Shy escrita por blue devil


Capítulo 1
I'm just shy...


Notas iniciais do capítulo

então forthbeam quer dizer cof cof 2moons2 acabou hoje, hem. quer dizer ontem. tanto faz, eu não dormi ainda. enfim, queria postar algo em homenagem à esse shipp que eu estou, SIMPLESMENTE, obcecada por! esperei 2 (2? 3?) anos para ver forthbeam adaptadinhos como eles merecem (jesus, a novel de 2moons é péssima). sem falar que o pavel e o dome me deram tudo que eu queria e mais. basicamente essa fic nasceu de duas coisas que grudaram na minha mente e me fizeram perder o sono:
primeira: eu adorei o beijo que eles deram (eu lembro de ter visto o episodio 0 de 2moons2 e o pavel dizendo que iam ser duas LOVE SCENES, eu só não sabia que para eles beijo é uma love scene, então fui tapeada achando que forthbeam iam transar muitos sexos) mas sinceramente achei muito pouco. não me entenda mal, foi perfeito, mas eu sou uma cadelinha insatisfeita por forthbeam. eu tbm gostei da conclusão de forthbeam, mas eu tbm queria mais. então essa fic nasceu.
segundo: ao contrário do resto do fandom (mto quebradora de esteriotipos, eu) eu acabei percebendo que como casal forthbeam é o mais inocente. e isso é engraçado, considerando que eles transaram antes mesmo de phayo. a questão é que, como o beam mesmo assumiu, ele é muito timido e forth sabe respeitar isso. os dois começaram a namorar e a vantagem disso foi que eles começaram a dar as mãos agora. coisa mais fofa do mundo. não tanko esse shipp.
pronto, vc provavelmente não leu isso inteiro, mas se leu, VAI LER ♥



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— Hey. - Forth exclamou ao avistar o trio na entrada do Campus de Ciências, esperando ali por certo tempo. Foi diretamente até Beam, segurando as suas mãos da forma mais reconfortante que podia. - E o Nong Yo? Eu tentei ligar para ele umas trezentas vezes, mas ele não me atendeu em nenhuma. Queria ter ajudado vocês a arrancarem as fotos, mas os meus veteranos ficaram me segurando no meu campus até agora. Vim o mais rápido que pude.

Beam ergueu o rosto para retribuir o olhar de Forth, sentindo a respiração dele contra a pele. Transbordava preocupação e tensão naquele momento, e só começou a descarregar quando pode reconhecer o toque quente e seguro de Forth, apertando as mãos dele. Pronto. Era só Forth aparecer que Beam conseguia, pelo menos um pouco, esquecer do resto do mundo, focando inteiramente no apoio que o garoto mais alto oferecia. Foi isso que o atraiu para perto dele, logo no começo.

— Ele voltou para casa, P'. - a explicação de Ming fez Beam se lembrar que ele e Kit ainda estavam ali. - Depois que eu contei para o P'Pha, ele saiu correndo também. Provavelmente foi arrumar as malas para visitar ele.

— Vocês não foram atrás dele? - Forth olhou de forma curiosa para Beam. O garoto balançou a cabeça negativamente em resposta.

— Isso é entre os dois, apesar da gente acabar se envolvendo de uma forma ou de outra.

— Ele é rápido. - Forth comentou, parecendo um pouco impressionado. - Soube de onde o garoto 'tava e já saiu correndo para ir atrás.

— Você não faria a mesma coisa? - Kit arqueou as sobrancelhas, claramente incomodado.

Ele encarava intensamente o jeito que Beam e Forth se tocavam e estavam próximos um do outro. Beam sentiu o impulso de soltar a mão de Forth e se afastar, porém o garoto mais alto o olhou exatamente nessa hora, como se soubesse o que pretendia fazer. Por isso, Beam se controlou e apenas abaixou o rosto, tentando ignorar a vergonha mortificante que o atacava por dentro, esperando que assim ela desaparecesse.

