A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 7
A Elite


Notas iniciais do capítulo

Meninas do meu coraçãoooo tudo bem?! to amando todo o carinho e atenção de vcs kkkk Vou responder os comentários de vagar, ok? É que eu to escrevendo o proximo cap, que é da Bella, que deveria estar aqui, mas esse aqui ficou muito grade, enfim...

Boa leitura ♥



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*Antes dos eventos do capítulo anterior.*

 

Renesmee

 

Eu não dormi muito na noite anterior, fiquei conversando por mensagem com Maggie até tarde. Ela era tão legal que eu fiquei me perguntando como era possível não sermos amigas antes. Ela iria me acompanhar ao estúdio de Dimitri onde eu iria fotografar. 

Vida de modelo, estou indo!

Como resultado já tinha passado das sete da manhã e eu continuava na cama, rolando meu feed do instagram sem a menor vontade de me levantar e ver as pessoas da escola.

Ou ir a qualquer lugar. Eu devia ficar na minha cama o dia todo, seria melhor. 

deixei o celular de lado, me virei na cama cobrindo minha cabeça com o cobertor.

Eu não tinha a menor vontade de sair da minha cama!

Eu deveria ter optado pela educação em casa, contudo eu gostava da escola, até…

Até eu namorar o cara mais quente de lá, e ele me trair com aquela… vaca.

—Minha vida é um inferno! - Gritei com a cabeça dentro do travesseiro. A sensação era boa, dei mais alguns gritos abafados.

Senti o celular vibrar com uma notificação. Me sentei rápido arrancando a coberta de cima, meu cabelo uma confusão, não me deixava enxergar.

—Eu deveria cortar você… - Falei, mas sabia que não faria isso.

Era uma mensagem de Jane no celular.

Jane: Acho bom você estar perfeitamente vestida e tomando o café da manhã.

Revirei os olhos, contudo me senti sorrir com a mensagem. 

Eu: Na verdade estou na cama ainda. Não quero sair daqui!

Jane: Vou te torturar se não vier a escola! Não me faça passar pela aula de história sozinha! :s

Respirei fundo com sua mensagem. Ter Jane como amiga era maravilhoso. Ela era maravilhosa, e mesmo que eu nunca dissesse ela sabia que era minha única amiga. ela não me deixava afundar.

Eu: Não quero, Jan. Não quero nada.

Jane: Tire sua bunda dessa cama, Renesmee, ou eu juro que apareço na sua casa com metade da escola na hora do almoço para uma festa!

Isso era para ser uma ameaça? Porque eu realmente não ligava, talvez Tanya me deixasse de castigo, mas qual seria o pior que ela poderia fazer? Não permitir que você pose para o Dimitri uma das minhas personalidades sussurrou. Ah, claro. Eu poderia dizer ao meu pai e ele ficaria do meu lado sobre isso, mas se Tanya o contasse que dei uma festa em plena segunda feira em horário de aula…

bom, a paciência de Edward tem limite.

Sete e quinza, eu tinha tempo para chegar atrasada, conclui me levando. Vamos ao purgatório.

 

 

—Achei que não iria para a escola hoje. - Maria, nossa empregada, governanta, faz tudo, eu realmente não sei como definir-lá - estava na cozinha abastecendo a despensa.

—Maria! - Joguei meus braços em volta do seu pescoço em um abraço.

Chica, tranquila, tranquila* (calma menina*.) - Ela afagou minhas costas, eu estava muito mais alta que ela agora. Sua cabeça batia nos meus seios. - Não quer tirar o meu ar, não é?

—Desculpe, Maria. - Me afastei sentindo meus olhos brilharem vendo aquela velha senhora. - Mamãe não disse que você voltaria!

—Eu queria fazer uma surpresa. - Ela sorriu para mim, as rugas nos cantos dos olhos acentuadas.

—Eu queria ir te visitar no México durante as férias. - Me expliquei. - Mas a Tanya não deixou. 

Fiz cara feia.

Maria trabalhava conosco desde que eu tinha uns dez anos, eu amava aquela mulher. Fosse o seu jeito acolhedor, a comida, a companhia… eu apenas a amava. Ela tinha pedido férias para voltar ao seu país, por conta da mãe que estava muito doente. Eu achava Maria velha demais para ainda ter uma mãe viva.

