Era o primeiro feriado que Hope passava sem sua família, não que estivesse em outros unidos, mas sabia que para o bem dela eles estavam afastados, e sempre tinha sua mãe e sua tia Freya a seu lado, de certa forma isso a consolava. Não neste ano, sua mãe já não estaria mais ao seu lado, o único consolo que que ela tinha era saber que sua mãe encontrou a paz, ao lado de sua família, seus avós e seu padrasto, era mais que merecido esse descanso.  Seus tios ainda estavam deprimidos demais pela morte de seus irmãos, cada um lidava de uma maneira, porém nenhum aguentava ficar no mesmo ambiente que o outro, sentindo a falta de dois membros tão intensos como eram seu tio Elejah e seu tão amado e odiado, sarcástico, bipolar e paranoico pai...

Não que Hope alguma vez conheceu esse lado de seu pai, com ela ele sempre fora o melhor pai do mundo, o homem que lhe ensinava, aconselhava, consolava, há fazia rir e a amava acima de tudo. Não era inocente em pensar que Klaus não teve seus períodos negros, porém ela não se permitia pensar isso, ela só queria lembrar do homem que ela conheceu, o homem que se sacrificou por sua família, e se sacrificou para que ela tivesse uma vida , um futuro. Ela pensava assim, mais doía demais a falta que ele fazia, doía o coração e o que mais a entristecia era não saber se ele encontrou algum tipo de paz, pensar nele sozinho, o que era, Hope sabia seu maior medo, dilacerava sua alma.

Naquele dia naquela Ação de graça, Hope em seu quarto chorava, chorava muito.

“eu só queria ter tido mais tempo ao seu lado pai”, falava abraçada a uma foto e a uma jaqueta de coro que ainda tinha seu cheiro. “como sinto sua falta”.

—Hope! -ouviu alguém bater na porta de seu dormitório, já imagino quem seria pois tinha poucos alunos na escola naquele feriado, e menos ainda com quem conversava.

— Oi Landon – abriu a porta após tentar secar aas lagrimas.

—Oi, vim te chamar para darmos uma volta pela propriedade – disse em seu jeito tímido que tanto encantava Hope.

—Não estou muito afim-respondeu sincera.

—Eu sei que não, por isso mesmo eu vim – disse sorrindo – não vai adiantar passar o dia trancada neste quarto chorado – falou gentil secando os resíduos de lagrimas que ela ainda tinha em seu rosto – minha missão hoje é até o final do dia tirar um sorriso seu.

—Será uma missão quase impossível – respondeu.

—Eu gosto das coisas impossíveis – disse com uma piscadinha para ela.

Os dois andavam pela propriedade, conversando coisas banais do dia a dia e comentando de outros alunos e suas esquisitices, Hope se esforçava ao máximo para se sentir melhor mais estava cada vez mais difícil.

—Acho que vou voltar para meu quarto, estou sendo uma péssima companhia – falou desanimada.

—Para mim você nunca será uma péssima companhia Hope- disse segurando suas mãos com delicadeza e a puxando até um banco próximo – Vamos conversa. Eu sei que o dia está sendo difícil para você, que você esta triste e com razão, mas pense que seus pais não queriam isso, pelo que vocês me disseram ele se sacrificou por amor há você e tenho certeza que ele não gostaria de te ver assim.

—eu sei disso e prometi a ele que ele se orgulharia de mim, mas as vezes só queria ter tido mais tempo, tantas coisas que queria falar com ele, duvidas , brigas e tantas outras coisas....Meu pai viveu mil anos, e morreu por minha causa, sendo que eu não consegui na minha vida inteira viver nem três anos ao lado dele...

—Ele parecia, pelo que pessoas falam, uma pessoa bem peculiar – falou não achando uma palavra melhor.

—é eu sei que muito via ele como um monstro, um assassino terrível, e muitas vezes ele era. Mas ele só queria ser amado, ser aceito, e eu só o via como pai, meu pai. Meu super herói, meu príncipe encantado, que me dava o céu se fosse necessário...Que me chamava de princesa e contavas lindas histórias antes de dormir, e  levava a lugares e épocas que para muito era imagináveis para ele era normal, ele vivenciou tantas coisas. Ele era incrível -Hope terminou chorando.

Landon a abraçou com carinho e deixou que ela chorasse, ficou a consolando até que ela se acalmou, gostava de ter Hope em seus braços, sentir o perfume em seus cabelos e sua pele macia, gostava demais daquela garota, forte e ao mesmo tempo sensível, que ria e chorava com a mesma emoção. Não suportaria mais se não falasse com ela, se não aproveitasse aquele momento e se declarasse.

—Está melhor?  - Perguntou gentil, afastando-a de seus braços e secando suas lagrimas.

—Sim – disse com um sorriso tímido.

—Eu tenho certeza que seu pai era uma pessoa que valeria a pena conhecer, mas me pergunto o que ele faria se visse eu fazer o que eu vou fazer agora – disse se aproximando e beijando Hope. Era um beijo doce, que logo ela se entregou e beijou com mais fervor, passando as mãos nos cabelos sedosos de Landon. O beijo durou alguns minutos e quando terminou Hope sorriu, o verdadeiro sorriso naquele dia.

—ele com certeza ia querer mata-lo, porém eu não o deixaria – disse sorrindo.

—Que bom que teria você para me defender, porque não pretendo parar de te beijar tão cedo – disse a beijando novamente.

A alguns metros dali três pessoas olhavam a cena com sorrisos doces nos lábios, na verdade duas, uma estava com uma carranca nada amigável.

—O primeiro amor e sempre inesquecível – comentou Elajh.

—Não fique assim Klaus, nossa filha esta bem, ele é um bom garoto – comentou Haley, de forma divertida ao ver o rosto de Klaus.

—Eu não quero ver isso – disse virando as costas – ela ainda é minha filha, não gosto de compartilhar seu amor com ninguém- disse ainda mais carrancudo.

—Irmão, você sempre será o amor da vida da Hope, ela só está conhecendo outras formas de amor.

—Se pudesse mataria esse moleque, se aproveitando que minha menina esta frágil...

—Menos Klaus, Hope não se deixa ser aproveitada e garanto que ela está gostando – disse rindo.

—Imagina quando o namoro evoluir e eles se casarem....-provocava Elaijah

—CALA A BOCA!! – Gritou Klaus irritadíssimo, enquanto Hayley e Elaijah riam de sua ira.

—Você prometeu Klaus, que sempre estaria ao lado dela – disse Hayley – em todos os momentos, ou seja, você verá coisas que não gostaria de ver, suas tristezas e alegrias, suas derrotas e suas vitórias.

—Eu sei, mas é difícil ver que minha menininha cresceu e não estou ali ao seu lado para apoiá-la.

—Quem disse que você não está irmão, todos nós estamos – disse segurando a mão de Hayley.

—Sempre e para sempre – disseram os três juntos, olhando o casal que agora andavam de mãos dadas pelos jardins, e se contentaram em alegria ao ver o sorriso agora sincero de Hope.