— Então... - Ming cortou o silêncio relativamente tenso que se instalou entre eles, claramente sendo um dos poucos que conseguia verbalizar os pensamentos. - Vocês dois estão namorando agora? - perguntou de forma curiosa. Exatamente como Wayo havia feito antes.

Normalmente Kit brigaria com Ming por ser tão curioso sobre a vida alheia. Porém, naquele momento ele também queria saber. Beam e Kit não conversaram de verdade nem antes de ele ir para o acampamento com Forth e nem mesmo depois de ele ter chegado. Pois logo que chegou foi obrigado a levar uma Pring bêbada para o dormitório dela - o que o fez, também, perder a chance de dormir com o namorado.

E Kit estava irritado ao ter percebido a falta de comunicação entre eles. Isso que se consideravam os mais próximos dentro do trio, a ponto de não terem segredos um com o outro.

Beam quebrou tudo isso no momento que inventou uma paixonite em Kit.

— Eh. - Forth respondeu simplesmente. Beam assentiu, virando-se para ficar de frente para Ming e Kit, ainda segurando a mão de Forth. Ming sorriu admirado, Kit fechou ainda mais a expressão. Estava metade confuso e metade indignado. - Começamos a namorar oficialmente no acampamento.

— Isso é ótimo, P'! Pelo menos uma notícia boa. - Ming soou genuínamente positivo, mesmo que ele não soubesse exatamente NADA sobre aquela história. Se Kit sabia pouco, Ming sabia menos ainda.

Beam, por outro lado, não conseguia retribuir o olhar de Kit. Forth percebeu isso.

— Beam. - Forth chamou a sua atenção, falando baixinho e de forma carinhosa. - Eu posso te esperar no carro.

Beam não soube o que dizer ou o que fazer ali. Realmente combinaram de voltarem juntos, mas não discutiram os específicos - para onde iriam, principalmente - e nem mesmo o que pretendiam fazer naquela noite.

Isso combinado com a ideia de conversar sozinho com Kit estava criando um caso sério de gay panic em Beam.

Acho que ficou bem claro à essa altura que o Beam é péssimo lidando com os próprios sentimentos.

Mas agora ele tinha Forth para ajudá-lo com isso.

— Hey, Nong, vem aqui. - Forth disse sorrindo, soltando Beam para pegar Ming pelo o pescoço. Ming soltou um "krap??" confuso, mas nem tentou se afastar de Forth, pois sabia que não iria conseguir. - Com licença. - pediu para Kit do mesmo jeito respeitoso que se pede para um buda. - Vou roubar o meu calouro por um tempo. Já devolvo.

E simples assim, ele saiu com Ming.

Só restaram Beam e Kit.

— Namorando? - foi a primeira coisa que saiu da boca de Kit. Beam percebeu que ele se arrependeu pelo o jeito ácido que se manifestou, pois não era essa a sua intenção. - Como vocês viajam juntos e voltam namorando? Você não era heterossexual?

Beam revirou os olhos. Forth e Ming ficariam esperando por um tempo.

— Você não disse a mesma coisa para mim e de repente apareceu namorando com o Ming? - Beam acabou retrucando. Era mais forte do que ele. Seu maior problema era a impulsividade. Beam sempre agia ou falava sem pensar e se arrependia depois.

Kit ficou desconcertado.

— Não tente virar o jogo! - esbravejou como sempre. - E você sabe que eu cresci homofóbico, que nem a minha família. - Kit suspirou enquanto era sincero.

— Bom, então somos dois. - Beam resmungou baixinho, sentando-se em um banquinho atrás deles. Kit o acompanhou. - Três, na verdade, por que o Pha também já disse a mesma coisa. Eu não sei definir nada ainda... Mas talvez eu goste só de garotos. - Beam mordeu o lábio em nervosismo, sem ousar olhar para Kit naquele momento.

Era a primeira vez em muito tempo que era sincero de verdade consigo mesmo e com as outras pessoas.

