Na luta da vida escrita por Bitz111


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu to com bastante tempo para escrever. Então lá vai mais um capítulo!!



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POV LUANA

Essa merda de tradição!!! Foi extremamente difícil me concentrar na aula enquanto ela estava tão perto de mim. Eu precisava me concentrar pra não ficar parada olhando pra ela, alguma coisa naquela anã me prendia e eu não conseguia definir. Eu vi o Vini flertando com ela durante a aula e o meu estomago deu uma pontada, mas acho que só o Felipe percebeu alguma coisa, afinal ele me conhecia desde criança e sabia de todos os meus pontos fracos. E aquela garota era um ponto fraco, ele mesmo sussurrou no meu ouvido em um momento da aula.

Ela parecia perdida no meio da sala, com as mãos em guarda e os olhos apavorados. Aqueles olhos...

A luta começou e eu me mantive na minha, dei um job e ela defendeu. Fui pra frente e ela se afastou, dei um job e ela se esquivou por pouco. Na verdade, queria evitar bater nela com força, só de pensar em socar aquele rosto meu estomago se contorcia. Ela não era como os meninos que eu batia sem dó.

Ela deu um jab pra manter distância, deu outro logo em seguida e eu me esquivei. Ela me olhou nos olhos e eu me perdi... Nem vi o golpe vindo, um direto, não tão forte mas que me pegou desprevenida. Não deu tempo de desviar e o golpe me pegou em cheio no nariz que escorreu um filete de sangue.

Todo mundo na sala ficou me olhando incrédulos. Os meninos de boca aberta e ela completamente assustada com o sangue que saia do meu nariz.

—- HAAAAAAAAAAA !!!!!! A NOVATA GANHOUUUUU – Todos começaram a gritar, mas ela ainda estava estática.

—- Ela pegou leve comigo! – Disse tímida tentando chegar até mim, enquanto eles tentavam carrega-la em uma espécie de comemoração

—- Ela nunca pega leve com ninguém!! – Disse Felipe, com um sorriso de canto como se soubesse de uma coisa que ninguém mais sabia.

—- Bem, meninas!! Vamos nos arrumar que hoje a conta é da Luana. A gente se encontra na frente da academia em uma hora. – Disse o Pedro já se dirigindo para a porta

Eu ainda estava sentada no chão tentando assimilar o que tinha acontecido. Eu realmente não pegava leve com ninguém, nunca tinha perdido o desafio da sexta feira, nem para o Felipe que tinha as melhores chances. Mas hoje eu tinha perdido para uma novata. O mundo estava acabando!!

—- Desculpa!!!!! – Ela disse se ajoelhando na minha frente e eu entendi o porquê eu tinha perdido.

—- Ta tudo bem!! Não foi nada, você devia era estar feliz. – Disse rindo e tentando esconder o nervosismo. – Nós temos que nos arrumar, normalmente a gente frequenta o barzinho na esquina. Você vai né?? – Perguntei quase implorando. Eu preciso controlar isso, já estou perdendo as lutas e a compostura.

—- Vou sim!! Vamos lá pro vestiário?

—- Pode ir na frente. Eu tenho que arrumar tudo aqui, já te encontro lá.

Ela saiu e eu respirei. Eu enrolei bem mais que o normal na arrumação para não chegar cedo no vestiário, afinal se vestida ela já causava tudo aquilo me mim, imagine de toalha ou nua.... EU PRECISO ME CONTROLAR!!!!

Quando cheguei no vestiário ela já não estava mais eu respirei fundo dando graças a Deus. Tomei um banho rápido e me vesti, nada demais. Uma calça jeans e uma camisa branca, um brinco e um tênis. Não consigo me arrumar muito e nem tenho paciência pra isso. Mas apesar da minha rapidez, quando cheguei na porta eles já tinham ido embora para o bar. “bando de filho da puta, nem me esperaram”

Parei um pouco antes do bar para tomar ar. Eles estavam esperando uma mesa e só de pensar em beber com ela na mesa eu já ficava nervosa. Anna tinha 1, 60 mais ou menos, os cabelos estavam soltos agora e dava pra ver que eles caiam até o meio da sua costa, ela estava com um vestido solto azul e uma sapatilha. Ela era magra e pequena, nem dava pra acreditar que aquela garota me venceu.

Mas eu não fico surpresa que ela tenha me vencido, os olhos dela me prendiam, eles eram um castanho esverdeado, as vezes pareciam mais escuros e de repente estavam claros. Parecia que ela conseguia ver dentro de mim com aqueles olhos marcantes. E o sorriso dela não ficava atrás, era um pouco tímido e inocente, eu não hesitaria em acreditar em qualquer coisa que ela me dissesse com aquele sorriso nos lábios.

