A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 1
A namorada do papai


Notas iniciais do capítulo

A ideia surgiu e tive que trazer para vocês!
O que esperarmos de uma Renesmee adolescente, lidando com a namorada do pai?
Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/782863/chapter/1

Eu tinha noventa e nove por cento de chance de estar sonhando. Primeiro porque eu estava em um casamento. Eu quase nunca ia a casamentos, desde minha infância onde era dama de honra direto, por ser uma linda criança, todas as amigas da minha mãe ou clientes pediam para eu ser. Depois, o noivo era meu pai. 

Meu. Pai.

Edward não era um homem para casamentos, ele odiava esse tipo de evento tanto ou mais do que eu, já que tocou numa profusão deles antes de fechar contrato com estúdios famosos e se tornar um música requisitado para trilhas sonoras de filmes e jogos. Tendo então certeza de que se trava de um sonho, andei pelo jardim lindamente decorado com flores, reconhecendo todos os rostos ali - meus amigos, minha família. Como uma filha de pais separados desde que eu fui concebida - até onde me foi dito, meus pais nunca nem ao menos namoraram, eu era um ‘’acidente de percurso’’ - tinha vontade de ter meus pais juntos. Era comum na minha infância fantasias com isso, então relaxei e aproveitei o sonho, esperando o momento em que a noiva, com toda certeza minha mãe apareceria.

Uma música linda tocada no piano começou, meu pai sorriu para mim e sorri de volta, feliz. Nós dois nos viramos para o corredor, esperando que minha mãe entrasse.

A primeira coisa que percebi foi que aquele vestido nunca seria usado por Tanya. Era longo, elegante, marfim. Muito… simples. Elegante, bonito, mas… simples. Um véu cobria seu rosto, o que me fez franzir a testa, porque Tanya estava se escondendo? Ela amava ser o centro das atenções.

Voltei a olhar meu pai, ele parecia… radiante. Senti meu coração apertar, nunca tinha visto meu pai tão feliz, e foi automático me sentir feliz também. Eles deram as mãos e me aproximei para pegar o buquê dela. Ele olhou entre nós duas.

—As duas mulheres da minha vida. - Papai disse e sorri para ele. Ele retirou o véu dela. Então olhei para minha mãe.

Meu sorriso morreu, aquela não era minha mãe.

—Amo você, Edward. -A voz doce, amável… e não pertencia a Tanya.

—Não, pai… -Senti como se estivesse num túnel, a mulher me deu o buquê.

—Obrigado por cuidar dele, Renesmee… agora ele é meu. - Ouvi a voz da mulher vinda de longe, tudo ficando escuro e eles se afastaram.

—Não… pai, pai! Volta… papai! - Eu tentei me mexer, joguei o buquê no chão, tentei alcançá-lo na luz, mas não conseguia. - Pai! Por favor, papai…

 

Abri os olhos ofegante. A droga de um sonho. Não, um pesadelo! Fiquei na minha cama encarando o teto do quarto, então meu celular despertou com a voz do Shawn Mendes e Camila Cabello cantando Senhorita.

Nem a minha música do momento melhoria meu humor. 

—Droga de pesadelo. - Resmunguei pegando meu celular, desligando o despertador, e abrindo meu instagram. Olhei os storys dos meus amigos onde estava marcada, o aniversário de Jacob Black, o gato do último ano do colegial tinha sido o maior evento das férias de verão, minhas fotos estavam lindas.

—Renesmee! Desce aqui agora! - O grito de Tanya podia ser ouvido do outro lado da rua, eu tinha certeza, se nosso apartamento não tivesse isolamento acústico. Por que ela estava me chamando antes do meio dia em pleno sábado?

De qualquer jeito me levantei, sem a menor vontade de encarar a minha mãe.

—Olha a estrela da internet! - Ela me aplaudiu assim que apareci na escada. Tinha os braços cruzados, uma saia caqui que chegava aos joelhos, saltos, e uma blusa elegante branca. Os cabelos loiros estavam presos de modo elegante, a maquiagem impecável. Eu não me lembrava de ver minha mãe menos do que impecável, fosse o dia que fosse.