— Até que faz sentido. - Kit disse após alguns segundos de silêncio. - Parecia que você queria compensar alguma coisa o tempo todo pelo o jeito que agia. Mas eu nunca falei nada por que eu sempre fui o "reservado demais".

— Eu só queria ser como todo mundo.

— Mas nem todo mundo é heterossexual, Beam. - Kit retrucou. - Eu tive que aprender isso da forma mais difícil. Eu não digo que sou gay... Mas eu claramente não me importo tanto com o gênero da pessoa se eu criar intimidade. Eu me apaixonei por conta da proximidade. Não sei se dá para entender.

— Eu entendo, apesar de não poder dizer o mesmo sobre mim. - Beam assentiu. Ele deu um sorrisinho tímido. - Faz sentido. Combina com você. - Kit devolveu com outro sorriso tímido, corando. E o gelo entre eles estava oficialmente quebrado. - Eu realmente me convenci... Que eu gostava de garotas. Não era ruim. Mas se eu estivesse realmente satisfeito, eu não teria criado aqueles sentimentos por você. - Kit respirou fundo ao vê-lo admitir pela a primeira vez após tanto negar. - Eu não estava exatamente apaixonado... Eu só confundi as coisas. Eu tendo a fazer muito isso.

— 'Tá tudo bem, cara. - Kit disse sincero. - Sério. - ele molhou os lábios, sem saber mais o que dizer.

— Sim. Por que eu gosto do Forth. Gosto de verdade. - Beam coçou a nuca de forma super nervosa ao admitir isso. Só Kit para arrancar a verdade dele dessa forma. - A gente... Bem, foi antes desse acampamento, óbvio. A gente ficou sem querer e ele começou uma sessão tortuosa de longos dias de flerte comigo por que começou a gostar de mim. Aquele dia em que estudamos juntos e comemos pizza, ele estava lá por isso.

— Eu percebi que vocês dois estavam super próximos, mas eu nunca ia esperar por isso. - Beam não sabia como reagir àquele comentário. - Mas como assim "ficaram sem querer"?

Beam ia morrer de vergonha. A barrinha do medidor já havia estourado, e tudo que ele queria fazer era sair correndo, se esconder debaixo dos cobertores e rolar na cama, de preferência se auto sufocando com um travesseiro para que acabasse com o seu sofrimento no processo.

Ele achava que não iria passar por coisa pior do que admitir os seus sentimentos para Forth? Ele estava errado! Havia sim! Admitir os sentimentos, mas agora para Kit. Com detalhes.

— A gente 'tava bêbado.

— Céus, Beam. - Kit soou mortificado. - Que perigo isso.

— Você pode não me julgar mais do que eu já julguei? - Beam pediu desesperado. - Isso foi mais de um mês e meio atrás.

— Então quer dizer que o Forth passou mais de um mês e meio flertando com você? - Kit concluiu surpreso. Beam arregalou os olhos, só percebendo naquele momento. Kit lhe deu tapinhas no ombro de forma solidária.

— Nem o Ming flertou comigo por tanto tempo. Daqui são só mais cinco passos para o casamento de vocês.

— Oye! - Beam exclamou envergonhado. Normalmente era o contrário: Ele que envergonhava Kit e saía ganhando. Kit riu de forma vitoriosa daquela vez, deixando Beam emburrado como uma criança.

— Mas eu estou feliz por você se estiver feliz. - Kit retomou o assunto com o tom definitivo. - Eu sou o que menos interagiu com Forth, então não o conheço tão bem. Mas aparentemente ele é um bissexual competente. - Beam olhou feio para Kit, enquanto o pequeno demônio apenas sorria como se não soubesse de nada. - Mas se ele sequer pensar em te magoar, eu vou chutar a bunda dele.

