Shut Up! escrita por Daniela Mota


Capítulo 23
2ª Fase: Cápitulo 8 - A picape


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Edward PDV


O despertador tocou novamente, eu já havia perdido a conta de quantas vezes aquela porcaria havia tocado, dei-lhe um murro novamente e ele parou de tocar.
Pow, eu tinha dormido tarde caramba!

Porque? Porque eu fiquei até tarde observando a Isabella dormir, ela era ainda mais linda dormindo, ela sorria, fazia expressões que eu achava que não podia se fazer enquanto dormia, ela deveria estar tendo um bom sonho, e lá eu fiquei até quando não aguentei mais e vim pro quarto dormir, mas se eu aguentasse ficaria a noite toda a observando.


Me acomodei um pouco e o despertador tocou novamente, levantei minha cabeça que estava enterrada no travesseiro e o encarei, eram exatamente 6:55 sendo que eu saia de casa às 07:00.

Levantei num rompante saindo tropeçando no lençol e em tudo que encontrei pela frente, consegui adentrar o banheiro onde tomei um banho frio, que de certa forma foi bom pra eu acordar, logo após avancei o closet correndo onde peguei a primeira calça jeans que vi pela frente, peguei uma camisa e minha jaqueta de couro, pus tudo isso em tempo record.


Saí do meu quarto correndo pelos corredores, eu estava atrasado, mas eu dirigia rápido, chegaria logo a escola.


MAS. QUE. DROGA.

Meu carro está com os pneus furados, como eu ia a escola assim?

Talvez ainda estivesse alguém em casa para me emprestar um carro, ou me dá uma carona.


Ouvi passos e olhei pra trás, era o Emmett, ele vinha sorridente cantando.

Ele era minha única salvação, ele nunca saia no horário certo, também se atrazava e era o único.

–OOOOOH Vic-to-ria, OOH eu te amo meu amor, OOOOOOH Victoria, o meu coração pulsa por você... - Emmett cantava numa voz ensurdecedora.


–Iaê brother, bate aqui! - falei e pus a mão pra ele bater, mas ele não o fez, me encarou e eu não consegui identificar sua expressão.


–O que você quer? - ele perguntou, sua expressão ficou séria de uma hora pra outra.


–Eu não posso cumprimentar meu irmão? - perguntei sorrindo.


–O QUE VOCÊ QUER? - ele repetiu, só que dessa vez mais alto.


–Porque eu falaria com você nessa intenção? - perguntei me fazendo de ofendido.


–Simplesmente porque eu percebi que só trata as pessoas bem quando precisa delas... - ele falou, estava ficando inteligente devo acrescentar.


–Iaê vai dar uma carona pro seu brother? - perguntei.


–Brother uma... - ele deu uma pausa, me olhou com desprezo, e continuou - Que tipo de brother é você? Que tipo? Você não tá nem aí pra mim, nem minha namorada você respeita. VOCÊ. É. UM. OTÁRIO. - ele falou um pouco rápido, aquelas palavras me ofenderam, eu nunca liguei pro que diziam ou pensavam de mim, mas aquilo me ofendeu muito. Que ele pensava que era pra me chamar de otário? O único otário e burro era ele.


–O que uma coisa tem a ver com a outra? - perguntei.


–Não vou conviver com gente egoista que só pensa em si, isso não é um brother de verdade, você não é mais meu brother, a missão L.O.V.E acabou, agora mostre que não é egoista e ajude seu irmão a virar macho sozinho - ele estava me dando medo, nunca o vi assim antes, ele quase cuspia as palavras na minha cara, estava mesmo estressado por eu não tratar sua namoradinha bem.


–Tudo por causa da sua namoradinha? - perguntei irônico.


–Ela não é apenas minha namorada, é minha amiga, meu porto seguro - ele falou e eu bufei em protesto.


–Beleza então, não preciso de você pra nada, você é um burro mesmo! - falei estressado.


–Não, eu não sou, burro é você em dizer coisas assim pras pessoas, um dia você precisará de mim... E será tarde demais - ele falou.


–Eu preciso de você como um peixe precisa de um sapato! - falei irônico.


–OK! - ele falou e continuou - Agora se me der licença, vou buscar minha namorada!


–Beleza, não vou a aula... - resmunguei.


