A Fênix escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 3
Um Problema Flamejante


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/8D4PrJI02JE-America.
https://youtu.be/KEoXAhH13zI-Uma Fênix com raiva.



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P.O.V. Maxon.

Os cientistas analisaram a pedra e ficaram chocados.

—Bem, isso é com certeza uma rocha, um cristal. Porém, nunca vi nada igual a isso antes. A única coisa com a qual consigo comparar esta pedra é uma rocha magmática. Mas, para estar neste estado ela teve que ser forjada a mais de dois mil graus Celsius.

—É radioativa?

—Não. Chocante, mas não.

P.O.V. Marlee Tames.

Eu acordei com calor e vi o papel de parede do quarto começar a derreter. Todos acordaram, exceto uma pessoa.

America Singer, uma das concorrentes. Ela parecia estar tendo um pesadelo. Estava suando, ofegando, se debatendo.

—America. America, acorde.

Senti uma dor de cabeça terrível. E então, eu vi... lava, vulcões em erupção, fogo, vento, pessoas sendo queimadas vivas. As cidades, as províncias tudo sendo transformado em poeira.

—America!

Quando ela acordou, parou.

—Eu vi o fim do mundo.

—É. Eu também. Foi só um pesadelo que de alguma forma eu vi.

—Pude sentir toda essa morte.

—Foi só um pesadelo.

—Mas, parecia real.

—Eu sei, eu vi.

—Como?

—Se você não sabe, como eu vou saber?

Ela se levantou e foi tomar banho.

—Sinto muito por ter acordado vocês. O que aconteceu com as paredes?

—Nem faço ideia.

Na verdade acho que foi ela.

P.O.V. America.

Estou procurando o meu colar á algum tempo, mas eu não encontro! E depois de uma noite mal dormida, tive que ir a um baile.

E imagine quem vai aparecer lá hoje a noite? Se chutaram o Príncipe, acertaram. Eles me fizeram uma bela maquiagem com batom vermelho, prenderam meu cabelo num coque deixando a parte da frente solta e um longo vestido vermelho sangue, que marcava minhas curvas, era liso, de corte reto com mangas ombro á ombro.

A Marlee estava de preto, tomara que caia, estilo princesa. Seu cabelo loiro estava cheio de cachos, semi-preso de lado. Enquanto eu estava de brincos de rubi, ela estava usando safiras tão azuis quanto os olhos dela.

O salão estava ainda mais ricamente decorado. Com fitas de cetim e flores em vasos de cristal, o lustre todo aceso, milhares de velas pra todos os lados. Servos e servas carregando bandejas cheias de taças de champanhe, uma mesa de comes e bebes transbordante.

E então, entraram ao som de trombetas, A Rainha, o Príncipe e o Rei.

—Bem vindas á septingentésima edição, da Seleção!

Disse o narrador Gavril Fadaye. Estava usando um terno azul de seda que brilhava quando a luz batia de tão liso. E o Príncipe estava usando um terno preto igualmente chique, gravata borboleta, agora eu vejo que realmente... ele é... lindo de bonito.

O cabelo bem penteado, usando um relógio de ouro no pulso direito. A Rainha era linda. Com a pele azeitonada, cabelos escuros e olhos azuis. Estava usando um belo vestido azul royal. Todo cheio de cristais e os três estavam de coroa.

O baile foi decorrendo e eu comecei a me sentir esquisita. Comecei a ouvir uns sussurros.

E eles foram ficando mais altos. Olhei em volta para tentar descobrir de onde vinha, o que tava acontecendo.

Então, Celeste veio até onde eu estava.

—É normal se sentir perdida. Esse não é o seu ambiente.

Disse com veneno na voz. Então eu ouvi:

Sua caipira idiota, como se você tivesse alguma chance. Como se alguma dessas desclassificadas tivessem chance. Todas membro de castas inferiores. Espero que tropece quando valsar com o Príncipe.