— Tá bom, Supermen. - Beam revirou os olhos. Mas ele sabia que Kit não pensaria duas vezes antes de socar Forth, e essa situação seria o mais próximo que eles chegariam do fim do mundo. Kit era mais forte do que aparentava, e Forth era um cão raivoso. Ia ser impossível separar os dois. - Digo o mesmo sobre o Ming. Tirando a ameaça.

Kit riu.

E eles estavam resolvidos novamente.

— Oh, P's! - Ming exclamou animado ao ver Kit e Beam chegando juntos. Ele e Forth esperavam na frente do carro de Beam, no estacionamento do Campus de Ciências. - A gente já pode ir? - perguntou para Kit. Kit assentiu.

— Eh. Eu te dou uma carona. - Kit ofereceu, mas a cara de Ming dizia que ele já havia se auto convidado para o carro dele. Forth os observava com um sorriso no rosto, achando adorável o jeito que o seu Nong era apaixonado por Kit. - Hey, Forth. - Kit chamou a sua atenção antes de sair com Ming para achar o próprio carro.

— Krap? - Forth respondeu surpreso.

— Eu estou de olho em você, mané. - ele fez um sinal com os dedos, apontando para os próprios olhos e depois para Forth, antes de sair com um grande sorriso no rosto e levar Ming (confuso mais uma vez) consigo.

Beam xingou alto por conta de Kit.

— O que foi isso? - Forth questionou para Beam. Beam o olhou de forma exasperada. - Não basta eu ter que brigar com o Phana, eu vou ter que brigar com o Kit também?

— Você não vai brigar com ninguém. - Beam reclamou desgostoso, entrando pela a porta do motorista do carro. Rindo, Forth entrou e sentou no banco da frente ao seu lado. - O Kitty quer se vingar por anos de amizade. É melhor se acostumar.

— 'Tá falando isso para mim ou para você mesmo?

Beam o olhou feio.

— Ok, ok parei. - Forth ergueu as mãos no ar, desviando os olhos. Beam respirou fundo. - Então... Vocês se resolveram? - ele questionou um pouco mais sério.

Beam assentiu.

— Obrigada por ter saído com o Ming. - Beam murmurou, olhando para Forth por um instante. Forth voltou a sorrir.

— Só o bobo do Ming para não notar a tensão entre vocês. Que bom que eu sou ótimo para perceber as coisas.

Beam revirou os olhos.

— Claro Forth, claro.

— Entããão. - Forth chamou a atenção mais uma vez. - Vamos para a pergunta que vale um milhão e é muito necessária dentro de um relacionamento. Você divide o quarto?

O coração de Beam perdeu uma batida. Por um instante ele esqueceu que os dois estavam sozinhos dentro do seu carro, prestes à ir para qualquer lugar que decidisse ir: A sua casa ou a dele. Tudo dependia da sua resposta.

— Eu... Moro sozinho. - Beam respondeu baixinho e de forma tímida. - Eu costumava dividir o dormitório com o Kit no primeiro ano.

— Ah? Vocês brigaram?

— A gente sempre briga e faz as pazes depois. É assim que a nossa relação funciona, mas nunca é nada sério. Então a mudança não foi por nenhum motivo em específico. Eu só queria um apartamento e ele quis continuar no dormitório.

— Hmm. - Forth estava mais concentrado em apenas ouvir, com um sorriso preguiçoso. - Eu tenho um quarto individual no dormitório, mas ainda é no dormitório. As paredes são muito finas e o lugar é pequeno. Por eliminação, o seu apartamento é o melhor lugar para a gente ir.

— E essa ginástica mental só para me convencer a te levar para a minha casa? - Beam retrucou incomodado.

— Eu não posso ir? - em vez de responder com outra provocação, Forth soou o mais próximo de sério que era possível em uma conversa casual. Beam engoliu à seco.

Ele tinha duas opções: Fugir de novo e ser um namorado idiota, mas se salvar da vergonha mortificante, ou encarar e deixar a vergonha vencer enquanto agia como um namorado decente.

— P-Pode. - Beam se odiou por gaguejar, desviando os olhos rapidamente e mordendo os lábios.

