“Eu preciso ir Rose. É importante para mim”

As palavras dele ecoavam na cabeça da jovem ruiva, que a horas chorava encostada na porta do apartamento que antes dividia com o namorado no centro da Londres bruxa. Fazia algumas horas que o loiro havia saído pela porta da frente dizendo que ia embora trabalhar na Alemanha como auror, os dois brigaram, ele disse que não atrapalha a carreira dela como medibruxa e que ele precisa ir  e saiu levando todas suas coisas deixando a garota para trás.

Ainda estava com a roupa que havia chegado em casa depois do plantão, a bolsa estava no sofá da sala ao lado do telefone celular que havia apitado com chegada de uma mensagem.

A jovem levantou ainda com os olhos cheios de lágrimas esperando que o loiro voltasse e dissesse que era tudo um engano. Pegou o aparelho e era Albus seu primo.

“Ro o que houve? Scorpius chegou aqui arrasado trazendo todas as coisas dele e disse pro meu pai que estava pronto para partir. Não entendi muito bem, ele não falou comigo pegou uma chave de portal e sumiu”

Então realmente era verdade. As lágrimas voltaram a rolar pelo rosto alvo, salpicado de sardas, vermelho pelo tanto que a ruiva havia chorado.

“Eu não sei Al, só sei que acabou”

Envio para o primo jogando novamente o celular no sofá e caindo no chão chorando novamente.

Estava em sua sala no hospital, as olheiras embaixo dos olhos azuis eram provas de noites mal dormidas ou poucas horas de sono. Estava tão cansada que não viu a jovem loira adentrar na sua sala

—Você está horrível.

Quando levantou os olhos viu a figura feminina a sua frente lhe encarando com os olhos cinzas. Os longos cabelos estavam presos em um rabo de cavalo baixo e ela vestia roupas normais para uma bruxa puro sangue.

—O que faz aqui Lyra? - disse a ruiva olhando seriamente para jovem a sua frente.

—Ver você. - disse sentando na cadeira de frente a mesa de Rose. - Eu e Al estamos preocupados com você, na verdade todos estamos Ro.

— Já cumpriu seu papel agora pode ir. Tenho muita coisa para fazer aqui. - disse a ruiva apontando para porta.

—Rose já faz mais de um mês.

— E o que isso tem haver Lyra? Seu irmão me deixou sem nenhuma explicação e acha que eu ficaria bem? 

—Se trancar nessa merda de hospital também não é solução! Você não vai para a casa tem quatro dias! - enfatizou a loira. - E pelo que Anthony disse você não está comendo direito ou dormindo direito aqui dentro. você que só enfiar cabeça no trabalho para esquecer o que Scorpius fez, mas isso só está te fazendo mal. Mas que droga Weasley. - falou exaltada.

Rose estava estática em seu lugar, não sabia o que dizer, havia deixado todos preocupados com ela sem nem perceber.

—Meu pai mandou você ir para casa. - falou a loira. - Disse que se te pegar no hospital dentre dois dias, vai te dar uma advertência de uma semana, e sabe que Draco Malfoy não brinca. - falou indo até a porta. - Vá para casa Rose, descanse, se precisar me ligue. - nisso saiu.

Era difícil entrar em casa ainda, mesmo depois de quase três meses. As coisas ainda estavam no mesmo lugar. tudo ali havia sido escolhido e comprado por Rose e Scorpius dois anos depois que saíram de Hogwarts. Havia quatro anos que estavam morando juntos, e todos achavam que o Malfoy fosse pedir a mão de Rose até o fim do ano. Porém em julho Scorpius partiu sem explicações ou mandar notícias. Pelo menos para ela.

Ao entrar no quarto do pequeno apartamento ainda havia algumas coisas dos dois pelo local. A cama de casal estava impecável, já que desde daquele dia Rose não dormia nela. O guarda-roupa estava com o lado do loiro vazio, a ruiva nem se deu o trabalho de mudar as coisas de lugar. Fotos deles estavam pregadas na parede como um mural que haviam feitos juntos, muitas eram de Rose, mas haviam várias dos dois.

Rose foi caminhando devagar até a parede e pegou uma foto onde havia ele e o loiro em Hogsmeade, no Caldeirão Furado em pleno aniversário de Rose no 6º ano. Os dois riam na foto, havia dois meses que eles haviam começado um pequeno romance, já que sempre foram melhores amigos, pois infelizmente para Ronald Weasley a filha havia caído na Sonserina junto com Albus.