–Olha, eu não sou ruim, nunca fui ruim, não sei o que aconteceu com o seu carro, mas porque não usa o da Isabella? As chaves sempre ficam na estante... - ele falou e deu um risinho malicioso.


Eu Edward Cullen ia pra escola numa picape velha?


–Anda fumando? - perguntei irônico, ele apenas me ignorou e desceu as escadas, desci logo em seguida, dando de cara com Carlisle deitado dormindo no sofá, mas o que ele estava fazendo ali?


–Carlisle? - perguntei e ele pareceu tomar um susto, se levantou rapidamente e ficou sentado no sofá, seu olhos estavam vermelhos, e ele estava com olheiras. Provavelmente havia perdido a noite - O que aconteceu?


–Eu e a Esme brigamos sério, ela não quer que eu chegue mais perto dela... Eu lhe disse coisas horriveis... - ele apalpou o rosto abatido.


–Ahan a Jessica vive fazendo isso, o nome disso é CHARMINHO, é só você lhe contar mentiras, ilude ela, ela vai voltar pra você... - falei.


–O que disse? Iludir? Mas eu a amo de verdade, eu acho... - ele encostou no sofá.


–AMOR? O que você não pode é perder essa mordomia, se liga vey - falei e continuei - Não tenho tempo pra papo, me empresta a chave do seu carro?


–Edward... Esqueceu que a Rosalie e o Jasper vão com o meu carro pra escola? - ele perguntou e olhou pro nada.


–Aff, esqueci! - falei e continuei - E o da Esme está com você?


–O que você acha? - ele perguntou irônico, estava aprendendo comigo, devo adimitir.


–Que não...? - perguntei.


Droga, e agora como eu ia pra escola?


–E o que houve com seu carro? - ele perguntou.


–Já falei que não tenho tempo pra conversinhas... - falei nervoso.


Já estava tarde, ninguém ia perceber nada, talvez todos já estivessem na suas salas, ninguém notaria se eu chegasse com uma picape acabada na escola, e se notassem e daí?

Eu não tenho medo de ninguém, eu não ia deixar ninguém me humilhar, ia ignorar todos os comentários, eu não sou fraco.


Encarei a chave em cima da estante e a peguei sem mais nenhum questionamento, fui até a picape velha, que estava do lado de fora e a adimirei, as letras "Baranga" continuavam intactas, sorri malicioso.

Girei a chave tentando abrir a porta que estava pesada, por um momento imaginei por que Isabella usava esse carro, ela era tão rica, e andava pela cidade com uma porcaria dessas, talvez por ser seu pai favelado que te deu, se prender a coisas de gente morta é coisa de idiota.


Puxei a porta com força e ela abriu, adentrei a picape velha e ridicula, por dentro até que estava arrumadinha, dei a partida e a picape velha não pegou, dei a partida novamente, e mais uma vez.


–PEGA LOGO FILHA DA... - pronunciei o xingamento já irritado, e a picape deu sinal de vida, o barulho do seu motor era assustador, e a picape era muito devagar, consegui saí da garagem com muito esforço, e logo após aumentei a velocidade o máximo que podia, o mais rápido que pude, e isso não era o suficiente, se eu abrisse a porta e me jogasse do carro em movimento não teria nenhum arranhãozinho.


Abri o porta treco pronto pra xeretar, achei lá dentro um pequeno caderninho preto, o abri ainda prestando atenção na estrada, o caderno pertencia a Isabella, tinha as iniciais dela na capa com uma letra corsiva, então era o diário dela?

Não era o diário do homem aranha, ri sem humor. Eu estava ficando idiota, acho que a convivência com idiotas faz isso com você.


Folheei algumas páginas, abrindo o diário no meio dele, a página era decorada por corações e as letras da Isabella era redondas e bem diminuidas.


"E aqui estou eu, dentro da minha picape, vendo o Edward mais uma vez, mais uma vez encarando seu lindos olhos, seu rosto e sua risada perfeita, mas uma vez eu estou aqui pensando em como tudo seria diferente se eu FOSSE diferente - dei uma olhada na estrada praticamente vazia e direcionei meus olhos ao diário - Sinto que nunca serei eu que vou estar ali, do lado dele, que ele nunca vai olhar pra mim, que ele não pode amar alguém como eu..."


Olhei a estrada novamente e depois folheei o diário.