—O que você quer? - Passei por ela, descalça, descabelada, com um moletom da Disney, uma lembrança das inúmeras viagens com meu pai, e com uma cueca feminina. Na cozinha abri a geladeira buscando um suco.

—O que eu quero? O que você quer?! Já vi o seu showzinho de ontem! Dançando como uma qualquer na festa daquele delinquente! Sabe que o pai dele acaba de me ligar para que o tire da cadeia?

Parei com uma garrafa de suco de laranja em direção a boca.

—Jacob foi preso? - Reprimi o riso. -Não acredito que perdi isso!

—Ainda bem que você não estava lá quando a polícia chegou! Mas vi o videozinho seu dançando como uma dançarina de boate!

—Onde? - Como alguém tinha me filmado dançando e não tinha me marcado?

Tanya bufou, mas pegou seu celular me mostrando o vídeo no twitter. Aquela era eu mesma, eu e Jane Volturi, minha melhor amiga e modelo, dando um show de dança.

—Parecemos a Miley Cyrus e a Ariana Grande, não? - Brinquei.

—Você perdeu a razão? Sabe que tenho uma  oportunidade de virar sócia no escritório!

—Ahhh a grande advogada, Tanya Danali vai perder uma promoção no trabalho por causa da filha rebelde? Me poupe Tanya, não fiz nada demais.

—Acho bom, se seu nome for citado na delegacia, se surge qualquer coisa ilegal sua…

—Não vai. - Garanti me sentando na bancada. Tanya respirou fundo.

—Preciso trabalhar. - Disse mais controlada.

—Tudo bem.  -Dei de ombros brincando com a garrafa de suco.

—Não, não está tudo bem.  -Ela fechou os olhos. -Olha Ness…

Lá vem, pensei, desculpas. Sempre que me chamava de Ness ou Nessie era porque se sentia culpada por algo.

—Sei que prometi que passaríamos o fim de semana juntos, mas seu amigo fez besteiro e preciso tirá-lo da delegacia. 

—Está indo lá porque trabalha pro pai dele, não porque eu pedi. E Jacob e eu não somos amigos. 

—Eu vou aproveitar e resolver uns assuntos… - como se eu não soubesse que ela tinha um caso com o promotor de justiça.

—Mãe. - A interrompi. - Tudo bem. Pode ir, eu vou pro papai.

—Não é dia dele. -Ela franziu a testa.

Meus pais nunca foram um casal. Eles se conheceram no ensino médio, ficaram algumas vezes, então transaram sem proteção e… Bum! Nasceu Renesmee Carlie Danali Cullen. A família dos dois os apoiaram para que ficassem juntos, mas não rolou, eles se uniram apenas para levar a gravidez adiante, e desde que nasci fico divida entre eles, no começo mais com a família do meu pai e com ele, já que minha mãe estudava muito.

—Não acho que ele irá se importar. Já sou grandinha, ele não precisa me vigiar. - Dei um sorriso amarelo.

Tanya pareceu cansada e eu me senti um surto de afeto pela minha mãe. Ela era mesmo uma mulher incrivelmente dedicava e merecia ser sócia daquela empresa de advocacia.

—Mãe. -Me aproximei para abraçá-la. - Pode ir, vai se sair bem. Eu vou ligar para o papai e se ele estiver com alguma amiga vou para casa da vovó. 

Tanya assentiu.

—Obrigada. -Me beijou no rosto, pegou a bolsa no balcão e saiu batendo a porta ao passar.

Corri de volta ao meu quarto, peguei meu celular. A foto que tinha postado na semana passada, de dia dos pais continua rendendo comentários. Ter um pai tão novo podia ser uma bênção ou uma maldição. Era uma benção porque ele era meu melhor amigo e me entendia em tudo! Era uma maldição em como todas as minhas amigas, e as mães muito mais velhas delas, davam em cima dele.

Meu pai nunca estava ‘’só’’  mas não tinha alguma namorada que passasse mais de dois meses com ele, era um desfile de garotas pela casa dele, na maior parte do tempo, mas ele nunca tinha dado mora mim para minhas amigas, nem mesmo as que tinha vinte anos e eu agradecia por ele.

Afinal, Edward Cullen, músico e produtor musical, tinha apenas trinta e dois anos.

Jane me mandou uma mensagem.