Antes de se envergonhar mais, Beam decidiu ligar logo o seu carro e começar a dirigir - assim acharia uma desculpa eficiente para não continuar aquela conversa com Forth. Forth colocou o cinto, sem dizer mais nada, apenas sorrindo de forma presunçosa.

Beam precisava admitir que ele estava animado para passar tempo à sós com Forth novamente. Agora que voltaram para a vida real e ela estava sendo tão bruta com ambos, o acampamento parecia com um paraíso. Tudo bem, exatamente TUDO deu errado no acampamento (e o machucado na cabeça de Forth não deixava Beam dizer o contrário), mas pelo menos lá eles podiam aproveitar a companhia um do outro sem serem interrompidos, em uma bolha de doce e prazerosa ignorância.

Na vida real, o caos não permitia tempo para ficarem um com o outro: Forth foi rapidamente engolido pelos os seus deveres como veterano que esteve negligenciando até então, e Beam acabou se envolvendo nos problemas de Phayo (eles eram uma entidade só) de novo.

— Posso colocar isso na mesa? - Forth questionou ao entrar no apartamento de Beam quando o garoto mais baixo abriu a porta. Se referia às sacolas que carregava com o jantar que compraram. Beam assentiu positivamente. Após deixar as sacolas sobre a mesa, Forth olhou ao redor, analisando o apartamento do namorado, e sorriu novamente. - Esse lugar é muito a sua cara.

— O que você quer dizer? - Beam o olhou desconfiado, tirando o que eles haviam comprado das sacolas e arrumando sobre a mesa.

— Bom... É super limpo e arrumado. Basicamente como eu imaginei que seria.

— Então eu já posso considerar que o seu quarto do dormitório é uma total bagunça?

— O que você quer dizer? - Forth retrucou rindo. Beam revirou os olhos, mas correspondia o sorriso. Ele foi até a cozinha para pegar o que mais eles precisariam, e tirou uma garrafa grande de suco da geladeira. - Oye, você realmente só tem suco na sua casa?

Beam o olhou de cenho franzido.

— Você queria o quê? Cerveja?

Forth perdeu a fala por um instante.

— Olha, não. - Forth respondeu meio desconcertado. Beam apenas o olhou desconfiado. - Mas pelo menos Coca Cola. Vai me dizer que você não tem nem Coca na sua casa?

— Suco é mais saudável para um cabeça dura de paladar infantil que nem você que ainda 'tá se recuperando. - Beam bateu de leve no peito dele.

— Ouch. Eu nunca vou me recuperar assim. - Forth fez drama. Beam aprendeu a não ligar mais. Ele aproveitou para olhar o machucado de Forth da forma mais delicada que podia.

— E o seu machucado? - murmurou. Forth revirou os olhos, apoiando parcialmente o corpo sobre a cadeira atrás de si.

— Já 'tô ótimo, Beam. É sério. Eu fui no médico e ele disse que eu vou poder tirar o maldito curativo ainda nessa semana. - Forth suspirou exasperado. - Você pode relaxar?

— Eu tenho que me preocupar. Por que você se preocupa de menos. - Beam retrucou, quase como uma criança emburrada.

Forth revirou os olhos e respirou fundo antes de se desencostar da cadeira e cortar o pouco espaço que existia entre os dois, segurando o rosto de Beam. Beam o encarou com olhos grandes e surpresos, sentindo o coração acelerar e o rosto esquentar. Não sabia o que ele ia fazer. Da última vez Forth havia o beijado.

— Beam. - Forth chamou a sua atenção. - Eu te acho muito fofo, é sério. E eu agradeço por se importar comigo, mas você se preocupa demais. - ele não estava o repreendendo de verdade, assim que seu tom era casual e risonho. Beam desviou os olhos, sentindo-se corar ainda mais. - Agora, cadê a sua Coca?

