The blue haired girl escrita por Isah Doll


Capítulo 1
The blue haired girl


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥
Por favor leiam as notas finais ^^
Eu to postando pelo celular, então não sei se a revisão está certa, então vão logo desculpando ♥



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A vida para mim não fazia mais sentido. Sentia um vazio enorme, nada me alegrava... É como se eu só estivesse preenchendo espaço, como se eu fosse um peso morto, um peso para meus pais, que sofriam junto comigo. Eu sei que o que eu vou fazer pode piorar as coisas, que eles vão se sentir impotentes por não poderem me ajudar, eu estou sendo egoísta; eu sei! Mas não consigo pensar em outra solução, são mais de 6 anos convivendo com a depressão, ansiedade, há 6 anos sofrendo. Quem poderia se importar com minha falta? Só meus pais, já que eu não tinha amigos.

Olhei para a ponte. Uma ponte que poderia mudar a minha vida ou acabar com ela. Contei até três. 3 segundos. Apenas isso. Será que doeria? Pelo menos depois iria passar. Pensei nos bons momentos que tive em minha vida, foram poucos, mas muito especiais. Teve a vez que meus pais fizeram uma surpresa para mim no hospital, enquanto estava internada pelas crises de ansiedade.

— Oi, você poderia me falar que horas são, por favor? — olhei para a garota ao meu lado, ela era baixinha e tinha os cabelos tingidos de azul e um olhar sereno.

— Desculpa, mas eu ‘tô sem celular e como pode ver sem nenhum relógio... — murmurei.

— Ah, ok. Desculpa. — ela então parou de repente e falou — Eu sei que é esquisito uma pessoa chegar em você, mas pense bem. É assim que as pessoas se conhecem; né? Espera, eu ‘tô falando demais! — soltei um riso baixo. Aquela garota era um pouco engraçada. — Então... Eu sou nova na cidade e sair para conhecer a região, mas a bateria do meu celular descarregou, acho que você não quer saber sobre isso, né?

— E então você me viu aqui e veio perguntar a hora, acertei? —perguntei achando graça.

— Na verdade, eu vim perguntar o seu @ do Instagram, eu gostei de você e pensei que iria ser bom conhecer ao menos uma pessoa nessa cidade. Ah! Esqueci de perguntar, como você se chama?

Ok, isso com certeza foi a coisa mais aleatória e louca que aconteceu na minha vida.

— Meu nome é Ellen e eu não tenho nenhuma rede social. — dei de ombros. Para que eu teria, afinal? Não tenho amigos e nem força de vontade de conhecer gente nova.

— COMO ASSIM NÃO TEM? VOCÊ É DESSE SÉCULO? – ela gritou histérica e eu comecei a rir. Rir mesmo! Como não fazia há tempos.

— Eu sempre achei que não me encaixo nesse mundo mesmo — dei um sorriso triste. — Enfim, qual é seu nome?

— Letícia. Então... Você estuda no Colégio Hadassa? Queria conhecer alguém para não ficar solitária em um canto — falou dando um sorriso de lado.

— Infelizmente estudo, 3° ano "C" e você?

— Também! Olha que coincidência! Vamos ser amigas de turma! — e então ela fez algo que eu não esperava... Me abraçou...

E quando a ficha caiu eu não aguentei e abracei ela bem apertado. Sentindo que estava começando a chorar, pensando em todas as angústias, tudo o que eu passei e pensei em fazer.

— Ei, está tudo bem? Você precisa de algo? Quer ir ao hospital? — ela me olhou preocupada. Olhei para a ponte e pensei: eu nunca acreditava em sinais, ou algo assim, mas ao meu ver ter encontrado a Letícia, bem na hora em que eu estava prestes a tirar minha própria vida, foi um sinal.

Eu fiz daquilo um sinal!

— Eu vou melhorar... Olha... Eu tenho que ir para casa agora, até segunda. — não esperei ela responder e sai andando para casa.

Talvez a vida não precise de um ponto final, e agora eu acho que eu tenho que dá um ponto e vírgula para seguir em frente.

☆ ☆ ☆ ☆ ☆ 

3 meses depois

Já tinha passado três meses desde que eu fui à ponte. Depois daquele dia eu fui ao psicólogo e consequentemente, ao psiquiatra, ele me receitou um remedio e bom, está me ajudando a me controlar mais.

— Eu amo esse filme! — falou Letícia ao meu lado. Estamos no sofá da minha casa assistindo O Rei Leão. Depois daquele dia, quando foi na segunda feira, ela meio que grudou em mim! Até que ela era legal, e não era uma psicopata lunática que sai por ai perseguindo as pessoas. Pouco tempo depois que viramos amigas eu descobrir que ela e os pais mudaram de cidade porque a irmã dela tinha se suicidado e eles queriam sair um pouco do lugar que continha várias lembranças dela.

— Então porque decidiu se mudar? — Letícia olhou para mim um pouco triste e então completei: — Se você quiser falar, é claro...

Estamos no intervalo da escola, sentadas nos bancos de uma pracinha que ficava por lá.

— Eu tinha uma irmã. Ela era tudo para mim, a minha heroína, sabe? Então um dia eu cheguei em casa e encontrei ela desmaiada no chão. — ela deu uma pausa — Ao lado dela tinha uma cartela de antidepressivos vazios. Eu fiquei em choque e então liguei para meus pais, mas já era tarde demais. — tinha algumas lágrimas nos olhos dela. E eu estava chorando — Ela deixou uma carta se despedindo falando que não via mais sentido na vida. Meus pais e eu ficamos devastados com tudo isso e decidimos nos mudar. Foi quando eu sair um pouco para pensar na vida e não sei porque, mas quando eu te vi ali, parecia que você estava querendo pular, eu tinha que falar com você... Então fui lá e aqui estamos. — ela disse me dando um sorriso triste.

Eu fui até seu lado e a abracei. Abracei bem apertado! E então eu disse:

— Obrigada! — Ela me olhou confusa. — Naquele dia eu estava mesmo pensando em me matar, mas você apareceu e eu fiz daquilo um sinal...

Ela sorriu e limpou as lágrimas que tinha no rosto, e então ficamos em um silêncio confortável, não tinha nada mais a ser falado.

— Acho que você tem uma boquinha; heim! Falou em sinal e o sinal  tocou. Vem! Vamos! — sorri e me levantei do banco. Ela sorriu e colocou os braços nos meus ombros e fomos para a sala.

Sai dos meus pensamentos com a Lê cantando.

— OS SEUS PROBLEMAS! Vai! Canta...!

— VOCÊ DEVE ESQUECER! — cantei rindo.

— ISSO É VIVER! — olhou para mim sorrindo.

— É APRENDER - então olhamos uma para a outra

— HAKUNA MATATA!


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Notas finais do capítulo

Essa one ja estava pronta no mês passado, mas quis postar esse mês pq não é só no setembro amarelo que devemos nos preocupar com a depressão/ansiedade e etc..
Eu quis fazer essa one para mostrar que as vezes nem tudo está perdido, e que vc tem que se dá uma 2°, 3°, 4°, 1000° chances. Se estiver precisando de ajuda conte para um amigo, psicólogo, CVV, pode me mandar uma MP também. E para finalizar "VOCÊ MERECE TA VIVO" e que o suicídio não é a única opção ok?
Você sempre vai ser importante para alguém, mesmo que não preceba, e esse alguém sempre vai querer seu bem...

Então, o que acharam? Comentários são sempre bem-vindos. ♥



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