A ruiva teve muitos problemas de aceitação quando entrou em Hogwarts. Primeiro as pessoas a achavam esnobe por ser filha de Hermione e Ronald, segundo cair na sonserina lhe afastou da maioria de seus primos, menos Albus. E por mais linda que fosse ao passar dos anos ela não se encaixava nos padrões de beleza impostos. Ruiva demais, branca demais, sardas demais, cachos demais.

Scorpius aos poucos foi  desconstruindo o muro que a ruiva havia criado em si. No primeiro ano se tornou amigo de Al, e sua irmã amiga de Rose. No terceiro ano já eram melhores amigos, para tristeza de Rony. No quinto ano o loiro começou a gostar de Rose, mas as inseguranças da garota em relação a sua aparência sempre lhe impediam, e por mais que Rose também, gostasse dele, não acreditava que fosse correspondida, mesmo que na festa de Halloween escondida de James Potter eles tivessem se beijado, Rose sempre dizia que eram somente amigos. 

Mas tudo mudou no sexto ano, nenhum dois sabia quando exatamente, mas depois daquele beijo enquanto estudavam para Poções na sala dos monitores o convívio dos dois não foi mais o mesmo.

E olhando ali aquela parede cheia de fotos e lembrança dos dois, com a noite chegando pela janela,  o coração da ruiva sangrava, e não havia ninguém para aquela dor.

Aquele com certeza não era o melhor dos natais. Mesmo na toca, mesmo com toda sua família e amigos próximos, aquele não estava sendo um bom natal. Para todos os lados todos estavam de casais, pelo menos a maioria.

Hugo seu irmão estava com a namorada Alice Longbottom perto da lareira com um casal perfeitamente apaixonado. Lily Luna Potter estava no jardim rindo com o noivo Anthony Zabine, medibruxo como Rose, os dois riam com Dominique Weasley e James Potter o casal capa das maiores revistas bruxas. No centro da sala estavam Roxanne Weasley com a namorada Lia Parkinson e Louis Weasley e o companheiro Raphael Nott. Molly II e Fred II estavam conversando com Victoria e Ted, já que a Molly estava grávida de seis meses do primeiro filho dos dois e o casal de primos mais velho já estava no segundo filho. Lucy Weasley apresentava o namorado americano para os avôs, que sorriam alegremente para todos.

Já Rose estava na velha casa na árvore que seu avô havia construído quando os netos começaram a nascer. Olhava todos os parentes do alto da velha casa. Já havia se passado da meia noite, eram quase uma da manhã e todos estavam alegres e felizes, menos ela. Não estava com clima para festa este ano, havia vindo para não desagradar os pais e os avôs. Trouxe consigo para desfrutar do momento a sós na casa da árvore uma garrafa de FireWhisky que já estava na metade. Ela queria ir embora porém, ali parecia melhor do que aquele apartamento vazio. Rose havia tirado tudo que era dele ou lembrava ele de sua vista e colocado em uma caixa grande no fundo do armário. Mas ainda sim, era difícil ficar em casa. Grande demais para apenas ela.

Sentiu seu primo sentar ao seu lado na velha casa. Al estava de terno, com a gravata frouxa e os primeiros botões da camisa abertos, os olhos verdes idênticos ao de Harry estavam olhando para o mesmo lugar que a prima. Albus era fisicamente uma cópia fiel do pai.

—O jantar estava chato sem você. - disse o moreno.

Rose ainda continuou em silêncio e tomou mais um gole da garrafa.

—A senhora Malfoy perguntou de você. disse que lhe enviou convites e nenhum foi respondido.

—Pedirei desculpas ao senhor Malfoy.- disse Rose.

Albus olhou triste para a prima. Se visse Scorpius hoje daria um murro na cara do mesmo só pelo estado da prima. Ninguém entendia o que havia acontecido, seu pai não havia explicado o que Scorpius estava fazendo e o loiro praticamente só havia mandado duas cartas nesse cinco meses.

—Ele não veio pro natal. E também não envia notícias a família. Astória estava destruída.

Rose olhou para o primo com uma feição triste e sem vida.

—Eu estou afundado Al e não tem ninguém para me salvar.