—E a sua mãe? - Logo perguntei. Seu semblante caiu.

Ella murrió* (Ela morreu*) - Disse baixo os olhos tristes.

—Ah Maria, eu sinto muito. - E sentia mesmo. Maria não merecia passar por coisas tristes. Não que eu achasse que alguém merecia…

—Ela estava muito velinha. Cansada. Sempre vou lembrar dela. - Ela sorriu. 

—Vou lembrar dela com você. - Prometi segurando sua mão.

— Vamos, vamos! Você não tem escola? Para onde vai vestida assim?!

Eu ri.

—Vou para a escola!

Ela abriu a boca olhando minhas pernas de fora na saia curta. Não podia rir do seu espanto, aquilo parecia mais uma fantasia sexual. 

—Ave Maria. - Ela disse de olhos arregalados. - O que estão fazendo com os jovens?

Dei de ombros, eu não fazia ideia do que ela queria dizer com aquilo.

—Muito bom te ver, Maria. Agora eu preciso ir. -Me inclinei beijando sua bochecha. - Tanya já saiu?

—A senhora saiu cedinho toda bonita. Agora a senhorita não vai sair sem tomar o café da manhã.

—Eu compro algo no caminho!

—Não mesmo, essas coisas embaladas ‘’do caminho’’ só faz mal. Senta ai!

—Maria… - resmunguei, contudo adorando a atenção. - Eu vou me atrasar!

—Não tem problema se for pra comer. - Ela disse se movendo pela cozinha. - Você está tão magrinha! Vai sumir desse jeito!

Fiquei mexendo no meu celular, enquanto ela fritava ovos para mim. O cheiro daquilo estava me deixando enjoada, mas era Maria ali, cuidando de mim.

Ela pôs ovos mexidos, suco, pão e queijo na minha frente na mesa.

—Agora coma um pouco.

Sorri para ela pegando uma colher e experimentando os ovos. Aquilo tinha um gosto maravilhoso. Meu estômago roncou, ela ouviu e sorriu para mim.

—Viu? Você está crescendo tem que se alimentar bem. Vou por essas coisas no lavanderia, já volto. Coma tudo!

—Sim senhora! - Falei alegremente colocando uma grande quantidade na boca. Engoli como se fosse terra. Comer era uma perda de tempo.

Revirei a comida, joguei um pouco num saquinho e coloquei na mochila para  descartar na lixeira mais próxima. 

—Estava otimo, Maria! Preciso ir! - Gritei já da porta ouvindo seu ‘’que o menino Jesus te proteja’’ como despedida. 

Por mais que a escola fosse perto, eu não iria correr até ela. Chamei um Uber.

 

Lar doce escola de merda. O pensamento me atingiu assim que parei na entrada da escola, absorvendo o clima do lugar. Os olhares não exatamente de inveja ou de admiração aos quais estava acostumada. 

Os cochichos.

 Eu não queria estar ali.

Não queria os bajuladores que eu chamava de amigos.

Não queria ouvir os fofoqueiros falarem do meu ex namorado, Riley, filho da droga do candidato a prefeito de Nova York, e principalmente não queria ouvir ninguém falando que ele havia terminado comigo para ficar com Victoria, a ruiva marombada da faculdade que ele cursava agora.

Ah e eu não podia esquecer dos boatos de ser virgem. 

Riley terminou com ela porque ela é virgem!

Qual o problema em ser virgem?

Tendo um Deus grego como Riley como namorado? TODOS!

Ninguém se intimidava em falar de mim, mesmo sabendo que eu podia ouvir. Contudo eles não tinham coragem de falar na minha cara, ou me perguntar a minha versão da traição.

Eu era a namorada exemplar!

Ele me traiu!

Alô! Eu sou a vitima aqui! 

Não um motivo de piadas!

Afinal, que porra essa gente tinha a ver com isso?!

Parei no meio do pátio, fechando os olhos.

Eles não estão falando de você.

Eles não estão falando de você.

Eles não estão falando de você...

—Gente, ela quer matar alguém antes das oito da manhã? - Seth disse. Abri os olhos e os vi, vindo na minha direção junto com Jane. 

—Quer ser minha vítima, Seth? 

—Menos Nessie. - Jane revirou os olhos.

