O dia havia passado muito rápido, e logo as crianças se viam obrigadas a dormir.

Na verdade, era o momento preferido de Takanori, Yuu, Yutaka, Suzuki, e Kouyou, afinal, a governanta do orfanato, o senhor Gackt de Baunilha contava histórias para eles dormirem tranqüilos e terem bons sonhos.

-Rapazinhoooos, cheguei! – Gackt dizia, entrando no quarto.

-EEEEE queremos ouvir histórias! – Yutaka.

-Conta do Erina de Neve e os sete anões vocalistas! – Takanori.

-Não, eu prefiro Os Três Travequinhos e o litro de álcool! – Kouyou.

-Bah, é tudo história de mulherzinha! – Suzuki, fazendo cara de nojo.

-Tio Gackt, conta aquela do Bou e a Fera! – Yuu.

-Meninos, meninos, hoje então vou contar uma história diferente... – tio Gackt diz, fazendo uma cara maléfica.

A ventania lá fora começou a balançar as árvores e fazê-las parecerem monstros na escuridão. De repente...

CABRUMMMM!

-AH, UM TROVÃO! – os meninos, se abraçando.

-Hoho, parece que vai começar uma tempestade. Pois bem, sentem-se aqui no tapete de pele falsa de oncinha que vou começar a história. – Gackt.

Os meninos logo se aproximam, e Gackt apaga as luzes, mantendo apenas a iluminação pela sua lanterna. Tudo para “melhorar” o clima.

-A história se chama... O bicho-papão espinhoso! – Gackt.

-Até que enfim uma história de macho! – Suzuki, cutucando o nariz.

-Era uma vez... em um reino muito distante... um príncipe vesgo chamado Hizaki. – Gackt.

-Peraí, príncipe? Cadê o sangue, as vísceras, a violência? – Suzuki.

-Não me interrompa, menino! – Gackt.

-Cala a boca, Akira! – Takanori, dando uma travesseirada nele, já que estava do lado.

-Vesgo? – Yuu.

-Exatamente... Hizaki era muito útil para os cozinheiros do palácio, pois mantinha um olho no peixe, e o outro no gato, e assim, não deixava o gato roubar o peixe! Como eu ia dizendo... Hizaki tinha apenas 12 anos quando tudo aconteceu. – Gackt, fazendo suspense.

-Ai, ai o que aconteceu? – Kouyou.

-Toda vez que Hizaki ia para os seus aposentos, e os lampiões se apagavam, ele ouvia barulhos vindos de seu enorme closet. Os barulhos aumentavam a cada minuto, mas toda vez que ele gritava, ou alguém aparecia, os barulhos cessavam.– Gackt.

-Ooooh! – os meninos.

-Até que um dia.... – Gackt, e de repente, um trovão ecoou pelos cômodos.

-AAAAAH! – os meninos, se abraçando.

-Acalmem-se, crianças! É só uma garoa leve! – Gackt.

Começa uma goteira em cima da cabeça dele.

-Oh, meu Deus, MEU SPRAY DA GATSBY vai sair! – Gackt diz, ajeitando o cabelo com um pente-fino, e mudando de lugar.

-Tio Gackt... esse pente não é aquele que você usou para tirar os piolhos do cabelo do Kouyou? – Takanori.

-Claro que não, foi outro! – Gackt, coçando a cabeça.

-Continua a história! – Kouyou.

-Como eu dizia... o pequeno príncipe vesgo Hizaki estava cansado. Até que um dia, decidiu não gritar, nem acender o lampião. Iria enfrentar o monstro! – Gackt.

-E aí? – Suzuki, achando que teria sangue.

-Quando a escuridão invadiu o quarto... o barulho começou. Aquelas batidas... TOC TOC na porta do closet... a maçaneta do closet se mexendo... – Gackt.

Ao mesmo tempo, eles ouviram um barulho na porta.

-E então... a porta se abriu... apesar da escuridão, o pequeno príncipe Hizaki sabia que o monstro havia saído... – Gackt.

-TIO GAAAAACKT! – os meninos, se abraçando, ao mesmo tempo que a outra governanta, a tia Miyavi entrava no cômodo.

-AAAAAAAAAAAH! – todos, até o Gackt.

-Ih, por que gritaram? – Miyavi.

-Ah, é você! Menina, quase me matou de susto! – Gackt, se abanando.

-Está assustando as crianças? – Miyavi.

-Acredite tio Meevs nada é mais assustador do que você quando acorda de manhã! – Yuu.

-Moleque, eu vou te matar! – Miyavi dizia, enforcando o pequeno como Homer Simpson faz com Bart.

Tia Gackt logo separa os dois e ordena:

-Sente-se aí! Vou falar tudo para o padre amanhã! O Padre vai te punir!

