Minha irmã não pode conter o ganido de exclamação que se instalou em sua garganta assim que a parede dos fundos do Caldeirão Furado, um restaurante-pensão, abarrotado de pessoas falantes que estavam vestindo roupas engraçadas, se abriu e revelou uma rua de Londres que nunca havíamos visto em nossas vidas. Várias pessoas corriam para todos os lados naquela rua e logo na entrada havia um arco que dizia:

“Bem-vindo ao Beco Diagonal”

 - Uau – exclamei.

— Uau não chega nem perto maninha. – completou Yannis.

Puxei Yannis pela rua, ficando mais maravilhada a cada faixada de loja que que passávamos. Havia uma grande livraria chamada “Floreios e Borrões”, um fabricante de varinhas chamado “Olívaras”, uma loja de vassouras voadoras, uma papelaria que não vendia cadernos e canetas, mas sim penas e pergaminhos. Havia também uma loja de animais e uma especial para corujas. Algumas lojas de roupas e então maior que todos os outros prédios o Gringotes, o banco dos Bruxos, como mencionava a carta.

— Bom, a primeira coisa que temos que fazer é abrir uma conta para você.

— O que? Então eu posso ir?

— Acha que sou capaz de negar a você tudo isso, depois de ver com meus próprios olhos? – eu a abraço em resposta e ela completa – Papai e mamãe estariam enlouquecendo de alegria, principalmente papai que sempre amou essas histórias.

Corremos então para o Gringotes onde nos deparamos com duendes carrancudos. Com medo de agir de maneira inadequada com ele minha irmã foi até um dos guardas da porta e disse:

— Desculpa incomodar, mas minha irmã recebeu uma carta de Hogwarts a dois dias atrás e queremos abrir uma conta para ela, mas eu não sei o que devo fazer...

— Sua família não tem uma conta? – perguntou o guarda ruivo.

— N-Não, minha família não é Bruxa, somente minha irmã, não sabíamos até dois dias atrás. – ela fala meio constrangida.

— Há, uma nascida trouxa, não se preocupe vou lhe mostrar o que deve fazer... – Diz ele gentilmente e nos encaminha para os duendes.

Cerca de uma hora depois estamos de saída com a bolsa de minha irmã recheada de moedas de ouro, prata e bronze, com nomes engraçados e valores confusos. Na saída cruzamos com o guarda que nos ajudou.

— Obrigada... – digo a ele.

— Merece e seja bem-vinda, você parece uma garotinha simpática e estudiosa, amará Hogwarts.

— Você também estudou lá? – pergunta minha irmã.

— Estudei sim, me formei já tem uns anos.

— Alguma dica mais? – peço.

— Leia quantos livros poder antes de ir para lá... é bom que conheça melhor nosso mundo, pois ele pode ser bem complexo, do mais, divirta-se e não deixe que nascidos bruxos a apavorem, algumas famílias de sangue puros podem ser bem difíceis de lidar e quando chegar a Hogwarts, se precisar de ajuda em alguma coisa procure por meus irmãos, esse ano terei quatro lá. São os Weasley todos bem parecidos comigo.

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Minha irmã e eu compramos tudo que precisávamos e conseguimos chegar em casa antes de seu namorado aparecer para jantar o que nos deu tempo de arrumar e guardar minhas coisas no sótão prontas para o dia 1 de setembro. Conseguimos comprar também a passagem do expresso Hogwarts que saia exatamente as 11 horas como frisava no bilhete. E minha irmã, afim de me dar um presente para me parabenizar por ter ingressado em Hogwarts surgiu com uma coruja e um livro sobre corujas, que ao que parece, eram o correio do mundo bruxo.

Mais tarde naquele dia o namorado da minha irmã, o John, chegou no instante em que soltávamos minha coruja, Gipsy, para que levasse minha confirmação para a escola. Nós combinamos que seria melhor que ele não soubesse nada sobre mim e minha nova vida e fomos recebe-lo como de costume. A noite se passou rápido assim como o resto do mês de julho e todo o mês de agosto e então quando acordei naquela manhã ensolarada que escondia a brisa gelada que começava a surgir no outono eu não podia estar mais ansiosa e nervosa.