Caixão De Cristal. escrita por Any Sciuto


Capítulo 3
Inferno Mortal




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— Eu sei que estamos atrás de Penelope, mas precisamos comer. – Hotch distribuiu algumas caixas de comida chinesa. – Precisamos nos alimentar para buscar por ela.

Derek estava mexendo em sua comida devagar, como se aquele alimento não fizesse nada por ele. Penelope estava em um caixão, abaixo de muita terra. Ele observava tudo pelo monitor enquanto uma pesquisa rolava em outro computador.

— Parece que sua comida está te deixando doente. – Reid se sentou ao lado do amigo. – Pensa que falhou com ela em não proteger?

— Eu acho que eu deveria estar com ela, mas Pen disse que era apenas uma coleta de computadores. – Derek então olhou para Hotch. – Reid, quanto tempo ela tem?

— O espaço parece grande e no momento ela está relaxada. – Reid fez os cálculos mentalmente. – Supondo que ela estivesse ao menos uma hora embaixo da terra, eu diria doze horas.

Naquele mesmo segundo, a pesquisa terminou e todos os suspeitos de casos anteriores, menos Jake foram liberados. Ele não estava em sua casa ou em seu apartamento.  

— Jake Matters estava gritando na delegacia quando chegamos. – Hotch se sentou na mesa, as fotos de Penelope e Jake lado a lado. – Gritando que não salvamos sua irmã e que poderíamos ter impedido sua morte.

— Ele perguntou como nos sentiríamos caso um de nós desaparecesse. – Reid lembrou.

— E ele não ficou satisfeito quando dissemos que tínhamos uma boa analista técnica. - Emily lembrou. – Meu Deus, será que foi por isso que ele a sequestrou?

— Talvez ele veja Penelope como um meio para acabar com o sentimento de tristeza dele? – Rossi jogou a foto de Jake na mesa. – Eu adoraria colocar uma bala na testa desse idiota.

— Sim, mas você precisa entender que precisamos descobrir onde Penelope está. – Derek quase implorou.

— Talvez eu possa ajudar. – Uma voz falou atrás deles. – Eu posso procurar o que estão querendo descobrir.

— E seu nome seria? – Hotch olhou para a garota gótica.

— Meu nome é Abby Sciuto. – Abby entrou e jogou alguns olhares para Reid. – Eu sou uma boa amiga de Penelope. Sei que talvez eu não conheça você e vocês não me conhecem, mas me deixem ajudar.

— Hotch, deveríamos tentar. – Reid disse, esperançoso. – Talvez eu possa ajudar ela a se instalar.

Rossi deu um olhar chocado para o jovem doutor. Ele sabia que Reid poderia amar, mas conhecer Abby o fez tomar iniciativas que nunca acharia.

— Claro, Spencer. – Hotch deu um olhar questionador. – Nós precisamos de ajuda.

Abby se instalou na mesa de reuniões e ligou o computador, digitando furiosamente no teclado. Penelope estava ficando sem tempo. E Derek sabia disso.

Olhando para os lados, Penelope tentou fechar os olhos. Ela não sabia que horas eram, não sabia se a equipe estava a sua procura. Mas ela imaginou que talvez alguém estivesse ouvindo.

— Derek, se você pode me ouvir, eu só preciso dizer que te amo. – Penelope começou. – Desde o primeiro encontro e desde que me chamou de Gomez. Aquela noite em que eu e você fizemos amor foi a melhor de todas.

Morgan ouvia as palavras, nem se preocupando se alguém via ele chorar. Ele precisava ouvir aquelas palavras.

— Spencer. Eu sempre me considerei sua irmã. Desculpe não dizer nada. – Pen sabia que Reid sofreria. – Eu comprei um presente para seu aniversário. Se você pode me ouvir, saiba que ele está no armário. Você vai adorar.

— Oh, Pen. – Reid começou a soluçar. – Nós vamos te encontrar.

