Abra Seus Olhos escrita por Lilindy


Capítulo 1
Capítulo 1 - Perigo na estrada


Notas iniciais do capítulo

Olá, seja bem-vindo(a). Obrigada por dar uma chance á esta fanfic.
Bom, estou há tempos querendo postar essa fanfic e finalmente estou fazendo tal coisa. Como muitas pessoas, sou fã de Sobrenatural há muito tempo. Cresci assistindo essa série e Sam e Dean fizeram parte da minha pré-adolescência, adolescência e da minha vida adulta. Apesar dos altos e baixos do seriado que, aliás, foram muitos, permaneci assistindo a série.
Com o anúncio de que a 15ª temporada seria a última, resolvi postar a fanfic antes que a nova temporada começasse. A narrativa é simples, cheia de referências e foi feita mais para homenagear o seriado. Contudo, espero que ela seja legal de ler e que vocês curtam. Desejo uma boa leitura para todos.




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Silêncio.

Se havia algo que predominava ali, dentro do carro, era o silêncio. As duas pessoas no interior do veículo estava concentradas em suas atuais atividades. Á direita, ao lado do assento do motorista, um rapaz concentrava-se em ler o mapa que segurava com sua mão esquerda enquanto posicionava a lanterna sobre o papel. A luz estava fraca dentro e fora do carro.

Á esquerda, uma jovem mulher mantinha sua atenção sobre a estrada escura, iluminada apenas pelos dois faróis do veículo e pela luz da lua céu acima. Um suspiro sai de sua boca, ela estava cansada. O barulho discreto do papel sendo movido pelo a mão do homem ao seu lado a faz olhar para o rapaz pelos cantos dos olhos. Isso durou alguns segundos antes que seus olhos seguissem para o relógio de pulso presente em sua mão direita.

Ele marcava uma hora da manhã.

Outro suspiro cansado.

— Estamos perdidos. — Fala ela, sua mão esquerda servindo de apoio para a lateral esquerda de sua cabeça.

— Não, não estamos. — Refuta ele, seus olhos ainda sobre o mapa.

— Zack, estamos nessa estrada há tempos e não vemos nenhum outro carro há horas. — Ela alterna o olhar entre a frente e o lado onde Zack estava. — Estamos cercados pela floresta.

— Não estamos perdidos, Sophie. Esse atalho vai funcionar.

Sophie solta outro suspiro, dessa vez ele carregava um pouco do seu aborrecimento.

— Podemos voltar para o posto que vimos mais atrás.

— Isso foi há quarenta minutos. Não vamos voltar, seria uma perda de tempo. — Zack levanta o olhar para encarar a irmã.

— Isso é orgulho masculino? — Questiona ela, franzindo um pouco seus cenhos. Zack faz uma expressão desgostosa antes de volver seus olhos para o mapa.

A jovem volta sua atenção para a estrada. O cansado a impedindo de prosseguir com aquela conversa. Seu irmão insistia em não estarem perdidos. Uns dois minutos se passam antes de Sophie se pronunciar mais uma vez.

— Já éramos para estar na casa do tio Stuart, Zack. Isso era para ser divertido, lembra? — Lamenta-se ela. Os dois tinham planejado aquela viagem com antecedência. Iriam para a casa do tio mais velho para comemorar o aniversário dele, todos da família Marshall estariam lá.

— Relaxa Sophie, nós só precisamos seguir esse caminho pela rodovia 79 e... — As palavras do rapaz se perderam no ar, Zack não completando sua frase ao levantar o olhar e se deparar com a placa que indicava a rodovia 66.

— Rodovia 79, huh? — Solta ela, olhando para o irmão brevemente, sua expressão meio que dizendo “Viu? Estamos perdidos”.

Zack larga o mapa, o deixando sobre as pernas. Ele desliga a lanterna e a joga no banco do traseiro. O rapaz respira fundo, soltando o ar enquanto se acomodava melhor no assento. O irmão gêmeo de Sophie direciona seu rosto para a janela, passando a observar nada além das árvores cobertas pela escuridão da noite. A luz prateada do luar atingindo as copas nas árvores mais altas.

O som de outro suspiro cansado de sua irmã o faz levar sua atenção para ela. A jovem parecia exausta.

— Acho que podemos trocar de lugar.

— Estou bem.

— Você não parou de dirigir a viagem toda depois de ter saído do seu plantão no hospital. Você precisa descansar. — Argumenta Zack.

— Está tudo bem, eu posso dirigir por mais um tempo. Vamos focar em achar o caminho certo.

— Depois eu que sou o teimoso. — Sophie olha para o rapaz. A expressão no rosto dele dizendo “Sabe que é verdade”.

A Marshall sorri fechado e de canto com aquela atitude dele. Sophie sabia que ele estava certo, ambos eram teimosos. Talvez algo compartilhado entre eles.

— Vou abrir essa janela, está quente aqui dentro.

— Não abra muito. Estamos sozinhos aqui, mas cautela nunca é demais.

