Fora da Direção escrita por Fhany Malfoy
Notas iniciais do capítulo
Oi, oi xuxu's.
Estória original sem poesia e um pouco mais longa do que o costume, espero que gostem.
POV Laura
Sempre admirei Willian Grace, observava-o de longe, escondida pelos cantos, nunca tive chance de uma conversa, éramos de turmas separadas e que mantinham certa rivalidade, eu não me importava com essa separação e ele parecia uma pessoa neutra. A turma que deveria me acolher era aquela que mais me julgava, taxando-me de louca e me deixando de canto.
Caminhava distraída pelos corredores do internato até que escutei coisas se quebrando numa sala. Resolvi me aproximar e escutar um pouco.
— Que droga, não quero, não sou assim, não participarei dessa guerra, não ajudarei Anthony no seu tipo de dominação estúpida. – era a voz dele, voltou a quebrar mais coisas e a voz se tornou embargada. – Não quero, não quero. – resolvi que já estava na hora de entrar lá.
Abri a porta com cuidado e aguardei que percebesse minha presença. Quando me olhou, eu disse:
— Oi, posso te ajudar? – perguntei.
— Na verdade, prefiro que saia daqui. – respondeu o mais educado possível, seu maxilar estava contraído pela força que fazia para demonstrar que estava bem.
— Eu gostaria mesmo de te ajudar. Eu escutei o que estava dizendo enquanto quebrava as coisas. – desculpei-me com o olhar e prossegui – Eu me ofereço para conversar e até mesmo para te ajudar a não participar disso, seja lá o que for.
Willian olhou-me e suspirou profundamente.
— Só você não será suficiente para me ajudar. Anthony é um imbecil, maluco, manipulador e tem pessoas que apoiam sua ideia. - olhava-me esperando alguma outra solução.
— Posso te levar para Mattheus e Jessica, os dois fazem parte da direção, são os mais bonzinhos e sempre dispostos a ajudar, terão alguma solução. – olhei-o com um sorriso discreto fixo em meus lábios. Não era o tipo de aproximação que eu tinha imaginado, mas ainda assim era um tipo de aproximação. Não era a favor de nenhum tipo de injustiça e para ter visto Willian descontrolado do jeito que estava, Anthony deveria estar planejando algo grande e totalmente surreal e errado.
POV Willian
Anthony era só mais um imbecil, filhinho de papai, o típico filho rico que achava que a Terra girava ao redor da própria cabeça, que via as coisas pelo olhar fantasioso que um pai ausente o tinha dado. Estava pronto para iniciar uma guerra contra os bolsistas do internato que frequentávamos, não achava justo que a ralé, como gostava de chamar, se misturasse com os bem dotados na vida financeira, tão mesquinho, tão estúpido.
Estava sentindo nojo, raiva, angústia pela ilusão que ele vivia e pela estupidez de muitos outros estarem o seguindo.
Que merda que os pais deles ensinavam? Pisar nas pessoas como se fossem insetos indesejáveis?
A cada novo pensamento, eu agradecia completamente pelo jeito que minha mãe me criou e pelo fato de sempre ter sido ela, sem ligar para a opinião da alta sociedade, senão era provável que eu fosse o braço direito de Anthony nessa maluquice toda.
Entrei numa sala vazia e comecei a extravasar minha raiva quebrando as coisas de lá, era a sala de química, tinha muito vidro para quebrar e ficar bem com isso. Depois eu daria um jeito de repor tudo, mas no momento só queria tirar toda a angústia que estava correndo em minhas veias.
Passei um tempo nesse ritual de extravasar e notei uma garota na porta. Era Laura Pacheco. Ofereceu-me ajuda, disse que tinha me ouvido falando em meio as coisas quebrando. E resolvi que podia aceitar, sabia que sozinho não conseguiria resolver isso e sequer brecar Anthony.
Nesse momento estávamos indo falar com Jessica e Mattheus, os diretores suplentes, ela tinha me dito que eles seriam capazes de ajudar. Chegamos em frente a porta e batemos.
— Entre. – duas vozes disseram. Laura e eu nos olhamos e abrimos a porta, seria agora.
— Laura, Willian, o que fazem aqui? – Mattheus perguntou levantando-se e contornando a mesa, se apoiando na mesma de frente conosco. Jessica nos olhava de sua mesa com olhos avaliativos.
Laura deu um passo à frente e começou:
— Oi Matt, Jess. – ambos sorriam calorosos e companheiros, como se isso fosse comum entre os três, dei de ombros, não perguntaria nada agora, isso não era o mais importante do momento. – Olha, encontrei com Willian e... – olhou-me por cima do ombro. – Ele parecia um pouco tenso e desesperado, resolvi me aproximar e perguntar o que estava acontecendo e, gente, não é nada bom. Anthony está fazendo uma revolução para humilhar, expulsar, entre outras coisas contra os bolsistas. Willian não quer se meter, na verdade ele é contra e está tentando pensar em formas de resolver, por isso o trouxe até aqui.