Miga, vai mesmo ficar com sua mãe hoje? Queria ir para o clube.

Sorri, eu não iria ao clube, mas podia brincar um pouquinho com Jane.

Só se seu irmão for.

Jane tinha um irmão mais velho, Alec Gostoso Volturi, que estava no segundo período da faculdade de literatura, era tímido, reservado, lindo, gostoso, inteligente, e não me dava a mínima.

Só se a piscina tivesse livros no lugar de água!

Ri da resposta tão Jane. 

Desculpe, sendo assim vou para a casa da minha avó! bjs te amo!

 

Deixei o celular na cama e corri para me arrumar, afinal era sábado de manhã e com toda certeza teria uma amiga do meu pai com ele, eu não iria atrapalhá-lo.

Mandei uma mensagem para minha avó avisando que iria para a casa dela almoçar e chamei um uber.

Fiquei me olhando na câmera do celular, e tirei uma foto para publicar. As pessoas estavam comentando sobre a festa do Jacob no twitter, minha conta lá era de fãclub, eu era@SamanthaStewart, em homenagem a personagem do meu livro favorito, ‘’Meia noite dos Vampiros’’, da autora Isa. Ela tinha começado escrevendo fanfic de outros livros famosos, e eu a acompanhava desde essa época, agora com a fama e seus lançamento original, o livro ganhará adaptação para o cinema e finalmente eu esperava descobrir quem era a maravilhosa Isa, que nunca deu seu nome completo ou postou uma foto, nem mesmo ao lançar o livro. Ela não conseguiria se esconder por muito tempo quando o filme fosse lançado.

A casa dos meus avós, Carlisle e Esme Cullen ficavam em um condomínio de luxo, o mesmo do meu pai. O motorista do Uber entrou no condomínio com um sopro.

—Poucas vezes vou a um lugar tão chique. - Ele estava surpreso vendo as casas enormes.

—Poucas vezes entro em lugares inferiores. - Comentei simples. Ele riu, contagiada e sem entender, ri também. Eu não conhecia uma vida diferente, antes do meu pai ganhar rios de dinheiro com direitos autorias, meus avós já eram bem de vida, tanto do lado paterno quanto do materno. Carlisle era Cirurgião, Esme Juíza. Os pais da minha mãe, Sasha e Marcus Danali tinham uma empresa de medicamentos. 

Dinheiro nunca foi problema para minha família.

—Está entregue. - o motorista parou na frente da casa dos meus avós. 

—Obrigado, bom trabalho. - Falei simpática saindo, agradecendo por cada viagem no cartão de crédito, facilitava tanto a vida!

Antes que eu tocasse a campainha a porta foi aberta por Amun, o mordomo - sim, mordomo - dos meus avós.

—Senhorita Cullen.

—Amun! - O abracei forte, e ele se sentiu constrangido. Amun era muito como um bisavó para mim, por mais que não fosse tão velho assim. 

—Senhorita, mantenho o decouro. - Me repreendeu de forma afetuosa.

—Como você está? Parece que não o vejo há séculos! -Ele pegou minha bolsa a colocando no cabideiro.

—Estava de férias, estive com minha filha na Califórnia.

—E sua netinha?

—Está linda, se a senhorita quiser posso mostrá-la uma foto mais tarde.

—Eu adoraria! - Falei feliz.

—Renesmee? É ela Amun? - Alice gritou de algum lugar da casa, e Amun fez uma careta, se recusava a gritar.

—Sim tia! - Gritei correndo pela sala de estar, sala de jantar para encontrá-la na grande cozinha, onde Sue e Leah cozinhavam.

—Boa tarde meninas! - As cumprimentei.

—Boa tarde senhorita Cullen. - Responderam de forma polida.

—Elas são tão formais. - Alice revirou os olhos para mim e correu para me abraçar.

—Tia! - Comemorei. Tia Alice tinha deixado o cabelo crescer, agora chegava a metade das costas todo repicados. Os olhos castanhos era vibrantes.

—Senti tanto sua falta! - Ela disse me abraçando.

—Ser bailarina da companhia de dança mais famosa do mundo não é recompensa? - Perguntei.