— Certo.

Zack baixou apenas alguns centímetros do vidro da janela do seu lado do carro. A brisa fresca e acolhedora que entrou no veículo trouxe alívio para os dois. Zack fechou os olhos, se movendo no assento para achar uma posição confortável. A brisa batia em seu rosto, e a sensação que ela proporcionava era boa.

Sophie olha para o irmão, o vendo sorri sutilmente enquanto se deliciava com o frescor lançado sobre seu rosto. Um bafejo divertido sai de sua boca e todo o aborrecimento que sentia se desfez. Como sentir raiva do seu irmão gêmeo? Quer dizer, Sophie até se aborrecia com ele, mas tal sentimento nunca era duradouro. E vê-lo ali, descansando, tirava toda chateação que existia dentro dela.

A Marshall pousa sua atenção sobre os cachos castanhos do seu irmão, as madeixas balançavam levemente com o vento. E com um sorrisinho fechado no rosto, ela volta sua atenção para a estrada.

Minutos se passam sem que nenhum dos gêmeos trocasse uma palavra. A brisa ainda acolhia os dois enquanto o som dos galhos das copas das árvores trazia uma trilha sonora amigável e tranquila para aquela viagem. Sophie ainda mantinha sua mão esquerda sobre a lateral da cabeça, seus olhos, focados para frente, já cobravam o peso de estarem abertos por tanto tempo. Ela podia sentir o ardor nos olhos causado quando uma pessoa tem sono e insiste em se manter acordada. Sophie sabia que se olhasse para um dos retrovisores agora veria vermelhidão presente em suas escleras.

Zack estava certo, ela precisava descansar.

“Posso aguentar mais um pouco.” Pensa a jovem, inspirando e expirando calmamente. “Sim, posso aguentar mais um pouco.”

Contudo, seu corpo discordava de tais pensamentos. O sono, mesmo com os esforços de Sophie, parecia a dominar aos poucos. Um bocejo aqui e outro bocejo ali. Os olhos tornando-se mais e mais pesados enquanto o “canto” da floresta e a brisa fresca embalavam a enfermeira cansada. Sophie cai na tentação e fecha os olhos, a inconsciência a recebendo de braços abertos.

— SOPHIE!

Com um sobressalto, a Marshall acorda com o grito de seu irmão. Seus olhos avistam as luzes fortes e intensas dos faróis do carro á frente do seu veículo e não houve tempo para fazer mais nada á não ser desviar para tentar escapar do acidente que estava prestes á acontecer.

O carro acaba saindo da estrada, entrando na escuridão da floresta. Tudo acontece muito rápido e Sophie só conseguiu ouvir os gritos nervosos de seu irmão e o barulho do veículo se chocando contra alguma coisa antes que a inconsciência a acolhesse novamente.

***

O som do vento cantando suavemente foi a primeira coisa que ela ouviu enquanto se dava conta que estava acordando. Seus olhos ainda estavam fechados quando Sophie percebeu que sua testa apoiava-se sobre o volante. Suas pálpebras permaneciam abaixadas enquanto a garota sentia um líquido viscoso escorrer pela lateral direita de sua cabeça.

Sophie resolve levar seu corpo para trás, sentindo uma dor aguda e incômoda enquanto fazia isso. Ela arfa, levantando as mãos na direção de onde sangrava. A jovem encara seus dedos sujos com seu próprio sangue por alguns segundos antes de olhar para frente. Seus lábios entreabertos enquanto notava o capô do carro totalmente amassado e destruído. O veículo havia se chocado contra uma árvore grande e de tronco grosso e forte. A cabeça de Sophie ainda latejava e seus pensamentos ainda estavam confusos quando, ao olhar ao redor, nota a ausência de seu irmão no carro.

— Zack? — A voz dela sai em um sussurro. A porta do assento do passageiro ao lado do motorista estava aberta. — Zack? — Seu tom de voz aumenta um pouco.

Sophie tira o cinto de segurança envolta de seu corpo e lutando contra as dores que sentia, sai do veículo.

— Zack? — Ela chama por seu irmão mais uma vez. O medo crescendo dentro de si. — Zack? — Sua voz já em um tom mais elevado, quase em um grito, enquanto a garota já se punha a andar pela floresta á dentro em busca de seu gêmeo.

Seus passos eram rápidos, ou o mais rápido que ela podia naquele estado. Sua cabeça doía assim como seu corpo, o cansaço dificultava sua busca e a pouca luz que penetrava na floresta também não auxiliava em nada.

— Zack, cadê você? — A preocupação e o pavor de não saber onde seu irmão estava só cresciam dentro do peito de Sophie.

Ela prossegue sua caminhada, a floresta sendo sua única companheira ali. Então seus olhos avistam algo que lhe traz uma pontada de esperança.

Uma casa. Uma pequena casa mais á frente.