—Não deveria desejar coisas ruins aos outros. Talvez você acabe tropeçando por ser tão... falsa. Desculpe. Está usando um lindo vestido. Está bonita.

—É claro que estou bonita. Eu sou modelo. Ficaria linda até usando um saco de lixo.

Ai, uma com síndrome de Cinderela. Ela até que é boa nisso, eu quase acredito que me acha bonita.

—Mas, eu te acho bonita.

Ela olhou pra mim com cara de incredulidade. O barulho começou a ficar pior, o povo falando, a música e os sussurros... Tapei os meus ouvidos.

A Marlee veio me ajudar. Bem, ela tentou.

—Você está bem?

—Estou.

Nem percebi o que aconteceu direito, tava tão desnorteada com todo aquele barulho, acho que eu dancei com o Príncipe, mas eu não tenho certeza. Só vi o holofote acender na minha cara e eu tinha ganhado alguma coisa. Não me pergunte o que.

P.O.V. Maxon.

Ela parecia anestesiada. Subiu ao palco, recebeu as flores, a faixa de vencedora de melhor traje de gale e então... aquilo caiu tudo encima dela. Um líquido grosso e vermelho.

Todos ficamos chocados, inclusive ela. Que deixou o buquê de rosas cair. A garota ficou olhando para as próprias mãos cobertas com aquela coisa. E as luzes começaram a piscar.

P.O.V. America.

Isso é sangue. É sangue. Um pouco entrou na minha boca e eu senti o gosto. Porque alguém faria isso?

Olhei para frente e todos estavam encarando, tão chocados quanto eu. Ouvi um barulho metálico, olhei pra cima e o balde estava balançando. Isso foi planejado.

Então, eu ouvi. Celeste. Posso ouvir o que ela está pensando, posso ouvir o que todos estão pensando. Então, para fechar com chave de ouro começou a passar um vídeo no telão, era eu. No chuveiro, pelada.

Eles todos começaram a rir, a me chamar de vadia, de piranha, de um monte de coisas mentalmente.

P.O.V. Príncipe Maxon.

Ela estava chocada e triste e então furiosa.

—America...

Uma das demais concorrentes tentou ajudá-la, mas ela moveu a mão e a garota ficou suspensa no ar sendo segurada pelo pescoço. Mas, ela a largou. O sangue que estava sob ela começou a ir pra cima. Contra a lei da gravidade o sangue começou a subir e as luzes a piscar duma forma anormal.

—O que é isso? Estão vendo isso?

Então, ela soltou um berro de fúria e tudo voou longe. Foi como uma rajada de... energia que atirou tudo longe. As mesas, as cadeiras, as pessoas, as flores, tudo. Foi uma explosão.

Ela trancou as portas e começou a matar as pessoas. Sem misericórdia.

P.O.V. America.

Então... parou e tudo estava de volta ao normal, ninguém morto, nada de sangue, nada de nada apenas uma festa. Mas, ouvi o meu nome.

—A vencedora do melhor traje de gala desta noite é... America Singer!

Eu fui aplaudida, subi no palco, me deram flores, rosas brancas, a faixa e eu sai do lugar. Bem na hora, porque... lá veio o balde. O sangue derramou tudo no chão. Todos ficaram chocados era como o replay duma cena.

Desci do palco, o povo ainda todo em choque. Eu fiquei cara a cara com Celeste Newsome. Tirei aquela coroa de plástico.

—Estava disposta a jogar um balde de sangue em qualquer outra que não você se ela vencesse e pelo o que? Um pedaço de plástico e um de pano?

Coloquei a coroa na cabeça dela, a fita em volta dela. E lhe entreguei o buquê.

—Toma, pode ficar. Parabéns, elas são todas suas.

Sai daquele lugar, fugindo daquele barulho, antes que eu fizesse alguma besteira. Fui parar no jardim.

Me sentei num banco. E respirei fundo.

P.O.V. Maxon.