— Emily. Você precisa saber que eu nunca consegui deixar de pensar que você era como uma irmã. Assim como JJ e Reid, você é como uma irmã. – Pen suspirou. – Você me desculpa por qualquer coisa.

Emily chorava copiosamente agora. Hotch a consolava, mas também tinha as próprias lágrimas. Ele sabia que chegaria a sua vez.

— Hotch. Eu sempre chamei você de senhor. Eu vejo você como um irmão também. – Penelope sentiu o medo pulsar. - Eu nunca agradeci o suficiente pelo emprego.

— Estou perto. – Abby anunciou. – Quatro países faltantes.

— Rossi, vejo você como um pai. – Penelope sabia que deveria para de falar, mas ela queria deixar todos saberem, caso estivessem ouvindo. – Um pai que apesar de ser durão, tem uma parte toda de marshmallow.

Enquanto isso, Jake fazia as malas rapidamente. Mas uma batida na porta o fez congelar. A porta voou em sua direção e ele teve segundos para desviar.

Um nervoso agente Gibbs entrou com arma em punho. Ao seu lado, Tony Dinozzo, Ziva David e Tim McGee apontavam suas armas para Jake.

— NCIS. – Gibbs olhou para dentro dos olhos de Jake. – Onde está Penelope Garcia?

— Espero que morta. – Jake cuspiu. – Talvez assim aquela equipe tenha o que mereça por não salvar Clara.

— Clara não morreu por causa da equipe BAU. – Gibbs olhou ainda com a arma em punho. – Morreu porque algum idiota acordou pensando em matar. Eu sei o que está sofrendo. Perdi esposa e filha, sei que é um pesadelo, mas punir a senhorita Garcia por sua perda, é errado.

Jake deixou a arma cair no chão e permitiu que Gibbs o algemasse.

— Ela está no cemitério North Peace. – Jake confessou. – É uma cova nova e está com o nome dela.

Gibbs olhou para o homem. Parecia muito fácil confessar aquilo tudo. Ele revistou o apartamento em busca de algo que pudesse comprovar a confissão dele. Olhando em uma caixa no alto da prateleira, Gibbs encontrou fotos de Jake com sua sobrinha e irmã.

— Chefe, está tudo bem? – Tony engoliu em seco. – Você está chorando?

— Eu nem conheço Penelope e estou com medo. – Gibbs sentiu um nó na garganta. – Por que coisas assim acontecem com pessoas como ela?

— Por que a terra é redonda? Será que existe um segundo sol? – Tony brincou. – Eu não sei, mas se tem alguém que pode se recuperar disso é Penelope. E aposto que Derek vai estar com ela todo o caminho. E eu com certeza eu vou estar por lá, comendo biscoitos.

Gibbs sorriu. Tony sabia como animar alguém com suas piadinhas infames.

— Eu achei muito fácil ele confessar. – Gibbs falou. – Quero dizer, ele literalmente se rendeu fácil.

— Encontrei isso na estante dele. – Tim entregou uma espécie de mapa. – Pode ser onde Penelope está.

Abby conseguiu passar pelo último firewall e finalmente conseguiu o lugar da transmissão.

— Ela está na floresta nacional da Virginia. – Abby conseguiu mais precisão. – Há uma pequena clareira. Talvez uma cova nova. De qualquer jeito, precisamos de um helicóptero.

— Penelope só tem mais uma hora de ar. – Reid estava com as pás, correndo para cima do telhado junto com os outros agentes.

Eles entraram no helicóptero. A equipe NCIS também entrou em um. Uma equipe médica levou outro helicóptero. Abby ficou olhando pela câmera da caixa de vidro. Penelope estava ficando fraca, quase inconsciente.

— Resista, Pen. – Abby agarrou um colar que Ziva lhe dera. – Você precisa ser forte.

O relógio estava marcando dez minutos. Ela rezava para todos chegarem antes que ela morresse. 

Penelope sabia que eram seus últimos momentos consciente. A imagem de Derek e ela fazendo amor foi a coisa que ela escolheu lembrar.

Seus olhos fecharam antes dela ouvir os gritos de Derek.


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