Sophie se apressa, esforçando-se para correr. Ela acelera os passos, correndo entre a vegetação e aproximando-se cada vez mais do objetivo. Com a aproximação, ela nota que não se tratava de uma casa e sim de uma cabana. Arfando um pouco, a jovem recupera o fôlego por alguns segundos antes de se direcionar á porta.

— Olá. Olá, por favor, preciso de ajuda. — Fala ela entre as batidas. Instantes de passam e nenhuma resposta. — Olá? — Mais algumas batidas contra a madeira da porta. Sophie só recebe o silêncio como resposta.

Ela olha de relance para a janela mais próxima, tinha uma vela acessa ali. Havia alguém na cabana.

— Por favor, eu preciso de ajuda. — Mais uma tentativa falha. Sophie estava cansada e não podiam perder tempo, seu irmão estava desaparecido!

Esquecendo de vez os perigosos e problemas que tal coisa poderia causar, ela verifica se a porta estava trancada. Não estava. Isso a fez sentir certo arrependimento por não ter feito tal verificação antes. A jovem abre a porta, entrando na cabana.

O ambiente não era muito iluminado, sendo a luz da lua a única fonte de luz ali além da chama acessa perto da janela. A cabana parecia velha, e olhando ao redor, Sophie cogitou que aquele local poderia ser uma cabana de caçador. Algumas ferramentas estavam penduradas em um canto de uma das paredes enquanto outras foram postas em um balcão mais afastado. Tais instrumentos ainda estavam sujos de sangue seco, o mesmo sangue também cobria a superfície do balcão.

Então ela viu.

Um contorno do que parecia ser um homem de costas estava quase que á frente dela. Um misto de pânico e esperança invadiu seu peito. Aquela figura masculina podia tanto lhe ajudar quanto ser um perigo. Mas Sophie decidiu arriscar.

— Oi. Desculpe invadir sua propriedade, mas eu realmente preciso de ajuda. — Solta ela, se aproximando ao dar dois passos até o desconhecido. — Sofri um acidente e estou atrás do meu irmão. Se puder me auxiliar eu...

A frase dela se perde no ar quando o tal homem vira-se para ela, ficando de frente. O homem era jovem, isso era evidente apesar de sua barba fechada e sua pele castigada. Suas roupas só confirmavam ainda mais a suposição da garota. Suas vestimentas pesadas e suas botas protegendo seus pés, assim como sua calça, só confirmavam o fato. Ele era um caçador.

— Você pode... — Outra frase incompleta. Sophie deixa sua boca entreaberta quando vê a face inexpressiva do homem á sua frente. Foi então que ela notou, quando ele levou sua mão esquerda até a barriga, o ferimento naquela região. Ele parecia grave e ensopava com sangue uma grande parte da camisa dele. — Você precisa de ajuda. Eu sou enfermeira, posso...

Os olhos inexpressivos do homem de repente tornaram-se raivosos. E na mesma velocidade que sua feição mudou, seus olhos modificaram-se. Suas escleras tomam um tom escuro fazendo companhia ás íris e ás pupilas do homem. Não havia mais distinção, tudo estava negro como a escuridão lá fora. O coração de Sophie pulou uma batida, o pânico e a adrenalina já preenchendo o interior de seu corpo. Tais sensações se intensificaram quando a figura masculina abriu levemente a boca, deixando sangue escapar dali de dentro.

Medo, pânico e adrenalina. Todos aumentando dentro do peito da jovem. Tais emoções tão intensas que precisavam sair, e saíram. Sophie grita, saindo da cabana em disparada quando tal figura masculina se põe a correr em sua direção. A garota não seguia nenhum caminho específico pela floresta, apenas queria fugir daquela figura assustadora.

***

Perdida e esbarrando o corpo entre os galhos de árvores de uma área mais fechada que havia acabado de entrar, Sophie ainda corria, olhando para trás em certos momentos. Isso durou até ela sair da mata fechada, alcançando a beira da estrada.

Sua respiração estava acelerada e seu coração quase saltando para fora do peito quando, á luz do luar, Sophie avista um carro dobrando uma curva, se aproximando. Com medo de ser alcançada pelo homem que viu na cabana, a jovem não pensou muito quando se pôs a correr até a parar no meio da estrada.

— POR FAVOR, PARE! — Grita ela, assinalando com movimentos que fazia com os dois braços.

O coração de Sophie martelava dentro da caixa torácica enquanto ouvia o som dos pneus “cantando” após a freada brusca do carro. Um palavrão quase sai da boca do motorista enquanto o veículo ainda tentava parar.  A Marshall colocava suas mãos para frente do corpo, um modo inútil de se proteger caso o carro não conseguisse parar a tempo.

Mas ele parou. O carro parou á centímetros do corpo da jovem. Seus braços permaneceram levantados por mais alguns segundos, sua respiração ainda desregulada e seus olhos focados nas duas pessoas que a encaravam dentro do veículo. Com a voz trêmula ela diz:

— Vocês têm que me ajudar.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.Qualquer erro de português, coerência ou algo do tipo, podem informar.
Bjus, Lili ♥



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