Beam o olhou novamente, dessa vez indignado. Ele abriu a boca para brigar com Forth, mas Forth o interrompeu ao beijá-lo nos lábios. Beam soltou um barulho surpreso e se encolheu, sendo puxado para perto por Forth com uma facilidade incrível. O garoto mais alto o abraçou pela a cintura enquanto o beijava de forma afeituosa e lenta, fazendo o coração de Beam correr uma maratona dentro do seu peito.

Suas mãos foram parar nos ombros de Forth enquanto derretia contra o corpo dele. A capacidade de pensamento racional de Beam simplesmente evaporou naquele momento. Tudo que seu corpo conseguia fazer era ampliar todas as sensações relacionadas à Forth, o jeito carinhoso que o beijava, a forma possessiva que o abraçava e o trazia para ainda mais perto, roubando o ar de Beam e causando-lhe arrepios.

Beam também não queria parar, porém aquilo era perigoso e ele também sabia que era melhor não continuar.

Não com a sua timidez como um monstrinho o corroendo por dentro.

— Forth. - Beam sussurrou após se afastar com certa dificuldade, principalmente quando Forth tentou beijá-lo novamente, ainda muito perdido para racionalizar. - Forth, a comida vai esfriar. - desejou muito que Forth não percebesse o jeito que sua voz tremeu. Forth sorriu ainda de olhos fechados, como se estivesse muito longe dali. - Nem pense em falar isso.

Beam o cortou sabendo muito bem qual a cantada que iria usar naquele momento e que estragaria tudo. Forth riu, abrindo os olhos novamente enquanto ainda abraçava o namorado pela a cintura. Céus, por que ele tinha que ser tão bonito? Desde a primeira vez que se viram, muito antes de Beam imaginar que iria para cama com Forth, sempre sentiu atração por ele. Era impossível não sentir. Aquele garoto não era só bonito por fora e também por dentro. Ele era bom demais para ser real.

E toda a atenção dele estava voltada para Beam.

Beam não conseguiria dizer todos os motivos que o faziam acreditar que não merecia Forth de verdade.

— Eu senti sua falta.

Beam acabou rindo, mortificado e envergonhado.

— Eu também. - Beam respondeu como o idiota que era. - Mas isso não deve ser muito saudável. A gente acabou de voltar de uma viagem juntos.

Forth riu.

— Essa é a parte do namoro em que a gente começa a discutir os nossos defeitos? Por que eu já aviso que sou muito meloso e grudento.

— Aaaah, eu percebi à essa altura. - Beam revirou os olhos. - Todo mundo sabe, Forth. De assustador você só tem os músculos.

— Meus músculos te assustam? - Forth franziu o cenho. Beam bufou exasperado.

— Só vem comer logo!

Forth riu, mas pelo menos decidiu obedecer Beam e se sentou para comer com ele. Não sem antes procurar e achar uma Coca Cola grande na geladeira. O garoto mais baixo acabou cedendo, por que realmente não dava para esperar que tudo fosse perfeito, né. Os dois comeram tranquilamente, conversando de forma fácil e fluída, como costumavam fazer quando eram amigos.

Até que as coisas poderiam ser mais fáceis agora que namoravam.

Forth e Beam nunca foram realmente próximos. Eles eram os conhecidos que saíam juntos e se divertiam juntos. Por isso, não sabiam muita coisa um sobre o outro. Um exemplo disso era o fato de que Forth nunca teve acesso ao apartamento de Beam. Esquentava o coração de Beam saber que eles teriam vários daqueles pequenos momentos para conversar e se conhecer melhor. Criar aquela intimidade com alguém (com Forth) era muito especial para Beam. Se sentia bobo por tudo isso, mas não conseguia lutar contra.

Não queria.

— E o Nong Yo? - depois que os dois terminaram de jantar, Forth questionou enquanto se erguia junto com Beam para lavar a louça.

Beam aprovou a atitude mentalmente, pois ele estava preparado para chutar a bunda de Forth caso ele tentasse concretizar aquele papo machista e heteronormativo de "esposa".