Rose olhava o novo apartamento de forma agradável, era março ela havia descido sair daquela casa vazia e cheia de lembranças. Depois do ano novo sua vida começou a andar aos poucos no eixo. Não chorava mais todas as noites, somente aquelas em que a saudade era gigante. Não fazia mais loucuras como trabalhar diversos dias seguidos. Mas havia adquirido o hábito de beber quando estava em completa solidão. A presença de Scorpius ainda era grande em sua vida, mesmo o loiro estando distante. Ainda tinha mania que havia adquirido com o convívio entre os dois. Nada de café puro, sempre com leite, nada de doces antes de dormir, nada de sapatos dentro de casa, sexta era noite de pizza, e entre outros costumes que os dois tinham quando estavam juntos. Rose ainda se perguntava se Scorpius seguia esses costumes. A noite ainda lembrava do loiro e sempre imaginava sua porta sendo aberta e ele entrando com o sorriso que tinha.

Rose havia entrega de mais ao Malfoy, não sabia como voltar a ser ela sem ele.

Nem mesmo o vestido elegante era capaz de esconder o tão magra que estava. Nesse último ano havia emagrecido muito depois do partida de Scorpius, ainda mais com a nas últimas semanas com um possível encontro com loiro. 

Albus e Lyra anunciaram o noivado oficialmente. Rose como prima, melhor amiga e madrinha deveria ir a festa.

Mas estava sentada em sua cama de frente ao seu espelho. Estava magra o vestido comprova isso, era verde esmeralda, mangas três quartos de renda fina transparente indo até o colo, onde os ossos do de rose estavam um pouco amostra, nas pontas da manga haviam renda de flores assim como na divisão do ombro e na gola, o busto era todo de renda com um forro tomara que caia que marcava a cintura de Rose, abrindo uma saia solta do mesmo tecido da manga  com bordados nela, e por baixo um foro de renda que iam até o joelho. No rosto somente um corretivo leve de baixo dos olhos para esconder as olheiros, lápis marrom na linha d'água e máscara de cílios, não havia passado mais nada, não queria esconder suas sardas. Mas não havia conseguido controlar os cachos, ainda mais que inventar de cortar os cabelos na altura do ombro então estava com sua verdadeira juba.

Já eram quase nove e meia e fazia mais de uma hora que estava olhando para seu reflexo no espelho. Já tinha duas ligações de sua mãe na caixa de mensagem, uma de seu irmão, quatro de Albus e dez de Lyra, sem contar as inúmeras mensagens que estavam apitando no pobre aparelho trouxa.

Era em momentos assim que entendia a escolha de chapéu seletor, era covarde demais para ser da Grifinória. 

Seu telefone tocará mais uma vez, incomodando seus pensamentos. Era melhor desligar o aparelho, Levantou caminhou até a penteadeira ao lado do espelho. onde estava a pequena bolsa preta e o telefone ao lado, se assusto com quem ligava. Atendeu o telefone com certo receio.

—Rose minha filha onde você está? -a voz de seu pai invadiu seus ouvidos.

—Em casa, no meu quarto. - disse a ruiva de forma mais normal.

Pode ouvir seu pai suspirar pelo telefone, pelo pouco barulho estava nos jardins da mansão Malfoy.

—Ro, minha flor. Precisam de você aqui. - disse seu pai calmamente, o que era raro vindo de Ronald Weasley. - A menina Weasley está um ponto de surtar e Albus estava andando de um lado para o outro sem saber o que fazer. - suspirou mais uma vez o senhor Weasley. - Eles precisam de você Rose.

Nisso desligou.

Estava em pé sorrindo, o telefonema de seu pai havia feito a ruiva cair a ficha, aquilo não se tratava dela e sim de AL e Lyra seus melhores amigos. Então havia aparatado quarto da loira que jogava todas as coisas no chão na hora que Rose apareceu, xingando a amiga, mas agradecendo por ela ter vindo.

Como boa madrinha que era, ajudou seu primo com os convidados e verificou se todas as coisas estavam no lugar.

Agora já quase onze e meia, ela estava encostado em uma pilastra observa os noivos no centro da pista de dança improvisada no meio da sala da mansão Malfoy.

Albus estava com uma camisa social branca com as mangas dobradas até os cotovelos sem gravata e o dois primeiros botões abertos. Usava uma calça preta social assim como o sapato. Os cabelos estavam do mesmo jeito rebelde de sempre e os olhos verdes, não saiam de Lyra que havia rido de algo que o moreno disse. Lyra estava realmente linda, os cabelos soltos, maquiagem leve marcando os seus lindos olhos cinzas, com um sorriso angelical que não saia do rosto da jovem. O vestido era de renda branca com forro bege, era justo até a cintura e não tinha mangas compridas e a saia era maior atrás e menos na frente, mas sempre abaixo do joelho.

