Sentia em seu corpo todas as dores da última batalha, o seu sangue escorria dos ferimentos em várias partes do corpo, a tristeza invadia o seu coração, ver os seus amados cavaleiros de bronze mortos era um sofrimento que nunca imaginou sentir.

Acordou com os seus próprios gritos, tudo não passava de lembranças do passado, agora a única coisa que podia fazer pelos seus queridos amigos era viver e tentar ser feliz, algo que eles não conseguiram.

Tudo que lhe restava era as memórias do tempo que era uma deusa e lutava junto dos seus cavaleiros para protegerem as vidas das pessoas, não tinha certeza se tinha feito as escolhas corretas, mas isso não importa pois o tempo não volta.

A castanha levanta cedo da cama para ir trabalhar, faz anos que tinha assumido a presidência das empresas que seu avô adotivo lhe deixou, fez faculdade de administração e com determinação formou sendo uma das melhores alunas da turma.

No seu coração agora cultiva bons sentimentos, toda a arrogância que possuía na adolescência deu lugar a solidariedade e a caridade, participa de projetos humanitários na Grécia e no Japão.

O seu olhar de superioridade agora não existe mais, finalmente entendeu que não é melhor que as outras pessoas por ser rica, o que mais desejava era poder estar ao lado daqueles que tanto lutaram para lhe poder e não soube lhes dar o valor que mereciam.

As vezes se senti muito solitária mas não consegui abrir o seu coração para romance, pois não consegui esquecer que por sua causa muitas pessoas sofreram, mesmo que tenha pagado pelos seus erros não consegui se aproximar de nenhum homem.

Após tomar o seu café da manhã, sai de carro e vai até o orfanato do qual é dona, como não tem dom para cuidar de crianças, tem o costume de não se aproximar delas.

Algo no seu coração lhe diz para visitar as crianças, ao fazer isso seu coração bate mais forte ao ver uma menina de pele morena, mesmo não se sentindo segura pego o bebê em seus braços e pela primeira vez após anos consegui sorrir com sinceridade.

A pequena menina sorri ao estar naqueles braços estranhos, levanta uma mão e segura o cabelo da mulher que lhe sorri.

A castanha não se importa da menina puxar os seus longos cabelos, alguns minutos depois coloca a pequena novamente no berço e sai do orfanato, senti algo diferente no seu coração, sabe que isso diz respeito ao bebê.

Sua mente está confusa, ao mesmo tempo senti que precisa estar com aquela criança no colo, acha que não tem o direito de querer a adotar por causa do seu passado e ser por solteira.