— Nada ainda. Nem dele e nem de Pha. - Beam soou desapontado. - Mas eu estou tentando ficar calmo sobre isso por que, realmente, pior que 'tá não dá para ficar. Sem falar que o Yo está seguro na casa dos pais dele, não é como se ele tivesse desaparecido ou coisa do tipo. Pensando pelo o lado bom... Hoje tiramos boa parte dos cartazes no campus, então o problema já foi, pelo menos, 50% remediado.

Forth absorveu as informações por um instante.

— Isso é tão pesado. - ele murmurou sério de uma forma que geralmente não ficava. Não com Beam, pelo menos. - Yo é super rico, não é? Eu só imagino a pressão que a família dele coloca nele só por conta de status. Mas foda-se a reputação dele agora. Esse é o menor dos problemas. Não tem jeito pior de sair do armário para os pais. E... Além disso... Como alguém consegue fazer algo tão ruim assim com outra pessoa? Vocês não sabem quem foi, sabem?

— Não. - Beam mentiu naturalmente, sabendo que se Forth soubesse que tudo indicava para Park ele iria dar uma surra no garoto e isso só iria causar mais confusão.

— Sinceramente, eu não acho que uma surra seria o suficiente para o filho da puta que fez isso...

Beam suspirou.

— Forth, não dá para resolver tudo com socos. Nesse tipo de situação, é melhor ir até a polícia. - Beam fechou a torneira da pia ao terminar de lavar a louça. - Mas quem tem que fazer isso é o Yo. E se ele fugiu... Bom, ninguém pode obrigá-lo a nada. Ninguém deve obriga-lo a nada. A gente só pode torcer para que os pais dele sejam compreensivos e que o ajudem a lidar com tudo isso. Agora, mais do que nunca, ele precisa de apoio.

Após respirar fundo, Forth passou o braço pelos os ombros de Beam e o trouxe para perto. Beam o abraçou de volta sem pensar duas vezes, apoiando-se parcialmente na pia trás deles, e colocando a cabeça sobre o peito de Forth. O garoto mais alto encostou os lábios sobre o seu cabelo, o beijando antes de começar a fazer cafuné nos fios lisos e macios. Beam suspirou contente, apenas aproveitando aquele momento doce que os dois compartilhavam.

— Você tem razão. - Forth disse baixinho e mais calmo. - Apesar de que eu provavelmente ainda iria quebrar o pinto do cara que tentasse fazer isso com você. Eu ainda quero quebrar o pinto do cara que fez isso com o Nong Yo.

Beam teve que rir.

— Quebrar o pinto? - ele arqueou as sobrancelhas. - Jura, Forth? - Forth apenas sorriu de volta, orgulhoso de si mesmo. Beam balançou a cabeça de leve. - Eu não quero quebrar o pinto de ninguém, mas eu com certeza iria na polícia com você.

— Eu acho que existem dois tipos de pessoa no mundo.

Beam sorriu mais.

— E normalmente elas tendem a namorar?

— Pessoas que são caoticamente boas e pessoas que são boas pela a lei podem dar certo SIM em um relacionamento. É só uma questão de acreditar.

O tom de teoria da conspiração de Forth fez Beam gargalhar a ponto de perder o ar por um instante.

Ele estava surpreendentemente contente, mesmo tudo estivesse uma bagunça agora. Nunca achou que iria experimentar isso na sua vida.

Depois do jantar, os dois tomaram banho (separadamente) e Beam emprestou um pijama que ficava muito grande nele para Forth. Mesmo assim, a camiseta ficou muito justa (por que será?) e Forth decidiu ficar apenas com a calça do pijama.

Realmente, ele era um exibicionista de primeira.

Beam percebeu que ele iria se acostumar rápido com a imagem de Forth sem camisa.