—Eu não sei porque ando com vocês.

—Por que somos os seus amigos! - Bree surgiu ao meu lado e passei minha mochila para ela. 

—Bree, não precisa levar a mochila da Nessie, ela não é sua namorada ou algo assim. - Jane pegou minha mochila das mãos da menina e jogou no meu peito.

—Ei! - Reclamei.

—Eu gosto de ajudar a Nessie. - Bree disse.

—Obrigado, Bree, você é uma amiga fiel. - Encarei feio Jane, contudo coloquei minha mochila nas costas.

—Amiga fiel sou eu que te digo o pé no saco que você tem sido esses dias. - Jane reclamou.

—Jane, você me fez vir a esse inferno escolar para me chatear?

Jane fechou os olhos. 

—Seth e Bree, e melhor vocês irem, o professor de vocês odeia atrasos.

—Eu iria deixar você na sua aula…

—Não precisa, lindo. Eu vou com a Nessie.

—Mas… - Bree quis protestar.

—Vamos baixinha. - Seth a puxou.

Ficamos Jane e eu no meio do pátio nos encarando. Ela não dizia nada, e eu não tinha nada para dizer. 

Ter minha amiga me encarando daquele jeito, cheia de atenção começou a… me desarmar.

Algo dentro de mim parecia borbulhar, querendo vir à superfície.

—Acho melhor você ir para a aula. - o sinal tocou naquele momento. Os alunos que mantiveram atenção sobre nós se dispersaram.

—Não me importo com a merda da aula, você sabe. Sou rica. 

—Então me deixa sozinha. - Ah, ótimo, meus olhos estavam embaçados.

—Renesmee… - ela se aproximou, falou baixo, a voz doce.

Porra Jane, eu vou chorar.

—Tá tudo bem, eu to aqui. - Ela sussurrou me abraçando no momento em que comecei a chorar.

Por que merdas eu estava chorando?!

—Tudo vai ficar bem. - Jane dizia me abraçando mais apertado, eu enterrei meu rosto em seu cabelo e chorei com vontade, uma dor no peito sufocante que pedia para sair.

—Meninas… - reconhecia a voz, pertencia a Sra. Pope, a coordenadora da escola.

—Nessie não está muito bem, Sra. Pope, mas eu posso cuidar disso sozinha. - Jane disse rápido, usando um tom meio de comando, completamente segura das suas palavras. Ela parecia o pai, Aro Volturi quando falava assim. Olá, futura empresária.

—Tudo bem, por quê vocês não vão a minha sala? Podem ficar lá o tempo que precisarem.

—Obrigado. - Jane disse. Chorei mais um pouco, até que me senti bem o bastante para me afastar. Olhos de Jane eram preocupados.

—Tem meleca no seu nariz. - Ela disse séria. Depois riu.

—Não tem. - Falei fungando, mas passei a mão para garantir.

—Quer conversar?

—Não sei o que me deu.

—Renesmee… apenas coloque essa merda para fora.

—Não tem nada. Eu… me sinto estranha, só isso. Deve ser a alegria de ter Maria de volta.

—Maria voltou? - Os olhos dela brilharam, Maria era nossa fada madrinha. - Vou querer bolo de chocolate.

—Ela com certeza vai fazer. - Sorri.

—Bem, vamos aproveitar a deixa da senhora Pope e ir para a sala dela comer algumas guloseimas e tentar entender que merda há de errado com você.

—O que não há de errado comigo? - Resmunguei, mas aceitei seu braço e caminhamos juntas para a sala da coordenadora.

—E o fim de semana? - Ela tentou puxar papo.

—Descobri que minha avó é uma racista de merda. - Contei.

—Esme?! Impossível.

—Desculpe, eu estava falando de Sasha.

—Você quase nunca se refere a ela assim.

—Mas é o que ela é. - Dei de ombros. Entramos na sala da coordenadora, fechando a porta. Jane pegou o pote de MeM que ficava na mesa dela, se sentou no sofá e sinalizando para que eu deitasse a cabeça em sua perna. Foda-se, eu queria ser mimada.

—Desculpe se estou muito ocupada com Seth. - Ela disse logo. -É tudo tão novo… eu penso nele o tempo todo.

—Eca. - Resmunguei enchendo minha boca com o doce.