Nesse momento Jessica se levantou de supetão e começou a andar em círculos pela sala. Quando parou, olhou para nossos rostos, suspirou e disse:
— Tinha medo que isso acontecesse, já tem um tempo que tanto Anthony, quanto seu pai mandam cartas um tanto quanto arrogantes e muito preconceituosas para o internato, mas a diretora Sarah Saragoça está tentando abafar isso. Vejo que agora ele está pensando em uma outra maneira de atingir e se fazer ouvir. – os olhos de Jessica eram angustiantes de se ver, tinha tanto pavor ali, meu sangue voltou a ferver.
— Temos que resolver isso, AGORA. – minha voz se elevou assustando todos eles, na verdade, assustando a mim também, nunca imaginei que um dia ficaria tão indignado com algo.
No fim das contas, resolvemos que comunicaríamos as famílias e os próprios bolsistas sobre o que poderia estar vindo contra eles, eram 7 no total e tivemos uma reunião interessante, tanto minha mãe, quanto o pai de Laura se ofereceram para vir na reunião e dar apoio as famílias. Mamãe começou a planejar uma forma de colocar essas famílias em nossa sociedade, ao menos, ao lado que era menos pior de nossa sociedade, o pai de Laura concordou e juntos fundaram o ‘Associação para Melhoria da Sociedade’, um nome super sugestivo, devo dizer.
Laura e eu, bem, nos tornamos super próximos e vivíamos estudando juntos, ela até me incluiu no grupo que era Matt, Jess e ela, éramos quase um quarteto fantástico. Coisa de doido. Me contou o porquê de sua amizade com os diretores suplentes ser tão forte, e ai entendi, Laura era uma garota extremamente forte, sempre mantinha o sorriso no rosto, apesar de tudo que todos sempre faziam contra ela.
Acho que estava me apaixonando.
POV Laura
Como havia previsto, Matt e Jess conseguiram ajudar Willian contra o que Anthony estava planejando. Papai e a Mãe de Will, a senhora Carla Grace se aproximaram bastante, viraram super amigos e até fundaram uma associação.
Will e eu estávamos mais próximos que nunca, o que só fez aumentar minha admiração e minha paixão secreta por ele.
Passamos a estudar juntos e andar pelo internato, coloquei ele nas reuniões que fazia com Matt e Jess, expliquei o porquê de ser tão próxima e ele me entendeu, não teve julgamentos e muito menos cara de piedade, que era o que eu mais temia.
Acho que estava pronta para admitir, contaria a ele que estava apaixonada.
Andando pelo corredor para ir para a próxima aula, vi que estava encostado no pilar, me aproximei.
— Oi, queria te contar uma coisa. – sorri tímida.
— Oi, eu também queria te contar uma coisa, sei que é cavalheiro deixar as mulheres falarem primeiro, mas se eu não disser agora, provavelmente perderei a coragem. – Will estava um pouco ofegante, nervoso, suas mãos tremiam. – Laura, me apaixonei por você. – Nossa, ele também gostava de mim! Abri a boca umas quinhentas vezes e nada saia. – Ah, droga, você não tem interesse, não sabe como dizer e agora acabo de estragar uma ótima amizade. – ficou parado sem me olhar.
— Will – não me escutou. – Willian, se você parar de andar e me olhar, posso te dar uma resposta. – voltou seus olhos para mim e senti meu coração parando uma batida. – Willian Grace, sou apaixonada por você antes mesmo de nossa aproximação, o que posso dizer sobre como nos aproximamos é que: foi uma péssima forma, mas não me arrependo, tive ainda mais certeza sobre meu amor por você. Eu te amo, Will, te amo. – sorri.
Deu um passo em minha direção, puxou minha cintura e grudou seus lábios nos meus, o beijo foi calmo, transparecia tudo que estávamos sentindo. Encostamos nossas testas e isso foi o primeiro passo que selou nosso eterno amor.
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N.B.: ounnnn Estou explorando esse mundo de bolsistas em “E eram 13” e gostei muito de ler um pouco aqui sobre esse mundo. A aproximação veio no momento certo e não no clichê (que usei e adoro) estudar juntos ?“ adorei sua ideia! Bjs, bjs. Ártemis Stark.
N.A.: Oba, fico feliz que gostou, extremamente, fugiu um pouco do clichê, mas é uma coisa que também adoro, sem dúvida nenhuma. Vários jeitos de abordar assuntos, o bom que nos ajuda com as ideias, obrigada por tudo. Bjs, bjs.