A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 22
As coisas acontecem


Notas iniciais do capítulo

E ai? geral em casa? Espero que estejam seguindo as orientações para ficarem bem, pessoal.
Boa leitura ♥



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Renesmee

 

Eu gostava de festas. De casas de show, boate, e tudo que a noite de Nova York pudesse me oferecer. Eu ria, me divertia, gritava, comia e bebia com meus amigos. Meus amigos. Não os amigos do meu namorado. Eles pareciam escandalosos demais, bêbados demais, e idiotas demais. 

Eu queria estar em qualquer outro lugar.

Mas aquele era um clube de sócios super exclusivo em Nova York, eu via os influencer e os aspirantes a influences se estapeando para fazer os melhores stories, terem mais pessoas em sua live, e me vi fazendo o mesmo, por fora eu ria e me divertia, contudo pelo canto do olho estava vigiando Jacob.

Meu namorado, um dos sócios do clube se divertimento muito na pista de dança com seus amigos, muitas garotas estavam de olho neles.

—Você é a Cullen, certo? - Uma mulher alta de longos cabelos pretos me abordou assim que terminei um storie.

—Sim…?

—Andei vendo suas redes sociais, você tem muitos seguidores. - Ela sorriu mostrando seus dentes mais claros do que pensei ser possível.

—Ganhei muitos recentemente graças a… namorada do meu pai. - Contei.

—Iza, a autora. Tenho certeza que o filme será um grande sucesso! Não se desmereça, tem tios jornalistas, pai músico, tia dançarina… você tem influência.

—Espero que sim. - Dei de ombros. Essa mulher sabia demais sobre mim, não?

—O que achou do nosso clube? - Ela gesticulou em volta. Era grande, as paredes da segundo andar eram todas de vidro dando uma visão espetacular da noite novaiorquina.

—É bonitinho. -Falei.

A mulher riu como se meu jeito de falar fosse engraçado.

—É muito mais que ‘’bonitinho’’. 

Deixei passar.

—Ah que falta a minha! Nem mesmo me apresentei. Meu nome é Senna Winter, sou a gerente. 

—Acho que não preciso me apresentar. - Debochei.

—Não mesmo, Renesmee Cullen. Vou ser direta, gosto de você. Vê todos esses jovens tentando se destacarem como a cara do nosso clube?

—É, eu vi, é de dar pena. Se me der licença…

—Quer o cargo? - Ela jogou.

—Que cargo?

—Estamos procurando um influencie digital para ser a nossa cara. Um para se destacar sobre os que já temos. Somos um clube diferente, aceitamos jovens a partir dos dezesseis anos, eles recebem uma pulseira na entrada e como vê, ninguém serve álcool para eles.

—Isso no balcão de bebidas. - Eu tinha recebido a droga de uma pulseira rosa na entrada. O que não impedia do meu namorado maior de idade de me dar bebidas lá dentro.

—Você deve saber melhor que eu, tudo que realmente importa é a aparência.

—Nem tanto. - Respondi de forma evasiva. - Mas por que decidiu me contratar? E toda essa gente?

Com certeza aquele pessoas tirando fotos, fazendo live e tudo mais tinha se inscrito para algum tipo de seleção.

—São facilmente descartados se a pessoas perfeita aparecer. Pense nisso com carinho, ok?

Eu apenas assenti e a vi dar as costas para mim e segui para um parte mais escura.

—Senna te fisgou? - Uma voz soou por trás de mim. -Desculpe.

—Tudo bem. -Respondi. Eu a conhecia, não pessoalmente, mas do instagram. Ela tinha muitos seguidores e fazia propaganda para diversos produtos.

—Vejo que é bem nova, então vou te dar um conselho: não se prenda a isso aqui. Não vale a pena.

Franzi a testa com a declaração dela; o que ela queria dizer?

—Desculpe, não…

—Vanessa! Já conheceu minha garota? -Jacob colocou um braço possessivo sobre os meus ombros. 

A garota, Vanessa, empalideceu - pelo o que pude perceber com o jogo de luz em que nos encontrávamos - com a aparição de Jacob.

—Sua… ga..garota?- Ela sussurrou, o copo em sua mão tremeu e um pouco do líquido vermelho veio ao chão. Jacob beijou meus cabelos, e me apertou mais junto ao seu corpo, me senti mal e tentei afastá-lo.

—Você está bem? - Perguntei a mulher.

—Sim. Eu preciso ir.