—Você era assim! Quando… - ela se interrompeu.

—Sei que esqueci do mundo quando comecei a namorar o Riley. Eu só queria que o mundo me esquecesse agora que eu não namoro mais ele!

—Ness, as coisas não estão tão ruins quando você acha.

—Todo mundo fica comentando!  -Gemi.

—Sim, mas isso é porque não tem nada acontecendo, então eles estão revivendo o assunto de antes das férias. Ainda é a segunda semana de aula… 

—Acha que se dermos um assunto para eles, eles irão me esquece?

Ela fingiu pensar.

—Claro.

—Pensei em dar uma festa de aniversário.

—Conte comigo! - Ela disse de boca cheia.

—Vai ter que ser um evento grande, para essa gente esquecer do meu namoro com ele. 

—Talvez um namorado novo?  -Ela tentou. 

—Um cara mais velho, e super gato? - Sugeri.

—Só precisamos conhecer.

—Podia ser o seu irmão. - Tentei, porque nunca era demais.

—Renesmee! Esqueça Alec, estou quase convencida de que meu irmão é assexuado.- Ela fez um biquinho.

—Ah Jane… dar uns amassos no seu irmão me faria tão feliz…- brinquei, com um fundo de verdade. Eu tinha um Crush real em Alec volturi desde… - Quando nos conhecemos?  - A perguntei.

—No jardim de infância! -Ela disse ultrajada.

Eu tinha um Crush real em Alec Volturi desde o jardim de infância.

—Você parece melhor. - Ela pontuou.

—Pensar em Alec me beijando ajuda no meu humor. 

—Não quer mais? - Ela me ofereceu mais do doce.

—Não. - eu me sentia enjoado.

—Então, vamos para a aula enfrentar o mundo? Podemos ser as vadias que eles adoram odiar.

parecia Ok para mim.

—Tudo bem. - Me levantei de um pulo. O mundo girou e voltei ao sofá.

—Nessie?! - Jane estava alarmada.

—Não foi nada, só uma tontura. - Disse com a visão voltando ao normal.

—Você tomou café hoje?

—Claro. - Só um pouco, mas quem liga?

—Vamos a cantina, não acredito em você. Isso deve ser pressão baixa.

—Eu estou ótima…

—Não discuta comigo!

E quem era eu para discutir com ela? Eu amava ser mimada pela minha amiga.

Passamos pelas aulas de forma quase indolor. Digo quase porque minha aula de francês não era com Jane, e eu tive que aturar Charlotte sozinha. Eu não estava com ânimo para o nosso ‘’círculo de amigos’’.

—Meus pais querem passar o fim de semana em Aspes. -Ela falava sem parar, em voz baixa.

—Que legal. - Murmurei de volta rabiscando no meu caderno, eu já tinha feito o exercício e tinha certeza de que estava certo.

—E claro, depois vão fazer uma grande festa de bodas de porcelana. - Ela deu ênfase na última palavra. - E eu vou ter que cuidar dos meus irmãos, aquelas duas pestes! Você é tão sortuda por não ter irmãos, e seus pais serem separados.

venenosa. Charlotte era tolerável na maior parte do tempo, menos quando ela queria se sentir superior a mim. Ela usava sua família para me atingir.

Mas hoje eu já tinha me desmontado, isso não iria acontecer de novo.

—Não posso nem imaginar o inferno que você passa. -A encarei, falando baixo. Charlotte me olhou surpresa, eu nunca tinha dito aquilo antes. - Seus pais são obrigados a viver juntos, seu pai é gay secretamente. Ele tem um amante, ela também. Seus irmãos pequenos são o único motivo pelo o qual eles não se separaram ainda, certo?

Ela me olhou chocada.

—É claro que… não… não…

O sinal do fim da aula tocou. finalmente, hora do almoço.

—Vamos, amada? - Me levantei da carteira esperando ela.

—Almoço, meninas? - Quill se juntou a nós.

—Com certeza! -Sorri para ele.

Charlotte nos seguiu de cara fechada. Bem feito.

Nossa mesa do almoço era composta por filhos de políticos, celebridades, empresários. E os melhores advogados do país, como a minha mãe.

