Shut Up! escrita por Daniela Mota


Capítulo 12
Cápitulo 11 - Teste de sobrevivência


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...



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Edward PDV


Um grande e imenso remorço me atingiu, por ter pinchado o carro que ela ganhara de presente, mas quem liga pra merda de remorço? HUMPF!

Porcaria, ah qual é. Não foi nada demais pinchar aquele carro, não devo ficar me culpando por isso. Ou será que devo?
Coloquei a foto na escrivaninha e vi uma caixa, nela havia fotos dela quando era bebê, havia umas roupas meio surradas e um lacinho rosa.


Isabella PDV


Desci rapidamente pra fazer um lanche pra Edward, ele estava sofrendo tanto, e era por minha causa.
Abri a geladeira, peguei o presunto e o queijo, depois peguei o pão e os coloquei, peguei uma fatia de tomate, um alface, catchup e maionese, e juntei tudo e coloquei num prato, depois peguei uma laranja e coloquei no espremedor, retirei dela o suco, coloquei num copo, e não botei açúcar nem água, meu pai me ensinara a fazer desse jeito, não sei se era para que não tivessemos gastos com açucar ou se porque era mais nutritivo, tinha certeza que era pela segunda alternativa.
Coloquei as coisas numa bandeja, e comecei a procurar o remédio para dor, ele não estava na prateleira onde eu sempre coloco.


Então... onde estava?


Ouvi um barulho na porta e logo após Mary entrou cambaleando, ela estava tão vulgar.


–Precisará de mim agora? - ela perguntou.


– Poderia levar esses remédios para o Edward? Eu preciso achar uma coisa... - falei.


Ela saiu, e deu uma corridinha com a bandeja na mão, quase trupeçou no degrau. Procurei o remédio por todo canto, e não vi nada, então peguei um dinheiro e fui na farmácia comprar.


Edward PDV


Como eu sempre penso, pra ser popular tem que nascer popular, e quando uma pessoa é feia, só nascendo de novo...
Ouvi um barulho na porta e me joguei na cama e finji uma dor intensa rapidamente, Isabella não poderia me ver empé.
Fiquei surpreso a ver que não era Isabella e sim a empregada, cujo eu havia esquecido o nome de novo, não sou bom com nomes, na verdade nem sei como é mais o nome do meu pai... é Car, Carlos?


Ela estava uma gata, com uma mini saia e uma blusa mostrando a barriga, ela parecia meio tonta, se equilibrava pra não derrubar a bandeja. Mas, aquele corpo já não me surpreendia mais.


Ela colocou a bandeja na cama.


–Boa tarde senhor Cullen! - ela falou tentando se manter empé.


–Boa tarde linda... - sorri.


–Você está bem? - ela perguntou.


–Não... - falei.


–Onde dói? - ela perguntou.


–Meu coração - falei.


–Hmm... - ela se fez de difícil, isso só me faz ficar mais interessado.


Fiquei olhando pra ela e dei meu sorriso de canto, peguei o copo de suco e o bebi de vez cuspindo aquela porcaria logo em seguida na cara da empregada.


–Droga! - ela se enfezou.


–Quer que eu lemba pra limpar? - perguntei e ela balançou a cabeça em plena confusão.


–Pode me dar esse copo? Não pode estar tão ruim - ela falou o bebendo em seguida e o cuspindo na minha cara. - Oh, me desculpe.


–Agora podemos nos lamber... - ri.


–Senhor Cullen eu não estou entendendo seu comportamento, O que o senhor quer? - ela falou.


–Você - falei passando a coberta de Isabella e limpando meu rosto, em seguida limpei o dela devagar com delicadeza, ela tremia muito o que me deixou bastante... Excitado.


–Sabe senhor Cullen, não é uma má idéia - ela sorriu descarada - Mas eu não posso!


–Que isso? - perguntei e continuei - Vai ser só entre nós, prometo.


–Pensando nesse caso - ela tentou se manter reta, e me puxou pelo colarinho me erguendo da cama. Da onde conseguiu toda força? - Você me provocou, me seduziu, me excitou. Dá pra ignorar que eu tô bancando a difícil e me agarrar logo?

Dei um riso de canto e a puxei pelos cabelos pra minha boca, ela gemeu baixinho antes de tocar meus lábios e os morder o que me fez ficar mais excitado ainda. Empurrei ela da cama a fazendo largar minha boca e cair no chão.

Eu adorava que elas implorassem.