—Não, fique mais pouco, você vai amar Nessie. Ela será sua chefe em breve. - Jacob segurou no pulso de Vanessa que me olhou em choque.

—Jake, que merda você tá falando? - Me exaltei.

—Senna não falou com você? - Me olhou todo inocente.

—Sim, mas eu não sabia que tinha dedo seu nisso. 

—Ainda não aceitou?! - Ele deu um sorrisinho incrédulo. - Achei que quisesse um emprego.

—Posso conseguir um emprego sem a sua ajuda, obrigado pela preocupação.

—Eu… preciso mesmo ir. - A voz de Vanessa parecia vir de longe enquanto Jacob e eu nos encaramos. Notei que ele parecia apertar o pulso dela com força, como às vezes fazia comigo.

—Larga ela. - Falei firme, mas baixo. O sorriso dele se expandiu, apertou mais o pulso dela, sua expressão se contorceu em dor. -Jacob! -Gritei. Ele riu com gosto e a soltou. Vanessa segurou o pulso junto ao peito, saiu a passos apressados.

—Qual o motivo disso, Jacob?

—Eu não sei, baby, apenas… -Ele mordeu o lábio e fechou os olhos como se sentisse algum prazer. - O jeito como ela me olha despertas umas coisas em mim.

—Seu lado doente, só pode. -Cuspi. O rosto dele pareceu nublar. Recuei.

—O que ela te disse?

Ah, então você tem uma história com ela? Não me surpreenderia.

—Nada, nem mesmo a sigo.

—Renesmee… se estiver mentindo para mim…

—O que? - Eu estava no meu limite com Jacob de muitas formas, desde Los Angeles, quando o vi me trair. -Vai apertar meu pulso como fez com aquela mulher? Vai me bater?! Nem meu pai já me bateu, Jacob, você não será esse homem!

Parece que escolhi o momento errado, ou certo de gritar; a música tinha dado uma pausa, um parada para o início de uma nova batida e, minha última frase foi ouvida por muitas pessoas próximas. Jacob olhou em volta e a sombra em seu olhar pareceu se dissipar. 

—Nessie… o que você tem?  Por que está falando essas coisa…? Eu nunca machucaria você! - Seu tom foi magoada. - Escuta, sei que está passando por muita pressão, mas não precisa descontar em mim, poxa! Sou seu namorado, estou aqui por você. - Ele colocou as duas mãos no meu rosto, falando baixo bem perto. -Eu amo você. Nunca senti por garota nenhuma o que sinto com você… é tudo muito novo. - O cheiro familiar, a fala mansa… me senti relaxar no toque dele. Mas ainda sentia algo borbulhar dentro de mim.

—Não gostei como tratou aquela mulher. - Falei.

Ele bufou.

—Não se preocupe com Vanessa, ela é… uma oportunista. Quando aceitar trabalhar pelo clube, pode demiti-la.

—Jacob, ela tem muitos seguidores, porque alguém iria demitir ela?

—Estamos cansados dela. -Respondeu sombriamente. -Ei, chega de falar dessas coisas. Quer ir pra casa? 

—Tudo bem. -Concordei.

Apesar de ter dito que não iria trabalhar para o clube, Jacob me convenceu. Todas as quintas, sextas e sábados eu estava a serviço do clube. Era engraçado porque estar em festas e trabalhar em festas, eram coisas bem diferentes. Eu me pegava querendo ir embora de lá o mais rapido o possivel. 

Jacob ficava com os amigos dele durante a maior parte da noite, pelo menos eu não o vi dar bola para nenhuma mulher. Meus amigos apareciam sempre que dava, mas com as provas cada vez mais próximas eles preferiam ficar em casa estudando. Vanessa estava mantendo a maior distância de mim que podia. Éramos seis influências contando comigo. Eu achava que éramos muitos, mas o que eu sabia sobre as necessidades de influenciadores digitais em clubes? Nada.

Eu sentia que os cinco, Vanessa e os outros quatro ( três mulheres e um rapaz) tinham algum segredinho do qual eu não fazia parte, contudo não tinha tempo para me concentrar nisso. Entre a escola, o clube, Jacob e meus amigos, eu não tinha muito tempo para pensar em Alec e na namorada dele. Mas já tinha se firmado uma rotina, todos os dias antes do meu ritual de cuidados com a pele da noite, eu entrava no instagram dela e via tudo que ela tinha postado. Com ele. 

Aquele não parecia Alec, tirando um milhão de fotos sorrindo com aquela garota! Já o instagram do Alec continuava igual, fotos de gatos, livros, algumas poucas dele, de Jane. Nenhuma com a fulana. Rolando o feed dele, acabei curtindo uma foto.

