A Bela e a Fera - Livro 1 escrita por Monique Rabello, Kyrion


Capítulo 5
Capítulo 5: Caminhos que se cruzam - parte 1




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[P.O.V. Bela]

Mais dois dias se passaram e o clima do castelo continuava um tanto tenso. Não era algo que eu poderia descrever como agradável, mas os objetos faziam o possível para que tudo corresse naturalmente e eu também.

Quando todos estavam ocupados, para me distrair, mexia nas gavetas e caixinhas da madame-armário... até que Lumière entrou pela porta: “Bonjour, chérie! Ça va?” sorri para ele em resposta, tomando-lhe nas mãos. “As tempestades pararam e eu vim perguntar se está interessada em um passeio pelo jardim do castelo. C’est magnifique nesta época do ano!!”

“É seguro?” estava levemente amedrontada com a ideia do que poderia me acontecer se eu saísse daquelas portas. O candelabro certificou-me de que estava tudo bem e mesmo insegura, aceitei. Precisaria encarar o lado de fora em algum momento.

Aproveitei para vestir roupas diferentes que eu havia encontrado, tudo em tecido quentinho como um abraço. Peguei-o novamente nas mãos e saímos pela porta da frente... a primeira vez desde o dia em que cheguei.

De fato era algo belíssimo de se ver. A neve depositada em cada folha, gotinhas de orvalho branquinhas. Mesmo com luvas, eu tentava sentir as texturas, sorrindo. Ele falava alegre como tudo aquilo ficava colorido e cheiroso sem a neve, e eu tentava imaginar como podia os detalhes que escrevia.

“Parece um tanto tensa, chérie.” Ele interrompeu a si próprio por um minuto. “Está tudo bem?” Meu rosto permitiu-se entristecer e, quando já nos encontrávamos na parte dos fundos do jardim, sentei-me em uma das muretas laterais da larga escada antes da porta dos fundos. Ele parecia achar que era sobre seu amo.

“Tenho muitos medos, Lumière. Estou com medo agora. Ser encontrada, expulsa, tudo o que você já sabe. Mas o que predomina agora é a neve que parou de cair. Logo terei que me despedir e não quero isso... eu não queria mesmo ir embora, mesmo sabendo que devo. Tenho que começar a me preparar psicologicamente para dar adeus a vocês.”

“Oh, mademoiselle! Acho que posso dizer que também ficaremos tristes com sua partida. Você trouxe de volta a vida que o castelo perdeu há muitos anos.”

“Estranho pensar que vocês não sejam assim, maravilhosos, todo o tempo.” Ele deu uma risadinha, satisfeito.

“Estamos aqui cumprindo nosso dever, chérie. Isto foi o que nos determinaram por algum tempo. Nem sempre conseguimos abstrair dos nossos problemas sem algo que venha de fora. Você foi como um presente para nos lembrar de que há vida acontecendo...”

Abracei-o antes que pudesse pensar em alguma resposta e neste momento de reconforto, ouvimos barulhos de trotar. Olhamos para a direção do som e logo um cavalo marrom escuro apareceu sozinho na nossa frente, relinchando baixo. Se aproximou de mim e, após apoiar o candelabro na mureta, também fui rápido até ele.

“Ouragan?” o animal relinchou novamente, encostando a cara grande em mim e o abracei. “O que foi?” Agitou-se por um momento e um vento gelado voltou a soprar. Havia  novamente algo errado. “Gaston? O que houve com ele? Está por perto?” O relinchar foi mais alto como se confirmasse. Lumière tremeu-se na base ao ouvir o nome. Comecei a olhá-lo melhor ao ver alguns pingos vermelhos no chão de neve. “Você está ferido! Venha comigo!”puxei-o calmamente pelas cordas das rédeas até os estábulos do castelo, deixando-o acomodar-se no local que achasse mais quente. Sorri quando se deitou.

“Lumière, avise os outros. O castelo corre perigo.” Falei determinada, enquanto voltava as atenções aos ferimentos do cavalo. Ele havia petrificado. “Lumière!”

Oui, mademoiselle!!” foi rápido, correndo-pulando até o interior do castelo.

***

Um pouco mais de uma hora depois, os portões do castelo abriram-se novamente em um estalo quase que ameaçador. O homem estava ferido e fraco, mas ainda havia gana em seus olhos. Os objetos estavam em efeito estátua, parados em lugares estratégicos para observar.

Mancando, exclamava algum pedido de socorro, mesmo que fraco. Era dia, por isso fácil de saber por onde andar. Achou a cozinha com facilidade, tudo também parado para que não houvesse desconfiança da parte do estranho. Colocou alguma água para ferver, sentando-se em um dos bancos com uma nota de dor. Limpou e travou seus ferimentos com alguns panos. Claramente morava alguém lá. Mas onde estavam todos? Os empregados?

