemente que alguns possuem facilidade, mas até mesmo alguém que possui todas as portas abertas, passa por alguma dificuldade. A etapa mais complicada, possivelmente seja a de adolescente para a vida adulto, responsabilidades em dobro, faculdade, estabilidade financeira, entre outras, e essas coisas acabam gerando um enorme desgaste físico e emocional. Era assim que encontrava-se Akaza e Tanjiro.

Ambos estudavam na mesma universidade, então acabavam sabendo um sobre o outro, já Rengoku, estudava em uma diferente, mais longe que a deles, mas não era esse o ponto. Naquele momento encontravam-se na sala de estar minúscula, que continha apenas um sofá de dois lugares e uma televisão, que já estava começando a demonstrar problemas. Era possível sentir a tensão no ar. 

— Você não pode simplesmente jogar tudo para o alto! — brandou Tanjiro, seu rosto estava vermelho dominado pela raiva. Tinha descobrido que o rosado trancou o curso de advocacia e juntamente com isso seu estágio em uma das melhores empresas, que se tivesse continuado teria saído-se bem, mas em vez disso largou tudo. — O que você vai fazer agora? — continuava aos berros.

Akaza simplesmente revirou os olhos e o ignorou, jogando-se no sofá em seguida. Não estava afim de rebater a situação certamente iria piorar, mas é claro que possuía uma língua afiada, e acabou não resistindo.

— Irei fazer alguma outra coisa, óbvio. — Não segurou o tom de ironia, deixando-o o outro ainda mais nervoso. 

— E o que planeja fazer? — o ruivo explodiu de vez, passando seus dedos sobre os cabelos, um sinal claro de estresse da atual situação em que se encontrava. — Você sabe como está difícil nossa condição, acha que um trabalho de meio período ajudará nas despesas de casa?E o que vai acontecer quando começar a faltar dinheiro nas contas, em? O mundo não gira ao seu redor! — o rosado levantou-se abruptamente do sofá, as coisas estavam querendo sair do controle.

— Eu sei que o mundo não gira em torno de mim, eu sei que estamos com dificuldades e será pior agora que estou sem o meu estágio, mas aquilo não era pra mim, eu não sirvo pra ficar dentro de escritórios, saber todas as leis e essas coisas, isso nunca foi e nunca será pra mim, você não consegue entender? — Qualquer pessoa que passasse pelo corredor naquele instante ficaria assustado pelos gritos daquele pequeno apartamento.

— Ah, sério?! Pois adivinhe nem todas as pessoas realizam a porra de seus sonhos, elas fazem o que for necessário pra sobreviver nessa sociedade, por mais que o sonho dela seja ser um simples músico, por causa de condições financeiras ela deve pensar em cargos mais elevados para conseguirem se manter, então Akaza, eu te entendo totalmente, mas a vida é assim!

— O que está acontecendo? — indagou Rengoku ao abrir a porta. Tinha ouvidos berros lá embaixo e subiu às pressas as escadas, encontrando alguns vizinhos olhando para a porta assustados, e bom, Rengoku não poderia culpá-los, até ele estava assustado. 

Tudo o que queria era apenas chegar em casa e aproveitar o resto do dia com as pessoas que amava, estava exausto, possuía uma rotina tão puxada que às vezes queria simplesmente jogar-se em qualquer canto e dormir, levantar todos os dias às quatro da manhã, preparar o café da manhã dos outros dois que acordariam um pouco mais tarde. Depois disso se arrumava e ia a pé até sua universidade, até poderia ir de busão ou qualquer outro meio de transporte, mas preferia guardar o dinheiro que usaria, e depois da faculdade ia trabalhar até às seis da tarde, voltando para casa logo após. 

— Posso saber o que está acontecendo? — tornou a perguntar, ao ver que nenhum dos dois tinha respondido, soltando um suspiro cansado em seguida. Fechou a porta atrás de si, jogando a sua bolsa de lado e cruzando os braços, esperando pacientemente. — Olha, sei que estamos com os nervos à flor da pele, mas discussões não levam a nada, então vamos nos acalmar, e conversar como pessoas civilizadas. — disse, e o foi o que fizeram, Rengoku os obrigou a sentarem-se no sofá — um do lado do outro — enquanto permanecia na frente deles. — E então… — insinuou para que continuassem.