—Merda!-Descutir na mesma hora. Era uma foto do ano passada, se ele visse que eu tinha curtido isso saberia que eu era uma stalker!

Mas não, Alec não se ligava muito nessas coisas, ele nem ao menos veria. Deixei o celular na cama para pegar meu pijama. 

Tres passos depois, ele tocou. Congelei no lugar. Não era possível! Nos primeiros dias, logo depois que chegamos de Los Angeles, Alec me ligou todos os dias e eu recusei suas chamadas, tanto que ele parou de tentar falar comigo. Ele não estaria tentando me ligar hoje, não é?

O telefone ainda tocava. Me virei com medo, e ao olhar o visor constatei que era ele. Uma foto dele sorrindo de lado, os olhos calorosos e receptivos na tela.

Devo atender? 

Já fazia um pouco mais de um mês que não nos falávamos. Tudo devia ser águas passadas entre nós. Eu poderia até fingir surpresa quando ele disse que estava namorando…

devia ser o último toque quando eu atendi.

—Alo? - Falei como se não soubesse quem era do outro lado da linha, como se uma foto dele não aparecesse no meu visor.

— Ei, Nessie?

—Sim? - Perguntei usando minha melhor voz de confusa.

—Não acredito que já se esqueceu da minha voz. 

—Não, claro que não! -Falei falsamente.

—Não acredito, você realmente não sabe quem está falando? E ainda excluiu meu número?

—Eu tive que trocar de celular.

—E meu número não estava salvo no seu email?

—Ok, Alec, chega. - eu ri. Era tão bom poder ouvir a voz dele.

—Finalmente me atendeu. Jane disse que eu deveria te dar algum espaço, até que você desse algum sinal de que queria falar comigo. Eu não sabia que o sinal seria quando você bancasse a stalker.

Ah merda.

—Talvez eu tenha sentido falta do meu amigo. - Confessei. Eu não queria jogar com mentiras.

—Poderia ter atendido algum dos meus telefonemas, ou responder minhas mensagens.

—Eu só… não estava no clima. - Me sentei na cama. Era fácil falar com Alec, com se esse mês nunca tivesse acontecido. -E é importante da um espaço a um novo casal.

Ele ficou quieto.

—Alec? Ta ai?

—To. Eu só… não sabia como falar sobre a Chelsea.

—A gente se falava todo dia, Alec. -Falei magoada. -Poderia ter dito alguma coisa.

—Você já namorava o Jacob…

—E você sabia disso o tempo todo. Eu não escondi!

—Chelsea era uma amiga! 

—Eu também era sua amiga!

Ficamos em silêncio.

—As coisas aconteceram muita rápido, eu ia te contar quando voltasse de Los Angeles, mas você não quis saber mais de mim.

—Não me culpe por isso, Alec. - Sublinhei. Eu tava cheia de me sentir culpada pelas coisas, parecia o Jacob falando.

—Chelsea e eu começamos a namorar naquele fim de semana! Eu só não quis te contar pelo celular!

O problema real é você está namorando, Alec. Pensei.

—Vamos esquecer isso, tem muita coisa nos acontecendo agora. - Suspirei.

—Ainda amigos? - Ele pediu. - Sinto falta dos nosso cafés.

—Ainda amigos. Só que a minha agenda anda muito apertada para um café. -Rimos.

—Poderíamos almoçar juntos essa semana o que acha? 

—Hum, vai aparecer de carro na porta da minha escola para me buscar?

—Saindo para almoçar com uma colegial? Isso parece sexy. - E que merda, a voz dele saiu baixo e sexy ao falar isso.

—Na terça?

—Terça.

—Até lá então. - Falei. Ninguém parecia saber o que dizer para se despedir.

—Renesmee, eu acho que… - um barulho no corredor me chamou a atenção. Algo pesado caindo.

—Tenho que desligar, Alec. Até terça! - Me despedi. Joguei o celular na cama e abri a porta do quarto num rompante.

Tanya estava deitada de costas no chão, parecia ter escorregado. 

—Mãe? tudo bem?

—Sim, querida, não se preocupe. 

—Por que pegou chuva? - A roupa dela estava toda molhada. Me aproximei para ajudá-la a se levantar.

—Não! -Ela gritou. Parei no lugar. - Não se aproxime, preciso tirar essas roupas. 

Ela se levantou, olhou pelo corredor para a trilha de água que tinha deixado. 