Conseguiu cuidar-se bem ali, comendo bastante daquilo que encontrou. Silêncio. Saindo de lá após um tempo, foi para o canto da lareira apagada, descansar. Suava frio, mas de sua maneira, estava grato por encontrar o lugar. Mesmo que bastante suspeito. Como nunca havia encontrado o castelo com tantos anos de caça?

Adormeceu ali mesmo sem qualquer esforço. Os roncos ecoavam pela sala. Alguns olhos se abriram para observá-lo melhor, mesmo que nenhuma voz soasse. O sono durou muitas horas e mesmo assim o castelo movia-se com cautela.

Quando Gaston finalmente despertou, levantou-se com mais facilidade. Ainda estava dolorido e um pouco fraco, mas tratando-se de quem era, estava muito melhor do que pessoas ditas saudáveis. Começou a subir as escadas, cansado daquela situação estranha.

“Agradeço a hospitalidade!

Procuro Bela. Minha esposa. Perdeu-se de mim na floresta e pode estar correndo risco de vida!

Ela passou por aqui?” perguntava alto.

Passava por todos os quartos e esquinas, observando cada detalhe, então um dos Cômodos chamou-lhe a atenção pelo cheiro diferente. Entrou. Não era difícil perceber que havia uma moça vivendo ali. Escova de cabelo com fios, bons perfumes... o que o deixou irado muito rapidamente. Quase quebrava a escova nas mãos. A busca a partir dali começou a ser mais intensa.

Olhava atentamente para todas as portas que passavam e ficou algum tempo assim até que um aroma o fez parar: comida fresca. Seguiu o cheiro já como um predador, chegando a escadas compridas e finas que subiam infinitamente. Fez-se mais sutil e silencioso.

***

Eu não o vi chegar. Quando nossos olhos se encontraram, meu coração apenas faltou pular da boca. Levantei-me para correr tudo o que podia, mas com os caminhos limitados das masmorras e os saltos que ele dava, inevitavelmente fui puxada fortemente pelo braço. Puxou-me forte para que eu o seguisse e mesmo com os pés firmes no chão, ele conseguia me arrastar facilmente.

“Me solte, Gaston!” comecei a gritar, já que não havia sucesso em qualquer luta contra ele. Mesmo assim, eu tentava. Era meu pedido de socorro. “Me solte!”

“Não ouviu da primeira vez, Bela? Você é minha!” ele quase urrou de raiva para mim, apertando mais ainda meu braço. Estava machucando demais. Não consegui deixar de chorar.

Ouvimos o barulho de algo correndo e quando chegou, o amo do castelo parecia ainda maior, arrepiado. Com o primeiro confronto deles, fui solta para que Gaston pudesse pegar a faca. Esperei sua atenção estar totalmente voltada para a “fera” e fugi para me esconder.

***

[P.O.V. Fera]

Desde o incidente no quarto de Bela, voltei a me isolar nos andares superiores da Ala Oeste, só contemplando o mundo exterior através das janelas, e o Castelo por olhares furtivos do topo das escadarias. Repetidas vezes os servos vieram até mim para me garantir que a hóspede continuava bem e que não houve consequências graves do ocorrido. Restava em mim o constrangimentos de ter aparecido como um louco ou um ser irracional, além do receio de perder outra vez o controle de mim mesmo, por qualquer razão.

Habitavam comigo as minhas suspeitas e aquele canto que se instalara em um ponto especial de minha memória, nem longe, nem ao alcance. Por outro lado, havia a chance... a chance de que aquilo fosse outra consequência da maldição. Eu poderia estar escorregando lentamente para uma condição animalesca, o que parecia ser o meu destino enquanto o tempo passava. Algo sem volta.

Foi por isso que minha Rosa perdeu outra pétala no mesmo dia?

Eu refletia nessas coisas enquanto olhava de cima o jardim com seu véu de neve e gelo, que refletia a luz em pontinhos brilhantes. A figura de Bela apareceu, fazendo um passeio por entre os galhos nus e as plantas geladas, suas vestes ao vento e desenhando com passos seus trajetos. O brilho cor de fogo e bronze em sua mão indicava a companhia inseparável de Lumière. Ao contemplá-la, não sabia explicar o que sentia, o estranhamento e o encanto de tê-la no meu Castelo.

Se ficasse imóvel, dificilmente seria visto contra o fundo escuro de meus aposentos. Vi quando se sentaram junto à entrada dos fundos, mas a distância e o vento dispersavam sua conversa, trazendo até mim palavras esparsas. Tive a impressão de ouvir ‘não queria... ir embora’ mas, por mais que esticasse as orelhas, não conseguia garantir ou ouvir o restante.