Dar a coroa á outra concorrente? Agora eu já vi tudo. Fui atrás dela no jardim, mas eu não fui o único. A concorrente para quem ela deu a coroa também veio.

E o que eu a vi fazer foi... uma coisa.

—Viu? Por isso eu agora gosto de você. Você sabe o seu lugar.

A ruiva levantou.

—Você parece não entender, Celeste, então vamos colocar as cartas na mesa.

A garota de cabelos levemente cacheados cheios de luzes e de vestido preto começou a gritar e a apertar a cabeça.

—Você ficou aqui pela minha graça e vai permanecer, pela minha graça! E eu odiaria perder a minha compostura e fazer algo... 

Os dedos de America Singer pegaram fogo. O fogo saindo das pontas dos dedos dela.

—Louco. Então não me provoque sua piranha, vadia, egoísta! 

Ela saiu e a outra, a loira com rosto meigo apareceu.

—O que aconteceu? Meu Deus! 

P.O.V. Narrador Onisciente.

Para que tenham ciência, o colar que America perdeu foi feito com magia, funcionava como um supressor. A impedia de acessar seus dons especiais e agora que ela está sem ele... Bem, acho que vocês sabem.

Celeste Newsome estava ajoelhada no chão, o sangue escorrendo pelo seu nariz.

—Como eu fiz isso? Marlee, não sei o que está acontecendo comigo.

—Fica calma, vamos descobrir.

—É esquisito. Eu posso ver, ouvir e fazer  coisas que eu não deveria ver, ouvir e fazer. Estou com tanta raiva e tem esse Poder negro dentro de mim e está crescendo. Está crescendo enquanto falamos. Como... um fogo. Olha, eu não quero machucar você também, então é melhor que se afaste antes que eu acabe te ferindo. Volte para o baile, divirta-se. Você merece, mais do que qualquer um.

P.O.V. America.

Marlee voltou para o baile e eu fiquei sentada no banco de pedra do jardim e eu chorei. Chorei de desespero.

—Foi uma bela performance.

—Você. Certo. Porque não me dedurou? Quando acordei e os guardas não estavam me prendendo por traição fiquei chocada.

—Eu poderia ter feito isso, mas... gostei da sua honestidade. Estou sempre cercado de pessoas que falam coisas na tentativa de me agradar, com medo de falar algo que eu não goste. E acabar...

—Mortas?

—Basicamente. Todos parecem querer me elogiar, enaltecer a mim e a minha família. Naquele dia alguém foi realmente autêntico e honesto comigo, falou medir palavras pela primeira vez.

—Uau! Isso é realmente triste. Você está sempre cercado por todo esse luxo, toda essa pompa, toda essa comida e tecnologia, mas imagino que também esteja sempre cercado de gente falsa e interesseira. Sanguessugas.

—Mm.

—Isso foi um sim?

—Foi. O que disse sobre o hospital em Honduragua... era realmente verdade?

—É claro que era! Eu não mentiria sobre isso. O que tem de gente doente, faminta e moribunda lá, você nem faz uma ideia. Também pudera. Aquele lugar só tem fábrica. Fábricas gigantescas que soltam uma fumaça negra que deixa o ar preto e quase irrespirável, fábricas enormes que não tem um pingo de consciência para com o meio ambiente e despejam toneladas de produtos químicos, nos rios, no solo, em tudo. Lá não tem uma árvore, porque o solo já está tão contaminado e exaurido que nada dá. As mulheres tem problema de esterilidade graças ao fato de estarem tomando água cheia de coisas tóxicas. Crianças que nascem deformadas ou mortas. Nada nem parecido com isso.

Disse apontando para o jardim.

—Minha mãe veio de Honduragua.

—Eu sei.

—Ela teve problemas para engravidar. Sofreu vários abortos antes de conseguir me ter.

—Nem imagino o porque.

—Ela trabalhava numa das fábricas.

—Agora eu sei o porque. Sinto muito pela sua mãe.


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