—Volte para seu quarto, Renesmee, e não pise nessa água! Eu vou me trocar e limpar tudo!

—AH… ta bom. Tem certeza de que não quer ajuda?

—Tenho! Agora já para o seu quarto!

—Você está estranha, aconteceu algo?

—Não me pergunte nada, apenas faça o que mandei!

Eu poderia ter discutido com ela, mas estava ainda nas nuvens pela conversa com Alec, então voltei para o meu quarto e fechei a porta.

—Diego quer conhecer a minha família! - Bree jogou a mochila no chão e sentou na mesa. Estávamos com um milagroso horário vago antes do almoço. 

—O cara é sério. - Seth aprovou, deitado como estava no chão, os olhos fechados, cabeça em cima da própria mochila. Estava reclamando a manhã toda de dor de cabeça, por conta dos estudos, a maioria da nossa turma estava se matando de estudar. 

Jane estava no fundo da sala fingindo meditar. 

—Sim, ele é lindo e perfeito, mas não pode conhecer a minha família! 

—Bree, você precisa contar a verdade a ele. - falei

—Ele vai terminar comigo!

 -Bree, ele vai terminar com você se descobrir a verdade sobre a sua família por outra pessoa, acredite em mim. - vi a mensagem de Alec dizendo que estava chegando. - Tenho que ir, vou almoçar fora.

Jane abriu um olho ainda na posição de lótus. 

—Jacob?

—Não. - Sorri para ela.

—Renesmee…

—Não vou te contar. - Mostrei a língua para ela e sai da sala saltitante. Talvez um pouco demais, não vi uma de nossas professoras. Esbarrei nela com força, que deixou alguns livros caírem  no chão.

—Desculpe professora.

—Renesmee! - Ela disse meu nome assim que todos os seus livros estavam de volta no seu braços. 

—Eu mesma.

—Estávamos na sala dos professores falando dos melhores alunos e seu nome foi muito citado.

—Ah, que legal. - Eu queria apenas chegar na calçada antes que Alec.

—Suas notas estão excelentes, Renesmee. - Ele tentou prendeu a minha atenção.

—Obrigada. A senhora se machucou?

—Não! Estou bem.

—Que bom professora, até mais! - Corri pelo corredor mesmo sem saber se ela tinha mais alguma coisa a dizer. Mesmo eu não estudando muito minhas notas estão perfeitas e isso era muito bom, não é? A culpa era deles que faziam provas facies.

Fiquei na calçada da escola esperando Alec, era ridículo como o meu coração batia rápido só com a ideia de vê-lo depois desse mês afastado. Não era só uma simples amizade certo? Eu nunca me senti ansiosa para ver Seth. Eu nem me sentia mais ansiosa para ver Jacob.

Cruzei os braços e suspirei alto. O que eu estava fazendo naquele namoro? Depois de ter sido humilhada por Riley, quando ele me traiu, acreditei que não passaria por isso de novo. Jacob havia me traído, eu mesma vi, por que eu deixava as coisas como estavam? Por que parecia difícil terminar com ele?

Eu devia terminar com ele. 

Mesmo que eu tivesse gostado dele, tava na cara que não era isso que eu queria e nem valia a pena. As vezes eu até mesmo tinha… medo dele.

Vi o carro de Alec estacionar próximo a entrada. Ele saiu do carro mais rápido que eu pudesse chegar até ele. Uma calça jeans, uma camisa branca, óculos Ray Ban aviador. Nossa ele parecia saído de um filme do Tom Cruise jovem e eu realmente paralisei na calçada e devo até mesmo ter escancarado a boca. Alec era bonito demais, mexia comigo demais. Eu, uma garota com namorado não devia estar indo almoçar com um cara tão lindo que também tinha namorada. Não devia mesmo.

—Aconteceu alguma coisa? Ou a minha beleza te tirou o ar?- Foi a primeira coisa que ele disse assim que estávamos frente a frente.

—Apenas me espantei com o luxo da sua BMW. Acho que vou pedir uma para os meus pais.

Ele fez uma careta. Para um cara que parecia não dar atenção ao dinheiro que tinha, era uma mudança e tanto ver Alec dirigindo um carro daqueles.

—Estou desfrutando um pouco do dinheiro da família.

—Faz bem. -Elogiei. Um carro estacionou cantando pneus próximo a nós e todos a nossa volta, incluindo nós mesmos paramos para olhar. Era o jeep de Jacob eu tinha certeza.

