Cartas que jamais serão lidas escrita por Daroon


Capítulo 1
Última carta;


Notas iniciais do capítulo

Okay, tava louca pra um angst deles e a música do nx zero - cartas pra você me inspirou
A fic ta horrível, avisando ><
— Capítulo não revisado -



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Ao selar a carta, pegou a caixa de madeira toda trabalhada que mantinha debaixo da cama, abriu a mesma com um aperto em seu coração ao vislumbrar aquele amontoado de cartas escritas, e jamais entregues. Pôs a carta recém escrita e selada, junto com as outras. Suas mãos tremiam conforme fechava a caixa, e as lágrimas que tentou ao máximo segurar, já traçavam o seu rosto, sentia um bolo em sua garganta e a vontade de gritar era intensa. E um misto de sensações se reviraram dentro de si.

Sentia tamanha angústia por tê-lo perdido naquele fatídico dia. Quando saíram juntos para ir ao banco, que acabou sendo assaltado. Tanjiro ainda lembrava-se dos gritos de todos, em como Rengoku tentou acalmar-lhe dizendo que tudo ficaria bem, mas era óbvio que não ficaria, o pior cenário aconteceu; os assaltantes estavam fartos da criança que não parava chorar, e ao tentar silenciá-la, Rengoku resolveu agir, o pânico que Tanjiro sentiu em ver seu corpo sendo coberto de tiros enquanto protegia aquela criança e sua mãe que choravam. Naquele momento tinha perdido a voz, e tudo se tornou tão silencioso para si, nada mais importava naquele momento. Não se importou em ver a polícia invadindo o local salvando-os, tudo o que importava para si naquele instante era, Kyoujurou. 

desespero que sentia cada vez mais em ver o seu noivo perdendo a vida aos poucos, e a ambulância não conseguiria chegar em tempo, as grossas lágrimas que não paravam de escorrer, enquanto que implorava para o loiro parar de falar, que tudo ia ficar bem assim como ele tinha dito, mas o seu coração se quebrou em ver aquele largo sorriso do maior, juntamente com um, eu te amo. Aquelas tinham sido as últimas palavras de Rengoku. E tudo pareceu desmoronar naquele instante, olhar para o corpo inerte do loiro, avistar os  paramédicos chegando para remover o corpo, suas mãos que não paravam de tremer enquanto observava o sangue de Rengoku nelas. 

Todo o sofrimento que sofreu por meses, tentou seguir em frente, e como tentou, mas era tão difícil, e sem perceber estava se afundando num grande abismo profundo onde ninguém poderia tirar-lhe, sua única luz, seu porto seguro, tinha sido arrancado de si, brutalmente. E sabendo que isso era algo que o loiro não iria querer, tentou sair daquele abismo. As cartas tinham sido um grande escape para tudo aquilo, nelas escrevia cada sentimento que sentiu desde que conheceu Rengoku, desde o mais bobos, até os mais intensos. Mas conforme a pilha de cartas crescia, a saudade aumentava cada vez mais.

E naquele momento, olhando para a caixa, enquanto as lágrimas não paravam de traçar o seu rosto deixando as suas marcas, uma raiva súbita cresceu dentro de si, acabando por jogar a caixa longe e gritando o mais alto possível, liberando todos aqueles sentimentos que tentou suprimir ao máximo desde o incidente. Num surto, começou a derrubar todas as coisas que via pela frente; o abajur em cima da cômoda, todos os quadros do casal, estava frustrado, nervoso.

— Seu idiota! — brandou, agachando-se, enquanto colocava as mãos sobre os cabelos. — Você quebrou sua promessa. — dizia num tom choroso, acabando por deitar naquele piso frio. — Por que? Por que bancou o herói? — O que Rengoku fez foi um ato muito corajoso, mas a que preço? — Volte pra mim. — murmurou. — Por favor… — Suas pálpebras começaram a pesar, mas ao vislumbrar perto da caixa a fotografia de Rengoku sorrindo, despertou-lhe. Esticou seus braços para alcançá-la, e delicadamente, traçou seus dedos sobre o rosto dele. Lembrando-se de suas palavras.