"Eu sinto amor, o mais doce, o mais puro e o maior. O pior de tudo é saber que ele não sente o mesmo." Bufei em protesto e olhei pra estrada, peguei o pequeno diário e pus no bolso da minha jaqueta, por motivo algum.

(...)


Dez minutos, levei dez minutos pra chegar a escola, talvez isso até fosse bom, porque não teria ninguém no pátio, mas eu estava enganado, observei um grupinho que olhou pro meu carro de longe, pro meu carro não, pro carro de Isabella.O estacionei e tentei abri a porta do carro, nesse momento eu já via mais gente se agrupar pra fofocar sobre o carro em que Edward Cullen veio a escola, bufei em protesto.
Dei um puxão pra porta se abri, e eu observei mais pessoas ao redor do carro rindo. Dei outro puxão e a porta não abriu novamente.
Boa hora pra essa lata velha emperrar.


Fiz mais força e a porta abriu do nada me arremessando pra calçada, mas pus minhas mãos ao chão antes de bater a cara no asfalto.
Levantei a cabeça e encarei agora a multidão que havia se formado, quem diria hein? Antes eram apenas um grupo de sete pessoas, agora eram mais de ciquenta.


Me levantei e limpei as mãos sujas de areia na calça, logo após limpei minha jaqueta, ignorando todos ali na minha frente me olhando, ignorei todos os risinhos idiotas, e fechei a porta da picape com força.


–Regrediu hein Edward? - perguntou uma garota, sim, eu já havia ficado com ela, na verdade com todas as gatas da escola.

–Belo carro! - falou Mike fazendo gracinha e todos riram em seguida, e o pior é que ele era meu brother, e até ele tava me zuando.
O Mike era do grupo de azaração da cidade, o grupo que eu passei a deixar de lado depois que comecei a namorar.

–O Edward andou passeando no museu... - riu outra garota.


Então era por isso que Isabella passava todos os dias?

E porque ela não ignorava como eu?

Era uma fraca, mas eu não.

Encarei Isabella do outro lado do portão me encarando, mas ela não me olhava com raiva ou ódio, ela me olhava com questionamento, buscava respostas com seu olhar, provavelmente por eu ter vindo pra escola com a picape, mas ela deveria saber, ela que furou meus pneus. Ao seu lado estava o tal de Jacob, o "amigo" dela.

–Edward? Você saiu dessa cafonisse de quatro rodas? - outra perguntou e eu a ignorei indo em direção ao portão da escola, Isabella não estava mais encostada no portão com o tal de Jacob, entrei no colégio e avistei Jessica a minha frente, passei direto adiantando ainda mais o passo.


–O que houve com você? Porque veio com esse carro? - ela perguntou e percebi que estava se aproximando de mim, ela continuou - Responda Edward, responda!


Parei de andar e me virei.


–Eu... Queria! - falei fingindo olhar pro nada.


–Não, você não se rebaixaria a isso... - ela falou.


–Mas que droga Jessica! - falei e ela me encarava como se pedisse uma explicação.


– Ok, eu sei de uma coisa que vai te animar - ela se aproximou de mim e sorriu - Vamos brincar um pouco antes da aula?


–Que? - perguntei.


–Aff você está desligado hein? - ela perguntou e continuou - Vamos dar uns pegas...


–Que carrão hein Edward? - passou um carinha ruivo, que eu não conhecia.


–AH CALA BOCA! MELHOR QUE AQUELA LATA VELHA QUE VOCÊ ANDA! - berrou Jessica.


Encostei no armário.


–Não tô em clima pra isso... - falei.


–O que disse? - ela levantou uma sobrancelha.


–Eu não quero namorar agora... - falei.


Eu não estava bem, onde estava o respeito que todos tinham por mim?

Onde estava as garotas loucas por mim?

Eu sei onde estavam, estavam me zuando, só por causa de uma picape velha.


–Eu não estou te reconhecendo... - Jessica me olhava, encarei Isabella do outro lado, junto com o tal de Jacob, ela estava radiante, com uma calça jeans e uma regata com flores desenhadas, usava uma sandália simples e bonita, seu cabelo estava partido no meio e estava solto, ela olhava pro Jacob e sorria por alguma questão, deveria ser pela minha situção, eu não sentia raiva dela por isso, eu também riria se ela estivesse no meu lugar.