—Não supre a saudade da família. -Ela contou. Tia Alice tinha trinta e cinco anos, e era minha tia preferida. Nem tia Kate que tinha apenas vinte e vivia nas festas comigo, ou tia Irina com seu quarenta e alguma coisa e o jeito acolhedor substituíram tia Alice.

Isso porque eu não estava colocando tia Rosalie, a irmã mais velha do meu pai no páreo.

Ninguém podia competir com tia Rose no meu coração.

—Também senti sua falta. - Contei.

—Também quero abraços! - Respondendo ao meu pensamento nela, tia Rosalie surgiu usando um maiô que parecia abraçar seu corpo com perfeição. O noivo dela também devia estar aqui, Emmett Carter,o Biólogo incrivelmente lindo e sexy que tinha um programa de TV.

—Hum a piscina está liberada! - Comemorei a abraçando.

—Sabe como é sua avó, namorada nova do Edward, igual festa na piscina. 

—O papai está aqui? - Não me prendi a informação de ser uma ‘’namorada’’ o motivo da festa na piscina. Alice e Rosalie trocaram um olhar tenso.

—Tudo bem,o papai vive trocando de namoradas. Talvez eu até conheça essa.

—Não conhece não. - Alice sorriu duro para mim.

—Então é recente, de uma noite. - Revirei os olhos.

—Nessie… - Rosalie foi doce. - Acho que essa é séria.

—Tia, por favor…

—Eles já estão saindo a algum tempo. - Ela completou temerosa.

—Tempo? Uma semana? - Ri.

—Você viu o seu pai com alguém recentemente? - Tia Alice perguntou com um olhar superior.

Pensei. Na verdade… não. Pelos últimos… 

—Não sei quando o vi com alguém. - Contei espantada. - Mas eu estava muito ocupada com provas…

—Nessie, confie em mim. Quando ver os dois juntos você vai saber o que estou dizendo. Isabella Swan fisgou o seu pai.

Revirei os olhos, claro que essa Isabella não seria grande coisa.

—Se ela fosse tão importante para ele - comecei - eu já a conheceria.

As duas desviaram o olhar, viu, meu argumento era válido.

—vou colocar um biquíni no meu quarto, já volto! -Corri ao segundo andar, passando rápido pelo corredor até o meu quarto, que era meu desde que nasci.

Procurei meu biquíni azul, meu favorito, mas não o encontrei, talvez o tivesse lavado para a casa do meu pai… peguei um vermelho mesmo e voltei para baixo, em direção a piscina. 

Tio Emmett - que merecia esse titulo já que namorava minha tia desde que eu era muito pequena para me lembrar - estava dentro da piscina com tia Rosalie em cima dele, suas pernas uma de cada lado em seu pescoço. Vi meu pai, os cabelos molhados, e uma mulher pendurada nele da mesma forma que Rosalie em Emmett. Percebi que eles brincavam de... uma tentava derrubar a outra. A mulher junto ao meu pai, tinha cabelos castanho avermelhado, e minha boca se abriu quando reconheci o biquini azul que ela usava.

—Por que essa vaca está com meu biquíni? - Sussurrei mortificada.

—Olha a boca. - Vovô apareceu ao meu lado me oferecendo um copo de suco. Percebi naquele momento que não tinha comido ainda, em minha barriga roncou.

—Desculpa vovô- Sussurrei. 

—Tudo bem, meu amor. - Ele beijou meus cabelos. Eu era a primeira e única neta até agora, filha do caçula dos Cullen, claro que eu era pessoa favorita do meu avô, indiscutivelmente jovem. Ele já tinha passado dos cinquenta anos, eu sabia, mas os cabelos loiros eram naturais, só alguns fios grisalhos aparecendo aqui ou ali, e as ruguinhas próximas aos olhos. 

—Por que ela está com meu biquíni?

—Sua avó disse a ela para pegar. - Ele deu de ombros.

—Por que o meu?-Reclamei.

—Hum… -Ele ficou envergonhado.

—Minha menina! - Vovó Esme me abraçou e eu relaxei. Vovó era o coração da família, seu cabelos avermelhados como os meus e os do meu pai, seu rosto em forma de coração. Eu já estava mais alta que minha avó.

—Pensei que ficaria com sua mãe hoje. - Ela disse.

—Ele precisou trabalhar.