“Perdoe-me por não cumprir a nossa promessa.”

“Eu vou estar sempre ao seu lado, cuidando-lhe.”

“Eu te amo!”

Não poderia continuar daquela maneira. Não era isso que Kyoujurou queria para o ruivo. Engolindo o bolo que crescia novamente em sua garganta, limpou os últimos requisitos de lágrimas e levantou-se. Com a foto ainda em mãos, pegou a caixa no chão e a colocou na escrivaninha, sentou-se na cadeira colocando a foto do seu lado. Abrindo a gaveta, pegou um pedaço de papel, escreveria mais uma carta, a última.

Kyoujurou…

Está será a última carta que lhe escrevo. Por isso nela direi ao máximo o que senti e ainda sinto. Eu estou com tanta raiva de você, que certamente se estivesse aqui, eu lhe socaria tanto, mas tanto, eu queria gritar que lhe odeio, mas seria uma grande mentira. Seu ato naquele dia, foi lindo, mas igualmente horrível, afinal, eu o perdi para sempre, e a nossa promessa de viver juntos até ficarmos velhos, foi quebrada por um bando de bandidos estúpidos. Quando você me disse que tudo ficaria bem, eu senti que não ficaria. Me pergunto o que teria acontecido naquele dia se não tivéssemos ido até o banco, ou se você não tivesse protegido aquela família? Tenho certeza que se culparia pela eternidade, você sempre foi assim, protegia os outros, mesmo não os conhecendo, foi assim como nos conhecemos, e foi assim que foi tirado-lhe a vida. Sinto vontade de rir nesse momento, uma risada completamente amarga.

Todas as noites me pergunto o porquê você foi tirado de mim, por que alguém tão bom precisa partir tão cedo? Será que esse mundo está tão podre que ele não aguenta pessoas gentis nele? Certamente você está num lugar incrível, mas eu sou o egoísta o suficiente para querer você comigo nesse mundo, foi por isso que senti raiva, fiquei frustrado por você ter sido tirado de mim sem mais e nem menos, e quando vi, me afundei.

Sei que não queria isso, mas foi inevitável, eu te amava, ainda te amo, e após ter escrito a outra carta, eu surtei, pois não aguento a saudade que sinto de você, é horrível essa sensação, eu não queria senti-la, e no final, acabei surtando. Mas quando vi sua foto, senti meu coração se aquecer, e me lembrei do que me disse antes de partir, e foi como se eu tivesse levado um tapa na cara, eu não poderia continuar desse jeito.

Peço que me perdoe, certamente você está me olhando decepcionado neste instante, mas não se preocupe, eu irei seguir em frente, sei que todas essas cartas jamais serão lidas por você, mas sei que de alguma maneira os sentimentos transmitidos, irão chegar até você.

Desde que iniciei as cartas, eu jamais escrevi que lhe amava, pois eu tinha medo de que isso signifique um adeus, e talvez seja isso que tenha me deixado pior. Principalmente por eu não ter conseguido responder-lhe naquele momento.

Isso foi um erro! Jamais será um adeus.

Por isso, eu espero, ou melhor, eu quero que essas palavras cheguem até você, pois os sentimentos que estão sendo depositados nelas é gritante, e completamente sinceras.

Eu te amo, Kyoujurou.

Lhe amo no fundo do meu coração, o seu sorriso, os seus olhos, tudo.

Com esta carta, eu prometo que seguirei em frente, não quero esquecer-lhe, mas não irei me afundar nesse abismo que acabei caindo sozinho, eu irei lutar por nós, pois sei que isso o deixaria orgulhoso. Quero que descanse em paz meu amor, não se preocupe comigo, desta vez, tudo ficará bem.

Com amor, Tanjiro.


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