-Nãaaao, o Mana-Sama nãaao, puri-zu...puriiiiizu-nee oitekanaideeee...-tia Miyavi, que acabava de ter mais um surto de inspiração e saia do quarto saltitando com seu violão.

-Continua a história! – os garotos pediam.

-De repente...a porta do closet abriu! – Gackt.

-OOOOH...-os meninos.

-E o monstro então se aproximou da cama do pequeno príncipe, dizendo com sua voz de drogado: -Eu vou comer crianças! Crianças vesgas são meu prato favorito! Mas quando ele ia abocanhar o príncipe, Hizaki se levantou e acendeu o lampião. – Quem é você, seu monstro? – perguntou ele, assustado. –Eu sou Kei, o bicho-papão espinhoso! – o  monstro respondeu. O que surpreendeu nosso pequenino que não pôde assistir Avatar em 3D, foi que o monstro parecia algum visual kei maluco. Tinha cabelos loiros arrepiados, mas possuía piercings na boca, que ele usava como presas. Era muito alto e magrelinho, coitado. Era um monstro desnutrido, que só perdia pro Leda por causa da cinturinha fina. – Gackt.

-E então? – Suzuki já estava irritado.

-Kei, o monstro do armário, pulou para cima do tadinho do Hizaki, mas um cavaleiro invadiu os aposentos, dizendo. –Eu sou o cavaleiro negro do cavalo branco e vim salvar a princesa! Os dois olham assustados para a porta. –Que princesa? Não é um menino? – Kei, incomodado. Não gostava de menininhas, seu negócio era tipo Michael Jackson. –Eu sou menino! Tenho torneirinha! – o príncipe respondeu. –Ah, vou comer você do mesmo jeito, eu estou com fome! – o bicho-papão lançou. Mas o cavaleiro negro do cavalo branco, desembainhou sua espada e se pôs à frente do príncipe. –Eu sou Masashi, o cavaleiro negro do cavalo branco e não vou deixar você comer a princesa! – ele disse, tirando seu elmo.

-Isso mesmo seu monstro feio! O cavaleiro branco do cavalo negro vai me salvar! – Hizaki falou, mostrando a língua para Kei. –E você acha que um cavaleiro suporte da ordem de Versailles irá me impedir? Saia da frente, cavaleiro azul do cavalo roxo! – Kei.

Masashi se irritou. E daí que era um suporte? Mas, meninos queridos, a fúria de um homem é pior do que um tsunami. -Peraí, peraí! É cavaleiro NEGRO do cavalo BRANCO. – Masashi, corrigindo os dois.

-Mas o cavaleiro conseguiu salvar o Hizaki? – Takanori perguntou.

-Já chego lá, meu bem. Assim que ele pegou sua espada, começou a lutar com Kei. Infelizmente, a espada era de madeira, pois ele havia sido enganado por uma falsa bruxa da floresta que prometeu torná-lo cavaleiro oficial da ordem de Versailles, em troca da sua espada. –Bruxa desgraçada! – gritou o cavaleiro, quando se deu conta do ocorrido. Jogou a espada longe, e decidiu partir para a luta corpo-a-corpo. Ui, adoro essa parte. –Você não é macho suficiente! Quero ver você tirar essa armadura e lutar pelado contra mim! – o monstro desafiou. Masashi se irritou, e começou a tirar a armadura e as roupas, ficando nu. –Pronto seu monstro! Agora venha! Hizaki tampou os olhos para não ver o cavaleiro como veio ao mundo. Não que a visão fosse ruim meus pequenos, mas entendam que Hizaki tinha 12 anos apenas. Tais coisas não eram permitidas. O monstro e o cavaleiro começaram a rolar pelo chão, a se descabelarem e brigar. O pequeno príncipe então, pegou seu celular MP100 e ligou para o cavaleiro comandante da ordem de Versailles, sir Kamijo de Peni Gran. 

-Espera aí! Não existiam celulares nessa época tio Gackt! – Yutaka.

-Você estava lá por acaso pra saber? Quer competir com o grande Gackt de Baunilha e sua Magnum? QUER?

-Não, não tio Gackt! A Magnum não! – Yutaka, se escondendo atrás de Suzuki.

-Voltando... sir Kamijo de Peni Gran estava na távola redonda tentando compor uma música.

-Távola redonda? Tipo Rei Arthur? – Suzuki, empolgado.