Hoje parecia que tinha mais pessoas, éramos quinze ao todo. Todo mundo falando ao mesmo tempo, rindo e brincando. Eu estava mais quieta, consegui perceber como os demais alunos nos viam; a Eliete do colégio.

—Nossa mesa parece um palco. - Falei para Bree. Ela olhou em volta, deu uma risadinha.

—Sim! Eu sempre quis sentar aqui por isso! 

—Isso é bizarra.

—Você diz isso porque sempre esteve aqui. Desde o primeiro ano, os outros te chamavam para cá, depois você namorou o Riley que estava no último ano… você pertence aqui. E agora, eu também!

Bree foi tão inocente na sua fala, que deixei passar. Tomei uma coca, feliz por ver Jane envolvida demais com Seth para policiar meu almoço.

Eu peguei o caminho da casa do meu pai depois da escola, eu não tinha avisado que iria aparecer, eu não era de fazer isso e não começaria agora por causa da tal de Isabella.

Ela que se acostume comigo se ela quer o meu pai.

Fiz uma careta com o pensamento. 

O trajeto da escola para a casa do meu pai era um pouco longo, aproveitei o tempo no Uber para respondeu a mensagem de Tanya.

Mamãe: bom dia filha, precisei sair muito cedo. boa aula, te amo.

Eu: Tudo bem mãe, amei encontrar Maria lá em casa! Voou para casa do papai, volto a noite. bjs.

Pronto. Tanya tinha colocado Maria de volta em casa e eu estava muito feliz, não iria me irritar com ela por não ter me ligado nenhuma vez durante todo o dia.

Quando cheguei a casa do meu pai, pensei em dar um passada na casa dos meus avós, mas eu precisava falar com ele, nossa última conversa no carro quando ele me deixou na casa de Sasha, tinha deixado um gosto amargo que precisava ser reparado.

Eu não gostava da namorada dele, eu não gostava do fato dele ter uma namorada que ele gostava e queria ter uma família, mas isso poderia não durar, se acabar sem a minha ajuda.

Eu não precisava ter uma briga com meu pai por causa disso.

Eu poderia suportar Isabella.

Talvez ela não me suportasse.

Eu só deveria ter cuidado, para que ela não o virasse contra mim.

Contornei a casa para entrar pela cozinha. Haviam roupas pelo chão. Quando o meu pai se tornou tão relaxado?

—Edward! -A exclamação feita às gargalhadas, só poderia ser de Isabella. Congelei no lugar, eles não estavam ser roupas, estavam?

—Eu vou chupar você todinha. - A voz saiu baixa, mas eu pude ouvir. Ai meu bom Deus! Pais não transam!

Ouvi os passos mais próximos, agindo por puro desespero, me joguei debaixo do balcão, segurando minha mochila no peito. Vi os pés descalços, Isabella foi erguida e colocada sentada na bancada logo acima de mim! eu podia ver seus pés balançando.

Eu devia me fazer presente, né? Ai, era constrangedor demais! tampei a boca com as duas mãos para evitar o grito.

—Calda de morango ou chocolate? - Meu pai disse, num tom… muito ridículo vindo dele. Eu quis gemer de vergonha! Meu pai falava assim? Isso era algo sexy? Que nojo! 

—Vamos levar os dois, eu vou querer provar você com chocolate. - Isabella respondeu, os pés dançando no ar, quase me acertando. Vi os pés do meu pai se aproximarem, bem lentamente, e sei lá o que ele fez no trajeto, porque Isabella gemeu e eu quis chorar. Pais não transam! Que nojo! Ouvi o beijo estalado, então mais sons, gemidos, os pés de Isabella sumiram, imaginei que ela tivesse enlaçado ele com as pernas, como eu mesma já havia feitos antes com… Riley. Uma boa sessão de amassos. Mas eles estavam sem roupas.

—Edward… vamos para o quarto. - Isabella disse ofegante.

—Por que? eu quero você aqui. - não pai, você não quer fazer sexo com sua filha no ambiente!

—Você pode me amarrar lá em cima… - ah Deus!

—Hum… gosto dessa ideia. -Ele respondeu. Os pés dela voltaram a vista, eu podia ver os dois no chão agora. 

—Primeiro… você tem que me pegar! - Ela disse e correu.

—Amor… eu to duro aqui! - Ele gritou de volta e correu atrás dela.

Puta merda! 