O instinto para o perigo guiou meu olhar para o limite do jardim visível uma fração de segundo antes de ver o cavalo chegar trotando, uma cena estranha que me deixou em alerta. O animal foi diretamente até Bela e sua reação alarmada confirmou que algo errado estava se passando. Em pouco tempo, todos sumiram de vista.

Decidi que conseguiria mais informações com algum servo o mais rápido possível; a notícia chegou até mim no meio do caminho. Horloge havia pego carona em um dos carrinhos de chá para chegar mais rápido até mim: “Senhor, senhor! É ele! Parece que o perseguidor de Bela está nas redondezas! O que devemos fazer?”

“Deixem-na em lugar seguro.” Respondi tão rápido que surpreendi a nós dois.

“E se ele chegar aqui? O que faremos a respeito?”

Hesitei, então, longamente. “Deixem que entre.” Disse por fim, com um suspiro. “Só chegam ao Castelo aqueles que sofrem um grande risco. Não podemos deixar um homem morrer por negligência. Ele não deve estar em condições de oferecer um grande risco. Mesmo assim, não se revelem sob nenhuma hipótese, e deixem Bela escondida, longe de onde ele possa circular.”

Senti a insegurança do relógio, mas sabia que não se oporia a ordens minhas dadas tão claramente. Assentiu com um gesto e partiu para divulgar minhas instruções e tomar as devidas providências.

Passei a hora seguinte perambulando pelos andares superiores, inquieto como um animal enjaulado. Depois do que pareceu uma eternidade, vieram me trazer discretamente a notícia de que o tal Gaston de fato havia chegado. Como previsto, estava ferido, exausto e faminto, e estava tomando sozinho as medidas para solucionar seus problemas. Mais preocupante era o fato de estar armado. Quando perguntei por Bela, garantiram-me que estava escondida e que já não era tão seguro mudá-la de lugar. Bufando, pedi que continuassem de olho nele sem serem percebidos. Aquele homem não inspirava a mesma confiança que os demais visitantes necessitados que recebêramos antes.

Continuei irritadiço e estressado enquanto o dia declinava, atento ao menor ruído, esperando notícias. O visitante apenas dormia ruidosamente na poltrona onde se deixara ficar. Minha antipatia por ele crescia, junto com uma sensação ruim, mas jamais teria adivinhado quantos enganos cometi em tão pouco tempo.

Parecia que o homem já havia despertado querendo saber os segredos do Castelo, com más intenções. Foi o que vim a saber depois. Os servos não podiam mais se deslocar para trazer notícias sem o risco de serem vistos. Já estava de volta a meus aposentos quando ouvi passos se aproximando de minhas portas, pelo corredor. Não os passos do tal Gaston, mas os de alguém – ou algo – muito maior e mais pesado. Mais ainda do que eu.

Abrindo as portas de rompante, deparei-me com uma gárgula com cara de réptil, os olhos de pedra vazios perfurando meu olhar. Eu sabia de onde ela era: seu par ainda devia estar guardando a entrada das masmorras superiores. AS estátuas não se moviam sem uma boa razão, uma razão que me envolvesse.

Parti em disparada, galopando pelas passagens, a capa se agitando às minhas costas, muito antes de a estátua se voltar para começar seu pesado retorno. Ouvi as vozes reverberando pelas câmaras vazias, ampliadas pelas paredes de pedra, confirmando minha destinação. Meu coração bateu feroz, enchendo meu corpo de adrenalina que formigava até na ponta de meus dedos; ele a havia encontrado, e a estava agredindo de alguma forma. Dentro do meu Castelo.

Segui seus gritos e seu cheiro sem precisar corrigir meu caminho por entre os corredores já familiares. Encontrei aquele homem covarde e enorme arrastando Bela pelo braço. Minha pata já estava sobre ele antes que seus olhos subissem o suficiente para encarar os meus, enquanto eu rosnava.

Não houve pânico em seus olhos. A surpresa foi logo substituída por um olhar típico de caçador. Sua mão foi ágil como o bote de uma serpente, largando a moça para alcançar um facão preso à perna. Não recuei a tempo de evitar um corte na lateral da barriga.

Em seguida, colocou a lâmina entre os dentes e empunhou sua arma de fogo, que trazia às costas. Tive de me jogar em uma cela para escapar do tiro. Gaston tentou me encurralar lá dentro, sem saber que as celas daquela masmorra não eram sempre fechadas: várias se abriam, sem grades ou paredes, para o abismo do fosso do Castelo, cruéis porque nenhum humano conseguiria cruzar o espaço que o separava da liberdade. Eu, porém, não era humano.