Ela tinha um sorriso tão lindo, mas era pro Jacob que ela estava sorrindo, era com ele que ela estava, ela estava tão feliz, e só com o Jacob eu a via assim, eu só a fazia sofrer, só a fazia chorar quando estava por perto. Mas seria demais pensar que eu estava merecendo isso, foi por causa de uma picape velha, e se Isabella não tivesse furado meus pneus isso não estaria acontecendo.


–Hein Edward? - Jessica berrou me fazendo a encarar novamente.


–Ahan! - assenti, não sabia o que ela havia falado, eu estava tão desligado do real.


–Você come bosta? - ela perguntou.


–Não... - falei.


–E porque eu perguntei e você falou 'ahan'? Você está desligado, aposto que não escutou uma palavra do que eu disse. - ela cruzou os braços.


–Cala boca Jessica, você é tão irritante! - falei.


–Ah é isso que você acha de mim? Eu aqui preocupada com você e você me acha irritante? - ela tagarelou.


–Só quero que cale essa sua boca! - berrei e ela saiu da minha frente irritada.

Voltei a encarar Isabella, mas dessa vez ela me olhava também, me fitava com aqueles olhos profundos e misteriosos, uma reação inexplicável, como se eu me perdesse no seu olhar, como nunca me perdi antes, infelizmente isso durou apenas vinte segundos, porque o Jacob chamou a sua atenção e ela passou a encará-lo, ela o olhava como se estivesse sobre um efeito de transe, nunca vi isso antes, parei de olhar os dois trocarem olhares e saí dali, andando pelo corredor do colégio.

Bella PDV


O Edward estava mudando, de fato, eu podia sentir, eu podia ver, fechei meus olhos e senti a sensação dele pegando na minha mão enquanto eu tentava dormir, ele segurava com força, eu me sentia segura e protegida, era ele que estava comigo, e agora ele vem com meu carro pra escola, não ligando pra opinião das pessoas a sua volta, ele... Me olhava diferente, não era um olhar de repulsa e nojo, ou raiva e ódio, era um olhar puro, finalmente eu via pureza naquelas duas esmeraldas.


Talvez meu trabalho esteja acabado, talvez eu não precise mas fazer nada, na verdade eu não fiz quase nada mesmo.


–Bella, Bella? - Jacob falou me fazendo saí dos meus devaneios.


–O que? - o encarei.


–O horário bateu... Não ouviu? - ele perguntou.


–Claro, vamos! - falei.


(...)


–Pronto Jake, você está entregue! - falei adimirando sua pequenina e simples casa, mas bonita.


–Não quer ficar aqui um pouco? - ele perguntou.


–Ah, não... Deixa pra outra hora - falei e encarei um senhor um pouco gordo, vestido com roupas simples que acabara de saí da casa do Jacob, provavelmente esse se tratava de Billy, o seu pai, ele sorria, parecia uma pessoa feliz e não a pessoa que o Jacob descrevia pra mim.


–Vai ficar me devendo essa! - ele sorriu e me cumprimentou, eu fiz o mesmo, logo depois ele saiu do carro e fechou a porta, indo ao encontro do seu pai.


–Então era isso que você escondia de mim Jacob? - ouvi o senhor falar antes de dar a partida e continuou - Ganhou na loteria hein meu filho? Estou orgulhoso.


O pai dele certamente pensava que eu era a namorada do Jake, resolvi dar a partida e deixar o Jacob se explicar, não gostava de ouvir a conversa das pessoas.


(...)


A campainha tocou e só eu estava na sala, então como todo mundo nessa casa é preguiçoso, eu resolvi me levantar e me locomover até a porta a abrindo, encarei quatro garotos a minha frente, que estavam me encarando igualmente.
Um era loiro e forte, outro tinha cabelos pretos e era ainda mais forte, um tinha cabelos castanhos e parecia um modelo, encarei o último, foi com ele que eu fiquei, foi ele que me agarrou, droga o que ele fazia aqui?


–É... O que desejam? - perguntei encarando o garoto de cabelos negros que me olhava de uma maneira estranha.


–GATINHA! Você mora aqui? Eu... Não sabia! - ele me encarou sorrindo, sim, o garoto que eu havia ficado. O burro, idiota que beijava mal pra caramba.


–O que desejam? - repeti ignorando-o.


–O Edward tá se dando bem hein? Com uma dessas em casa... - ouvi o loiro cochichar no ouvido do moreno.