Quando os dois já haviam deitado na cama de casal do quarto de Beam, Forth virou o rosto na direção do namorado, prestes à cortar o silêncio relativamente confortável entre os dois para dizer alguma coisa. Beam apenas olhou para ele de volta, desejando não ter que precisar bater no namorado por qualquer coisa que ele decidisse falar. Estava sem energias vitais para isso.

— Beam... - Forth começou, parecendo ficar um pouco nervoso. Beam arqueou as sobrancelhas, surpreso e confuso. - Ok, eu realmente não quero apanhar agora. Eu não estou tentando te deixar desconfortável, é que a gente precisa falar sobre...

— Sobre o que? - Beam soou confuso, começando a ficar incomodado.

— Você não quer transar, quer?

— Oye! - Beam exclamou, sentando-se na cama pronto para bater em Forth novamente.

— Calma, calma, eu realmente não quis dizer desse jeito. - Forth tentou apaziguá-lo da melhor forma, erguendo as mãos no ar. - Eu só quero esclarecer isso. Eu não quero te pressionar a nada, e é exatamente por isso que a gente tem que falar sobre.

Beam engoliu à seco.

— Beam... Quando eu te beijei mais cedo, você estava tremendo. - Forth pegou a mão dele entre as suas e começou a acariciá-lo. Beam relaxou contra o contato, olhando de forma envergonhada para Forth enquanto sentia as bochechas e as orelhas esquentando. - Eu achei que fosse por conta de todo esse problema do Nong Yo... Mas você está lidando com isso melhor do que eu. - Forth o encarou nos olhos. - Eu realmente gosto de você, Beam. Eu não quero fazer nada que não se sinta confortável.

Beam estava morrendo ali. Mordendo o lábio e suspirando em mortificação, ele lutou contra o próprio cérebro, tentando dizer algo coerente naquele momento. Céus. Entender seus sentimentos já era difícil, expô-los então...

Mas, ele queria fazer isso.

— Eu... Eu só estou tímido... Como eu te disse antes. - Beam murmurou, sentindo-se um idiota. - Eu sei que é bobo. A gente fez isso antes de ficarmos juntos.

Mas antes eles não tinham sentimentos um pelo o outro. Então, qualquer coisa que fizessem agora iria contar como a primeira vez de verdade. Não se sentia seguro sobre literalmente nada ainda.

— Nós dois estávamos bêbados. - Forth deu de ombros. - Tudo fica mais fácil se você usa o álcool como desculpa. - Beam apenas o olhou naquele momento. Forth deu um pequeno sorriso, tentando passar confiança para Beam da forma mais doce que podia. Ele trouxe as mãos do namorado até o rosto e as beijou de forma delicada. - Eu te acho adorável, tímido ou não. Isso não vai mudar. Para mim, é o suficiente só ficar com você. Eu não vou deixar de gostar de você.

O coração de Beam explodiu com todo o amor que ele sentia por Forth.

— Eu também. - ele murmurou após se inclinar e abraçar Forth pelo o pescoço, o pegando desprevenido. - Eu não vou deixar de gostar de você. Nunca, nunca mesmo.

Forth sorriu ao abraçar Beam de volta e beijar o rosto dele.

Dependendo do ponto de vista, pode-se dizer que fisicamente esses dois regrediram. Mas não é possível dizer o mesmo em relação à conexão emocional que eles compartilhavam agora. Mesmo só dividindo a mesma cama e ficando abraçados, de mãos dadas, Beam não se lembrava de ter dormido tão bem com alguém antes.

Também não se lembrava quando se sentiu tão amado dessa forma antes de conhecer Forth.


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Notas finais do capítulo

glossário nosso de todo dia (mto internacional, eu)
eu acho que não precisa, BUT STILL
P': forma respeitosa (e amistosa) de chamar um amigo mais velho do que você
nong: forma carinhosa de chamar alguém mais novo do que você
krap: praticamente um sim, oi, particula de tópico
desculpem os erros, eu to cansadita e eu provavelmente nunca mais vou revisar essa fanfic ajskldjkslajkls mas eu postei é isso que importa.



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