Quando a pessoa saiu do lado do motorista tinha uma nuvem de raiva pairando por cima dela. Jacob correu para perto de nós, a expressão fechada, aos mãos em punhos. Eu recuei uns passos para trás, e Alec para frente tentando me esconder com o seu corpo. Se possível a expressão de Jacob ficou mais nublada.

—Que porra é essa?! -ele gritou. 

—Jacob, o que faz aqui? -Eu não podia deixar ele me intimidar, mas permaneci parcialmente atrás de Alec ao falar.

—Vim fazer uma surpresa para minha namorada. Que merda você está fazendo com esse cara, Renesmee?

—Sou um amigo, marcamos de almoçar juntos. -Alec respondeu com a voz baixa e controlado. Jacob riu.

—Eu sei quem é você Volturi. Não vai a lugar nenhum com a minha mulher!

—Sua mulher? -Foi a vez de Alec riu. Não preciso nem dizer que um círculo de curiosos tinha se formado a nossa volta e câmeras de celulares eram apontadas. Não demoraria para a segurança da escola vir ver o que estava causando tumulto tão próximo aos seus portões.

—Não sou sua mulher, Jacob, sou sua namorada! -Gritei.

—Deveria me respeitar então! Que porra tá fazendo com esse merda aqui? Acho que sou seu otário?!

—Jake, você não está pensando direito. -Meu tom baixou automaticamente tentando fazer com que o dele me espelhar se. Dei uns poucos passos para ficar entre ele e Alec, mãos erguidas. -Alec é meu amigo, irmão da Jane. A gente marcou de almoçar juntos, só isso.

—E você seria a sobremesa, não é? -ele gritou no meu rosto. 

Qual é o seu problema cara? -Alec o empurrou pelo peito, para afastá-lo de mim. 

—Eu tô falando com a minha namorada, não se mete! -Jacob o empurrou de volta.

—Por favor vocês dois, não precisa disso. Jacob você está exagerando! 

—Exagerando? -Ele riu voltou a se inclinar sobre mim- acho que a minha namorada me traindo a luz do dia para todos verem é um motivo válido!

—Ninguém está traindo ninguém! -falei com a voz fina, eu estava ficando nervosa.

—Eu devia saber que era uma puta mesmo, depois de como foi fácil comer você. -Ele falou aquilo baixo, olhando nos meus olhos, ele tinha tanto ódio ao falar que me tirou o fôlego. Não tive muito tempo para registrar tudo, porque quase ao mesmo tempo, vi o punho fechado de Alec ir de encontro ao rosto de Jacob o fazendo cambalear. Jacob se recuperou rápido e revidou fazendo Alec cair no chão, afinal Jacob era realmente maior que ele. Mas Alec se levantou rápido se jogando contra ele e agora os dois estavam no chão, eu gritava para eles pararem, as pessoas a nossa volta -maioria de alunos durante o intervalo- gritavam incentivando a briga.

Entre socos, chutes e tapas, não demorou para a segurança da escola vir checar que não se tratava de estudantes e chamar a polícia. 

Eu estava realmente com fome quando liguei para Tanya a caminho da delegacia.

—Renesmee eu já disse que não! Eu sou advogada da família Black! 

—Mas mãe! O Alec não teve culpa, Jacob me chamou de puta! Por isso ele bateu nele!

Tanya desviou os olhos do aparelho celular pela primeira vez desde que desceu do carro. Eu não entrei na delegacia quando cheguei, logo atrás da viatura que levou Alec e Jacob, de carona com Seth e Jane. Bree havia ficado na escola. Jane estava lá dentro com Seth.

Tanya olhou em volta e me puxou para o lado.

—Disse alguma coisa aos polícias?

—Não, a minha mãe é advogada não sou burra. -Revirei os olhos. -Nem entrei para evitar que eles peguem meu depoimento.

—Fez bem. Não vai falar com eles.

—Mas eu tenho que defender o Alec!

—A família Volturi tem advogados quase tão bons quanto eu para tirar Alec dessa. Não se preocupe.

—Você ouviu a parte em que falei que o Jacob me chamou de "puta"? -Era inacreditável a calma que minha mãe estava agora.

—Ouvi, Renesmee francamente. Vocês estavam brigando na rua?

—Mãe! Vai defendê-lo? Depois do que ele fez comigo? -Tanya era inacreditável!

Ela respirou fundo, tirou os óculos escuros, a expressão cansada me chamou um pouco atenção, parecia que ela não tinha dormido, cruzou os braços.