–Ah, estão procurando o Edward! - falei ignorando os comentários deles novamente.


–Não precisa chamá-lo... - o moreno me observou de cima a baixo e continuou - Qual o seu nome gatinha?


–Acho que ele não interessa até porque vocês vieram procurar o Edward... - falei intolerante.


–Ela é brava, eu gosto assim! - falou o idiota - Poderiamos marcar um encontro, hoje, no bar...


–Eu não sou dessas... - falei.


–E você é como? - ele perguntou e continuou - Ah, eu sei! Daquelas muito gostosas... Que isso? Para de se fazer de difícil, você me deixa louco, com essas sua boquinha deliciosa.


O encarei disposta a bater a porta na sua cara, o que não seria efetuado com sucesso, já que eles eram bem mais fortes do que eu, milhares de formas de me defender se passaram pela minha cabeça, fiquei esperando eles tentarem alguma coisa , mas não, eles pararam de me encarar e ficaram parados intactos, como se estivesse com medo de algo.

Olhei pra trás e dei de cara com Edward, ele lançava um olhar que dava medo, um olhar mau, mas dessa vez acho que não era pra mim, era pra eles.


–O que fazem aqui? - ele perguntou bem alto, havia raiva na sua voz, e ficou do meu lado encarando os caras.


–É a sua namorada? - perguntou o loiro.


–Não... Ela é minha irmã - ele falou, era a primeira vez que ele tinha dito que era meu irmão.


–E daí? - ele perguntou e continuou - Só porque ela é sua irmã eu não posso chegar perto e...


Edward o olhou de novo, aquele olhar dele transmitia uma informação inteira, me senti completamente segura com ele ao meu lado.


–Ah, já entendi! - o loiro revirou os olhos.


–O que fazem aqui? - Edward repetiu.


–O Mike queria falar com você... Queria se desculpar por ter te zoado - ele disse.


–Foi mal Edward, aquilo foi só zoação, sabe? Tenho que manter a popularidade, tenho que fazer graça das pessoas... - falou o moreno.


–Ah e você zoa as pessoas daquele jeito só por causa de um carro? - ele perguntou, havia autoridade em sua voz.


–É assim que funciona... - ele sorriu esperando uma graça de Edward, mas Edward o encarou sério.

–Também vim aqui pra te chamar pra curtir a night– o loiro sorriu - Nunca mais você apareceu, cara.


–Vamos conversar lá fora! - Edward me olhou por 2 segundos e saiu da casa fechando a porta, me deixando lá parada pensando por que ele fez isso por mim.



Edward PDV



–Iaê Edward vamos curtir? - me perguntou Mike.


–Eu estou namorando. - adimiti, na verdade há um tempo atrás eu iria sem questionar, mas agora eu não sentia nenhuma vontade de saí de casa.


–Namorando? Mas cara... A gente só não ia se divertir, você está comprometido? - ele perguntou.


–Estou... - falei.


–Mas isso não atrapalha em nada... - ele sorriu sínico.


–Tem razão - sorri irônico.


–Iaê vamos pra night? Vamos curtir? Chama aquela gatinha, ela podia ir com a gente - ele comentou.


–Fique longe dela... - quase cuspi na cara dele as palavras, ele apenas assentiu.


–Beleza, o bar deve estar cheio de mulher bem mais bonita que ela, deve estar cheio de gostosas de shortinhos curtos, ai papai! - falou Sam.


–Eu não vou, marcamos outro dia. - fui curto e grosso.


–QUALÉ EDWARD? A GENTE VEIO ATÉ AQUI TE BUSCAR E VOCÊ VAI DAR PRA TRÁS? - ele perguntou alto.


–NÃO TÔ AFIM... - falei.


–Você mudou cara! E deixou seus brothers pra trás - falou Sam.


–Que tipo de brother zoa o outro na frente de todo mundo? - perguntei, lembrando do que o Emmett me disse essa manhã. Os brothers também não faziam isso.


–Vamo lá Mike, esquenta não, ele vai ficar devendo essa pra gente, vamos pegar muitas hoje, e ele vai ficar com remorso por não ter ido! - Sam falou , eu bufei e eles viraram as costas.


(...)