Ela sorriu e se levantou, em seguida puxou meus cabelos já bagunçados e agarrou minha boca como uma felina selvagem, mordendo e sugando meus lábios de uma maneira que dei um tapa no seu traseiro a fazendo gemer na minha boca.

Vadia, adoro vadias.

A empurrei no chão do banheiro pronto pra fazer o que fizesse com aquela cachorra. Ela não brincava em serviço, veio pra cima de mim e colou nossos corpos, mordeu o lóbulo da minha orelha e em seguida passou pro meu pescoço. Já estava demais, algo incontrolável.

Rapidamente ranquei sua blusa do seu corpo, exibindo sua lingerie de onça.


Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella

Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella Isabella


Porque a droga desse nome não sumia da minha mente?

Encarei Mary a minha frente me questionar com o olhar, e antes que ela falasse qualquer coisa eu a agarrei novamente.

Isabella PDV


Comprei o maldito remédio, e subi as escadas para levá-lo pro Edward.


Abrir a porta devagar, pra no caso que ele estivesse descansando, só que ele não estava na cama, o meu lençol estava manchado de suco de laranja, acho que ele não gosta de frutas sem açúcar. Onde estava? E o mais importante, se tava com tanta dor como saiu da cama?

Me dirigi e vi a cena mais lamentável da minha vida, o Edward Cullen, que eu estava me ferrando pra cuidar estava passando a mão por todo o corpo da Mary, a dispindo e a tarando no banheiro, eu não estava conseguindo me mexer, uma parte de mim, falava pra eu gritar e fazer um escândalo enorme, mas a minha outra parte, pedia pra eu chorar, pedia pra eu correr chorando e me decepcionar outra vez, mas outra parte de mim, a que eu não conhecia, pediu vingança, a mais cruel delas.


Ele ainda não havia me visto, então fui até a minha mesinha, abri a gaveta, ainda em choque, e peguei uma máquina fotográfica, que tinha pertencido a meu pai, a segurei ainda com as mãos trêmulas e bati uma foto, sem flash, na foto ele estava tentando tirar o soutien da garota e estava todo melado de batom, aproveitei que ele não me viu, e sai do quarto com a câmera nas mãos. Eu prometi a mim mesma mudar, e é isso que eu vou fazer!


(...)


Me dirigi até o quarto de Alice, onde e com quem eu sabia que conseguiria confiar, e podia fazer uma coisa terrivel a ele.
Bati a porta e Alice a abriu.

–O que houve? - ela perguntou, ela conhecia meu olhar.


–Peguei ele com a Mary, quase transando no meu banheiro... - tentei falar normal, mas saiu mais como um gemido.


–E o que você fez? - ela perguntou.


–Tirei uma foto - falei.


–Você...? Ah garota, eu não acredito que pensou nisso! - ela riu.


–No que? - perguntei.


–Em mandar a foto pra Jessica... - ela falou.


–Nem temos o número dela... - falei.


–Lembra do chipe? Pois bem, eu testei no meu celular, adivinha de quem é! - ela falou.


–Eu. te. amo - sorri.


–O Edward se ferrou - ela riu sorrateira.


–Não imagina o quanto isso vai me fazer feliz - ri.


Ela pegou o chip e colocou no seu celular rosa, e depois o ligou.
Peguei a câmera e coloquei o cabo na CPU do computador, depois de passar a foto, Allie colocou na CPU o cabo do celular e transferiu a foto pro celular, depois fomos na agenda do chip que era de Edward.


Tinha uns 200 nomes de mulher e 2 de homens, apenas o pai dele e o Jasper, suspirei e teclei a letra "J" e achei um número com o nome "Jess" mandei uma mensagem multimidia com a foto, e deu mensagem concluida, sentei na cama de Alice, satisfeita.


–A mamãe já chegou? - perguntei.


–Sim, ela foi no escritório com Carlisle! - Alice falou. - Tratar de negócios, talvez!


–Queria comprar logo meu carro que eu a pedi... falei.

Sair do quarto de Alice, e fui até o escritório, ao chegar a margem da porta, ouvi sussurros, mas, porque minha mãe sussurrava com Carlisle? Resolvi então fazer uma coisa que eu não gosto, ouvi a conversa detrás da porta.

"Carlisle, eu não posso contar, eu tenho meus motivos..."


"Não pode mas esconder isso dela, amor!"


Mas, do que eles falavam?


"Ela vai sofrer tanto..."


