Peter parou na frente do café, esperando Wade. Olhou em volta algumas vezes, procurando pelo outro, como seus sentidos não apitavam com a presença de Wade já que confiava nele, a única coisa que podia fazer era observar. Stephan e Tony tinham rido entre si quando viram Peter ansioso na noite anterior declarando feliz que tinha conseguido finalmente marcar um encontro.

Steve e Bucky que tinham ido para o andar deles aproveitar a noite da pizza também se divertiram com as reações de Peter, mesmo Bucky deixando claro que se Wade o magoasse de qualquer forma o mais jovem deles, resolveria o problema da imortalidade dele.

As pessoas sempre eram protetivas com Peter, o que sempre achava engraçado considerando que conseguia pegar um ônibus e tacar em alguém sem nenhuma dificuldade. Mas quem se importa com isso quando são todos super heróis, não é mesmo?

O jovem adulto suspirou, estava se perdendo em seus pensamentos de novo. Ao menos não estava falando alto, era sempre um alivio quando acontecia e as pessoas achavam que era só um nerd falando de quadrinhos. O que não era exatamente mentira.

Enquanto Peter esperava, Wade estava parado escondido atrás de uma pilastra, tentando controlar o nervosismo. Tinha passado a manhã toda procurando alguma roupa decente, um moletom bonito e não sujo de sangue, uma calça jeans que não incomodasse sua pele, mas deixasse seus músculos gritando “olha essas lindas pernas, bebê”. Chegou a pensar em usar uma de suas camisas floridas e lindas que realçavam seus olhos azuis, entretanto infelizmente também realçavam sua pele.

As vozes brigavam dentro de sua cabeça entre o fato de Peter ser a pessoa mais linda que já tinham visto, o quanto ele queria fazer muitas coisas com aquela bunda e por deus, beijar aquele corpo todo. Era como se ele fosse um taco gigante e gostoso, só que melhor.

Wade continuou encarando até ver o rosto do outro se virar em direção ao seu e um sorriso que fazia o sol parecer um pisca-pisca velho e feio surgir a sua frente.

É isso, estava no céu e o anjo que tinha vindo receber ele veio na forma mais bonita que Wade conhecia. Para ser melhor era ter vindo pelado.

Peter andou até Wade, os dois pararam um na frente do outro, sorrindo.

“Você tá tão lindo que se alguém me socar e falar que é um sonho, eu vou acreditar.” Wade falou, sem pensar muito.

As bochechas de Peter coraram levemente e ele riu sem jeito, enquanto algo dentro de Wade gritava igual uma adolescente vendo crepúsculo quando o Edward Cullen ficava sem camisa e falava frases sexys sobre assassinato para a Bella.

“Café?” Peter perguntou, apontando com a cabeça para dentro do local. Wade sorriu e concordou.

Os dois entraram, pediram dois Milkshakes para cada um, os dois de Wade sendo o mais colorido possível enquanto Peter ia em algo mais simples de chocolate. Além dos doces que não podiam faltar.

Comeram e riram das piores piadas de Wade e Peter se sentiu tão bem ao ver Wade rindo de suas piadas cientificas que o sorriso no seu rosto chegava a doer de tanto tempo que estava ali. Em parte não esperava que Wade fosse acompanhar seu raciocínio, muita gente não acompanhava, mas era pego de surpresa com perguntas curiosas e muito mais válidas do que esperava. Mesmo que: não, tentar virar o super choque, seja lá quem ele for, se enrolando em fios de cobre e colocando o dedo na tomada depois não era uma boa ideia.

Depois da conversa e de tudo que aconteceu, seguiram o dia, foram para o parque onde Wade pode mostrar todos os seus passos incríveis de dança e onde Peter mostrou a ele alguns de ballet que tinha feito durante alguns anos quando mais novo.

A noite acabou com os dois no cinema, vendo Cats que foi um filme... Questionável. Mas sinceramente, um do lado do outro, comentando sobre o filme, fazendo piadas e dividindo a pipoca juntos não poderia ter sido melhor. Principalmente mais perto do final, com os dois sentados no fundo da sala, quando as pessoas se concentravam nos gatos bizarros dançando e cantando, os olhos castanhos e azuis se encontraram, os rostos perto e as respirações próximas.

Quando os lábios se encontraram, se beijaram e o filme deixou de ser importante.

O beijo era melhor do que ambos podiam ter pedido ou imaginado, assim que saíram do cinema e foram para o primeiro telhado vazio que encontraram, repetiram a dose várias e várias vezes.

Quando Peter chegou em casa com um sorriso no rosto maior do que o aguentava, Stephen apenas o encarou, abriu um sorriso e deu um gole em seu chá, voltando para seu lugar no sofá ao lado de Tony que parecia pronto para lhe fazer várias perguntas, mas que apenas sorriu.

Os três ficaram em silêncio por alguns segundos até Clint descer de uma das ventilações direto para um sofá com um sorriso no rosto.

“Então, quando vai trazer ele para conhecer seus velhotes?” Perguntou com um sorriso no rosto. “Ou vai estar ocupado de mais hoje para lembrar disso? Sabe como é, com a boca cheia.”

Peter corou e Stephan abriu um portal abaixo de Clint, mandando-o para algum lugar, mais um dia comum na torre.

“Para ele pensar um pouco.” Stephan explicou.

“Mas quando vai trazer ele mesmo? Sua tia está animada, disse que se não ligar para ela e contar tudo ela vai vir aqui puxar sua orelha.” Tony falou.

“Merda.”

“Mas pela sua cara, foi tudo bem.” Stephan comentou.

O mais novo assentiu com a cabeça.

Peter ainda não sabia exatamente o que se daria desse relacionamento, mas com muita certeza queria descobrir e aproveitar. Talvez ele e Wade fosse uma mistura estranha, talvez inesperado num primeiro momento, mas não podia negar que eram muito bons juntos, em parceiros ou como casal.

Mal sabiam, Peter e Wade, que dali a sete anos, estariam casando, dando muita dor de cabeça para todos em volta com o amor gritante que tinham e porque de vez em quando flertavam no meio de missões perigosas e esqueciam que todo mundo podia ouvir pelos comunicadores.

Bem, dois idiotas apaixonados, desde o começo, agora juntos.