— Akaza largou a faculdade e não possui um emprego. — iniciou Tanjiro com uma leve pitada de sarcasmo, enquanto sorria como se fosse a coisa mais normal do mundo para aquela situação.

Rengoku fechou os olhos e respirou profundamente, “Esse é o motivo da briga.”, pensou, olhando depois para o rosado que não disse nada. O loiro pensou em que momento Akaza iria desistir da carreira de advogado, sempre soube que ele não gostava ter que usar ternos, falar formalmente, cuidar de casos, ficar mexendo em papeladas, aquilo nunca e jamais será o estilo do rosado, Rengoku sempre soube disso e sempre esteve preparado mentalmente caso esse dia chegasse. Sabia que as coisas iriam se apertar a partir dali, mas dariam um jeito, o que importava para o loiro era que seus companheiros seguissem os seus sonhos. 

— Eu já estava ciente de que isso aconteceria algum dia. — pronunciou o maior, fazendo-o com os dois olhassem para si surpresos.

— Como assim, você sabia? — indagou o ruivo desacreditado. — Mas Kyoujurou isso vai… 

— Isso vai pesar um pouco nas contas, mas daremos um jeito. — interrompeu em seguida.

— Mas como você sabia? Eu não contei-lhe. — disse o rosado. Cruzando os braços, Rengoku respondeu:

— Você dava sinais, muito óbvios em minha opinião. Como também sei que área planeja seguir. — Soltando mais um suspiro continuou, olhando firme para ambos. — Olha sei que as coisas estão difíceis, mas precisamos passar por essa dificuldade, juntos, sem brigas, se continuar assim, apenas irá piorar a situação. — Ambos notaram o tom de cansado do loiro, e sentiram-se culpados por preocupá-lo daquela maneira, dentre os três, Rengoku era o que mais vivia estressado e sob pressão, e sempre evitando de trazer aqueles sentimentos negativos para dentro de casa. O loiro massageou suas têmporas, estava começando a sentir dores de cabeça e aquilo não era um bom sinal. 

— Desculpe-nos. — pediram simultaneamente para o maior.

— Não é a mim que você devem pedir desculpas. — insinuou, fazendo-o com que os dois se olhassem.

— Desculpa eu ter brigado com você, não ter ouvido o seu lado e apenas ter pensando no dinheiro, deveria ter escutado sobre o seu sonho, e desculpe-me ter dito aquelas coisas de que muitos não conseguem realizar os seus sonhos, afinal, você não precisa ser um deles. — disse o ruivo, sendo sincero e sentindo seu coração ficar mais leve, aquela briga estava deixam-lhe mal.

— Eu também devo desculpas, não deveria ter rebatido, deveria ter compreendido o seu lado como também avisado sobre o que queria seguir e não ter feito as coisas por debaixo dos panos sem algum preparamento. — Akaza do mesmo modo foi sincero. Isso arrancou um sorriso de Rengoku, odiava brigas mais do que tudo.

— Fico feliz que vocês se entenderam. — O maior aproximou-se dos dois, e beijou o topo de suas cabeças, sentindo orgulho deles. — Nós vamos dar-lhe apoio ao máximo, Akaza. Vai dar tudo certo, eu prometo. 

E a segunda pétala tinha caído.

A primeira briga dificilmente esquecemos, menos que seja algo pequeno, ela fica marcada em nossas memórias, e muitas vezes, é por causa delas que várias coisas começam podem desencadear-se, e talvez era isso o que queriam em vez do que aconteceu. A vida é engraçada em vários sentidos, você luta se esforça ao máximo, e nem sempre é recompensado corretamente, enquanto outros, possuem recompensas por coisas terríveis que fizeram. 

Admitiam que sentiriam falta de todos aqueles momentos, eles não eram apenas namorados, eram um time, uma família. E quando Akaza tinha conseguido realizar o seu sonho, foi mágico para todos, principalmente quando os problemas financeiros estavam estabilizados.

— Eu consegui. — exclamou Akaza ao entrar dentro de casa, completamente empolgado. 

Era sábado de manhã, Rengoku e Tanjiro não tinham aula naquele dia, já Akaza possuía uma entrevista num estúdio de tatuagem naquele dia, e esperavam por sua volta, é claro que sabiam que o rosado conseguiria o emprego, mas ainda sim, não deixaram de ficar nervosos. E receber aquela notícia, deu um hype em todos.

