Feliz Dia do Sorvete, Draco! escrita por Ann Vinyso


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

• Eu conheço sorvete caseiro como "mousse", porém há quem diga que são duas coisas diferentes...



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— Droga! — Draco bufou quando seu caldeirão espirrou, pela terceira vez, o líquido doce e pegajoso sobre ele. — Não pode ser tão difícil, por Merlin!

O rapaz mexia com dedicação a poção que, aos poucos, adquiria um tom avermelhado. Ele não conseguia sequer imaginar como os trouxas conseguiam preparar aquilo sem a ajuda de magia. Parecia tão difícil para que seres não mágicos pudessem prepara-la com tanta perfeição.

Olhou mais uma vez para o pergaminho amassado que ele escondera, mais cedo, entre as vestes. A caligrafia da Granger lhe irritava os olhos, pois era quase como se jogasse na sua cara que uma sangue-ruim era melhor do que ele no preparo de uma guloseima tão simples.

Leite condensado, creme de leite e suco de qualquer sabor!” – era o que dizia na receita, mas quem disse que Draco sabia onde encontrar tudo isso? Por isso, improvisou da melhor forma que pôde com o que tinha em casa. Estava torcendo para que a casa não explodisse, pois a poção agora fervia e borbulhava perigosamente.

Ele aproximou o rosto do caldeirão para sentir o cheiro melhor e... Cabum! Ficou coberto por aquela mistura vermelha, pegajosa e enjoativamente adocicada. Passou a língua pelos lábios e constatou que não chegou nem perto do sabor que almejara. Choramingou, vencido, e sentou-se numa cadeira emburrado.

Assustou-se quando sentiu um dedo deslizar por sua face e levantou a cabeça para contemplar Harry levando o indicador à boca. O moreno provou o gosto por alguns segundos e, por fim, fez uma careta, para total raiva e frustração de Draco.

— Mione me contou que você queria fazer sorvete caseiro! — Potter falou cuidadosamente enquanto entrava na cozinha suja e depositava algumas sacolas no canto mais limpo que achou na mesa. — Ela sabe da sua fama como cozinheiro... — Ele continuou, cauteloso, ao notar o humor ácido do outro. —... e achou por bem me alertar. — Deu um risinho bagunçando os próprios cabelos com a mão direita.

— Eu só queria te fazer uma surpresa. — Draco falou baixinho com voz de choro. — Que saco! Eu não sirvo nem para fazer sorvete! — Sua voz soou irritada, mas Harry pôde perceber que, no fundo, ele estava magoado.

— Tudo bem, meu anjo! — O moreno se ajoelhou aos pés da cadeira em que o outro estava sentado e sorriu. — Você serve para muitas outras coisas. — E deu uma piscadela seguida de um sorriso travesso.

Percebendo o que aquela frase significava, o loiro corou – algo facilmente identificável por causa da sua pele branca como sorvete de coco.

— Não me enche, Potter! — Ele não daria o braço a torcer tão facilmente. Virou o rosto para o outro lado, pois estava à beira das lágrimas.

Harry nada disse, apenas se ergueu e começou a caminhar pela cozinha. Pegou um aparelho trouxa e algumas caixas que trouxera nas sacolas. Depois de depositar tudo lá dentro, ligou a geringonça movida a eletricidade. Alguns minutos e muitos barulhos irritantes depois, ele derramou numa tigela de vidro azulado um creme esverdeado que cheirava a limão. O estômago de Draco reclamou ao sentir o aroma agradável que vinha daquela mistura.

— Vem cá! — Potter saiu puxando o loiro pela mão e o conduziu ao banheiro para que se lavasse e tirasse toda aquela poção doce antes que as formigas o atacassem.

Quando Draco finalmente saiu do banho, encontrou o moreno sentado na cama de casal com um lindo sorvete caseiro de limão. Tinha também uma colher na mão e um lenço jogado ao seu lado no colchão.

— Oxe, o que é isso, seu idiota? — O loiro falou sorrindo, já menos chateado com seu fracasso gastronômico. — Vai comer sozinho? Mesmo depois de todo o trabalho que tive tentando preparar uma surpresa para você?

Harry colocou a tigela de lado e se levantou. Caminhou até Draco e o abraçou sem dizer nada. Quando se separaram, o sonserino percebeu que estava com as mãos atadas às costas. O moreno o puxou até a cama e, usando o lenço, vendou-o.

— O que diabos pensa que está fazendo, Potter? — Malfoy resmungou ao perceber-se sentado e preso à cabeceira da cama e sem poder enxergar o que o outro fazia.

Estava sem camisa, pois tinha acabado de sair do banho, e se amaldiçoou por isso quando sentiu algo gelado contra seu ombro esquerdo. O creme deslizou pelo corpo e parou no cós da sua cueca, causando calafrios por onde passava.

— Feliz dia do Sorvete, Draco! — Harry disse antes de lamber o local onde, segundos antes, estivera o sorvete de limão.


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