—Que nojo, que nojo, que nojo… - murmurei. Me arrastei dali, bem devagar com medo de fazer barulho. Mas eu duvidava que eles iriam me ouvir de qualquer forma.

Bom, talvez fosse um bom dia para visitar a minha avó.

Eu nunca mais poderia ouvir meu pai dizer; chocolate e morango na mesma frase.

estremeci com o pensamento.

 

 

Troquei algumas mensagens com meu pai no dia seguinte, nada demais, ele queria marcar uma nutricionista para mim, e coisas do tipo. Exames de rotina. Eu não conseguia falar com ele sem me lembrar do seu tom de… macho alfa ou sei lá o que. Eca. Nenhum filho merecia passar por isso. Que meu pai tivesse seu tempo com sua namorada, eu ficaria no meu canto.

Na terça feira depois da escola fui para a casa de Jane, apenas ela e eu. Ficamos jogadas em sua cama, falando de tudo e de todos, planejando os lugares que queríamos conhecer assim que acabasse a escola. Jane iria cursar a faculdade de administração para assumir a empresa do pai, já que Alec queria distancia de tudo aquilo.

—Não é que eu queria agradar o velho, eu só quero continuar a fazer dinheiro. -Ela disse simplesmente.

—Você está certa.

—Obrigado. Sei que mamãe ajuda Alec a se manter, o estágio como professor não cobre seus gastos, e o papai só paga a faculdade mesmo. Não quero viver uma utopia como meu irmão, quero minha herança.

—Um brinde as heranças milionárias. - Levantei meu copo de refrigerante.

—E a fortuna que multiplicaremos. -Ela emendou. Passar um tempo com Jane fez com que o nó inexplicável na minha garganta, se dissolve-se, meu coração também estava batendo de forma mais regular. 

Quando voltei para casa naquela noite, tinha certeza de que teria uma ótima noite de sono.

Até ver Tanya, num lindo vestido vermelho brilhoso, chorando no chão da sala, a maquiagem borrada.

—Mãe? - Me precipitei para ela. Haviam duas garrafas de vinho no chão, a taça ainda cheia em mãos. Retirei com cuidado.

—Filha! -Ela me reconheceu e me abraçou.

—Mãe, o que foi?  Por que você está assim?

—Hoje era para comemorar. - Ela soluçou. -Ele… ele disse que iria pedir o divórcio!

Ótimo, lá vamos nós.

—Você sabe que Félix não vai deixar a mulher. -O maldito promotor tinha minha mãe na palma das mãos.

—Ele ia, Ness! Estava só esperando ela melhorar...e ela sabia que ele iria deixá-la por isso ela armou para ele!

—Ela o matou e você vai defender o caso dela? -Falei por diversão. Tanya me olhou chocada.

—É claro que não!

Suspirei sem vontade de explicar que estava brincando. Não que eu não o quisesse morto…

—O que aconteceu mamãe?

—Ela está grávida! Aquela quarentona maldita tratou de engravidar!

Soltei minha mãe, movida pela necessidade de esfregar meu rosto com a declaração. Também puxei meus cabelos, uma parte minha reconheceu que aquela era uma reação herdada do meu pai.

—Mãezinha… ela não fez um bebê sozinha. -Falei devagar.

—Ela o seduziu! Ela o seduziu e engravidou dele para prendê-lo!

Aquilo era demais. Por mais que ela estivesse bêbada, e provavelmente não fosse lembrar disso amanhã, eu iria dizer. E finalmente perguntar.

—Por que estar grávida de mim não te prendeu ao meu pai?

Tanya franziu a testa, de repente parecendo muito sóbria.

—Eu fiz tudo errado, não é? Eu nunca fui apaixonada por Edward, meu amor. Era... divertido. Gostoso. Mas… nunca teve paixão. Mas queríamos fazer o certo por você.

—Se queriam fazer o certo para mim, por quê não ficaram juntos?!

Eu não queria que minha voz saísse tão magoada como saiu.

—A gente não se amava desse jeito, monstrinha. -Ela disse tirando um pouco de cabelo do meu rosto. -E eu não quis. Quando eu fui morar com os Cullens, Edward queria casar e tudo mais. 

Ela riu com a lembrança.

