Transgressões escrita por bah_d


Capítulo 2
01. CAPÍTULO


Notas iniciais do capítulo

Catherine conheceu o Percy quando ele jogou a espada.



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Tinha gosto de morango com chocolate, o que era realmente bom. Algum tempo depois haviam dito o nome, mas não era importante, então ela esqueceu. Fora que, além de um nome esquisito e o melhor gosto do mundo, suas dores não existiam mais e seu pulso já estava no seu devido lugar.

A garota loira, que agora sabia que se chamava Annabeth, bateu na porta e entrou logo em seguida. Poderia sentir que ela tinha uma pontinha de esperança no olhar, uma esperança em relação a Catherine. Ficou com vontade de dizer que não era bom esperar qualquer coisa dela – qualquer coisa que prestasse, pelo menos. 

-Você está bem? – Catherine afirmou com a cabeça, é claro que estava bem, qualquer coisa diferente do usual (salvo os monstros tentando matá-la) a deixava bem. – Que bom, cuidar de você é melhor do que cuidar de Percy.

-Tecnicamente você não cuidou de mim, Annabeth. – No seu intimo admitiria que ela houvesse sim cuidado, mas isso não era motivo para formular uma frase com essas informações.  A loira resmungou alguma coisa que Catherine não entendeu, mas também não fez questão de perguntar. – Algum problema?

-Não, é que você já está melhor. Está na hora de ir para o chalé.

Hercílio falou – antes do cão do inferno aparecer para acabar com a festa - alguma coisa sobre cada um ir para o chalé do seu progenitor deus. Catherine se perguntou se existia um chalé com a plaquinha de indefinido em cima, porque sinceramente era o que ela sempre foi. Isso provava que algumas coisas simplesmente não mudam quando você se torna um semideus.

-Que chalé?

-O de Hermes.

Durante o caminho Annabeth só deu um “oi” com a cabeça para as pessoas que passavam, mas ninguém foi conversar realmente com ela. Olhavam para Catherine curiosamente e ela amaldiçoou mentalmente por ter que viver com muita gente muito curiosa, mesmo a culpa não sendo dela dessa vez.

Achou a disposição dos chalés bem bonita, apesar de que, entre si, os chalés não combinavam em coisa alguma. Alguns eram feios e outros eram bonitos. Mas é claro que o de Hermes tinha que ser o mediano, ela sempre ficava no meio. Soltou uma praga baixinha por isso.

-Está tudo bem? – Fez que sim com a cabeça e as duas continuaram andando. Pararam em frente à porta do chalé e Annabeth deu duas batidas na porta antes de entrar. Uma dúvida na cabeça da outra era o porque das pessoas baterem na porta se iriam abri-la do mesmo jeito. Sempre esperava que a pessoa falasse alguma coisa.

Quando ela olhou para dentro do chalé levou um susto. Aquilo tinha muita gente, e ela odiava aglomerações. Mas tudo bem, ela só ficaria ali até ser reconhecida por algum outro deus. Claro que ela estava ignorando a possibilidade de seu pai ser Hermes ou de simplesmente não ser reconhecida – o que seria bem típico na sua vida.

-Mais uma para ocupar espaço, Luke. – Viu Annabeth corar enquanto se dirigia ao que parecia ser o mais velho dali, era loiro e poderia ser considerado bonito. Uma parte de si poderia entender porque Annabeth corara daquela maneira. Mas a parte orgulhosa a fazia pensar que ficar corada era ridículo, é lógico que se esquecia do fato de que você não cora por que quer.

-Indefinida? – O garoto parecia não ter esperanças de que ela fosse definida. Catherine não queria ser filha de Hermes, não era nenhuma implicância com o deus, mas aquela aglomeração a deixaria louca em pouco menos de um mês. Tinha gente demais falando e espaço de menos, essa combinação não era muito boa para sua sanidade e raiva.

-Sim. – Ele apenas deu de ombros, e apontou para um espaço ao lado do garoto com olhos verdes da cor do mar, Perseu, aquele que jogara a espada que havia salvado sua vida. Era muito grata a ele, mesmo que não quisesse ficar de papo.

-Você pode ficar naquele espaço.

Ele suspirou e preparou-se para ficar espremida no meio de um monte de gente por muito tempo – isso não era nada legal. Sentou-se ao lado de Percy.

-Isso aqui fica sempre lotado, Perseu? – Ele fez uma careta quando ouviu o nome inteiro. Achava estranho que Catherine tivesse mania de chamá-lo pelo nome inteiro, mas já tinha reclamado três vezes e não era gravador de voz pra repetir-se.

O que o fez ficar de mal humor era que ele jogou a sua espada para a morena e ela era totalmente fria e idiota com ele.

-Pelo menos desde que eu cheguei. – ela perguntou apenas com o olhar se aquilo era muito tempo. – Cheguei por último.