— Sabíamos que conseguiria. — Rengoku pronunciou abraçando-o fortemente. Tanjiro não querendo ficar de fora daquele carinho, enfiou-se no meio do abraço, arrancando risadas dos outros dois. Assim que afastou-se, Kyoujurou sorriu largamente. — Muito bem! Como iniciamos o dia de uma maneira excelente e não temos aula e trabalho, você será o nosso dia! Farei um café da manhã e vamos aproveitar esse dia, juntos. — Quando disse isso, passou-se apenas uma única palavra na mente dos dois, “transar”, mas é claro que aquele era o Rengoku e tal perversão não passava constantemente em sua cabeça, tanto que quem precisava insinuar para o loiro era os dois. — Aluguei bastante filmes para hoje. — dizia com tanta empolgação, que o ruivo e o rosado não se importaram em ficar sem fazer amor com o maior, apenas de ver em como estava radiante por algo tão comum como assistir filmes, era maravilhoso na opinião dos dois.

— Vai ser divertido. — pronunciou Akaza, com um pequeno sorriso. 

E foi assim que seguiu-se a tarde dos três. Naquele momento estavam em seu terceiro filme, como o sofá possuía apenas dois lugares, Rengoku teve que ajeitar um amontoado de cobertores no chão para que pudesse ficar os três juntos e claro, confortável.

Rengoku estava no meio — a pedido de ambos — mantinha-se concentrado no filme que escolheu, já os outros dois nem sabiam qual filme estava rodando naquele instante, tudo o que importava era o loiro ao seu lado, que tinha os olhos brilhando de êxtase, ver aquele brilho certamente fez a mente deles trabalharem em outros pensamentos, mas não era nada relacionado com eles na cama, era algo mais profundo.

Naquele momento,  perguntaram-se mentalmente o que fariam se jamais tivessem declarado-se, ou pior, não tivessem se apaixonado por Rengoku… Como teriam sido as suas vidas sem o loiro por perto?

Aquela pergunta era aterrorizante de várias formas. Eram praticamente dependentes de Rengoku, e imaginar uma vida sem ele, era estranho, assustador e horrível. Não poder presenciar o seu sorriso, ouvir sua risada, apreciar os seus olhos intensos, não receber os seus abraços apertados e cobertos de amor, não ouvir sua voz animada, seus conselhos, seus incentivos… não poder ter nada disso era muito assustador, e nenhum deles iria querer algo assim.

Notando que estava sendo observado, intercalou rapidamente o olhar entre Tanjiro e Akaza, com o cenho franzido sentindo-se confuso.

— O que houve? Não estão gostando do filme? — perguntou, preocupado que tivesse escolhido um filme que não os agradasse, mas ficou aliviado em ver que os dois deram uma curta risada.

— Estamos apenas lhe observando. — sibilou o rosado com um sorriso torto nos lábios.

— Coisas belas devem ser apreciadas com atenção e carinho. — continuou o ruivo.

Rengoku não reprimiu uma extensa gargalhada que surgiu, sabia que os dois tinham aquela mania de ficar lhe encarando constantemente e quase sempre diziam a mesma coisa, o maior tinha que admitir que amava isso nos dois, mas também ficava preocupado, pois não sabia o que se passava na mente deles. 

— Então acho que vocês dois precisam estar um do lado do outro para que assim eu possa apreciá-los. — disse dando outra risada em seguida, pois ambos tinham ficado vermelhos. — Vocês são tão fofos, parecem dois gatinhos ariscos e necessitados de carinho e atenção. — comentou com um sorriso bobo nos lábios, deixando-os ainda mais envergonhados, aquilo tinha sido novo para os dois, serem comparados com gatos.

— N-não fale isso. — falou o ruivo, cobrindo o rosto com as mãos. 

Rengoku deu um sorriso de canto, e tirou as mãos do ruivo, aproximando-se do mesmo e dando um leve selinho sobre seus lábios, e quando estava prestes a aprofundar, Akaza pulou em cima dos dois, os derrubando.

— Hey, eu pensei que o dia seria ver filme e não transar no meio da sala. — Aquilo foi o suficiente para todos rirem.

São esses momentos calorosos que tendem a ser mágicos, por mais simples que fossem. 

