Apenas uma noite.

Ela suplicava para  seu ser inanimado. Seu próprio reflexo. Mas, não havia reflexo nenhum ali.

   - Aaaah! - ela gritava, seu grito dava um eco sem nenhum motivo, um grito de suplica - Eu estou morrendo de novo!

Ela abriu seus olhos, aqueles que tantos homens desejavam.

Uma noite, apenas uma noite...

Esta frase ecoava em sua mente. Que maldita noite seria essa?

Alguém bateu na porta, e um homem elegante entrou. Seus cabelos castanhos estavam prendidos em um rabo, e suas roupas eram relativamente boas para o século XVIII. 

- Duquesa Caroline, sua carruagem está a seu dispor.  - ele disse formalmente. Caroline assentiu e o homem se retirou.

Ela se levantou, e se sentou na frente de seu espelho. Era a mulher mais linda de todos os tempos. Seus cabelos negros eram tão lindos que as mulheres da região se coçavam de tanta inveja! Além de sua pele branca e macia, de seus olhos azuis e de seus cabelos negros, sua voz era a mais linda. Além disso...

- Jones... - ela sussurrou e deslizou seus dedos para o amuleto. O ser quem ela sonhara tantas noites, aquele que entrava em seus sonhos sem permissão.  

Ela mirou a janela, era um dia lindo, e teria que sair para uma festa que aconteceria ao entardecer, mas tinha que ajudar sua amiga Aline. 

Caroline se vestiu com seu vestido predileto, preto e vermelho, passou sua maquiagem de sempre. Desceu as escadarias e quando avistou seu pai metido em uma roupa muito formosa, seus lábios se contorceram em um sorriso amigável.

- Papai! - disse ela.

Rápido...

O tempo passava rápido, e ela já estava na casa de Aline, arrumando tudo para a festa.

- Tive um pesadelo medonho nesta noite, Aline. - sua amiga olhou para ela e fez um movimento para ela prosseguir - Primeiro eu etava afundando, depois olhando para um espelho onde meu reflexo sumira. Eu estava realmente com medo, Aline.

Aline riu da reação da amiga.

- Apenas um pesadelo... - Apenas um pesadelo.

Caroline olhou com aqueles olhos para Aline, loira, branca e olhos verdes, mas tão ingênua.

O crepúsculo se aproximava. E os convidados chegavam. Aline e Caroline saudavam todos que passavam por elas. Quase nunca via os rostos das pessoas. Mas com Caroline, alguns meninos bobos de sua idade lhe mandava uma cantada, e a menina ignorava. Mais tarde, ela sabia que iria cantar, e todos ficariam com o queixo caido. Caroline olharia para todos aplaudindo-a, e apenas iria novamente para seu refúgio. Mas ela sentira que algo estava diferente naquela noite, ela não estava muito feliz, pois era o aniversário de sua falecida mãe, o que a tocava muito....

Caroline estava totalmente absorta em seus pensamentos, que não vira um homem elegante chegar na sua frente e lhe pedir  uma dança.

Ela olhou para os olhos castanhos dele e soltou um suspiro.

- John..

Ele pegou sua mão delicada e a levou para perto do lago, uma música ao piano começou e eles dançaram juntos (N/A: Ritimo da "My Immortal"), nenhuma fala. Ela nunca o vira pessoalmente, mas parecia que tinham se conhecido fazia anos e anos.

- Finalmente... - ele disse no ouvido dela.

- Faria tudo para sentir isso, tudo por você. - ela disse. - Apenas desejo que não seja um sonho.

Ele riu.

- Não é, pode ficar comigo para sempre, e nunca mais será um sonho.

Ela olhou para ele. Deuses, ele era realmente bonito, uma beleza sobrenatural.

- Para sempre é muito tempo. - ela disse, sorrindo.

- Comigo... não é muito tempo. - ele se aproximou dela, e seus lábios se tocaram, e um beijo romântico e demorado eles deram. Eles tinha a impressão que a música estava mais alta.

- Eu te amo. - ela disse em seus lábios.

- Eu sempre te amarei. - ele disse. 

Ainda com os lábios se tocando, eles dançavam. Passos leves e românticos, por muito tempo. Mas não foi para sempre.

A escuridão tomou Caroline.

"Chame meu nome, e me salve da escuridão!" ela gritava "Jones!" 

Seu coração estava apertado, sufocado, e lágrimas saiam de seus olhos. Ela soluçava e gritava. Andava na escuridão, sem rumo, sem Jones, sem Aline nem papai. Então um passo falso, e um despencada só. Ela estava caindo, caindo, e gritando.

Caiu na água. E na água continuava a gritar. Ou aquilo era canto?

"Estou afundando! Eu tenho que passar por isso!" a água entrava em seus pulmões (N/A: Going Under), ela queria respirar, mas não conseguia, seus não eram suficiente, eram idiotas, ninguém iria ouvir de baixo d' àgua.

"Eu estou morrendo de novo!"

Ela fechou os olhos. A queimação continuava. Seu coração estava em dor, perdera seu sonho. Para sempre....

Nova.

Abriu seus olhos. Estava molhada. E diferente. Sentia dor no pescoço, e Jones estava na sua frente, olhou para o lado e um corpo morto estava lá. Olhou novamente para seu amor e ele sorriu, e uma esperança nos dois brotou.

- Para sempre... - ele disse, chegando mais perto, ela assentiu e se beijaram.

Ela sem querer mordeu o lábio de Jones.

- Auch! - ele exclamou e afastou. Um filete de sangue na boca de Caroline estava. Ela esticou a língua e do liquido provou, doce. Maravilhoso, doce.

- Mais uma noite. - ela sussurrou.