"Se demorar mais, ela vai sofrer e não vai mais aceitar seu perdão"


"Eu não posso..."


"Pode sim, eu te ajudo..."


"Mas a Isabella, ela... Não vai me perdoar nunca!"


Perdoar pelo que?


"Eu não sou seu pai..." - dizia uma voz estranha na minha cabeça, a voz do meu pai.


Mas o que era aquilo?


"Mas, ela não vai mais me aceitar como mãe, acho melhor ela continuar achando que somos pais de sangue, eu não posso contar Carlisle, eu não posso simplismente contar que a Isabella não é minha filha..."


Firmei meus pés no chão, fechei meus olhos e respirei forte, com certeza eu ouvi errado, isso não era verdade. Aquilo tudo era coisa da minha cabeça, nada era real, Edward deve ter me dado alguma porcaria para eu beber, alguma droga, talvez, tentei levar essa hipótese a sério.


"Conte a ela, querida!"


"Não, desde pequena, ela tem sido a minha filhinha, nunca tratei ela diferente, ela é minha Bella, e se eu contar a ela, ela não será mais..."


Fiquei imóvel, esperando que tudo estivesse errado, eu não consegui falar nem me mexer, minha respiração começou a falhar, e eu senti meu coração parar de bater, eu nunca havia sentido isso antes, lágrimas começaram a rolar sobre meu rosto feio, elas caiam com mais intensidade até pararem de cair tentei me mexer e pedir uma explicação real para o que eu acabara de ouvir, mas, eu não conseguia eu estava em estado de choque, eu devia ter ouvido rápido, ou errado, aquilo não era verdade, eu era filha deles, eu sou filha deles, eu...


"Eu... Não sou seu pai!" - dizia uma voz na minha mente.


Então esse era o sonho que eu tive? Era o que meu pai tentou me dizer, era o que a Esme me escondeu a vida inteira, e contou a um cara que ela conhece a poucos meses? Ela tinha feito isso comigo? Eu sabia, eu não era da família, afinal nessa família a única feia sou eu, a única baranga idiota que nem sabem quem são os pais de verdade sou eu! A garota que foi enganada a vida inteira fui eu... Tentei chorar mais não conseguia, a raiva, e não a tristeza subiu em minha mente fazendo minha cabeça rodar e minhas pernas tremerem, eu não estava triste eu estava com raiva, um sentimento ruim, que eu nunca tive, talvez eu esteja tendo porque me sinto traída e abandonada.


"É melhor contar a verdade a ela, não pode esconder isso dela a vida inteira, amor!"


Não, aquilo não era possivel!


"Não posso... Deixe como está, um dia eu conto!"


"Mas, ele era o pai dela, pai é quem cria, e você também é a mãe dela, e não vai dexar de ser, se contar a verdade... Pense nisso!"


"Não Carlisle, eu não vou contar, não agora!"


"Tudo bem... Saiba que eu vou te apoiar!"


"Obrigada!"


Ouvi passos, e tentei sair correndo, não queria que ela soubesse que ouvi tudo, minhas pernas não respeitaram meu comando, ela me olhou e uma lágrima caiu dos seus olhos.


–Filha... - ela falou vindo se aproximar de mim, aos poucos.


Continuei sem voz, sem ar, senti meu coração parar de bater.


–V-O-C-Ê mentiu pra mim... - falei e uma lágrima sofrida caiu de meus olhos.


–Filha escuta... - ela falou e tentou limpar uma lágrima dos meus olhos, eu retirei a mão dela.


–Sua mãe, vai explicar, matenha a calma! - falou Carlisle.


–Não, isso é demais pra mim... -falei.


–Calma querida, continuaremos sendo seus pais... - ela falou.


–SENDO MEUS PAIS? VOCÊ ME ENGANOU A VIDA INTEIRA, E QUANDO MEU PAI ME CONTOU, OU PELO MENOS TENTOU, VOCÊ DISTORCEU O ASSUNTO, DISSE QUE NÃO SABIA! - berrei.


–Isso só faria você sofrer mais... - ela falou.


–E daí? Quem liga pro meu sofrimento? - berrei.


–NÓS ligamos, a sua família... - ela falou se aproximando de mim, pra me dar um abraço e eu me esquivei.


–Vocês nem são minha família de verdade! - Berrei.


–Filha, eu te amo!


–O amor! Pra que serve o amor? Ele só traz decepções, revoltas, ele só traz tristeza... - falei.


–Escuta filha, por favor! - ela falou.