—Eu perguntei a ele: "você me ama?" Ele não sabia o que dizer. A gente não podia se casar por causa de uma gravidez.

—Por causa de mim. -Eu estava chorando.

—Ness, muitas crianças só tem mãe. Ou só tem pai. Ou até mesmo nunca conheceram seus pais, e nunca foram reconhecidos por eles. Você tem pai, mãe e uma família enorme que te ama e faz tudo por você. O que mais você quer filha?

O que mais eu queria?

—Por que você acha que o bebê da esposa do Félix vai prendê-lo a um casamento que ele não quer estar, se um bebê não foi o bastante para prender você? -Devolvi.

Recebi seu silêncio como resposta.

—Você só vê o que quer ver, mãe. Félix está com essa mulher todos esses anos, criando seus filhos, indo às festas, posando de família perfeita… e te mantendo por debaixo dos panos. Olha o quanto a sua vontade desesperada por paixão te magoou.

—Suas habilidades analíticas você herdou de mim, seu pai é um músico.—foi a única resposta que tive.

Ficamos um tempo ali, sentadas. Ela parou de chorar, mas parecia não querer levantar, nem eu.

Ficamos ali, lado a lado em silêncio.

Eu sentia que precisava dizer alguma coisa que fosse um choque de ânimo. Como Jane costumava a fazer comigo.

—Você é uma mulher incrível, forte, independente. Tudo o que tem foi você quem conquistou. Fez um nome na carreira que era dominada por homens. Eu tenho muito orgulho de você, mãe. Lembre-se bem disso, porque eu não vou ficar repetindo. -fiz uma careta. Tanya riu assentindo e chorando.

—Eu não mereço uma filha tão boa.

—Eu não sou boa, você sabe disso. Sou uma péssima filha, e você não é a melhor mãe do mundo. Mas você é uma mulher incrível e não deve abaixar a cabeça para um homem! Você não faz isso no tribunal, não faz na empresa, não faça isso… na cama! Há muitos homens ai fora, lindos, gostosos, mais jovens, pelo amor de Deus!

—Mas eu gosto dele! - Ela gemeu cobrindo o rosto com as mãos. - Ah, e pode ser bom abaixar a cabeça, na cama. -Ela deu de ombros e riu. A imagem dos pés descalços do meu pai e de Isabella voltou a minha mente embrulhando o meu estômago.

—Eca, não posso imaginar meus pais transando. -Falei e Tanya riu mais alto.

—Obrigada, filha. Chega de choro de bebedeira, amanhã é um novo dia!

—É assim que se fala!

—Quer comer alguma coisa?

—Hum...um sanduíche?

—Maria deixou comida pronta. 

Eu podia comer um pouco para agradar a ela.

—Pode ser.

—Vai tirando os potes da geladeira enquanto eu tomo um banho.

Tanya se levantou com um pouco de dificuldade, mas caminhou com a elegância de sempre pelas escadas. Peguei a taça de vinho e as garrafas vazias, indo para a cozinha.

Eu podia ser mais amiga da minha mãe. Se eu não ficasse exigindo coisas dela, sua presença e preocupação sei lá. Não que ela não se preocupasse comigo… eu queria conseguir definir esse sentimento de... rejeição que eu tinha por ela. Bom, eu podia lidar com isso. Eu poderia ter uma amiga nela, e isso seria o bastante.

Comecei a retirar o jantar deixado por Maria, coloquei em pratos pequenas porções e pus no microondas.

Até arrumei a mesa.

Eu estava colocando o último prato para esquentar quando a campainha tocou. 

Era tarde para uma visita, só poderia ser um cliente desesperado dela, ou… sei lá. Achei estranho o porteiro não avisar, talvez fosse alguém da família.

Abri a porta sem conferir quem era, dando de cara com um homem alto, forte, com cabelos um pouco grisalhos. 

Félix.

Estava com o terno amassado, a cara de sofrimento.

Conta outra querido.

—Ela não quer saber de você. Apenas dê o fora. -Falei entre dentes tentando empurrar a porta a fim de fechá-la.

—Ei mocinha, eu preciso falar com a sua mãe. - Ele colocou o pé, me impedindo de fechar. Não parecia fazer muito esforço.

—Você não cansa nunca? Já não fez mal o bastante para ela? Vá embora! - Gritei emprestando todo o meu corpo contra a porta.

