Haru escrita por Nibiiful


Capítulo 3
03 – Memória


Notas iniciais do capítulo

Capítulo leve, bem de boas.

Espero que gostem :D



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— Oh, porra. – Katsuki deixou escapar sem realmente se dar conta.

— É feio falar palavrões, tio Kacchan. – Haru repreendeu-o. Bakugo virou-se para encarar o pequeno. Parado na entrada da cozinha, Haru coçava os olhos, tentando fugir do sono. Conforme o relógio na parede, passava e muito do meio dia, o que significava que Haru tinha dormido por quase quatro horas. Puta que pariu, que remédio pesado.

— Dormiu bem? – Haru respondeu, primeiro, com um sorriso mole, mas sincero.

— Acho que sim. Mas não queria ter dormido, queria ter ficado acordado com você, titio. – Katsuki sorriu diante da resposta. Crianças daquela idade eram doces e por isso, tão perigosas. Afinal, era tão fácil se apegar a elas. Não era por nada que Midoriya as adorasse.

— Que tal se formos lavar esse rosto e depois, almoçarmos? – Bakugo indagou enquanto se aproximava de Haru. O garotinho ainda não alcançava a pia do banheiro e nunca era confiável fazer uma criança sonolenta usar um banquinho, então, Katsuki preferiu ir ele mesmo.

— Parece um bom plano, tio Kacchan. – E ergueu a mão na direção do mais velho. Bakugo a pegou e apertou-a. Era bom perceber que o gelo entre eles não existia mais.

Durante o almoço, Katsuki percebeu que quando mais empolgado Haru ficava, mais ele se enrolava com as palavras. Para um garotinho da sua idade, ele falava bem, com boa sonoridade e um bom vocabulário. Porém, por trás de todas as aparências, ele ainda era só uma criança. E era bom perceber isso. O almoço, assim como o café da manhã, fora feito com a ajuda das receitas de Momo, então, todo o cardápio possuía os nutrientes necessários para o correto crescimento de uma criança. E toda essa chatice de mãe preocupada. Entretanto, Bakugo não era de ferro. Por isso, assim que Haru terminou sua refeição, Katsuki disse-lhe que havia uma surpresa como sobremesa. A surpresa consistia em um bolo de chocolate recheado com doce de leite. Era simples, mas Deku amava, e pela expressão de Haru, ele também não era indiferente ao poder do chocolate.

— Eu posso comer mesmo? – Haru indagou timidamente. Bakugo respondeu-lhe com um sorriso.

— Segundo a dieta super rigorosa da sua mãe, não. – Ele alargou o sorriso. – Mas, se você não contar, eu também não conto.

Haru correspondeu ao seu sorriso e ali, sem qualquer palavra, eles fizeram um acordo. Katsuki podia ser muitas coisas, mas ele definidamente não era um bom exemplo a ser seguido pelas crianças. Esse era o papel de Izuku no fim das contas.

— O que a gente vai fazer agora? – Haru perguntou quando, enfim, terminou suas fatias de bolo.

Bakugo olhou-o com desconfiança. Estava praticamente escrito nas feições de Haru que ele esperava por uma boa programação para o restante do dia. As coisas realmente deveriam funcionar de forma diferente da casa dos Todoroki, porque Katsuki não havia planejado porcaria nenhuma para aquela tarde. Na verdade, ele estivera sendo apenas espontâneo durante todo o tempo. Pais de verdade planejam os dias dos filhos pequenos? Kirishima não fazia isso com os gêmeos. Muito menos Kaminari com a pequena Sayumi. Talvez o problema sejam os Todoroki mesmo.

— Bom, sempre tem a televisão...

Então, o micro-ondas apitou, indicando que acabara de se desligar. Bakugo desviou o olhar naquela direção e percebeu que a geladeira também estava desligada. Ele ergueu-se e tentou ligar as luzes da cozinha. Nada. Nesse momento, seu celular vibrou em seu bolso. Era uma mensagem da Companhia de Luz. Devido a problemas nas instalações de transmissão do bairro, eles ficariam sem luz por tempo indeterminado. Não brinca comigo, porra. Ele moveu o rosto e encontrou o olhar confuso de Haru, ainda sentado em silêncio.

— A gente pode ir lá fora e...

A luz de um relâmpago iluminou o apartamento. Então, veio o som do trovão, e por fim, a chuva começou a cair. Katsuki voltou a sentar-se a mesa, de frente para a cadeira de Haru. Havia uma parte sua – muito grande, por sinal – que queria explodir alguma coisa aos gritos e palavrões. No entanto, também havia uma parte sua controlada o suficiente para saber que isso não resolveria o problema que era entreter uma criança pequena até perto das dez da noite sem luz e sem poderem sair para o parquinho do bairro. Se Midoriya estivesse ali, ele inventaria alguma coisa, algum jogo, alguma brincadeira, qualquer coisa. Bakugo, entretanto, não conseguia pensar em nada de útil. Droga. Ele nascera para as batalhas, não para ficar de babá. O que fazer? O que fazer? Merda. Ele pensou em Izuku e tentou puxar alguma brincadeira inventada pelo parceiro da memória. Espera. Memória? Ah, filho da puta.

— Diga-me, garoto, o Deku já te mostrou as fotos antigas que ele guarda? – Haru negou com a cabeça. Katsuki se permitiu um suspiro aliviado. Agora, ele tinha um plano de ação e um dos bons, com certeza. – Então, vamos arrumar isso aqui e depois, vamos lá ver essas fotos. Você vai adorar.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo vai ser o maior e o que guarda o real significado por trás da história toda, então, espero vê-los por lá ♥



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