–Eu não quero ouvir, não quero! Deveria ter me contado isso há muitos anos atrás...


–Eu não queria te magoar! - ela chorava.


–Pelo jeito não funcionou... - dito isso uma lágrima caiu dos meus olhos, uma lágrima de raiva.


–Não fale assim com sua mãe... Ela também tá sofrendo - falou Carlisle.


–QUEM é VOCÊ? Chegou há uns meses na vida dela, você não sabe nada sobre mim, nada que eu sofri, e agora me diz isso? Você não sabe como a vida me ensinou a ser forte, ela ensinou de um jeito mais cruel, e agora você fala pra uma pessoa que descobre que toda sua vida foi uma farsa pra não falar o que eu realmente sinto pra MINHA MÃE? - perguntei com raiva.


–O que está havendo? - perguntou Alice.


–Ela descobriu... - falou minha mãe.


Alice veio me abraçar.


–Então você também sabia que não era sua irmã, você sabia? - a raiva estava fazendo com que minha voz se alterasse a cada segundo. Alice não disse nada, apenas ficou imóvel.

–Isabella, me perdoe... - disse minha mãe chorando.


–Perdão? É isso que você quer? Sabe o que eu quero? Que você me deixe em paz! Deve ser por isso que não sou dona de uma beleza como as suas, não sou sua filha mesmo, me acharam onde? No lixo? Porque eu sempre fui um lixo. - falei.


–Não, filha... - ela falou segurando no meu braço.


–Eu não quero mais olhar pra sua cara... -berrei.

–Não minha filha, não sofra, sou sua mãe de coração! - ela falou.


–De coração? Uma pessoa de coração esconde a verdade da outra? - perguntei.


–Maninha, tenha calma, nós te amamos... - Alice falou.


Consegui me mexer e fui andando cambaleando até o meu quarto, e ouvi um sussurro.


–Deixe ela se acalmar, depois vocês conversam...

Meu pai, deitado na cama, tentando me dizer a coisa que eu acabara de descobri, não saia da minha mente, não saia.:

Link, abre direto no video, coloque-o e continue lendo;

BRIDGE OVER TROUBLED WATER.


Quando você estiver exausta

Sentindo-se deprimida

Quando as lágrimas estiverem em seus olhos

Eu enxugarei todas elas
Eu estou ao seu lado

quando os tempos ficarem difíceis

E os amigos não mais puderem ser encontrados

Como uma ponte sobre águas revoltas

Eu me deitarei

Como uma ponte sobre águas revoltas

Eu me deitarei
Quando você estiver chateada

Quando você estiver na rua

Quando a noite descer pesadamente

Eu a confortarei
Eu a ajudarei

Oh, quando a escuridão vier

E a dor estiver por perto

Como uma ponte sobre águas revoltas

Eu me deitarei

Como uma ponte sobre águas revoltas

Eu me deitarei
Continue a viver em brilho

Continue vivendo

Sua hora chegou para brilhar

Todos os seus sonhos estão a caminho
Veja como eles brilham

E se você precisar de um amigo

Eu estarei logo atrás

Como uma ponte sobre águas revoltas

Eu acalmarei sua mente

Como uma ponte sobre águas revoltas

Eu acalmarei sua mente


A música que meu pai, sempre cantava pra mim, quando eu estava triste, e me sentindo a pior pessoa do mundo, eu odiava ter que me lembrar dessa música, isso só me fazia lembrar do apoio que ele sempre me deu.
A imagem do meu pai, na verdade meu pai de coração, que me amava como se eu fosse a filha perfeita, a filha que ele entendia, a que ele acreditava. MAS QUENÃO ERA SUA FILHA DE VERDADE!


Abri a porta do meu quarto e dei de cara com Edward deitado na cama, fingindo dor intensa, como se nada estivesse acontecido, Mary não se encontrava mais lá. Peguei a primeira coisa que vi pela frente e joguei nele.


– Esqueceu do murro que eu tomei? - perguntou.


–Saia do meu quarto seu vagabundo! - falei e uma lágrima caiu.


–O que houve? - ele perguntou.


–E desde quando se importa? - perguntei fechando os olhos deixando as lágrimas rolarem sobre meu rosto.


–O que houve? - senti ele se aproximar, o que me deixou com mais raiva.
Segurei-o pelo pescoço com força, depois fui empurrando ele até a janela.


–Porque mentiu pra mim? - perguntei colocando sua cabeça pra fora da janela.


–NÃO FAÇA ISSO! - ele berrou.