Encarei minha jaqueta empedurada na cabeceira da cama, a pegando logo em seguida e tirando o diário de lá de dentro, folheei o diário e me encostei no travesseiro. O abri na primeira página.


"Eu já tentei de tudo, mas, não consigo tirar Edward Cullen da minha cabeça, ele é o meu sonho, foi paixão a primeira vista, um olhar, um simples olhar, a perfeição, o seu sorriso, TUDO me fazia delirar e pirar, eu o amava, mais do que a mim mesma, ele nunca tinha se dirigido a mim de uma maneira especial, esse era o problema, mas todo dia eu buscava seu olhar, todo dia eu o adimirava como se fosse um ser divino, só que quando ele olhava pra mim ele ria, na verdade eu nunca entendi o motivo, eu sempre tentava ignorar a parte de mim que dizia que ele não me queria porque eu não entrava de jeito nenhum nos padrões de beleza duma sociedade como esta. "


Eu não sabia porque estava xeretando suas coisas, mas eu queria saber, eu queria descobrir porque ela me amava tanto, eu sei isso é ridiculo, eu não sabia porque estava fazendo isso, mas eu sentia a necessidade.

Comecei a ler outra página.


"Nunca dei meu primeiro beijo, eu sempre achei que deveria ser com alguém especial, com alguém que eu amasse, e que me amasse igualmente, quero que seja um beijo que eu levante a perna, que eu me sinta nas nuvens, e que possa guardar comigo pelo resto da minha vida, esse é um dos meus sonhos, dos meus desejos. E eu acho que o Edward seria a pessoa certa, se ele me amasse"


Bufei em protesto, a minha consciência dóia pensando no que foi o primeiro beijo dela, foi apenas uma zoação da minha parte, uma expectativa de alguém que eu estraguei, um desejo que eu brinquei, todos tinham razão a respeito do Edward que eu era, eu não me importava com sonhos ou sentimentos, ou só queria ser feliz, do meu jeito, o resto que se fodesse.


(...)


Ouvi o despertador tocar e me levantei, hoje eu ligaria pro guincho, precisava trocar os pneus, teria que ir com a picape pra escola mais uma vez, e eu iria.
Fui ao banheiro onde tomei uma ducha gelada, eu já estava até me acostumando com o chuveiro frio, vesti uma bermuda jeans, e uma camisa qualquer, deixando minha jaqueta de lado, peguei minha lupa e saí do closet, peguei a chave da picape e desci as escadas, não estava com fome alguma, olhei o sofá e vi Carlisle deitado nele novamente. Ele provavelmente não seguiu meu conselho. Saí da casa e encarei Isabella encostada no carro, ela usava um vestido não muito curto, mas também não muito longo, da cor roxa, estava com os cabelos voando com o vento que soprava ali, na verdade uma brisa, ela usava uma lupa nos olhos estava radiante, mas parecia completamente desligada do real, desviei meu olhar dela e entrei na picape, tentei dar a partida só que o carro não pegou, seria uma luta novamente pra eu fazer isso pegar?

Dei a partida de novo e a picape não deu sinal de vida, será que ela só pegava quando eu xingava?


–Ei Edward? - ouvi a voz de Isabella, deveria ser coisa da minha cabeça, mas não era, lá estava ela me encarando do lado de fora da picape, eu não respondi nada apenas a olhei, o vento fazendo seu cabelo voar, ela sorria, sorria lindamente - Eu estava observando e... Os pneus do seu carro estão furados - ela falou como se não já soubesse, era incrivel como ela sabia ser sínica, uma bela de uma sínica, mas eu não estava com tanta raiva por isso.


– Você.. Quer uma carona? - ela perguntou ainda sorrindo, aquele sorriso hipnotizador e lindo.


– É alguma espécie de armadilha? - perguntei.


–Do que está falando? - ela sorriu e continuou - É só uma sugestão, se quiser ir com a picape, eu não vou te atrapalhar... - ela me encarou com seus olhos profundos.


–Eu me viro... - falei e tentei dar a partida na picape, ela não deu sinal de vida, olhei Isabella se afastar e tentei novamente, em vão, porque não pegou, tentei pela terceira vez e nada, por irônia ou não abri a porta da picape normalmente sem ela travar e andei até Isabella, que parecia estar me esperando.


–Eu aceito a carona... - falei dando de ombros, ela apenas sorriu.



Continua...


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Notas finais do capítulo

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