—Não se em assuntos de adultos! - Disse rude. - Já falei para a sua mãe que ela é mole demais com você, e seu pai aquele merdinha nunca te deu um bom corretivo, não é?

—Você não fala do meu pai, seu babaca! - Gritei empurrando a porta com mais força. 

—Renesmee! -Ouvi mamãe gritar meu nome. Naquele momento, Félix fez força com o corpo, a porta veio com força para o meu lado e eu caí no chão, meu quadril bateu com força, o ossinho latejando na hora.

—Que merda! Ai. - Falei colocando a mão no local.

—Tanya, vamos conversar. - O homem entrou no apartamento, eu malditamente passou por cima de mim indo em direção as escadas.

—Mãe! - A chamei desesperada. Ela não iria vir em meu socorro?!

—Félix… - ela disse baixo, abaixando o olhar. Quem era aquela mulher no lugar de Tanya? Ela parecia subjugada sobre o olhar dele. Frágil.

—Vamos resolver isso, meu amor. Apenas… vamos dar um tempo a ela. Você sabe que eu te amo… - Agora ela estava aos pés da escada, bem na frente dele, que segurou seu rosto. 

Eu queria sumir.

—Mãe… - choraminguei, meus olhos embaçando. Adeus dia tranquilo.

—Sobe pro seu quarto, Renesmee. - Ela disse dura. 

—Como assim? - Falei baixo, magoada demais para outra reação. 

—Agora. - Foi tudo o que ela disse, sem deixar de olhar para ele.

—Esse cara me derrubou no chão! Eu to machucada, ele me agrediu!

—Você tende a exagerar. - Foi tudo o que ela disse. Felix desviou o olhar dela, para me lançar um sorriso.

Eu quis rasgá-lo com uma faca. Deixar o maldito sorriso dele permanente.

Eles sussurraram um para outro agora.

Me sentindo humilhada, rejeitada, agredida, me levantei, meu quadril protestando em cada passo, peguei minha mochila no chão e subi com dificuldade para o meu quarto. 

Minha mãe não olhou para mim nenhuma vez se quer.

Bati a porta, joguei a mochila no chão. Gritei. 

Gritar era bom. 

Puxei a saia, olhando meu quadril no espelho. O lado direito estava vermelho, dolorido ao toque. Iria ficar roxo com toda a certeza. 

Fui em direção a mochila, peguei meu celular, liguei para meu pai.

chamou.

chamou.

chamou, e foi para caixa postal. Cinco vezes. Eu estava chorando durante todo o tempo em que tentava falar com ele.

—Por que você não atende?! - Gemi em frustração. Ele viria na mesma hora, iria por Félix no lugar dele, iria quebrar a cara daquele homem, no mínimo. Ele iria brigar com Tanya por isso, aquilo era sério demais! Nunca um namorado da minha mãe fez algo assim comigo. Eu lembrava do meu pai discutindo com ela, quando seu namorado olhava demais pra mim. O homem me deixava desconfortável com seu olhar, na época eu estava na pré-adolescência, e ela terminou com ele. 

Logo depois começou esse relacionamento torto com Félix. 

E agora ficava ao lado dele, quando o cara tinha feito aquilo comigo?! Logo depois de...termos um momento.

Meu pai não atendeu. Devia estar ocupado demais fudendo com a Isabella.

Deixei o telefone de lado, eu poderia ligar para tia Rosalie, ela viria na hora. 

Ou para a vovó Esme. Mas ela já poderia estar dormindo, eu não queria… ser inconveniente.

E a minha tia estava se preparando pra ser mãe, ter seus próprios filhos… eu não podia ser dependente dela.

Como a gente resolve as coisas quando se está sozinha? Eu não tinha mais energia para gritar, puxei meu edredom da cama, me enrolei com ele no chão e fiquei ali. Chorando.

Acho que eu nunca tinha me sentindo tão sozinha.


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Notas finais do capítulo

É isso gente, Tanya num relacionamento abusivo. O que fazer para abrir os olhos dela sobre o Félix? abrir, tomar uma postura, pq né...
vejo vcs nos comentários, ou direct do IG, ou no TT @ missthayy bjsss
comentem, recomendem, favoritem *_* façam esta autora feliz! o/