Sua má sorte também se encaixava nas coisas que não mudavam.

-x-

O espaço no chalé de Hermes era muito pequeno, a mesa ficava sempre muito lotada, ela não se dava bem com espadas, Perseu e ela viviam brigando, Clarisse a irritava e o Sr. D conseguia odiá-la mais do que odiava os outros semideuses - mas a sua vida estava muito melhor do que era antes.

Não tinha mais problema de atenção, nem dislexia, sabia que seus olhos estavam preparados para o grego antigo e todas as coisas que semideuses descobrem quando sabem de sua origem. Ali ela não era uma pessoa estranha cuja quais coisas estranhas acontecem – ali todos eram anormais, e isso era reconfortante.

Não gostava de oferecer a comida para Hermes, não gostava do cheiro que vinha após isso, mas o fazia. Seria muito estranho só ela não ir lá, provavelmente Sr. D faria um discurso em alto e bom tom sobre como esses Heróis não respeitam mais os deuses.

Ela respeitava os deuses, só não queria oferecer a comida com hipocrisia, a falsidade simplesmente não lhe agradava. Porem não podia reclamar, ela não ditava as regras por lá e se saísse talvez os monstros a matassem. 

-Você não gosta de aglomerações. – Falou Percy assim que ela sentou, Catherine apenas revirou seus olhos, ele tinha mania de fazer perguntar ridículas. Pelo menos com ela.

-Achei que tivesse ficado óbvio, Perseu. – O garoto bufou, estava começando a ficar irritado com ela. Sabia como era estar em uma nova escola, estava apenas tentando ser gentil. Mas não, Catherine não aceitava gentilezas. Catherine na verdade não aceitava coisa nenhuma.

-Ótimo, acabei de descobrir que você também não gosta de um som que seja encaminhado diretamente a você. – Ela levantou uma das sobrancelhas e sorriu orgulhosa.

-Eu não gosto de nenhum som, Perseu. – Salvo o som da chuva misturado aos trovões, mas ele não precisava saber disso, claramente. Depois que ela falou isso nenhum dos dois tentou abrir uma conversa. Ela nunca tentava, se alguém fosse abrir um histórico das conversas deles teria certeza disso.

A morena comeu rápido – como sempre fazia – e foi andar. Precisava de um local calmo e o primeiro que lhe veio a cabeça foi o Punho de Zeus. Parecia, sinceramente, um monte de estrume se você não olhasse do ângulo certo, mas ela gostava dele. Lá ela só ouvia o vento. Não era como barulho da chuva, mas era bom.

-x-

Sempre que você pensa que tudo está perfeito alguém atrapalha. É o caminho natural das coisas e Catherine definitivamente odiava tudo aquilo. Catherine odiava várias coisas, mas mesmo assim não vivia reclamando da vida. Se sua vida era uma bela de uma porcaria? Sim, era, mas isso não a impedia de ser feliz com aqueles que conhecia. Era uma pessoa estranha.

Mas tudo bem, já estava acostumada com aquilo. Só que não estava acostumada com pessoas tentando falar com ela, e era exatamente por isso que Percy não tinha muita sorte em suas conversas. Não era implicância pessoal, o problema era ela implicar com todo mundo.

Referia-se a Luke quando pensou que alguém sempre atrapalhava, ela ouviu passos atrás de si e sabia que era ele. Suspirou pesadamente quando ele sentou-se ao seu lado e olhou para o céu. Aquela era a parte mais linda da paisagem na cabeça de Catherine, principalmente aquele tipo de céu, azul e quase sem nenhuma nuvem – pelo menos no acampamento.

-Que tal treinar?

Ela suspirou antes de responder.

-Eu passo.

Ele sorriu amigavelmente, e, apesar dela não ser sociável nem se derreter fácil achou-o muito bonito.  Mas não queria dar o braço a torcer, ele só era bonito, porem pessoas sendo amigas demais a irritavam. Era por isso que se dava bem com Hercílio.

-Você tem que treinar. Não vai querer contar só com sua sorte quando algum monstro aparecer.

Isso a tinha salvo de dois monstros e ela não pretendia encontrar mais nenhum. Porém teria que treinar, não era tão idiota a ponto de não fazer isso, Catherine sabia que não se dava bem com espadas.     

\t     -Já que é tudo que me resta. Vamos lá.

\t    “Vamos lá”, a frase que mais repita. Porque tinha mania de aceitar as coisas se visse que não tinha saída. Naquele momento não sabia o quanto aquilo seria importante.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu tenho cara de pau suficiente para vir postar só agora. Mas é que eu estava sem idéias e aatolada de coisas para fazer.

Me desculpem. Mesmo.

Desculpem pelo capítulo pequeno, ficou menor que o prólogo acho. Maaas no próximo eu desenrolo a história e ele fica grande.

Mas, se alguém não estiver com raiva e quiser espalhar amor, comente *-*