—Me diga você então, filha? Ainda é namorada dele? Pode não parecer, mas eu vi vocês toda aredia esses dias, e seguindo ele a todos os lugares. Agora ele xingou você. Ele ainda é seu namorado?

—Não. -respondi baixo. -Mas você trabalha para a família dele.

—Posso designar outro advogado para o caso. Ninguém maltrata a minha filha. -Ela disse firme. Assenti.

—Ok, isso agora é importante. Eu vou ver como as coisas estão. Você com certeza será ouvida, e vai dizer tudo o que aconteceu, dando ênfase que Jacob tem sido agressivo com você, e estava sendo na hora. Que você ficou com muito medo dele e que se Alec não estivesse lá… nessa hora você faz uma pausa e não termina. Eles vão interpretar o seu medo como atitude violenta do Jacob.

—Como já pensou em tudo isso? -Parecia que ela estava lá e tinha visto tudo.

—Já vi a fita de segurança da calçada da escola antes de vir para cá. Fica claro que se Alec não tivesse interferido, Jacob poderia ter agredido você.

Tremi com a palavra agredido. 

—Alec começou a briga, mas Jacob o derrubou. Sem falar que Alec está muito mais ferido. Os dois serão liberados ainda hoje, mas vou pedir um mandato de restrição contra Jacob.

—Ele não vai poder chegar mais perto do Alec. -Aquilo era bom.

—Não. Vou pedir para proteger você. Não quero Black perto de você. Não estou aqui para ser advogada de nenhum deles, filha: hoje eu sou mais que sua mãe, sou sua advogada.

Tudo se resolveu em umas três horas, afinal havia muitos nomes importantes envolvidos: o filho de um político, o filho de um Ceo.

Os dois concordaram que foi um desentendimento entre eles e não prestaram queixas um contra o outro (o pai de um não queria problema com o pai do outro) e após pagarem uma fiança foram liberados.

A ordem de restrição contra Jacob também saiu. Eu já estava em casa, Tanya pediu uma pizza e nós duas estávamos comendo no chão da sala quando recebi uma mensagem de Jacob.

Jacob: ordem de restrição é a nova moda para se terminar com alguém?

—Não responda a ele. -Minha mãe disse. -Ele pode querer usar isso contra você.

—Talvez eu devesse responder, foi muito estranho a forma como acabou.

—Acho que era o único jeito que tinha de terminar entre vocês. Filha, você não estava feliz nesse relacionamento. Até eu que não ando muito presente podia ver o quanto você estava se esforçando para esse relacionamento dar certo. Eu só não sei o porquê.

—Por que você continua com Félix, um cara casado que te trata tão mal? -Devolvi.

Ela olhou para a taça de vinho em sua mão.

—Tem razão, eu não sou a pessoa certa para te perguntar isso, ou servir de exemplo. Mas como você disse uma vez, merecemos mais que isso.

—Sim. 

—Vamos ser melhores, sim? -Mamãe segurou meu braço.

—Vai deixar o Félix?

—Já o deixei.

Ela me surpreendeu.

—Bom, eu também já deixei o Jacob.

—Somos duas mulheres incríveis e solteiras em Nova York!- Ela ergueu sua taça em um brinde e eu ergui meu copo de coca cola. De novo era bom estar com Tanya, desde que eu a visse assim; como uma amiga.

—Ah você precisa ligar para o seu pai, antes que ele veja o vídeo da briga e fique louco.

—Mas você não pediu para tirarem da internet?

—É a internet querida, sempre vai haver alguém com uma cópia.

Me levantei do chão, me alonguei e peguei o celular para ligar para meu pai, me preparando psicologicamente para contar a ele tudo o que tinha acontecido. Primeiro eu precisaria ter certeza de que Isabella estivesse perto dele, do contrário ele poderia surtar.

Dei um sorriso ao pensar em Isabella com ele. Meu pai não estava sozinho, Isabella gostava dele e estaria ao lado dele. Isso era bom afinal de contas.

As coisas acontecem. Eu demorei para enxergar que Isabella fazia bem ao meu pai, mas aceitei.

Ele encontrou a pessoa certa para ele. 

As coisas acontecem, eu vi que Jacob não era bom para mim e pelo visto Tanya tinha feito o mesmo com Félix. Eu não precisava ter pressa, as coisas iriam acontecer no seu tempo.

Primeiro eu tinha que ligar para o meu pai e contar tudo. absolutamente tudo.

Depois eu tentaria sair com Alec de novo.


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Notas finais do capítulo

Eu vou voltar logo prometo! bjs :*