Ele sorria. Suas bochechas ardiam pelo rubor que se mostrava em sua pele, sentindo-se envergonhado pela posição em que se encontrava.

O sol brilhava sob seus corpos.

‘Abra os olhos, Draco...’, a voz era suave, e ele se viu atendendo ao seu pedido.

Ele viu esmeraldas... esmeraldas que se mancharam em vermelho.

Então gritou.

*

Ele despertou, trêmulo.

Sua respiração descompassada alimentava ainda mais a sensação de pânico que sentia, enquanto seus olhos tentavam em vão fixar-se em algo em meio a penumbra que o cercava.

Ao longe ele escutou os sons característicos dos pavões de seu pai.

Sentiu-se relaxar ao tomar consciência de que estava em casa, em seu quarto... tão seguro quanto lhe era possível em sua atual circunstância.

Ainda assim, ele tremia. Seus lençóis grudavam-se a sua pele suada e pegajosa.  Em sua mente, olhos verdes tingidos de vermelho o assombravam.

Draco nunca foi um crédulo sobre as artes da adivinhação e os ditos sonhos premonitórios, mas havia algo sobre isso... Não era a primeira vez em que, apesar da incerteza da segurança de sua própria mente, ele se permitia pensar em Harry Fodido Potter, o maldito Garoto-Que-Sobreviveu, mas poderia morrer a qualquer momento porque era um idiota. Draco não fazia ideia de onde ele poderia estar ou mesmo com quem. Não sabia se ele estava seguro ou mesmo se havia um teto e um lençol para cobri-lo.

Sua pele se arrepiou com uma nova sensação de frio que se instalava até seus ossos. A escuridão a sua volta parecia aumentar, ameaçando sufocá-lo.

E do âmago de seu ser, o desejo de correr para o quarto de seus pais se reacendeu, tão comum nos últimos tempos, que já não mais envergonhava-se pelo sentimento infantil.

Mas respirou fundo.

Fechou seus olhos.

E rezou para não mais sonhar.