-Rei Arthur? Nada, meu querido. Ele estava cagando, evacuando, fazendo caquinha. Távola Redonda era a privada do banheiro da ordem de Versailles. Ele estava pensativo, com as calças arriadas e com um bloquinho de anotação. Mas aconteceu que sua caneta havia sumido, e ele começou a cantarolar: -Aaaah rapaz sumiu a canetaaaa...Informação útil: esse se tornou depois um sucesso de uma banda muito famosa. ENFIM! Lá estava sir Kamijo de Peni Gran em seu momento do dia. Até que...seu celular começa a tocar. –BONJOUUUUUUUUUR HONEEEEEEY! Er...é você alteza? Kamijo de Peni Gran, pode falar. O quê? Um monstro? Já estamos indo! Ele saiu do banheiro rapidamente, nem levantou as calças direito. Sir Teru Bonék de Olin estava no sofá remendado, e se levantou rapidamente: -Oh, GRANDE cavaleiro Kamijo! O que se passa? – perguntou ele. –A princesa está em perigo! Desembainhem as suas espadas! – sir Kamijo respondeu. –Assim como a sua sir? – Teru Bonék de Olin perguntou. É claro meus amores, que sir de Peni Gran entendeu o que ele quis dizer, e na hora levantou a sua calça. Começou a assobiar, e então, sir Yuki de Baquê Pequen apareceu. A ordem de Versailles estava pronta para a sua missão.

-Tio Gackt! E o rei e a rainha? Ou Hizaki era órfão como a gente? – Yuu.

-Bem... o castelo era enorme, e eles nem ouviram o coitadinho pedir socorro. Deviam estar muito ocupados ampliando a linha de herança da família real... Nos aposentos de Hizaki, sir Masashi cavaleiro negro do cavalo branco ainda brigava com Kei, o monstro que saiu do armário. Hizaki tentou ajudar dando travesseiradas em Kei, mas tudo que conseguiu, foi deixar sir Masashi inconsciente após uma dessas bem dada em sua cabeça. –E agora, pequeno príncipe, quem poderá te defender? Heeeein? – Kei gargalhava, se aproximando mais e mais da nossa menina dos olhos vesgos. E então, pela janela, alguém disse: -Eooo! O chaporin cororado! O rapaz que aparecera pela janela usava um traje vermelho com um coração amarelo com as iniciais CH. Ao pular para o quarto, ele tropeça e cai no chão. –O senhor está bem? – Hizaki perguntou. –Sim! Meus movimentos são friamente calculados...eu sou Miku Cororado! Vim salvar o príncipe! Kei diz: -Há! Não é o rapaz da cafeteria do vilarejo? Grande coisa. –Olha só! Eu vou pegar a minha marreta biônica hein? – Miku ameaça, levantando a marreta biônica, um grande martelo de balão de festa de criança.

-E ele salvou o Hizaki-chan? – Kouyou.

-Eles começaram a lutar, mas então, a ordem de Versailles apareceu. –PRÍNCIPE HIZAKI! Você está bem? – sir Kamijo pergunta, abraçando o rapazinho. –Eu estou com medo, grande Kamijo! E Masashi-sama está desacordado! – Hizaki, apontando para a cama, onde jazia o rapaz ainda nu. Enquanto os cavaleiros lutavam com o monstro, Kamijo estapeava Masashi para ver se ele acordava. Finalmente, ele abre os olhos. –Sir Kamijo de Peni Gran! Oh! – se levantando rapidamente e se curvando. –Estou impressionado, cavaleiro-suporte da ordem de Versailles. – sir Kamijo diz. –É? Matei o monstro? – Masashi, todo feliz.

-Não, seu imbecil! Me refiro ao tamanho de sua, ahn, espada. Pode entrar para a ordem. – Kamijo. –Oh! Finalmente não serei mais o cavaleiro negro do cavalo branco, serei sir Masashi? –Eu me referia à ordem de meus aposentos, não à ordem de Versailles. – Kamijo, tirando as esperanças do coitado.

Porém, eles não tinham tempo para discussões banais e sexuais. Precisavam matar Kei!

-Hahaha, mesmo que me matem, a bruxa da floresta virá atrás do príncipe! – ele alegava.

-Sir Yuki de Baquê Pequen! Enquanto eu o seguro, crave essa estaca no coração dele! – Teru Bonék de Olin pedia.

-Tio Gackt! Só vampiros são mortos assim! Se Kei era o bicho-papão, COMO ele morreria? – Yutaka.

-Er... nem todos os vampiros morrem assim. Alguns viram purpurina meu bem, como aqueles pivetinhos de Crepúsculo. Posso continuar? Já estou chegando ao orgasmo! Digo, ao clímax! – Gackt disse.

Os meninos concordam, até mesmo porque estavam com muito sono.

-Como eu dizia...sir Yuki acabou matando o monstro que saiu do armário, assim que enfiou uma estaca em seu coração, com a ajuda de sir Teru, e de Miku Cororado. O corpo do monstro virou cinzas. Todos comemoram, e Hizaki estava a salvo... BRINCADEIRINHA! Assim que mataram Kei, uma névoa negra invadiu o quarto, um furacãozinho. E dele então...ELA APARECEU!

