Jus primae noctis escrita por Erin


Capítulo 1
jus primae noctis


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A noite avançava e a hora das bruxas se aproximava. Zelda sentia o nervosismo se apoderando do seu corpo. A culpa, claro, era de sua irmã que andava de um lado para o outro repetindo que não tardaria para o Senhor das Trevas aparecer.

— Hilda, por Satã, fique quieta! — As palavras mal saíram e Zelda acendeu mais um cigarro.

— Desculpe, irmã. — Hilda sentou na beirada da cama e agora era ela quem observava Zelda andar pelo quarto. — Essa situação me deixa nervosa. O Senhor das Trevas, aqui, na nossa casa!

— Ele já deveria ter aparecido, Hilda. Se ele fosse aparecer, já deveria ter acontecido.

Pelo espelho Zelda observou Hilda levantar e se aproximar. Com um feitiço simples a irmã fez o cigarro desaparecer.

— Eu estou colocando muita pressão em você. Sabe, talvez o Senhor das Trevas não apareça. —E com a mão pousada no ombro da irmã, Hilda acrescentou. — E está tudo bem se ele não aparecer.

— Você está certa, Hilda.

Zelda porém não imaginou que tudo aconteceria tão rápido. As palavras mal saíram de sua boca e as portas do quarto se abriram. Era a hora das bruxas e o Senhor das Trevas havia chegado. Hilda saiu o mais discretamente que pode do quarto e tudo que Zelda conseguiu fazer foi se ajoelhar perante a cama.

Jus primae noctis. Zelda sempre acreditou que era uma grande honra ser visitada pelo Senhor das Trevas antes do seu casamento. Um presente destinado apenas as bruxas mais devotas. Porém, a realidade é que seu corpo termia de pavor.

Cada passo do Senhor das Trevas em sua direção tinha um peso ancestral. Era como se cada passo recriasse a primeira noite de cada bruxa antes do seu casamento e isso lhe deixou enjoada. Zelda não tinha uma visão romântica sobre o sexo. Ela perdera a conta de quantas noites de luxuria havia se entregado. Porém algo importante e comum unia todas as suas relações sexuais prévias. Zelda havia se entregado de livre e espontânea vontade ao prazer.

Subitamente, a ideia de se entregar ao Senhor das Trevas apenas porque iria se casar não parecia tão certa assim. Claro que, se Satã tivesse lhe pedido, ela teria se entregado completamente ao seu mestre. Contudo, aquela noite era diferente. O Senhor das Trevas não a queria por desejo, ele a queria para cumprir com o seu direito.

Então, tão rapidamente quando chegara, o Senhor das Trevas se retirou dos aposentos. Sem tocá-la. Satã havia lhe deixado da mesma forma que encontrara. Zelda estava a salvo.


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