Foi quando a terceira pétala tinha caído, e rapidamente a quarta também.

Aquele ditado que todo mundo usa — Tudo o que é bom dura pouco — seja para coisas importantes ou até mesmo para algo banal, mas para eles, foi como se uma tempestade tivesse passado, destruindo tudo ao seu redor.

Quando dizem que devemos aproveitar cada momento de nossas vidas como se fossem a última, é porque quando vem a catástrofe, nem sempre terá como impedi-la, mas sempre devemos estar lá para dar o apoio para a pessoa.

E foi o que eles fizeram.

Quando recebe-se uma notícia ruim, a pessoa fica devastada, mas quando Akaza e Tanjiro receberam a notícia de que Rengoku tinha câncer no fígado, não ficaram apenas devastados, foi como se tudo tivesse perdido o sentido e a cor, e o pior, era que Rengoku tinha escondido o problema para ambos, descobriram por um acaso quando o viram vomitando no banheiro e desmaiando de febre, já tinham percebido sua perda de peso, mas acharam que fosse pela rotina puxada que o maior tinha, e cumparam-se por não terem percebido antes, pois mesmo terem descoberto, era tarde demais. O tumor estava num estágio avançado.

— Por que não nos disse? Poderíamos ter feito uma quimio, qualquer coisa! — indagou o rosado, segurando as lágrimas que tanto queriam surgir, enquanto que olhava para o loiro deitado sobre a cama, Tanjiro que estava ao lado do outro, chorava.

— Não queria preocupá-los. — disse com um sorriso calmo, aquele sorriso foi o suficiente para destruir os corações dos dois, e Akaza se dispôs a chorar. — Não chorem. — pediu num sussurro, sentindo-se mal por enfiar as pessoas que tanto amava, em uma situação como aquela. Sua aparência estava péssima, mas mesmo assim queria manter-se forte pelos dois como sempre, mas não conseguiu, não naquele momento. — Me desculpem. — implorou, soluçando em seguida. Até mesmo a pessoa mais forte, quebra-se em pedaços.

Tanjiro e Akaza jamais viram o loiro daquele jeito, e isso os destruiu ainda mais, precisavam ser fortes, por Rengoku. Pois sempre quando estavam péssimos, tanto emocionalmente quanto fisicamente, o maior sempre estava lá, sorrindo, acolhendo-os. E agora era a vez deles, precisavam ser o pilar do loiro, como ele sempre dizia:

“Eu sempre estarei com vocês, seja nos bons e nos maus momentos, eu vou sempre estar ao lados de vocês, pois eu os amo, e quando se ama, você cuida e protege.”

E foi o que fizeram, enquanto Rengoku partia-se, os dois estavam ao seu lado, o mimando, dando risadas, tirando aquele clima melancólico ao máximo, por mais que no fundo quisessem extravasar, queriam que ao menos o loiro partisse em paz.

Foi quando o fatídico dia tinha chegado sobre eles. Estava tudo tão tranquilo, estavam rindo por alguma piada boba, Rengoku não tinha perdido o brilho em seus olhos e nem o seu sorriso caloroso apesar de tudo, mas foi quando tudo tornou-se silencioso e cinza… Já não escutaram mais a risada do maior e quando o viram, estava morto, com um sorriso desenhado sobre os seu lábios.

E as duas últimas pétalas restantes, tinham sido levadas pelo vento.

Ambos deram um sorriso trêmulo, querendo segurar as lágrimas que queriam sair, lembrar do passado era doloroso, como também acolhedor. Vinham quase todos os dias visitar o túmulo de Rengoku, ficavam algumas horas, contando sobre o dia, ou sobre como tinham resolvido uma briga de maneira pacífica como o loiro fazia, depois disso, iam embora.

Mas nesse dia em especial, tiraram o dia de folga apenas para ficarem ali. Faziam isso há três anos, duas vezes por ano, uma no aniversário de Kyoujurou e outra… no dia em que começaram a namorar, pois foi o início de tudo.

Sobre o túmulo, colocaram um buquê de lírios vermelhos — como todos os dias — eram as preferidas do loiro, pois ele sempre dizia que assim como a cor vermelha, o lírio vermelho também representava o amor, o mesmo amor que sentia por Tanjiro e Akaza.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obg por lerem



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As pétalas do amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.