–Porque mentiu...? - repeti.


–Ah foi divertido! - ele riu.


–Sempre foi divertido brincar comigo não é mesmo? Eu vou... - falei o empurrando mais pra frente.

–Acha que é mais forte do que eu? - ele perguntou rindo e eu não disse nada.

Ele se esquivou rapidamente e me segurou me prensando na janela.


–Está com raiva de mim? - ele perguntou.


Fiquei calada, e comecei a soluçar.


–Ou está com raiva de não pertencer a essa família? De não ser filha legitima dos Swan's?... Acho que descobriu não é? - ele perguntou.


Uma pontada de ódio atingiu minha garganta, todo mundo sabia disso, menos eu!


–Como sabe? - berrei.


O Emmett contou a ele, e não a mim? Lágrimas cairam do meu rosto.


–Você deve gostar muito de chorar, não foi o Emmett, ele não sabe, eu ouvi Carlisle conversar com sua mãe, ele sempre tentou convencer ela de contar, sempre, eu havia até me esquecido, soube disso há bastante tempo, eu lembrei ao vê suas coisas... Eu poderia ter usado isso contra você, mas não o fiz. - ele falou e eu abaixei a cabeça.


–Quero ficar sozinha. - falei.


–Você gosta de sofrer né?


–Eu não gosto, a vida que me fez assim... - falei.


Lágrimas descontroladas caiam dos meus olhos, comecei a soluçar e admitir meu sofrimento na frente do cara que agora se tornou meu inimigo, passei a mão nos olhos tentando conter as lágrimas que insistiam cair e gritar. Minha mão tremia muito e era quase impossivel limpa-las. Fechei meus olhos e respirei, eu não podia esquecer disso.

Senti uma mão pecorrer meu rosto e limpar minhas lágrimas.

Solucei ainda mais ignorando a hipótese que tinha sido Edward, sentia algo se aproximar, lentamente, até ficar perto de mim, perto demais. Senti seu ar quente, e seu hálito de menta, e agora tinha certeza que era o Edward.

Será que ele não pode parar com essa brincadeira pelo menos agora? Será que não vê que isso só me faz sofrer ainda mais?

Eu já havia sofrido demais com tudo aquilo, a raiva gritava dentro de mim, fechei minhas mãos em punho pronta pra bater nele. Ele apenas segurou minha mão e a puxou mais pra perto de si, tentei me debater, mas ele era mais forte, abri meus olhos enquanto o via pela primeira vez me olhar diretamente, sem nenhuma espécie de nojo. Virei meu rosto e ele o segurou, mais lágrimas caiam e ele me questionava com o olhar.


–Posso fazer essa dor passar? - ele sussurrou e eu comecei a respirar rápido.


–Essa dor nunca vai passar - falei e em seguidas senti seus lábios quentes e molhados tocaram-se nos meus devagar, tocaram de pouco a pouco, com delicadeza e carinho, como nunca havia acontecido ou sentido antes. Por um momento jurei o ouvir meu coração bater forte, e se juntar novamente em meu peito. Ele foi sugando meus lábios, com carinho, uma coisa que nunca havia sentido. Fiz o mesmo, mesmo pensando que eu estava me iludindo e escutando o coração novamente. Era algo inexplicável, como se eu havesse saido do mundo e esquecido tudo. Foi como se eu tivesse criando um mundo e enele só existia eu e ele. Ele segurou na minha cintura enquanto eu passava a mão suavemente pelos seus cabelos. Eu já estava ficando sem ar, mas não conseguia pedir pra ele parar, era a melhor sensação da minha vida. Mesmo sendo apenas ilusão. Ele me largou por um momento e eu aproveitei pra falar.


–Eu te odeio - sussurrei.


–Eu também, não se esqueça. - falou me puxando para si novamente. Segurei na sua nuca, e puxei seus cabelos, eu não estava planejando nenhum movimento, a sua boca era tão doce, macia, o seu ar quente, era tão hipnotizante, suguei seus lábios com urgência e aumentei a velocidade do beijo, ele não parecia nem um pouco com falta de ar, o meu corpo estava colado com o dele, eu sempre esperei por esse dia, eu não conseguia parar, uma coisa inexplicável, como se o tempo tivesse parado no momento que ele tocou seu lábios nos meus, ele se afastou ofegante de mim e eu cambaleei em direção a janela, antes de cair ele me segurou com seus braços fortes.




Continua...


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Notas finais do capítulo

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