—Ah Tanya, Tanya… - Ela sacudiu a cabeça.

—Não faz mal, gosto de ficar com vocês. 

—E nós amamos ter você aqui, sabe que se quiser…

—Esme, não comece. - Vovô a repreendeu divertido. O sonho de vovó sempre foi que eu morasse com eles. Só que Tanya nunca permitiu, mesmo com toda a correria de ser mãe aos dezesseis anos, ir para a faculdade… ela sempre preferiu que eu morasse perto dela. Isso até ir para a faculdade e meu pai bater o pé e exigir ficar comigo por mais tempo até que ela terminasse. 

—Tudo bem vovó, sabe que eu prefiro você. - A beijei. - Por que aquela mulher está com meu niquini?

—Ah querida, eu dei a ela. Na verdade a levei ao seu quarto para escolher. Bella não sabia que tínhamos piscina, e Emmett e seu pai queriam brincar… 

—Mas porquê o meu? - Gemi. Ainda mais o azul!

—Ora, Renesmee! O de Rosalie ficaria muito grande. - Ela pôs as mão na frente dos seios para enfatizar. - E os da Aice ficariam pequenos!

Revirei os olhos. 

—Filha! - Meu pai me viu finalmente. Sorri para ele. Ele se afundou uma vez na água para descer a mulher e nadou para a borda. Ela o seguiu. Ele se ergueu nos braços para fora e me pegou num abraço de urso.

—Pai! você tá molhado! - Reclamei, mas retribui o abraço.

—Você com toda certeza vai entrar na água. - Ele disse me colocando no chão. Pareceu meio sem jeito olhando os pai ao meu lado, passou uma mão pelos cabelos. -Eu… queria que conhecesse alguém.

—Não pareceu, já que não me chamou para vir hoje. -Acusei.

—Renesmee. - Ele disse duro.

—O que? Eu não fui convidado para vir à reunião de ‘’família’’. - Fiz aspas no ar.

—Desculpe. - A fulana se meteu, abraçando o meu pai pela cintura. Eu nem olhei para a cara dela. 

—Receio que a culpa seja minha, Edward não sabia que eu vinha para Nova York. Quis fazer uma surpresa e… bom, me desculpe.

A voz era baixa, amável e eu quis vomitar.

—Então… Bella, essa é minha famosa filha Renesmee. - Meu pai disse. - Filha, essa é minha namorada Isabella Swan, mas você pode chamá-la de Bella. embora você já a conheça.

—O olhei cética.

—Não a conheço. - Falei dura.

—Sim a conhece. Como Isa, sua autora favorita, a qual você vive falando comigo.

Minha boca se escancarou e encarei a mulher ao lado do meu pai.

Ela estava corada e escondia o rosto no peito dele. Sua pela era muito pálida, como se não visse o sol nunca. coisa de quem escrevia muito, não?

—Edward… - Ela sussurrou o nome do meu pai.

—Amor, você precisa se acostumar, logo terá um monte de adolescentes atrás de você, e terá as entrevistas…

—Entrevistas. -Ela gemeu se encolhendo junto a ele.

Papai riu. 

—Ela é tão fofa. - vovó disse.

—Não acredito que ela seja a Isa. - Reclamei. Ela não podia ser a Isa!

—Por que não posso ser? - Ela me perguntou e parecia realmente querer saber.

—Bom… você é muito nova para começar.

—Nunca disse minha idade. -Se defendeu.

—A isa deve ter uns cinquenta anos! - Defendi a minha autora. Meu pai e ela riram.

—Será que minhas leitoras pensam mesmo isso?

—Claro. você tinha que ser uma cinquentona divorciada.-  Contei

—Renesmee! - minha avó me repreendeu, e tio Emmett riu da borda da piscina.

—Isso é bom. - A Isabella disse olhando para meu pai.

—Nada disso, ninguém vai levar o crédito pelo seu livro. - Ele disse sério.

—Então é verdade? você vai compor para o filme?

—Sim. Estava esperando para te contar.

—Parece que você estava guardando muitas coisas para me contar. - Disse ácida.

—Então… quantos anos acha que tenho? - Isabella me perguntou para quebrar o encarar feio entre meu pai e eu. 