Saltei pela abertura até o corredor do andar superior, seguindo por ele em desabalada carreira. Ao cruzar com outra abertura, senti o tiro esquentar minhas costas. Ele era excelente atirador. Não parei para checar o ferimento.

“Era tudo uma armadilha, não era? A comida, um lugar que parece seguro... está atraindo presas para devorar? É isso o que pretendia fazer com minha Bela?! Ou ia fazer coisa pior?!” outro tiro, que soltou pedras da parede. “Não vou deixar que encoste uma pata imunda nela! Ela vem comigo!”

Para seu desespero – e meu alívio – a jovem não estava em lugar algum quando procurou por ela com os olhos; ela não ficara para assistir ao nosso confronto.

“Bela?! Bela!!” Gaston chamava, enquanto procurava por ela, pela saída e por mim. Enquanto isso, eu pensava em alguma maneira de desarmá-lo antes de levar outro tiro, que poderia ser fatal. Não me sentia capaz de grandes estratégias sob o estresse, pressionado pelos instintos.

Estando mais alto do que ele, joguei aberta minha capa, onde ele descarregou alguns disparos, um deles me raspando o ombro. Acreditando ter esgotado sua munição, me lancei sobre ele antes que pudesse recarregar. Ele não se deixou dominar, e rolamos pelo chão de pedra até cairmos da lateral de uma escada a um nível mais baixo, com violência. Sua arma deslizou até parar à beira do fosso. Apesar do seu tamanho e da cabeça que me doía do impacto, consegui daquela vez imobilizá-lo sob meu peso.

“Não faço armadilhas.” Eu lhe disse, meu focinho a poucos centímetros de seu rosto. Por sua expressão, não esperava que eu pudesse falar. “Vá embora. Ela não te quer. Suma e a deixe em paz, ou vou atrás de você, Gaston.” Blefei, grunhindo. Ele não sabia do que eu era ou não capaz.

Forcei ainda mais seu corpo contra o chão e senti a umidade na ponta dos dedos: minhas garras furavam sua roupa e sua pele com meu aperto. Aproximei ainda mais os dentes, até meu hálito aderir à sua pele. “Não sou tão generoso da segunda vez...”

Sua única resposta foi lançar a cabeça à frente e morder com toda a força a carne sensível do meu focinho. Meu sangue inundou sua boca enquanto eu involuntariamente me afastava, de olhos fechados, rugindo de dor. Reduzi minha força sobre ele, que se debateu e libertou um dos braços, arremessando os dedos como uma lança contra minha garganta. Sua força era suficiente para me fazer engasgar, e a confiança mostrava que animais grandes já foram abatidos por ele com esse movimento.

Sem ar, não consegui me manter na posição quando se sacudiu novamente e se libertou, nem escapar da faca que me atacou com brutalidade. Apenas me encolhi, e o golpe que visava minhas costelas me pegou na coxa. Meu corpo estava tão tenso que Gaston não conseguiu tirar a lâmina do músculo onde estava enterrada, desistindo de puxá-la quando ataquei de volta, minhas garras traçando trilhas escarlate em seu peito. Rolou para longe, e pegou um archote apagado da parede, que lançou sobre mim. Meus chifres não impediram todo o impacto que recebi na cabeça.

Tonto e enfraquecido de dor e pela perda de sangue, ainda respirando com dificuldade, não me ergui mais, ficando, meio caído, encostado à parede. Gaston notou, e já estava mais confiante quando foi até onde sua arma estava.

“Eu já mandei de volta muitas criaturas, mas nunca mandei de volta um monstro ao inferno.”

Eu estava errado. Restava um disparo.

Gaston ficou de pé na beira da abertura, onde mal tinha espaço para os braços ao mirar. Minha vista escureceu.

O tiro fez um ruído seco. O tranco da arma fez oscilar seu corpo e lhe obrigou um pequeno passo atrás. No vazio. A grande figura balançou sobre a única perna em chão firme até que esta cedesse. Gaston não gritou enquanto caía no abismo que era o fundo do Castelo. Sua última mensagem foi a violência de seu disparo.

Atordoado, ergui a cabeça sem entender por que nenhuma nova dor ferroou minha carne. Daquela distância, não havia como errar. Com a vista embaçada, vi a grande gárgula debruçar-se sobre mim; sua era a sombra que cobriu minha vista; em seu peito de pedra repousava o tiro que tinha como alvo o meu.

Seus braços gelados se estenderam procurando meu corpo e fiz o que pude para me jogar sobre eles. A gárgula gêmea da primeira estava logo atrás, pegando minhas pernas e cauda. Trincando os dentes de agonia, tirei a faca ainda presa em mim. Enquanto a adrenalina deixava meu sistema, minha consciência começou a vagar e fui cedendo molemente, carregado pelas estátuas para fora dali.


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