Todos no salão assim como Rose admiravam o casal. que parecia ter sido feito um para o outro.

Quando a música acabou os dois ainda se olhavam enquanto todos aplaudiam o mais novo casal de noivos.

—Espero que não tenha chegado para o final da festa. 

todos olharam para a entrada da casa ao ouvirem a voz.

—Scor. - Lyra gritou e correu ao encontro do irmão.

Albus foi atrás da noiva mas não com tanta pressa.

A loira pulou no colo do loiro que a rodou pelo ar rindo.

—Estava com saudade de você pequena.

Rose tremia no lugar que estava. O loiro estava mais forte, era possível os músculos pelo tanto que a camisa branca estava marcada por debaixo do blazer preto. Os cabelos loiros quase platinados estavam com mesmo corte e ele havia deixado a barba crescer, coisa que a ruiva sempre pediu para ele fazer.

—Achei que só viesse para o casamento. - falou Albus compartimentando o amigo um pouco recuso.

—Na verdade era para termos chegado antes, mas o chefe do departamento Alemão não estava aceitando meu relatório final, então atrasou a nossa viagem.

—Nossa viagem? - repetiu Lyra.

—Esqueci de apresentar. Pode vir - disse chamando alguém do lado de fora. 

Ao entrar no salão o mundo de Rose se desfez outra vez. Era uma jovem alta, magra, mas com o corpo todo na proporção, o que fez a ruiva se sentir mais magra ainda, o rosto fino claro de nariz perfeito e duas belas orbes azuis, um sorriso de alta classe e os cabelos loiro caindo sobre as costas abertas pelo vestido vermelho modelo sereia que usava. Era a perfeição em pessoa. 

—Esta é Verena Kiefer. Esses são minha irmã Lyra Adhara Malfoy e meu melhor amigos Albus Severus Potter.

—É um prazer conhecer vocês, Hyperion fala muito em vocês. - disse ela com um pouco de sotaque.

Albus e Lyra não entendiam quem era aquela jovem a sua. Scorpius nunca havia falado dela para algum deles, nem mesmo nas cartas que mandava aos pais.

—Engraçado, nunca ouvimos sobre você. - disse Lyra um pouco áspera.

—Lyra! - censurou Scorpius.

Lyra olhou para o irmão com um olhar de depois conversamos .

—Sinta-se a vontade senhorita Kiefer. Eu preciso falar com… Onde ela foi? - disse Lyra olhando para o ponto onde minutos antes Rose estava. 

—Merda. - disse Albus olhando para onde a noiva olhava. - Lyra meu amor, encerre a festa por mim, eu vou atrás dela, antes que cometa uma loucura. - falou olhando para a noiva que assentiu com a cabeça. - E você Malfoy temos muito que conversar. - disse olhando para Scorpius.

Albus deixou os três sozinhos enquanto Astoria e Draco se aproximavam.

—O que houve?- perguntou Draco ao ver o genro correndo.

—Papai encerre a festa por favor eu vou para meu quarto, esperar notícias de Al.

—Onde Albus foi minha pequena? - perguntou Draco.

—Onde o Senhor acha papai, atrás de Rose. - disse Lyra indo em direção aos quartos no segundo andar, mas antes viu a expressão de seu irmão ficar preocupada.

Seus passos a guiavam pelas ruas da londres trouxa de forma perdida e sem rumo, em uma de suas mão trazia uma garrafa de Firewhisky e na outra os sapatos que usava, chovia muito e sua roupa estava encharcada, não conseguia ver nada a sua frente. Ver o Malfoy também a fez mal. Por um instante queria que ele tivesse passado pelo o que ela havia passado, ou melhor passava. A dor que estava em seu peito era muito grande e queria arrancar de dentro de-se ela.

Estava ferida, machucada e sem destino. Estava perdida e bêbada.

—Por que tem que ser assim? - gritou em plenos pulmões no meio da rua. - Você não estava aqui para fazer tudo isso para por Merlim. - gritou outra vez. - Você puxou meu tapete. - disse tomando um gole da garrafa misturada com água da chuva. - Por que doi tanto? - disse fechando os olhos. - Eu só queria estar segura, agora que você voltou. - disse olhando para o céu. - Eu tinha me acostumado a ser quem você amava. 

Rose fechou os olhos mais uma vez, mas foi o tempo suficiente para ouvir o barulho da buzina e as luzes brancas.