-Quem? Quem? Quem? – os meninos.

-A BRUXA DA FLORESTA!

-OOOOOOH...-os meninos.

-É aquela maldita! – Masashi estava muito irritado. Hizaki estava atrás de Kamijo, com muito medo. Da névoa, aparece um ser de cabelos longos e negros, vestindo um sobretudo. –Cof, cof, cof... hoho, esse truque da névoa acaba com meus pulmões mais do que cheirar gatinhos. Eu sou Mana-Sama, a bruxa da floresta! Todos gritam de susto e de terror.

-Velha reumática e desgraçada! Devolva a minha espada! – Masashi exigia.

-Escute aqui, dear. Velha reumática é a sua mãe. E eu não vou devolver a sua espada...mas o que acontecia aqui? Alguma festinha do pijama? – Mana tirava sarro dos nossos heróis.

-Mana-Sama? O padre? – Takanori.

-Ssssh! Claro que não, é outro...Voltando à história...-Estamos aqui para proteger o príncipe! – sir Kamijo dizia, apontando sua espada para a bruxa. –Há...ha...ha. Não se esqueça sir Kamijo que fui EU que fiz jus ao seu nome de cavaleiro. Do mesmo jeito que aumentei, posso diminuir...-a bruxa estava decidida. –Fique longe da espada de sir Kamijo! – Hizaki agora queria entrar para a briga. –Um pirralho? Eu vou levá-lo à minha casa de doces na floresta e roubarei a essência da sua juventude! Roubarei tudo que é seu, exceto a vesguice. Isso eu deixo com você de lembrancinha. – Mana falava, apontando seu dedo indicador com sua unha imensa pintada de rosa choque flúor. –Sir Kamijo, socorro! – Hizaki gritava, agora sendo segurado nos ombros da bruxa. –Nada tema, alteza! Estamos aqui para protegê-lo, mesmo que me custe o tamanho da minha espada! – sir Kamijo estava determinado a matar a bruxa. Os três cavaleiros, o cavaleiro suporte, e Miku Cororado sabiam que precisavam unir forças para derrotar o grande Mana-Sama. Assim sendo, travaram uma luta com ele.

-Vou transformar todos vocês em doces e comê-los! Menos o Masashi...em você vou passar muito chocolate, pegar uns morangos e teremos eternamente noites de sexo selvagem. Será meu escravo sexual, hohoho! – a bruxa. –Eu não quero mais matar a bruxa. Posso levar ela pra casa? – Masashi. –Está louco? Ela vai seqüestrar o príncipe! – sir Teru. Em um momento de distração com a sua cinta-liga que acabava de se soltar, a bruxa não percebeu que Hizaki levantava seu sobretudo. –É UM HOMEM! – ele diz.

-A BRUXA ERA UM TRAVECÃO? – Suzuki.

-Exatamente, meu docinho de coco. Era um traveco.

-Ooooh! – as crianças, ouvindo.

-Eu sou gay! E agora? – Masashi estava tendo crise de opção sexual. –Não seja por isso, me seduza que eu te como....com vigor! – Kamijo, aproveitava a deixa. –Depois a gente resolve, vamos matar a bruxa, agora! – sir Yuki. E enquanto Mana-Sama se ocupava com a cinta-liga solta, sir Kamijo corta a cabeça dele, que voa aos pés de Miku Cororado.

–Príncipe maldito! Eu voltarei! – a cabeça ainda ameaçou, mesmo sendo jogada pela janela.

-Vamos por fogo no corpo. Funciona! – Kamijo. –Ahn? E funciona? – sir Yuki. –Li em Anne Rice.- sir Kamijo. E então, eles saíram para o jardim, e queimaram o corpo da bruxa. Ela nunca mais voltaria, e todos viveram felizes para sempre. Fim.

-Mas... o que aconteceu com os cavaleiros? – Suzuki.

-Bem... Masashi continuou vagando como andarilho, sempre se apresentando como o cavaleiro negro do cavalo branco, e ele nunca soube se era gay mesmo. Sir Kamijo de Peni Gran, sir Teru Bonêk de Olin, e Yuki de Baquêt Pequen continuaram protegendo o príncipe, e a ordem de Versailles ficou muito conhecida. Miku Cororado nunca mais foi visto, e Hizaki acreditou até seus últimos dias de vida, que ele era Jorjão, seu amigo imaginário. Agora, vão dormir meus queridinhos. – Gackt, se despedindo deles.

Os garotos foram dormir, mas mais tarde, naquela mesma noite, uma barata apareceu no banheiro e assustou Takanori que estava lá.

-E agora, quem poderá me defender?

E de repente, sem local definido, surgiu um ser dizendo:

-Eooo! O Miku Cororado!

-FIM-

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