—Trinta e cinco? - Ela parecia ter vinte, mas eu não iria facilitar para ela.

—Quase. - Riu. 

—Bella. - Meu pai revirou os olhos.

—Tenho vinte e oito.

grande coisa.

 

O almoço foi servido na mesa perto da piscina, Tio Emmett manteve o clima leve contando suas aventuras como biólogo, ele tinha um programa na TV onde se metia na natureza, até todos começarem a fazer perguntas para Isabella Swan.

Ela começou a escrever ‘’Vampiros da meia noite’’ quando tinha treze anos, mas se distraiu escrevendo fanfic. Depois de publicar algumas fanfic - depois de torná-las originais - na Amazon, decidiu investir de modo independente neste.

—Eu não imaginava que seria um sucesso tão grande. - disse com um arregalar de olhos.

—Quando o filme chegar aos cinemas vai explodir. - Tia Rosalie disse com certeza, afinal era jornalista, sua coluna era de cinema. 

—E você será muito famosa! - Tia Alice bateu palmas.

—Tenho pavor disse.

—Ah claro, claro. -Revirei os olhos.

—Disse algo, querida? - Vovó perguntou.

—Só que a comida está ótima. Amo peixe frito. - Comentei.

—Você quase não comeu, Ness, e está muito magrinha.  -Vovô disse.

—Estou em crescimento. -Me defendi.

—Devia comer muito então! 

 -Comentei com Tanya que devíamos te levar a um nutricionista. - Meu pai falou.

—Desde quando você e minha mãe conversam sem eu estar por perto? - Perguntei. Eu queria insinuar algo para Isabella, mas ela se manteve concentrada na comida em sua frente.

—Então, Bella você é de cidade pequena, não é? -Rosalie mudou de assunto. Isabella corou ao respondê-la.

—Sim, nasci e cresci em Forks, Washington. É o tipo de cidade em que é possível imaginar vampiros e toda coisa sobrenatural.

—Ui que medo. -Tia Alice tremeu. - Mas eu amei seu livro. Aqueles lobisomens são tão quentes…

—Alice! - Papai reclamou.

—São mesmo! -Ela mostrou a língua para ele. Qualquer tensão se desfez e por um momento esqueci da presença indesejada de Isabella por ali, curtindo o momento com a minha família.

A tarde seguiu tranquila, meus avós pediram licença para o seu costumeiro cochilo da tarde, tio Emmett foi ligar o video game na sala e tia Rosalie o acompanhou, com toda certeza eles iriam passar por uma sessão de amassos antes de nos chamar para jogar. Me deitei nas espreguiçadeiras com tia Alice para curtir o sol, mas o som das risadas vinda da piscina, onde meu pai e Isabella brincavam na água, sussurravam sabe se lá qual besteira ou sacanagem um para o outro, não me permitiram relaxar, toda hora eu olhava para o casal.

—Não gosto disso. - Comentei com tia Alice.

—’’Disso’’? O que? - Ela piscou distraída procurando algo que pudesse ter me incomodado.

—A forma como ele olha para ela. Sei lá… parece errado.

Minha tia riu, cutucando meu braço.

—Ele parece apaixonado, isso sim. Acho que você nunca o viu assim… na verdade nem eu. Nunca vi meu irmão olhar assim para alguém, nem mesmo para sua mãe.

—Apaixonado. - Sussurrei, fixando meus olhos no casal. Isso não era nada bom, ela não podia ter o meu pai.

Nada daquilo estava certo! Um dia em família não incluía em meu pai trazer uma garota para ficar conosco! Ele nunca fica com uma garota quando eu estou por perto. Ele devia estar comigo agora, indo jogar vídeo game, onde iríamos derrotar tia Rosalie e Tio Emmett.

Aquela mulher não podia tirar meu pai de mim.

—Ela não vai tirar meu pai de mim. - Sussurrei com ódio, sem me importar se tia Alice podia me ouvir. 

Meu pesadelo daquela manhã era um aviso, entendi. A mulher do sonho finalmente ganhou rosto, o rosto de Isabella Swan.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vai ser uma fic mais leve. Próximo capitulo narrado por Bella! o que acharam? me deixe saber! se usar o twitter me segue lá @missthayy bora bater um papinho >