Parei de encarar e cheguei na mesa, sentei próximo do Felipe que havia guardado meu lugar e vi que estava de frente pra ela. Essa noite promete!!

—- FINALMENTE!! Achei que ia fugir – Falou o Vini que estava ao lado dela com o braço estendido pelas suas costas. Não me pergunte o porquê daquilo ter me incomodado.

—- Eu não fujo dos meus compromissos. Pode pedir a primeira rodada

Os irmãos começaram a contar uma história de como o Pedro vivia se metendo em confusão, mas eu não estava escutando. Estava incomodada com a mão do Vini no encosto da cadeira dela e no jeito como ele se aproximava e lhe contava coisas no ouvido, ela ria e respondia no mesmo tom.

—- Vem Lu, vamos dançar. – Falou Felipe já de pé me puxando pelo braço.

—- Mas eu... – Tentei rebater, ele me puxou e eu desisti – O que foi? – Perguntei enquanto ele colocava a mão na minha cintura e me guiava pelo forró

—- Se eu te deixasse lá mais 5 min era capaz de você voar na cara no Vini.

—- Tava tão na cara assim?

—- Não tanto, mas eu te conheço Lu. Você ta de quatro pela novata. – Falou me girando na pista

—- Não to não

—- Ta sim

—- NÃO TO!!

—- Então porque você perdeu a Luta? – Falou rindo. O filho da mãe estava se divertindo.

—- Porque eu me distraí olhando uma coisa.

—- Que coisa?

—- Nada!!!

—- Os peitos dela?

—- Nãoo, eu não sou o Vini!! Eu só me distraí, nada demais. Tu que ta vendo muito.

—- Sei. Então porque tu tava fuzilando o Vini na tua cabeça?

—- Ele ta invadindo o espaço dela. Fica cochichando no ouvido dela... isso me irrita.

—- Ela não parece incomodada. – Falou me apontando a mesa onde ela ria ao lado dele – Ta tudo bem Lu, pode confiar em mim.

—- Eu sei, é só que eu to meio perdida. Isso ta rápido demais e muito confuso, ela causa isso em mim e eu não sei controlar.

—- Eu acho bom você aprender a controlar. Porque a Julia acabou de sentar na mesa

—- Puta que pariu!!! Era só o que faltava

—- Tu ainda não teve coragem de terminar com ela?

—- Não, toda vez que eu chego no assunto ela foge. Não é fácil terminar um relacionamento assim.

—- Tu não sente mais nada por ela Lu!! Tem que ser justa com ela

—- Mas ela sempre esteve do meu lado, não é tão fácil. A gente mora juntas, tem um relacionamento longo

—- Mas vocês não se amam mais, brigam direto, não tem confiança. Não adianta manter um relacionamento assim só por causa da comodidade.

—- Eu vou terminar com ela. Se eu conseguir hoje mesmo eu encerro isso.

—- Se precisar de um teto, a minha casa está sempre lá.

—- Você é um amor!! – Estalei um beijo na bochecha dele e fomos em direção a mesa.

Julia já havia puxado uma cadeira e eu me sentei entre ela e o Felipe. Assim que cheguei ela me deu um selinho e colocou a mão na minha coxa.

—- Oi bb, achei que vocês não iam mais voltar daquela pista de dança.

—- Desculpa, a gente perdeu a noção do tempo. – Disse tentando manter a simpatia.

Na verdade, o meu relacionamento com a Julia estava completamente desgastado. Nós duas sabíamos disso, mas nenhuma tinha coragem de terminar, já eram 5 anos juntas e muita história já tinha acontecido entre nós. O amor tinha ido embora junto com a paixão, o sexo era bom mas não passava disso. Nós tentávamos evitar mas a cada dia parecia mais visível que nós estávamos chegando ao fim.

A noite rolou tranquila, eu consegui evitar pensar no Vini e na novata dançando e conversando e provavelmente flertando ao meu lado. A minha cabeça estava na Julia e na conversa que nós deveríamos ter. Ela também estava diferente, parecia mais distante do que o normal.

No fim da noite nos despedimos, eu vi o Vini ir embora com a novata e senti uma pontada forte na boca do estomago. Segurei a mão da Julia e assim que virei pra ela escutei aquelas palavras que eu mesma estava pra dizer “nós precisamos conversar”.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês gostem. Deixem a opinião de vocês!!



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